Fenrir Brasileira

Autor(a): Marcus Antônio S. S. Gomes

Revisão: Heaven


Volume 4

Capítulo 40: Armas

Ignorando o final vergonhoso do dia anterior, acordei cedo, tudo isso para começar meu treino solo que impus a mim mesmo, Jedhar aumentou meu ranking de aventureiro que era da liga cobre para liga Ouro, um aumento maior que isso seria quebrar condutas da guilda, por esse motivo ainda estou na liga ouro.

Felizmente conseguimos garantir a segurança de Hellen, guardas leais do próprio reino de Lemur estão encarregados de vigiar os passos de Hellen nas sombras.

Stela foi informada de tudo, mas ela já parecia preparada para isso mais cedo ou mais tarde.

Millin ficou aliviada ao saber que a guilda de aventureiros ofereceu proteção, claro que a questão em que a realeza contratou meus serviços é um segredo nacional, se isso vazar a guerra civil entre nobreza e realeza estouraria sem nenhuma dúvida.

Eu tenho agora o contato de um aliado, um anão chamado Bartor Gregor, embora não confie nele, eu sei sua habilidade como ferreiro, por causa de uma adaga que restaurei dele.

Pedi algumas dicas sobre armas e ele me deu um endereço de uma oficina provisória na qual está instalado em Harp.

Estou no meu quarto me preparando, ainda não tomei meu café da manhã, mas a prioridade é adquirir novas armas e treinar com elas para que meu manejo com armamentos seja mais profissional.

Eu desci até o andar do restaurante, Hellen não mostrou as caras, a única a me atender foi Millin.

— Eh? Millin, aconteceu algo a Hellen?

Millin me respondeu com um rosto triste:

— Ela está se sentindo mal, então a patroa a dispensou hoje!

— Entendo!

— Hmm! Ferus?

Millin parecia querer me dizer algo, eu me prontifiquei a escutá-la olhando em seus olhos:

— Ferus… Acho que devia ver Hellen hoje!

— Hã? Por que eu? A um tempo atrás ela não me suportava, não acho que seja uma boa ideia vê-la!

Millin baixou seu rosto, no fundo ela sabe da verdade em minhas palavras.

— Ferus, você odeia a Hellen?

Eu não entendo a pergunta repentina, mas não vejo o por que não responder adequadamente:

— Sinceramente não, eu notei que ela tem bastante em comum comigo, só que ela não parece muito chegada a mim, então decidi respeitar essas limitações para não piorar minha imagem, mas como disse, não a odeio.

Millin forçou um sorriso, ela parece ter entendido meu ponto, mas não entendo o motivo desse pedido repentino.

— Me diga Millin, por que pediu isso de repente?

Millin torceu seu rosto infantil como se sentisse mal e falou:

— Você e Hiekf são os únicos que podem protegê-la, então…

— Affs! Entendi! Você quer que eu veja se ela está bem, não é? Acho que com essa desculpa possa dar uma olhada, mas será quando voltar do meu treino à tarde, ok!

O rosto de Millin floresceu como a primavera, acho legal da parte dela se preocupar com sua amiga assim.

Eu me lembro então de um detalhe:

— A propósito! Onde a felina mora?

— Eu vou desenhar um mapa para você!

E assim me dirijo a oficina provisória de Bartor, afim de conseguir armas para treinar.

— VEJO QUE ESTÁ SÉRIO SOBRE SEU TREINO PEQUENO LOBO!

— Ah! Finalmente mostrou sinal de vida hein?

 NÃO ENTENDI? ENQUANTO VOCÊ ESTIVER VIVO EU ESTAREI TAMBÉM, ENTÃO POR QUE PERGUNTOU SOBRE MEU SINAL DE VIDA?

— Affs! Isso foi apenas uma expressão, então esqueça.

— HMM! ….

— Ei Fenrir! O que acha da Gleipnir?

— EU A ODEIO! ELA É A RESPONSÁVEL POR MILHARES DE ANOS DE SOFRIMENTO DA MINHA PARTE, CONTUDO ESSA FERRAMENTA É MUITO LEAL A VOCÊ, MAS POR QUE A PERGUNTA AGORA?

— Hmm! O anão que estou indo ver, ele parece bem interessado nela.

— SUPONHO QUE QUALQUER DESCENDENTE DE ASTÚRIO FICARIA, ESSAS CORRENTES SÃO SEU ÚLTIMO TRABALHO, TALVEZ ELE QUEIRA VER A HERANÇA DE SEU ANCESTRAL.

