Hant! Os Piores Brasileira

Autor(a): Pedro Suzuki


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 40: Irmãos Laika

Lucca, pousada, 1340 D.M

Se contorcendo de dor de cabeça e se segurando para não vomitar, o Barão acordou, tateou os seus bolsos até encontrar uma caixa em seu bolso, engoliu uma pílula e se recuperou totalmente.

Ainda era a mesma tarde em que ele desmaiou.

E o motivo de conseguir acordar tão rápido, foi graças a um dos aventureiros, experiente em ter companheiros de viagem assim, que tinha uma magia exata para essa situação e acelerou sua recuperação de saúde e consciência.

— Desmaiei por quanto tempo? — perguntou o Barão, depois de esfregar os olhos e se espreguiçar.

— Somente por algumas horas — respondi.

— Pagaram por quantos dias de hospedagem nessa pousada?

— Somente pela noite anterior, ainda temos que renovar, caso fiquemos mais uma noite — respondeu Rafun.  

— Vamos partir imediatamente, o bairro nobre fica a uma boa caminhada daqui. — Ele também recuperou sua expressão séria de sempre.  

Assim que os outros saíram para avisar o resto do nosso pessoal, dei umas três olhadas desajeitadas, antes de perguntar:

— Você se lembra do que contou antes?

— Lembro sim.

— E então? Se arrepende por ter dito tudo aquilo, no impulso?

— Confesso que contei um pouco demais e se estivesse sóbrio, nunca te diria nada sobre meu passado, porém, não me arrependo.

Então ele se levantou da cama e saiu do quarto, um pouco envergonhado.

— Ele se confessou para você ou algo do tipo? — perguntou um dos aventureiros, que estava bisbilhotando nossa conversa de um quarto vizinho.

— Claro que não... Como que chegou a essa conclusão?

— Depois de negar com tanta força nossas saídas, mesmo já sendo adulto e não fazendo parte da ordem da santa, que outra conclusão poderia ter?

— O que isso tem a ver?

— Já sei! Talvez você deixou uma amante para trás, ao embarcar nessa jornada de herói?... Enfim, o Prilio está te chamando para falar sobre os cultistas da banana? O que quer que isso signifique.

Eu procurei pelos quartos próximos e não encontrei ele.

— No terraço — acrescentou o aventureiro.

Subindo dois andares, encontrei uma porta trancada, com um aviso em vermelho, que não consegui ler, por só conter a língua local.

Bati duas vezes e o Prilio abriu a porta.

— Naquele dia, tem certeza de que vocês pegaram o líder daquelas operações? — perguntou Prilio.

— Acho que sim... Por que?

— Agora mais cedo, as serpes farejadoras de um grupo de amigos que trabalham nessa região, tentaram parar uma carroça guiada por alguns homens suspeitos. Eles resistiram e criaram um pequeno confronto, mas os guardas conseguiram confiscar a mercadoria que eles levavam.

— E a carga era repleta de bananas?

— Venha ver... — Ele puxou duas caixas de madeira com dois brasões de grupos comerciais diferentes e as abriu. — A da esquerda não tem nada demais, porém, por baixo das bananas comuns, na direita, encontramos uma espécie de massa... Que parece carne moída.

— De que adianta me mostrar isso? O Barão só irá dizer que não é nada da nossa conta, desde que não envolva ninguém do nosso grupo e nos impedirá de investigar direito.

— Por isso que só chamei você e não ele.

— Quer investigar por conta própria?

— É nossa responsabilidade, por não termos aniquilado eles quando tivemos a chance. Se trabalharmos junto da guarda local, certamente podemos pegar eles de novo. Diferente da última vez, eles devem estar enfraquecidos.

— Sinceramente, acho que vou fazer quase nenhuma diferença nessa segunda investigação. Sei que a minha vitória contra a toupeira pode ter criado uma imagem errada de mim, mas não sou tão forte assim. Pelo menos, não contra humanos.

— Entendi. Irei procurar outro.

— Achei que iria insistir mais...

— Se você recusou, não tem o que fazer.

— Por acaso, quantas pessoas você já chamou antes de mim?

— Umas nove?

“Então eu era a décima opção...”

Pelo menos, não fui o último.

— Pode chamar aquele cavaleiro hospedado no quarto 31, por favor?

