Epopeia do Fim Brasileira

Autor(a): Altair Vesta


Volume 9 – Arco 6

Capítulo 158: A Garota que Odeia Lutas

Os olhares se cruzaram em meio à estranha quietude pronunciada nas ruínas do Berço da Terra.

A autoproclamada Irene sorria com uma pureza até inesperada pelas filhas de Atena.

Era uma aura que ia em total contradição aos outros membros do grupo — pelo menos os que elas já conheciam.

O cabelo dela ajudava a trazer essa estranha leveza em seu predomínio.

Tinha coloração de creme bem clarinho, curtinho e com pequeninas tranças amarradas nas laterais, a caírem à frente das orelhas.

De qualquer forma, ela carregava a marca daqueles que precisavam ser impedidos.

A aparência inocente daquela menina jamais deveria ser subestimada e foi isso que as apóstolas adotaram.

Chloe afunilou o olhar, concentrada em prol de se antecipar a qualquer movimento que a respectiva ameaçasse.

Julie já tinha outra seta posicionada na corda, só no aguardo para atacar ou a garota ou os ciclopes que a rodeavam, inertes.

Ou até mesmo os dois.

Enquanto isso, a pálida seguiu de braços abertos.

Os olhos índigos, destoantes de sua “clareza natural”, continuaram a fitar o que vinha abaixo.

Sugou um pouco do ar frio até estufar o peito, e...

— Aaaaah!! Meniiiiinas!!!

A expressão em tom de celebração fez desmoronar grande parte da carga nefasta que envolvia o ambiente.

As filhas de Atena piscaram, dúbias.

Era como se, durante todo aquele intervalo entre a chegada delas e o pronunciamento inicial, a garota só tivesse as visto agora...

— Aaah... Irene ‘tava tão triste!! — Juntou as mãos com delicadeza, ao lado do rosto corado. — Irene veio sozinha com um mooonte de garotos! Não que eles sejam chatos, Irene não quer dizer isso!! Mas queria alguma amiga pra vir junto, sabe!?

Incrédula perante a sucessão de declarações da adversária, Chloe separou os lábios de leve, sem nem perceber.

Julie, em contrapartida, sustentou a feição inexpressiva.

— A Zellita não veio... A Bellita sumiu... Ai, Irene ficou bem triste de ser única!... — Depois de entoar um tom lamentoso, voltou a abrir os braços, rodopiando sobre o próprio eixo. — Maaas!! Irene acabou de ter uma graaaata surpresa!!!

Contemplou mais uma vez as atenienses, que, pela primeira vez em muito tempo, não faziam ideia de como proceder.

Um novo momento de silêncio retumbou sobre as ruínas.

Nem o vento se pronunciou a ponto de trazer seu uivo para quebrar o gelo.

Se tratava de uma paisagem nua e crua.

Irene, aos poucos, desfez o sorriso de genuína felicidade.

Os lábios se afastaram de forma gradativa, até que um suspiro escapou de sua garganta:

— Quem são vocês mesmo?...

Como se o destino brincasse com a situação, a lufada alcançou o local, fazendo os fios de cabelo dançarem com leveza ao ar.

“Alerta: Minha irmã, não identifico qualquer presença adjacente”, a voz da razão regressou à mente quando Julie usou a Telepatia.

A única a estar alheia à estranha construção criada com o respectivo encontro.

Chloe voltou a pensar logicamente, agradecendo em introspecção à presença sempre imprescindível da irmã ao seu lado.

Retomados os brios para com as circunstâncias que precisava lidar, a purpúrea respirou fundo e delegou um olhar sisudo à jovem de manto escuro.

— Uma única adversária, portanto. Presumo que tenha oferecido a si própria em prol de permanecer neste ambiente, com o escopo de impedir o prosseguimento dos que viessem no encalço...

— Hm!? — Irene inclinou a cabeça à esquerda. A trança pequena tocou seu ombro. — Na verdade, Irene só se perdeu deles!! Hihi!!

Como uma criança arteira, deu um soquinho na testa e mostrou a língua entre os dentes.

Não que fosse uma surpresa para as irmãs, considerando o que elas tinham escutado até então.

Mas todo cuidado era pouco. Ainda mais com o contexto no qual se encontravam.