— Affs! Agora você me deixou mal por não deixá-lo ver a Gleipnir.

— CREIO QUE NÃO HAJA PROBLEMAS.

— Sério?

— SIM, A RAÇA ANÃ É MUITO LEAL E CORRETA, VOCÊ NUNCA VAI ESCUTAR SOBRE UM BANDIDO ANÃO POR EXEMPLO, ISSO É UMA QUESTÃO DE NATUREZA, PARECIDA COM INSTINTO, OS ELFOS SÃO IGUALMENTE PARECIDOS COM OS ANÕES NESSE QUESITO.

— Tsk! Em contrapartida os humanos são um lixo que quebram promessas e fazem atrocidades, isso é meio que me incomoda, já que fui um humano.

— OS ORCS, OS DEMÔNIOS E DEMASIADAS RAÇAS PARTILHAM DESSA CARACTERÍSTICA HUMANA, OS ESTRANHOS SERIAM OS ANÕES E OS ELFOS SE ANALISÁSSEMOS.

— Entendo! Mudando de assunto, você disse agora a pouco que a Gleipnir é muito leal a mim, acho estranho, parece até que você acredita que ela está viva.

— NÃO DIRIA “VIVA” CONTUDO POSSO GARANTIR QUE ELA ESTÁ CONSCIENTE DE TUDO.

— Hã? A Gleipnir possui consciência?

— VOCÊ ESTÁ CORRETO! AS ARMAS DE ASTÚRIO GREGOR POSSUEM ALGO PARECIDO COM UMA CONSCIÊNCIA, ELAS SÃO INTELIGENTES.

— Sério mesmo?

— BEM! ELAS NÃO VÃO FALAR COM VOCÊ OU COISA PARECIDA, MAS PARECEM TER UMA PROGRAMAÇÃO MÁGICA QUE PERMITEM RECONHECER SEU USUÁRIO, UMA ARMA DE ASTURIO NÃO PODE SER USADA POR QUALQUER UM, ELAS ESCOLHEM SEU USUÁRIO.

— Pa… Parece bem complexo hein?

— E É, ESSAS ARMAS SÓ PODEM SER MANEJADAS POR SEUS USUÁRIOS CORRETOS, MAS HÁ EXCEÇÕES, ALGUMAS DESSAS ARMAS PODEM SER USADAS POR QUALQUER IDIOTA!

— Ei! Isso parece irresponsável, não é? Dizem que as armas de Astúrio podem mudar o cenário de uma guerra.

— PESSOAS ESPLÊNDIDAS GERALMENTE PARTILHAM DE ALGUMA EXCENTRICIDADE, ISSO EXPLICA A FORMA DIFERENTE DE ENCARAREM O MUNDO.

Sem perceber cheguei à frente da oficina que Bartor me descreveu, não tinha nada escrito como uma placa ou coisa parecida, apenas uma casa de pedra rústica com uma chaminé.

— Nos falamos depois Fenrir!

— AGUARDO!

Eu entro sem cerimônias, a porta de madeira grossa foi facilmente aberta, no interior não existia móvel algum, apenas uma fornalha acesa e um punhado de carvão no canto próximo a fornalha.

Eu grito:

— SENHOR BARTOR, SOU EU, FERUS…. EU VIM COMO PROMETIDO.

A porta dos fundos se abre e de lá Bartor aparece carregando uma viga de metal, ele a deixa no chão e vem me cumprimentar.

Ele está sujo de fuligem e poeira, retirou sua luva e estendeu sua mão para mim, eu aperto sua mão sem nenhum problema.

— Bom dia rapaz! Estava adiantando alguns de seus pedidos, mas como estou escasso de materiais não pude fazer nada muita qualidade.

— Não se preocupe com os detalhes, eu apenas quero adquirir as perícias nos armamentos que lhe pedi.

— Se não me engano: um par de adagas, um par de espadas, um par de pequenas foices, uma espada full blade e uma lança.

— Sim! Foi esse meu pedido.

Bartor limpou o suor do rosto com um pano e revela:

— Está tudo pronto, me acompanhe.

Fiquei surpreso ao saber que esse anão fez tudo em uma manhã, os anões são mesmo os mestres do aço.

Do lado de fora vi todas as armas penduradas em paredes, antes de perguntar ele me respondeu:

— O último resfriamento das armas forjadas deve ser feito naturalmente, a própria natureza vai determinar o calor do metal, isso é um de inúmeros detalhe que fazem os anões os melhores na forja, ao longo dos milênios desenvolvemos técnicas que forjaram as maiores armas, resfriar o metal na água depois de pronto o faz perder a resistência.

