Volume 1 – Arco 1
Capítulo 22: Golpe das frutas
Que situação desconfortável.
No breve momento após acordar, sem nenhuma distração ou entretenimento rápido para preencher sua mente, ele foi largado sozinho, com seus próprios pensamentos.
Se ressentir demais, ao ponto de ter pesadelos com seus piores arrependimentos, é terrível, mas não sentir nada era igualmente ruim.
Seria porque teve pouco tempo de convívio com o Brutamonte, por isso pouca afeição e nenhuma falta com a perda?
Esse era um sentimento familiar, mas o contexto era completamente diferente.
Como deveria reagir? Como deveria ter reagido?
Foi frio demais? Mas se quebrar em lágrimas parecia excessivo e não apropriado para aquele momento.
O Vibogo percebeu sua verdadeira natureza?
Ou em um golpe de sorte, o choque e a falta de reação, vieram como natural?
Como é estressante se manter sobre circunstâncias extraordinárias.
A partir desse momento, Lucca começou a ponderar, imaginar e criar soluções para cenários que nunca haviam passado em sua cabeça antes.
Como lidaria com a morte? Sua própria morte? A morte de alguém ainda mais próximo? Faria como as últimas vezes ou mudaria?
Mas ele se privou de criar uma resposta definitiva, na improvável esperança que não fosse confrontado com essa pergunta tão cedo, por preguiça de pensar mais sobre.
— Certo! Chega disso.
Apesar de momentos como esse, a tentação de jogar tudo para o alto e ser genuíno, crescia em seu coração, mas os erros passados moldaram alguém forte que não cederia tão fácil.
Que prepotente se chamar de forte.
Um grande desentendimento, que se desenrolava no bar ao lado da pousada, quebrou o silêncio com um som de batida na madeira e começou a aumentar em número de vozes e volume, então, acabei abrindo a janela para ver o que estava acontecendo.
— Como assim acabaram as bebidas em um bar!? — gritou um dos cavaleiros.
— Senhor... Até tem bebidas, mas faltaria para todos os homens. Nos perdoe.
— Deixa ele em paz, vamos em outro.
— Receio que os outros terão a mesma resposta.
— É algo pessoal então? — Uma energia vermelha começou a emanar de seus punhos.
— Ei, ei, vai usar isso em um civil?
O dono do bar se curvou de cabeça para o chão e tremendo, se explicou:
— Juro que não é isso! Houve um problema na transportação e como tem poucos bares por aqui, aquela era a única frota que chegaria com as bebidas desse mês!
— Acorde os outros, vamos para a próxima cidade — disse o líder da expedição, em um tom calmo, mas com uma expressão igualmente irritada.
Fechei a janela, me troquei, arrumei a cama e desci as escadas.
— Nós vamos...
— Já ouvi pela janela.
Demorou alguns minutos para todos se reunirem e nesse meio tempo, quando estava prestes a montar no Fum, que descobri ser o nome do tigre do Rafun, o Khajilamiv veio e me avisou que eu poderia viajar na carruagem.
Nós passamos e cumprimentamos os cavaleiros, especialistas e empregados, então entramos na carruagem.
Era mais espaçoso do que parecia por fora e tinha diversos luxos, além do que imaginava: os assentos eram reclináveis, havia uma ampla coleção de livros para escolher, o vidro, que era escuro por fora, era transparente por dentro, então dava para apreciar a paisagem, havia várias bebidas alcoólicas e não alcoólicas, a temperatura do ambiente podia ser controlada a partir de uma roda ligada a uma pedra elemental no chão e até tinha um toca-discos com opções além das músicas clássicas.
“Espera... Transparente? Então eles conseguiram ver que o Rafun me soltou?”
— Me perdoe, no calor do momento, acabei lidando com você de forma infantil, suposto herói — disse Prykavyk.
— Deixa eu adivinhar... O Khajilamiv ficou na sua orelha a viagem inteira e você só está pedindo desculpas por causa disso?
— Acertou em cheio! — disse Selena. — Felizmente, já estou acostumada com a falação dele.
— O que importa é que agora você pode vir conosco, na segurança da carruagem! — disse Khajilamiv, envergonhado.
Enquanto conversávamos, senti algo tocar no meu pé.
— Você trouxe o gato?
— Já tentamos deixar ele em casa, mas o Lírio sempre dá um jeito de escapar. — Ele se abaixou e pegou o gato, mas estranhamente, ele estava diferente.
— Esse gato...