— Irene nem sabia que viriam outros!! E nem os meninos!! Por isso Irene ‘tá tão surpresa.

Voltou a se sentar, sem se importar com a guarda completamente vulnerável.

Agora um pouco mais pensativa, balançou as pernas pêndulas no ar sem dar a devida atenção às filhas de Atena.

Como projetado, Chloe e os demais apóstolos possuíam em mãos uma ínfima vantagem com a questão do “efeito surpresa”.

Os Imperadores das Trevas não esperavam que fossem ser perseguidos naquele lugar.

Contudo...

— Fomos um tanto quanto descuidados... — resmungo consigo, ciente de que tal circunstância em breve se perderia.

Quando Irene fechou os olhos, o clima mudou.

As apóstolas reagiram aturdidas à repentina perca sobre a detecção vital da menina, ao mesmo tempo que o sexteto de ciclopes se voltou em direção a elas.

Os monstros entoaram um rugido poderoso, capazes de fazer tremer todas as estruturas daquela zona abandonada.

Conduzidos pelo mais puro instinto, balançaram as clavas e as bateram contra o chão de ossos, desesperados para acertar algo ou alguém.

As gêmeas, apesar do imprevisto, adotaram uma reação comedida ao se afastarem por meio de saltos rápidos.

A presença das “cascas de insanidade” em profusão tornaria tudo uma dor de cabeça; literalmente.

Tentar derrotá-los sem se esforçar com a presença da inimiga por perto poderia ser um erro.

O problema eram os efeitos que tentava evitar. Agora, aceitaram que seria inevitável.

Julie disparou a flecha já posicionada na corda do arco, com destino ao olho de um dos monstros. Foi tão rápido que sequer existiu resposta por parte do atingido.

Quando a esfera ocular explodiu, liberando bastante sangue escuro nos arredores, os demais aparentaram sentir o mesmo baque momentâneo.

Chloe aproveitou para se esgueirar entre os seis nesse curto intervalo e traçou uma linha ofensiva extremamente veloz em sua cabeça.

A arqueira permaneceu afastada, em cobertura.

Apanhou mais duas flechas e disparou contra os ciclopes mais próximos da irmã, os atrasando.

“Caso equilibremos desta forma”, ponderou na circunstância em que foi obrigada a arriscar.

Rapidamente transferiu a concentração vital do cabo às lâminas escuras, que foram envolvidas por uma camada luminosa.

Arte da Sabedoria: Matriz Agregada”, agachou um pouco do tronco e, ao subi-lo outra vez... “Espiral!”

Rodopiou na travessia entre eles, levando consigo a lança num ritmo até mais acelerado.

Rastros luminosos permaneceram, mascarando os cortes profundos que atingiram as pernas e as gargantas de todos.

Nem tiveram espaço para reagir com a clava em contra-ataque.

O baile fulminante da jovem deusa durou meros cinco segundos, menos até do que o tempo que a gravidade puxou os corpos pesados ao solo.

Uns ainda resistiram, mas flechas imbuídas com uma porção pequena de mesma energia de Luz os atingiram, finalizando assim o combate.

Quando todos caíram, Chloe saiu do epicentro como se nascesse de uma flor desabrochando.

Levou os olhos ao topo da coluna adiante, onde Irene permanecia repousada.

Ela estava boquiaberta, impressionada de verdade com as ações rápidas e perfeitas das gêmeas.

— Isso... — A faceta, entretanto, contorceu-se em pesar. — Isso é tão triste de se ver...

Outros dois ciclopes surgiram dos flancos da lanceira, vindo por sua retaguarda.

Ela virou o rosto por cima do ombro, na expectativa de que a arqueira pudesse a cobrir.

Porém, mais dois se juntaram à frente dessa, impedindo sua intervenção imediata.

Chloe segurou um estalo de língua ao girar a lança e esperar até o último segundo, quando os monstros tentaram a esmagar com seus porretes.

Ela pulou num mortal girando ambas as pernas esticadas.

Irene brilhou os olhos ao acompanhar o deslocamento precioso da ateniense, que cortou os tendões de cada gigante com cada lâmina em uma só rotação da arma.