O anão de aparência áspera chamado Bartor, disse essas palavras com muita paixão, eu notei na hora o quanto a forjaria significa para ele, o orgulho desse anão é forjar suas armas com suas forças, mesmo eu compreendi isso nele.

Eu falei com um sorriso:

— Bartor, ainda quer dar uma olhada na Gleipnir?

Um olhar afiado veio em minha direção, esse anão ficou sério em relação ao que disse.

— Por favor! Não engane esse anão aqui.

Eu abro meu espaço dimensional e retiro uma das correntes Gleipnir, elas são um par, então uma única deve ser o suficiente para ele ver.

Eu dei em sua mão minhas preciosas correntes, o Fenrir falou sobre a lealdade dos anões, então não tenho o que temer.

Com os olhos arregalados, Bartor recebeu minha corrente com cuidado, como se estivesse a cargo de um tesouro inestimável.

Nos olhos de Bartor vi um brilho semelhante ao de uma criança, realmente a forjaria é a paixão deste homem.

Bartor analisou a Gleipnir elo por elo, ele se mostrou maravilhado e com muita vitalidade falou:

— O que é isso? IMPRESSIONANTE!

A forma como ele se entusiasmou, me assustou um pouco.

— Essas ligas metálicas, nunca vi um temperamento assim! Nenhuma arma que botei minhas mãos se comparam a esta, sem dúvidas é trabalho de meu ancestral.

Ele fixa seu olhar na Gleipnir com paixão e continua:

— Garoto! Essas correntes são bem mais do que imagina! Elas têm um poder tremendo de condução de energia e absorção, parece que uma função de alteração de tamanho existe nela, ela é virtualmente indestrutível, a liga metálica dessa corrente é única, o metal que a compõe não pode ser refeito.

— Sério? Me pergunto que metal é esse?

Com um largo sorriso ele responde:

— Eu não sei!

— …

Como ele pode ficar animado com uma coisa na qual ele não tem ideia? Bem, acho que ele se animou em ver algo que não conhece, melhor pedir segredo.

— Uh? Senhor Bartor, poderia manter isso em segredo entre nós?

— Hunf! É claro que sim! Não saio por aí falando das armas de meus clientes, mas devo ressaltar que tome cuidado, uma vez descoberto sobre a Gleipnir, você se tornará alvo.

Eu dei os ombros e brinquei:

— Todos dizem que vou virar alvo por uma coisa ou outra, seja minhas habilidades, ou minha condição racial, então acho que já estou acostumado a escutar isso.

— Moleque! Não aja como se fosse nada, se tem tempo para isso, então treine até o chão rachar, só assim vai conseguir passar por essas adversidades.

O conselho de Bartor foi muito sério, seus olhos afiados me atravessam mostrando a seriedade de suas palavras.

— Por isso te pedi que construísse essas armas, quero dominar todas se possível.

— Hunf! Sua capacidade de mudar a forma de seu armamento é muito conveniente, por isso treine muito mesmo, se puder peça a um especialista a orientação.

— Vou ter isso em mente.

Bartor suspira aliviado por eu ter entendido suas palavras e completa:

— Bom! As armas já estão prontas, são 2 mil moedas de ouro.

— Eh? Tantas armas por esse preço?

— Ei! Eu não forjei nada incrível, são apenas armas normais, sem propriedades mágicas, basicamente são pedaços de ferro afiados.

Eu peguei uma das adagas forjadas por Bartor, só por tocá-las senti a qualidade e o balanço muito equilibrado, ele chamou essas armas de “pedaços de ferro” nem quero imaginar qual é o auge de seu trabalho.

Olhei atencioso para o anão de aparência áspera a minha frente, só posso admirá-lo como um brilhante ferreiro. Mesmo com meu poder de moldagem não posso atingir esse balanço sem entender a forjaria.

Tsk! Parece que a paixão pelo que se faz leva a perfeição, talvez eu deva achar algo que goste de fazer também.

Paguei a quantia combinada a Bartor e recolhi as armas, dei as costas para sair da oficina, mas parei por um instante.

Bartor, que me viu parado pergunta:

— Há mais alguma coisa que esqueceu?

— Não! Mas eu voltarei…

Eu viro meu rosto e respondo sorrindo:

— Suas armas são as melhores, virei seu cliente!