— Sim, além disso, ele é o gato mais mulherengo que já vi... Seria gatarengo? Enfim, toda vez que a gente tira o olho dele, esse safado aparece com mais uma diferente! — O Lírio, na verdade, se escondia dentro do compartimento de bebidas.
— Já tentamos castrar, mas ele desaparece em pleno ar quando sente que algo está estranho — disse Selena.
Só de ouvir essa palavra, o Lírio fugiu da carruagem.
— Não vão atrás dele?
— Ele sempre some e retorna quando quer.
— Pelo que vi antes, a carruagem anda bem mais rápido que um gato consegue correr.
— Você se acostuma.
“Eles vão fingir partir, para trazer ele de volta pelo medo?”
Pelos primeiros minutos, fiquei atento para ver se o gato retornaria, mas esse pequeno percurso foi tão infinitamente melhor que o último, que acabei me distraindo.
O Khajilamiv leu alguns contos para nós e surpreendentemente, ele era incrivelmente habilidoso em fazer as vozes dos personagens; a Selena ensinou alguns jogos de viagem e até o Barão compartilhou algumas histórias engraçadas, de seu tempo nas fronteiras.
— Tem alguma história legal, Lucca?
As únicas que conhecia de cabeça, eram alguns livros de fantasia que li e reli até decorar e histórias de contos mitológicos famosos. Eles ouviram atentamente aos contos, como se fossem histórias reais do meu mundo e como acharam interessante, decidi não os corrigir.
Já que estávamos perto de diversas pequenas vilas, quase não houve interrupções. E sem ter que me preocupar em cair a qualquer momento, cheguei na cidade disposto a explorar um pouco, ao invés de capotar em uma pousada.
— Olha ele aí.
Inexplicavelmente, quando abrimos a porta, lá estava o gato, em perfeitas condições, esperando pacientemente, lambendo sua pata.
— Tem certeza de que ele é mesmo um gato?
— Já o enviamos para o laboratório central e biologicamente, ele é um gato comum — respondeu Khajilamiv.
— Biologicamente?
— Por algum motivo, ele parece ser capaz de usar magia, mas também confirmaram que não vai. Normalmente, seria categorizado como um monstro, mas como o motivo de conseguir usar magia não está relacionado com a maldição, biologicamente, ele é só um gato comum.
— Por precaução, colocamos essa coleira, que limita o uso da mana — disse Selena.
— FINALMENTE! — Os cavaleiros, que partiram imediatamente para o bar, parecem ter tido sucesso dessa vez, então essa estadia provavelmente vai ser bem mais longa que na vila anterior.
— Vamos fazer compras enquanto isso? — perguntei para o Khajilamiv, que me lançou um olhar irritado.
— Meu pai confiscou todo meu dinheiro.
— Foi mal...
— Mas o meu não! — disse Selena, elevando uma trouxinha de pano, cheia de moedas e notas. — Querem comer alguma coisa?
A última experiência comprando comida, me deixou uma impressão negativa o bastante para eu recusar, mas mudei de opinião, depois de ouvir a ideia do Khajilamiv.
Gamaliel, São Paulo, 2017 D.C
Os dois flutuavam na altura das nuvens, analisando as opções de lugares para almoçar, depois de visitarem vários museus e bibliotecas, para aprenderem a cultura da Terra, terminarem vinte bicos de eliminação de monstros em meia hora e comprarem roupas e acessórios apropriados para a Terra.
— Vi em um guia turístico, que aqui tem um mercadão que vende todos os tipos de comidas exóticas, quer ir lá? — Gamaliel vestia um terno sob medida, um chapéu menos chamativo que o seu antigo, um relógio prateado de marca e sapatos sociais.
— Onde fica? — Enquanto Karim usava um pijama e pantufas de dinossauro verde.
— Ali, naquela construção, do lado daquela rua com um formato estranho.
Eles desceram em uma rua menos movimentada, para não chamarem tanta atenção e foram andando para lá.
— Eu quero comer um pastel em formato de capivara! — disse Karim, apontando para um vídeo no seu celular novo, com capinha de unicórnio.
— Vi em diversas fontes, os estrangeiros elogiarem os preços das frutas desse país. Depois de comer algo saudável, pode comprar quantos pasteis quiser.
— Me vê um trocadinho aí... — Se virando para a direção da voz, Karim viu que o morador de rua tinha um cachorro, então pulou para brincar com ele, sem pedir permissão.
— O que você...
— Aqui. — Gamaliel colocou uma nota de cem, no copo de plástico e a expressão dele mudou imediatamente.