Enquanto esses caíam de joelhos, Julie se desdobrou no intuito de afastar os que a enfrentavam com tiros rápidos, imbuídos de uma dose maior de energia.

Se continuasse dessa maneira, ambas acabariam se desgastando além do desejado, antes mesmo de enfrentarem quem importava de fato.

“Ela permanece ao meu alcance”, a purpúrea, ciente disso, não deixou de focar na jovem pálida. “Todavia, vossa presença tornou-se invisível...”

Os monstros se debateram, ainda ativos, mas ela não teve piedade ao cortar suas cabeças em um único golpe.

“Estaria ela os comandando?”, semicerrou os olhos violetas.

“Resposta: Aparentemente não, minha irmã”, Julie atravessou os problemas ao também acabar com seus inimigos. “Explicação: Através de uma rápida leitura sobre vossas linguagens corporais, não pude encontrar indícios sobre qualquer controle exercido pela menina.”

Ela subiu na corcunda de um dos que derrubou.

Entendida quanto aquela hipótese, Chloe mirou a surpresa integrante dos Imperadores das Trevas.

— Não que isto tenha devida importância, claro...

Sem pestanejar, pegou impulso no corpo do ciclope à frente e saltou na direção do topo da coluna, onde a menina estava.

— Uah!?

“Não devemos desperdiçar tempo!”

Pega desprevenida ante a ação da apóstola, Irene perdeu o equilíbrio e caiu para trás.

Isso a permitiu desviar da tentativa de empalamento rápida da lanceira, que esgazeou as vistas.

Pensou se tinha sido sorte, mas lavou aquilo da cabeça no intuito de aproveitar a queda dela para atrás do sustentáculo e a atingir.

No entanto, ao aterrissar sobre a estrutura de gesso, encontrou nada além de ossos e neblina abaixo.

“O que significa isto!?”, uma gota de suor escorreu na lateral do rosto aturdido da ateniense.

Nenhum traço da garota tinha sobrado, como se ela tivesse se tornado a própria névoa.

Decidiu procurá-la pelo restante do local cercado pela pequena muralha, aproveitando isso para recuperar o oxigênio.

Daquele ponto mais alto, podia enxergar a presença de outros pilares semelhantes, espalhados por diversos pontos da extensão.

Outro ciclope apareceu de trás de uma dessas estruturas.

Quando enxergou isso, ainda mais daquele lugar favorável, a dubiedade suprema tomou conta dos pensamentos acelerados de Chloe.

As colunas eram grossas e ocupavam bastante espaço, isso era fato. Só que, comparadas ao porte de um ciclope, eram tão finas quanto um fio de lã. Sem contar a clava que traziam consigo.

Era fisicamente impossível que eles pudessem se esconder daquela forma.

Mas isso deveria ficar em segundo plano.

O evento se repetiu nos outros sustentáculos espalhados no panorama. Mais e mais criaturas enormes de um olho só surgiam de espaços inimagináveis.

Cercada outra vez, agora à vista de todos, a lanceira se virou pela metade e trocou olhares com a arqueira.

Ambas assentiram em perfeita sincronia, sem necessidade de trocarem uma palavra sequer.

Com isso, as duas se separaram.

“Julie deve identificar o paradeiro daquela menina”, voltou a encarar os monstros parrudos. “Enquanto isto...”

— Que repugnante — cuspiu ao erguer o queixo. — Não há beleza alguma em vossas faces.

Saltou da coluna à outra mais próxima.

Os impetuosos de um único olho continuaram a caminhar na direção da garota, a passos curtos e pesados.

Diante da postura extravagante, a apóstola deu a volta por eles, saltando de pilastra a pilastra com serenidade.

Ao se aproximar do primeiro monstro, agiu na velocidade do pensamento e cortou a garganta dele, perfeitamente à sua altura sobre a estrutura de gesso.

O caminho inicial se abriu para que Julie adentrasse na zona de perigo absoluta.

Enfiada no meio das criaturas lentas, abriu os olhos com ímpeto, de onde o brilho escapou tão intenso quanto nas ocasiões naturais.

Com a Bênção da Telepatia atingindo a capacidade máxima, a alva foi veloz em contornar os caminhos das ruínas até encontrar a adversária.

Mirou um sustentáculo específico enquanto corria e pulou por cima dele, executando um rodopio fantástico para trás.