Bartor, arregalou os olhos e começou a rir:

— Ahahahahahaha! Entendi! Você gostou, não é? Volte sempre eu farei um desconto.

Sem virar as costas levantei a mão me despedindo, assim saio da oficina e me dirijo a área de caça dos iniciantes.

Eu chego a área de caça inicial, esse lugar é usado pelos aventureiros iniciantes para aumentarem seus níveis, eu sei bem que não vou progredir de nível aqui, minha prioridade é dominar os armamentos de Bartor.

Antes de tudo faço algo que deixei de fazer a tempos:

— [Status]

STATUS
Nome: Ferus Raça: Bestial Lobo Divino Gênero: Masculino
Idade: 14 anos Classe: Guerreiro das Correntes Nível: 36
Força: 1.360   Resistência 1.260  
Agilidade 1.360   Destreza 1.360  
Sabedoria 200(MAX)   Inteligência 200(MAX)  
Carisma 200(MAX)   Poder Mágico 1.360  
Pontos de Vida 1.220   Mana 970  
Ataque 1.160 +15 Defesa 1.030  

Equipamentos:

Arma Bônus Propriedades Material
Adagas +15 ATQ - 0 - Aço
Proteção Bônus Propriedades Material
       

Perícias:

Saltar NV MAX, Acrobacias NV MAX, Escalar NV 07, Sobrevivência NV MAX, Esportes NV MAX, Artes marciais NV MAX, Arquitetura rupestre NV 05, Artesanato NV 05, Confecção de Ferramentas NV 05, Arte rupestre NV 03, Culinária NV 06, Concentração NV MAX, Usar arma exótica (correntes) NV MAX, mestre usuário de correntes NV MAX, Furtividade NV MAX, Esconder-se NV 08, Ocultar presença NV 06, Desmantelar NV MAX, Corte e costura NV MAX, Sentir presenças NV MAX, Sentir intenção assassina NV MAX

Habilidades: [ ]

Regeneração NV 04, Força dos gigantes NV 03, Pele de titânio NV 03, Resistência a magia NV 03, Ocultar Status NV 07, movimento rápido NV 03, esquiva sobrenatural NV 04

Habilidades: passivas

Status, Avaliação NV 08, Índigo Energy NV 02, Índigo Chains NV 05, Connection with Chains NV 07, Guilhotine Chains NV 03, Sentidos sobrenaturais NV 01

Habilidades Especiais: passiva

Imunidade a magias mentais NV 04, Imunidade a venenos NV 05, Vínculo de existência(especial)

Habilidades Únicas: passiva

Crescimento rápido, aprendizagem rápida, Desenvolvimento acelerado

Habilidades Mágicas: {}

Espaço dimensional, Magia especial única

Poderes:

Infundir energia

Técnicas:『』

Shackle Dagger, Shackle Spear, Shackle Dual Sword, Shackle Great Sword, Shackle Reaper, Shackle Ferir Claw, Fissura

Magias: {}

Mudança de estado, Moldagem, Reparar, Separação, Alterar temperatura, Sintetizar

Títulos:

O senhor da montanha

 

Os valores numéricos mudaram bem, mas não adquiri novas perícias e subi pouco o nível das minhas habilidades, consegui umas novas como [Sentidos sobrenaturais], mas não acho que tenha sido muita coisa.

Não ganhei níveis por lutar contra Jù yuán, isso só pode ser pelo motivo de que lutei com meras cópias, mesmo assim o macaco é muito forte, nem quero imaginar seu poder real.

Decidi começar pelo mais prático na minha opinião, as adagas, eu as peguei em meu espaço dimensional.

O Fenrir inesperadamente falou em minha cabeça:

— HMM! COMO PENSEI! AS ADAGAS SÃO SUA ARMA FAVORITA.

Eu não posso negar o palpite de Fenrir, realmente me sinto mais familiarizado com as duas adagas em minhas mãos.

Eu aproveito e pergunto:

— Fenrir, existe algum plano para me deixar mais forte?

— HMM, SIM EXISTE, MAS É MUITO TORTUOSO E DIFÍCIL.

— Não tem problema, desde que eu possa fazer!

— TÍTULOS!

— Hã? Títulos?

— SIM ELES DÃO A VOCÊ MUITOS BENEFÍCIOS, CORRI PELO MUNDO ATRÁS DE BATALHAS PARA ADQUIRIR O TÍTULO SUPREMO, O TÍTULO QUE PODE ARRUINAR O DESTINO DE UM DEUS.