— Claro... — Antes de descer, voltei e avisei: — Mas o Barão disse que partiremos em breve, para onde os outros estão hospedados.

— E onde os outros estavam?

— Algum lugar no bairro nobre, não sei ao certo, esqueci de perguntar.

Hm... Nesse caso, vou descer com você.

Ele abriu uma bolsa do tamanho da palma de sua mão e colocou as duas caixas lá dentro.

— Uma bolsa dimensional?

— Isso mesmo.

— Eu tinha uma dessas, mas perdi. Onde comprou essa?

— Você perdeu?

— Mais especificamente, peguei emprestado e tive que devolver.

— Mesmo com uma montanha de dinheiro, é raro encontrar uma dessas a venda. Ganhei de presente, na formatura da escola das serpes terrestres.

— Conseguiu o contato de quem produziu essa?

— Quem produziu morreu faz tempo. Essa e mais cinco outras, foram encontradas em uma masmorra.

— Que pena.

— Vamos partir em cinco minutos! — gritou Rafun, do térreo.

— Melhor nos apressarmos — disse Prilio.

Descemos as escadas apressadamente, mas quando chegamos, o Barão já tinha partido.

Então ele assoviou, chamando a serpe dele, que chegou correndo de uma das ruas.

— Esqueci de perguntar antes, qual o nome dele?

— Rundel. — Depois de subir, o Prilio estendeu a mão. — Ou prefere ir a pé?

— Vou aceitar a carona.

A experiência de andar no Rundel foi consideravelmente mais tranquila que com o Fum.

Apesar de andar na mesma velocidade, seu ritmo era constante e a serpe sempre evitava manobras arriscadas e curvas fechadas.

Pedindo ajuda de pedestres no caminho, alcançamos os outros, pouco antes de chegar no bairro nobre.

Em termos de aparência, não se destacava muito do centro comercial. Da mesma forma, usava da água para quase todas as decorações. Mas a diferença era que, ao invés de lojas ou igrejas, as enormes construções eram casas pessoais, onde moravam os grandes comerciantes, nobres menores, trabalhadores renomados em suas áreas ou atores de teatro e bardos famosos.

Era possível distinguir entre eles facilmente, somente com uma olhada na bandeira que obrigatoriamente ficava hasteada na entrada, para identificação.

Os comerciantes possuíam bandeiras espalhafatosas, cheias de materiais caros e geralmente com uma dica do seu produto principal.

Os nobres possuíam pequenas variações da bandeira dos Fortuna ou dos Laika.

E os artistas colocavam qualquer coisa. Literalmente, qualquer coisa.

Vi desde blocos madeira, costura de roupas caras, espinhos de metal e flores de cristal, até paródias dos emblemas nobres, caricaturas do proprietário e instrumentos musicais quebrados no formato retangular de uma bandeira.

Entretido por essas grandes bandeiras, mal percebi quando chegamos.

Ao virar meu rosto, de repente estávamos rodeados por grandes muros de plantas e flores, regados e podados por diversos jardineiros, comuns e mágicos.

— É comum que magos aceitem esse tipo de trabalho? — perguntei.

— O Visconde deve ter contratado estudantes desesperados, para se mostrar enquanto estivermos nos hospedando aqui. A não ser que ele esteja mantendo uma mandrágora de mil anos ou um girassol produzindo um cristal de mana, ter um mago acrescenta em absolutamente nada. — Então apontou, enquanto sorria. — Olhe só, que tipo de movimentos são aqueles? Ele está apenas balançando as tesouras de um lado para outro.

Passando por esse espetáculo, um grupo de cavaleiros vieram para levar nossas montarias até os estábulos, para que entrássemos em direção a um longo tapete vermelho, sem preocupações.

— Será que esses cavaleiros podem descontar a raiva do confronto de antes, nos pobres animais? — perguntei.

— Quero ver tentarem. Se o Rundel perceber algo de errado, devemos é nos preocupar por eles.

— Espero que eles percebam isso antes de fazerem qualquer idiotice. E se eles se aproveitarem do ataque de sua montaria, para culpá-lo?

— Então irei convidar eles a um duelo, como um bom cavaleiro.

Saltei da serpe e dei uma boa olhada na mansão.

Diferente de todo resto, essa parte não poderia ser disfarçada.