Irene se assustou com a chegada repentina da ateniense pelo alto, boquiabrindo ao vê-la já com uma flecha na mira certeira sobre a corda retesada.

Arte da Sabedoria, Matriz Base”, a seta foi banhada por Autoridade Elementar da Luz. “Luz da Morte.

O tiro foi próximo demais.

A explosão ocorreu antes de tocar a garota, espalhando uma cortina de luz poderosa por todo o perímetro.

Ao finalizar o deslocamento exuberante, a atiradora saltou para cima de outra coluna.

Conforme a luminosidade perdia força, diversos ciclopes se revelaram já caídos sobre os ossos.

De olhos fechados, Chloe havia atravessado mais da metade da região, em proveito para acabar com os inimigos irritantes.

Enquanto imóveis, cada ser começou a soltar fios de névoa de tonalidade ligeiramente violeta pelo ar.

O novo detalhe trouxe inéditas incertezas às irmãs. Todavia, restavam outros ciclopes que enlouqueceram ao serem cegados no ataque de Julie.

As clavas destruíram algumas das edificações remanescentes, limpando um pouco da área que quase formava um labirinto.

Em sincronia, as gêmeas dispararam contra os restantes e não encontraram dificuldades em abatê-los.

Mais uma vez, os rastros de neblina escaparam dos corpos que jaziam no plano de ossos, desaparecendo de forma gradativa daquele espaço.

— Sem sangue — murmurou, em busca de compreender o efeito singular.

Julie permaneceu com a Telepatia ativada em intensidade máxima, sem perder a presença da inimiga que tinha acabado de desafiar.

Assustada e ofegante, Irene conseguiu se livrar da investida surpresa. Escondeu-se em outra pilastra, localizada na ala direita próxima da muralha.

— Foi... por pouco... — Enquanto tentava controlar a angústia, esfregou as vistas doloridas por conta do contato com a luz. — Irene não gosta disso...

Deixou as costas cobertas pela capa escura se arrastarem na estrutura, até cair sentada no chão.

As coberturas dos braços tinham sido rasgadas, assim como a barra que alcançava os tornozelos — agora só ia até a metade das coxas.

Os membros em questão também doíam.

Quando a visão passou a se estabilizar, ainda que agoniante, encarou os antebraços que tinham se tornado avermelhados.

Não parecia ser uma queimadura, apenas pele irritada. Mas incomodava tanto quanto.

Concordou consigo que poderia aguentar.

Sem mais o sorriso puro de quando foi encontrada pelas irmãs, levou o rosto à direção do céu nublado.

— Irene pensou... que não acabaria assim — murmurou, cabisbaixa. — Irene não quer lutar, mas...

Abaixou a cabeça, encontrando a única saída terrena que aquele ambiente oferecia.

Passava exatamente pela muralha, a alguns metros mais ao centro de onde se escondia.

— Irene... precisa chegar nelas...!! — Esforçada, voltou a se erguer.

Ainda que inocente, reconhecia muito bem o potencial daquelas que a desafiavam.

Colocou na própria cabeça que era hora de fugir, sem oferecer oportunidade ao azar.

Cautelosa, encarou de esguelha na beirada da coluna onde se escondia. Percebeu a ausência da dupla, que deveria estar ainda ocupada com os monstros.

— Irene queria poder conversar mais... — Debaixo da capa negra, ajeitou algo de certo volume e correu até outra pilastra adjacente. — Mas Irene... precisa ir...

Aguardou alguns segundos para ter certeza de que conseguiria atravessar à outra estrutura vertical sem chamar atenção das irmãs.

Daquele em específico, pôde ver que estavam atentas — e atônitas — com os ciclopes que se desfaziam em pura névoa.

Comemorou consigo por um breve átimo.

Confirmada a situação favorável, assentiu, tomou coragem e abraçou ainda mais o próprio corpo, sustentando o que carregava abaixo do manto.

Porém, assim que deu o primeiro passo no intuito de ir até o pilar mais próximo da saída...

A inexpressiva Julie virou o rosto àquela mesma vertente, na iminência de enxergar, entre a bruma densa, a figura da menina perdida ao vagar de um ponto a outro.