— Hahaha, fique à vontade garoto, ele é mansinho.
Mas vendo isso, dois vendedores de uma barraca de frutas, que estavam em uma pausa, fumando, correram para dentro do mercadão, rindo e cochichando algo.
— Já deu, vamos — disse Gamaliel.
— Tchau cachorrinho!
— Sei que você não consegue se controlar quando vê um animal desses, mas pelo menos, seja educado... — E os dois se espremeram no meio da multidão.
— Pastel! — Mas Karim foi puxado pelo capuz, por uma mão fantasma, magia do Gamaliel.
— Voltamos aqui depois.
Após muitas discussões e recusas do Karim, eles finalmente viram uma loja distante que ambos concordaram em ir, mas antes de conseguir chegar lá, foram parados por dois vendedores.
— É a primeira vez dos dois senhores no Brasil?
“Aqueles homens de antes...”
— Hã... Spique inglish?
— Olha, o preço dessa loja é 3 vezes mais barato que o outro! — disse Karim.
— E as frutas são seis vezes melhores em sabor! — Ele pegou e cortou uma na hora, oferecendo para os dois, com dois palitos de dente. — Cortesia!
Karim pegou sem pensar e sorriu de alegria.
— Isso aqui é muito bom! Compra para mim!
Mas Gamaliel foi mais cuidadoso e usou uma inspeção de veneno, maldição e armadilha, só então, deu uma mordida tímida em um pedaço.
— Hm? Realmente isso é muito agradável. — Aquela havia sido a fruta mais doce que Gamaliel já experimentou, um grande elogio para alguém que recebia toneladas de presentes de todos os tipos e endereços, na porta do escritório.
— Então, vai comprar?
— Não.
Gamaliel se virou e puxou Karim.
— Awn, por que não?
— Ei gringo! Tá de palhaçada? Provou a cortesia e não vai levar nada? — E o vendedor mostrou uma faca, enquanto sorria.
— Isso é uma armadilha de turista. O preço parecia mais baixo, mas estava medido a cada cem gramas e não ao quilo, como nas outras.
— Mas a gente tem dinheiro o suficiente...
— Você acha que quem faz isso, deixaria a gente em paz? Ele nos empurraria um produto atrás de outro e nos extorquiria, até a última fração de real.
— Tá se achando espertinho demais... Quer conversar com o meu amigo aqui? Ele é um guardião com um contrato de terceiro nível!
— Viu só?
O homem de quase dois metros, andou para cima dos dois, ativando sua habilidade de tank [intimidar], mas Gamaliel conjurou dez círculos e o encarou de volta.
— M-monstro! — Ele tentou resistir e continuou mantendo o olhar, mas no fim, caiu no chão, inconsciente, antes de qualquer ataque visível.
— Mas que...
Então os dois saíram, pacificamente.
— Como você descobriu esse golpe?
— O Lucca avisou todo mundo antes, não lembra?
Jithnaris, 1340 D.M
— Cem por uma fruta!? Tá de brincadeira? — gritou Selena.
— Cento e um Kal e duas frações, para ser mais exato.
Enquanto ela discutia com o vendedor, eu me virei e perguntei para o Khajilamiv:
— Quanto que vale uma unidade dessa moeda?
— Com um Kal daria para comprar mais ou menos uns cem gramas de pão e uma fração, pouco mais de um grama.
— Dez quilos de pão... Um quilo... Cinquenta reais por uma fruta!?
— É isso, já deu! — E ela puxou cinco adagas em cada mão, pronta para lutar.
— Se acalma! — Eu e o Khajilamiv seguramos os braços dela, mas ela escapou e atirou tudo no vendedor.
Para nossa surpresa, com um reflexo absurdo, ele agarrou as dez adagas com as mãos nuas.
— Se abaixem! — E eu empurrei o Khajilamiv, que quase foi acertado quando ele as jogou de volta.
— Espera... A testa dele não está meio estranha? — Khajilamiv, mesmo quase tendo morrido, não parecia nada assustado.
— Que barulho foi esse? — E os cavaleiros de escolta chegaram e viram essa cena.
— É aquele vendedor, podem prender ele! — Mas ao invés disso, eles correram na minha direção.
— Solte o jovem mestre agora, criminoso!
— Esperem, o culpado está ali! Selena, fale alguma coisa! — Mas os dois já haviam desaparecido. — Para onde eles foram!?
— Quando você pulou para me salvar, ele fugiu e ela foi atrás — explicou Khajilamiv.