— Hoooo! Que título é esse?

— RAGNAROK*, O TÍTULO MÁXIMO DO REI DAS FERAS! * Nota do autor: Ragnarok pode significa literalmente “destino dos deuses ”

— O que um título tem de mais?

— ELE CONCEDE BENEFÍCIOS QUE FACILITAM SUA VIDA, POR EXEMPLO, SEU TÍTULO DE SENHOR DAS MONTANHAS, ELE LHE DÁ A CAPACIDADE DE CAMINHAR ENTRE AS FLORESTAS PRÓXIMAS AS MONTANHAS SEM SE PERDER, TAMBÉM LHE DÁ SORTE QUE EVITA O ENCONTRO COM CRIATURAS MORTAIS.

De fato, parece ser uma coisa boa, conseguir esses títulos, mas eu penso que não deve compensar muito.

— OS TÍTULOS MAIS PODEROSOS, SÃO AQUELES QUE ADQUIRIMOS AO ENFRENTAR UMA INFINIDADE DE CRIATURAS, VOCÊ VAI ADQUIRIR NOVOS TÍTULOS MAIS CEDO OU MAIS TARDE, JÁ QUE DECIDIU TREINAR DESSA FORMA.

— Já que é assim, é inútil pensar nisso agora, vou pegar o ritmo pouco a pouco com minhas armas.

— ISSO MESMO! ASSIM SERIA O JEITO MAIS SEGURO!

Deixando o assunto tratado de lado eu decido adentrar mais a fundo a pequena floresta e caçar criaturas fracas, para assim poder me acostumar com as adagas de Bartor.

Uns quinze minutos de caminhada são suficientes para achar um campo cheio de monstros, eu vi uma criatura gelatinosa nojenta, mas ao seu redor existia muitos de sua espécie acho que o número supera uma centena.

O Fenrir me adverte:

— FERUS! USE A AVALIAÇÃO, VOCÊ NÃO TEM DISPOSTO MUITO DESSA FERRAMENTA, MAS CREIO QUE ESTÁ FAZENDO ERRADO DEIXANDO DE USÁ-LA.

— Eh? Por que os adversários ultimamente são muito superiores, então não consigo avaliá-los.

— ESSE É O PROBLEMA! AS HABILIDADES DE USO ATIVO, SOBEM DE NÍVEL A MEDIDA QUE A USA, COMO NÃO ESTÁ USANDO-A É CLARO QUE SEU NÍVEL NÃO VAI SUBIR, A PARTIR DE AGORA VOCÊ DEVE AVALIAR TODOS OS ADVERSÁRIOS ENTENDEU?

Fenrir é uma criatura que superou os deuses, claro que seu conselho deve ser seguido.

— Tudo bem! A partir de hoje vou avaliar cada adversário.

— ISSO VALE PARA TODOS, MESMO ALIADOS E PESSOAS QUE ACABOU DE CONHECER, TODOS DEVEM SER AVALIADOS, SE TRANSFORMAR ISSO EM UM HÁBITO INSTINTIVO, NUNCA SERÁ PEGO COM A GUARDA BAIXA.

— Ok!

Eu usei avaliação na criaturinha grotesca:

STATUS
Nome: Slime Raça: Metamorfo Fraco Gênero: Sem Gênero
Força: 20   Resistência 20  
Agilidade 20   Destreza 20  
Sabedoria 20   Inteligência 22  
Carisma 25   Poder Mágico 11  
Ataque 87   Defesa 90  

Habilidades:

Corrosão Lenta

 

Um monstro bem fraquinho esse aí, mas não vou desperdiçá-lo, ele será o sacrifício para minha evolução.

— Kukukuku! MORRA!

Como um flash divido a criatura em dois, no entanto ela se uniu novamente como se nada tivesse acontecido.

— Eh? Como é possível?

O Fenrir suspira em minha mente e avisa:

— AFFS! FERUS, ESSA CRIATURA É BEM FRACA, MAS SE NÃO A ACERTAR EM SEU NÚCLEO É INÚTIL, ELA IRÁ SE RECONSTITUIR SEMPRE.

— Droga! Me senti um idiota agora!

— NÃO HÁ PROBLEMA SE APRENDEU COM SUA FALHA! APROVEITE ESSA OPORTUNIDADE PARA TREINAR SUA PRECISÃO, VAMOS FAZER UM DESAFIO, VOCÊ DEVE MATAR CADA SLIME AQUI COM UM ÚNICO ATAQUE!