Ficaria surpresa em outras circunstâncias, por ela ter escapado desprovida de qualquer adversidade da Luz da Morte.

Acontecia que a excessiva necessidade de a impedir fez somente sua devoção em persegui-la falar mais alto.

“Não são reais...”, Chloe continuou a analisar as criaturas em decomposição. “Julie havia identificado incompatibilidade entre os primeiros ciclopes e ela, contudo posso confirmar a dissemelhança para com estes...”

Quando o resto dos corpos desapareceram, deixando nada além de ossos e névoa para trás, a sensibilidade da apóstola enfim a alertou.

“Compreendo agora”, cerrou o palmo livre. “Além do mais... por quais circunstâncias aquela menina evita a afronta?”

No limiar entre conceber eventos influenciados ou não por outrem, a lanceira virou o rosto à vertente na qual a irmã tinha disparado.

Irene percebeu que tinha sido percebida no meio da passagem entre os pilares.

— Ih!! — Atordoada, rangeu os dentes e tentou se esconder no desespero.

Mas a flecha atingiu o sustentáculo em questão e o rachou da base à superfície.

Segundos de tensão se sucederam até a estrutura ser destruída, impedindo que a integrante das trevas pudesse a utilizar.

— Não!! — Incrédula, a pálida quase tropeçou no vazio ao tornar-se acuada ante os destroços.

Com caminho livre, a arqueira pegou três flechas e as tensionou na corda do arco de uma vez.

Mas um novo gigante apareceu em sua direita, a obrigando a modificar o curso da ação.

O monstro balançou a clava com fúria estupenda, de cima para baixo em um arco que buscava a esmagar.

Julie usou a agilidade da virada e tirou proveito do vigor da corrida já em curso para, num salto rápido, se inclinar para o chão.

Ao fazer isso, pôde arrastar-se com o traseiro sobre os ossos, protegida pela capa prateada, até ultrapassá-lo por baixo das pernas.

Quando o golpe poderoso atingiu o plano, com o tremor intenso criado pelo impacto, a desbotada ergueu o rosto e disparou o trio de setas contra a garganta do animal.

A exemplo dos anteriores, esse expeliu nada além de finas camadas de neblina.

Mas o propósito foi atingido.

Irene teve espaço e tempo para voltar a correr, com destino à única passagem de saída das ruínas.

— Isto nos conduzirá a lugar algum...

Chloe se antecipou à disparada da menina, livre de qualquer outro obstáculo.

A aflição passou a corroer o coração de Irene, agora cercada de perto pelas filhas de Atena.

— Nããão! Por que elas não deixam Irene ir embora!?

A perseguição quase a fez cair de novo.

Manteve-se de pé no limite do novo tropeço, só que quando levantou o rosto, encontrou o pior cenário possível.

Agora, as duas se encontravam no topo de duas colunas adjacentes uma da outra.

“Resposta:”, Julie não pestanejou em respondê-la através da Telepatia. “Pois você faz parte do grupo inimigo. Deixá-la seguir em frente seria um erro.”

Abismada ao sentir aquela voz soturna ecoar pela cabeça, Irene só pôde acompanhar a sequência, de baixo, rumar à sua derrocada.

Autoridade Artificial da Névoa... — Chloe, encarando-a de queixo erguido recheada de suntuosidade, explicou: — Bastante difícil de se encontrar dominadores ultimamente. O fruto dos últimos ciclopes... a influência desta bruma...

Enquanto tinha sua Autoridade desmascarada pela lanceira impiedosa, viu a arqueira reunir uma dose intensa de Energia Vital para a flecha que apontava até si.

— É hora de limparmos definitivamente esta paisagem.

A camada de luz que permeava a ponta da flecha se alastrou e preencheu o restante da base.

Nada hesitante, Julie soltou a corda, executando o disparo mais rápido que o anterior.

Movida por puro instinto, Irene abriu a cobertura do manto sobre o abdômen e revelou seu cajado marrom-esverdeado.

O posicionou à frente do corpo no último instante, no qual uma tonalidade lilácea tomou forma rapidamente.

Quando a detonação de luz engoliu tudo que era abraçado pelo muro, o brilho elevou-se a uma altura que pôde chamar a atenção de todos que faziam seus caminhos pela ilha.

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