Os cavaleiros desembainharam suas armas e começaram a me perseguir.
— Fala isso para eles!
...
Os dois se curvaram em um ângulo perfeito de quarenta e cinco graus.
— Relaxem, eu entendo o que pode ter causado essa confusão.
— Tsc, perdi ele. — E a Selena também voltou.
— Você viu algo estranho na testa daquele vendedor? — perguntou Khajilamiv.
— Por que está tão fissurado na testa dele?
— Só vi uma maquiagem malfeita, que se dissolveu com o suor — respondeu Selena.
— E embaixo da maquiagem?
— Tinha uma tatuagem de uma meia lua amarela, feita com má vontade.
— Sabia!
Teorizando sobre o que poderia ser, me lembrei dos marcados.
— Será que ele era...
— Sim! Ele era um cultista da seita demoníaca!
— Não sei não, parece meio conspiracionista demais...
— Gastamos tempo demais aqui e não fizemos nada, discutam isso enquanto comem — disse Selena, ainda frustrada.
Assim como o bairro comercial da vila perto da prisão, esse mercado tinha mais lojas de artigos artísticos e perfumarias do que restaurantes e vendinhas de comida.
— Tem certeza de que isso não é comestível?
— A placa está... Esqueci que você não consegue ler. É uma armadilha para ajudar na caça.
— Eles vendem armas em um lugar assim?
— Khaj! Caiu bem em mim? — disse Selena, usando uma manopla com um lança chamas embutido.
“O vendedor deixou uma criança...”, olhei para o lado e vi um adulto medir o tamanho ideal de um cabo de uma lança, para uma criança mais nova ainda, junto do dono da loja, que recomendou um canhão mágico em miniatura, no lugar.
Sei que vi com meus próprios olhos que monstros capazes de destruírem uma casa moram a alguns minutos da vila, mas não tem como isso estar certo. Uma arma nas mãos de uma criança, não é mais perigoso ainda?
— Desde que não use no primeiro vendedor que recusar um desconto — respondeu Khajilamiv.
— Você mesmo disse que ele era um cultista, então fiz o certo!
— O problema é que você não sabia disso naquela hora.
— Eu nem estou com meu disfarce de nobre, não vai dar nada.
— Parece que eu ainda tenho muito a aprender sobre esse mundo...
— O que foi?
— Você encara a testa de todas as pessoas que acaba de conhecer? — perguntei para o Khajilamiv.
— Que pergunta estranha, claro que não.
— Então como percebeu que ele estava escondendo uma tatuagem?
E o olho dele começou a brilhar em dourado.
— Assim.
— Agora sou confiável o suficiente para você contar o que essa habilidade faz?
— Se houve algum progresso notável, é que você se tornou ainda menos confiável. — Ele fechou os olhos e respirou profundamente, então chegou a uma conclusão. — Vou ter que explicar eventualmente, por conta do Banquete... Tudo bem, eu conto. Coisas ou pessoas que irão beneficiar a humanidade, brilham em dourado e o oposto brilha em roxo. Cada membro da família tem uma visão um pouco diferente, as vezes mais ou menos sensível, as vezes com uma habilidade adicional ou amplificação por magia. Mas todos com o sangue Fortuna nascem com essa habilidade, sem exceção.
— Então seu pai...
— Sim, ele obteve o título se casando com a minha mãe, que tem o sangue Fortuna.
— Ela ainda está viva?
— Provavelmente, mas sempre arranja uma viagem de emergência, para fugir dos Banquetes, que odeia mortalmente.
A Selena voltou com duas sacolas e entregou uma para cada um.
Mas quando fomos segurar, fomos puxados para o chão.
— Quantas coisas tem aqui? — Sem dúvidas, eu estava incomparavelmente mais forte que antes, mesmo assim, essa sacola me obrigou a ativar uma habilidade de força adicional temporária, que encontrei na biblioteca da solitária, para conseguir levantar.
Já Khajilamiv, falhou completamente e desistiu de tentar.
— Cavaleiro! Ajude ele. — E ele levou a sacola com facilidade.
— Eu também... Por favor.
Ao usar a habilidade, minha cabeça começou a doer e eu tomei mais uma pílula.
— Tem alguma coisa preocupante na bula desse remédio? Acho que já tomei pelo menos nove desses.
— Deixa eu ver... — E a Selena olhou com desprezo para essa caixa. — Malditos sejam os Fortuna.
— Lembra que um dia você vai ser uma também.
— É muito ruim?