O desafio do Fenrir me acendeu o espírito, eu pessoalmente gosto de desafios, o núcleo dessa criaturinha é visível, parece que o pequeno rosto dela é exibido em seu núcleo que é protegido por seu corpo verde gelatinoso.

Bom! Dessa vez não vou falhar!

Mais uma vez ataquei a coisinha nojenta, dessa vez minha adaga atinge em cheio seu núcleo.

— FUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!

Um barulho chato similar à de um pneu furando é feito pelo slime em seu final, seu corpo composto por gosma virou agora um liquido verde sem muita resistência.

Eu olho para a cena e penso:

“Será que isso tem algum valor? Escutei de Hiekf que os monstros sempre têm partes que valem alguma coisa, no caso do slime acho que deve ser esse liquido verde nojento”

Com minha magia de moldagem construo um pequeno recipiente de terra usando o solo, usei a magia de separação para retirar as impurezas do líquido e armazena-lo no recipiente.

De forma abrupta outro slime me atacou, por sorte eu me esquivei antes dele me acertar, contudo antes que percebesse, mais dois slimes estão sobre minha camisa, a roupa começou a ser dissolvida, então eu os rebati dali rapidamente.

— O QUE ESTÁ FAZENDO PEQUENO LOBO? COMO BAIXOU SUA GUARDA ASSIM?

— Não posso fazer nada! Eles me atacaram de um ponto cego!

— TSK! VOCÊ AINDA NÃO ENTENDEU?

O Fenrir fala comigo com um tom de raiva, ele continua:

— ATIVE SEU SENTIDOS SOBRENATURAIS IMEDIATAMENTE!

Escutando o sermão do Fenrir eu ativei meus sentidos sobrenaturais:

— [Sentidos sobrenaturais]

Minha visão audição e olfato sentiram uma mudança súbita no mesmo momento, graças a isso eu senti os inúmeros slimes me cercando e se preparando para me atacar.

O Fenrir adverte:

— PEQUENO LOBO! A PARTIR DE HOJE ANDE SEMPRE COM SEUS SENTIDOS SOBRENATURAIS LIGADOS, NUNCA OS DESLIGUE, ELES SÃO SEM DÚVIDA SUA MAIOR HABILIDADE.

Fiquei insatisfeito com o pedido do Fenrir.

— Espera aí! Você sabe o quão desgastante é deixar meus [Sentidos sobrenaturais] ligados? Tenho que aguentar aromas desagradáveis, além de escutar cada palavra idiota a minha volta!

— LIDE COM ISSO! VOCÊ NÃO ESTÁ EM POSIÇÃO DE ESCOLHER! QUER FICAR FORTE, NÃO É? ACHA MESMO QUE ISSO VEM SEM CUSTO DE ALGUM SACRIFÍCIO? O MUNDO NUNCA FOI TÃO BONZINHO ASSIM CRIANÇA, SE QUISER PROTEGER AQUELES QUE LHE SÃO ESTIMADOS, ENTÃO JOGUE FORA ESSES LUXOS IDIOTAS!

— Guh!

O pior que o sermão duro do Fenrir tem toda a coerência, apesar de irritado não posso ficar contra a razão.

— Tsk! Você está certo!

Graças aos meus sentidos sobrenaturais consigo entender cada movimento feito em minha volta, mesmo em meu ponto cego consigo determinar as ações do inimigo pelo cheiro e pela audição, a sensação é de que minha visão se expandiu para 360º.

Os slimes que antes não passavam de uma centena, agora se mostraram de seus locais ocultos, tenho uma impressão que esse número dobrou, agora os slimes passam dos duzentos, eles estão se aglomerando próximos aos outros, isso para me atacarem em conjunto.

— Tsk! Aumentar seus números não vai adiantar nada!

Os slimes saltam violentamente contra mim, com meus sentidos ligados eu desviei facilmente da primeira dezena deles sem fazer movimentos exagerados.

Depois de pousarem no chão eu aproveitei a vulnerabilidade e os ataquei direto em seus núcleos transformando-os em um líquido verde sem vida.

*Perícia adquirida:

  • Usar adagas adquirido
  • Ambidestria adquirida
  • Lutar com duas armas adquirido.

Eu aponto minha adaga para o aglomerado de Slime e declaro:

— Sejam bonzinhos e se tornem os sacrifícios para minha evolução.

Com um sorriso destemido fui de encontro aos Slimes.



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