— Pelo contrário. Eu mesma, queria esse remédio faz anos. — Ela pegou duas pílulas e colocou na sacola dela. — É a obra prima da maior escola de farmácia da humanidade. Já vi algumas pessoas serem sequestradas por causa disso.
— Eu estava tomando algo valioso assim, igual bala?
— Que estranho, toda vez que fiquei doente, também ganhei uma caixa dessas. E meu pai nem é tão rico assim.
— Só quem é rico falaria isso. — A Selena parou de andar e apontou para o Khajilamiv. — Agora que eu parei para pensar. Aquele médico que veio olhar o Lucca era um professor universitário de lá! Esses Fortuna da linhagem principal...
— Já deu com os insultos a minha família!
— Aquilo é uma máquina de sorvete?
— Onde!? — Finalmente, os dois agiram de acordo com a idade e foram saltitando para lá.
— Vou querer um de chocolate! Se tiver...
Eu segurei o cone de sorvete, hesitante que tivesse o mesmo gosto do resto das comidas, por tanto tempo, que começou a derreter.
— Não vai comer?
Eu toquei a ponta da minha língua naquele sorvete de aparência perfeita e novamente veio uma decepção.
— Que amargo.
Parecia um chocolate setenta por cento, que comprei por engano uma vez, mas para os parâmetros desse mundo, foi bom o suficiente para eu acabar com tudo, mesmo reclamando.
— Tem panquecas também! — disse Selena. — Vão querer?
— Quero aquele com morango — disse Khajilamiv.
— Dessa vez, eu passo.
Por um breve momento, tudo parecia tranquilo.
Por isso, eu redobrei ao máximo minha atenção.
“Dessa vez não vou ser pego desprevenido!”, eu peguei três armas emprestadas da sacola da Selena, avisei para os cavaleiros chamarem reforços, para caso o suspeito voltasse e especifiquei que fosse o Rafun.
— Eu te contei sobre a minha habilidade, agora é a sua vez. Como está o progresso daquela inata estranha?
— Zero vírgula trinta e cinco por cento.
— Como você conseguiu uma previsão quebrada?
— Eu previ que iria ser um dia ensolarado, mas choveu com sol, formando um arco-íris, então só ganhei 0,01% no primeiro acerto.
— Então tem que ser exato...
— Tentei algumas previsões mais específicas, mas o sistema nem contabilizou quando tinha qualquer detalhe errado.
A Selena chegou com as panquecas e se sentou na mesa.
— Estão se divertindo? — Nesse momento, o cultista surgiu do teto.
— Sabia que você voltaria! — Arremessei quatro bombas com uma arma que parecia um arco, desembainhei uma foice e atirei cinco dardos nele.
O cultista foi pego de surpresa e mesmo desviando de alguns dos meus ataques, foi acertado em cheio por outros.
— Agora! Peguem ele! — Então cinco cavaleiros pularam em cima dele e finalizaram o trabalho, o amarrando e colocando um artefato, parecido com a coleira do gato nele.
— Uma vitória completa! — Os erros te deixam mais preparados para a próxima!
— Kekeke... Acham que vão sair impunes, agora que mexeram com um membro da... — Antes de terminar a frase, a tatuagem dele brilhou.
— Se afastem! — Os cavaleiros retiraram todos em segurança, mas o cultista se explodiu, deixando uma cena bastante nojenta.
— Vamos investigar isso a fundo? — sugeriu Khajilamiv, animado.
— Não! Vocês crianças tem que ficar em um lugar seguro, do lado do líder — E o Rafun pegou os dois e levou para a pousada que o Barão estava ficando.
— Isso mesmo, vou ter que investigar sozinho...
— Você também!
— Como voltou tão rápido!?
Tentei fugir, mas fui pego por ele e levado junto dos outros dois.
...
— Desculpe por fazer você tomar conta dos dois e perder a festa dos cavaleiros — disse Prykavyk.
— Só fiquei com eles porque foi melhor para mim, odeio bebida. Está confiando demais em um criminoso.
— Estou confiando na habilidade infalível dos Fortuna. Que mais uma vez se provou certa.
— Você não me odiava não?
— De onde tirou isso?
— Me mandou ir com os Grão-mestres, olhou para mim como se fosse me matar, me tratou como um criminoso.
— E você não é um suspeito, em processo de julgamento? E aquilo era só para você pegar o jeito de como é andar em um monstro, já que vai fazer bastante quando conseguir o certificado de herói. Eu até deixei um bilhete com o Rafun...
— Ah, então foi voc
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