Mas para minha surpresa, essa construção, tanto em arquitetura, quanto em tamanho, externamente, superava a casa do Barão.

Vendo minha cara de impressionado, o Prilio cochichou:

— Guarde suas emoções até ver a mansão da baronesa, na capital.

Subimos por uma larga escadaria e chegamos à porta dupla da entrada, que se abriu, revelando o mordomo chefe.

— Infelizmente, um grande problema surgiu, que demandou a presença do Visconde e o impediu de recepcioná-los. Aparentemente, alguns criminosos hediondos mexeram nas tubulações de água pura, talvez para revender.  Acontece de tempos em tempos, nada demais, é um recurso valioso e único dessa região, afinal. Por enquanto, sintam-se em casa e descansem bem, até que ele chegue e possa levá-los a um tour pela cidade.

Uma fileira de criados, esperando atrás do mordomo, se dispersou no fim do discurso e levou cada um de nós a um quarto individual.

Os cavaleiros de ranques menores e os aventureiros foram levados em direção ao pátio de treinamento, para se hospedarem junto dos cavaleiros locais. E os grão-mestres e eu, fomos levados para o segundo andar.

Uma cama de casal, com uma grande pintura de um anjo em cima da cabeceira, um banheiro particular e uma grande varanda, com uma cadeira de balanço e uma mesa, com uma caneca de chá e alguns biscoitos, já me esperando.

Essa era a suíte que habitaria, enquanto o cristal da barreira não fosse preparado.

Do fundo do meu coração, torci para que um iniciante completo fosse encarregado de cuidar desse serviço, para que pudesse passar o máximo de dias possíveis nesse lugar.

Mas me relembrei da minha estadia na solitária e tive minhas esperanças consideravelmente diminuídas.

“Dois dias, nem uma hora a mais. Só dois dias. É pedir demais?”

— Com licença, vou me trocar — disse para a empregada, que esperava, parada em pé, no canto do quarto.

— Eu te ajudo.

— Já sou grande demais para que precise de ajuda... Só espere por alguns segundos — E empurrei ela para fora do quarto e fechei a porta.

Olhei para a maçaneta por um tempo, vendo se ela não retornaria, então corri para provar os biscoitos.

Sem sabor, como sempre.

— Pode entrar. — Abrindo a porta, tive uma surpresa.

Dois vultos invadiram a toda velocidade e se esconderam atrás das minhas pernas, se agarrando com força.

— Khajilamiv, Selena, a quanto tempo!

— Não é hora para um reencontro caloroso, feche essa porta! — gritou Selena.

— E se alguém perguntar, nunca estivemos aqui — disse Khajilamiv.

— Que tipo de pessoa assustou vocês tanto?

“Será que o filho do Visconde era um aluno tão ruim assim?”

— Achei vocês!

Mas quem se revelou, abrindo a porta com uma chave mestra, foi a filha do Visconde, Nikolina Laika.

Oh, o herói veio de brinde?

— Não responda!

— Fuja!

Cabelos escuros, amarrados e bem penteados, uma forte maquiagem, roupas que davam a aparência de terem custado muito, assim como seu pai, brincos de conchas e uma expressão e tom, como de quem está brava.

Assim, Nikolina Laika começou suas perguntas relâmpago:

— O senhor é um herói mesmo?

— Sim, sou.

— Mágico ou guerreiro? Se guerreiro, de qual escola você veio? Se mago, qual dos quatro caminhos você percorre?

— Eu...

— Um herói deve ser versado em ambas as áreas, porque é um herói... Qual dos fundamentos de Modros você mais se aprimorou?

— Que fundamentos?

— Qual a sua habilidade inata?

— Previsão do tempo.

— Um oráculo? Promissor.

— No outro sentido.

— Então um xamã do clima?

— Digamos que sim.

— Supondo que tenha que escolher entre sacrificar uma pessoa para salvar dez, faria mesmo assim? 

— Depende da uma pessoa e depende dos dez.

— Chega de perguntas! — gritou a Selena.

— Está tudo bem, ela só fez perguntas razoáveis.

— Duas horas! Ela me fez um interrogatório interminável de duas horas!

— Bom, não tenho nenhum outro compromisso importante.

— Você não está entendo, ela pode continuar por tempo infinito! — disse Khajilamiv.

— Perdoe minha empolgação, não é sempre que encontro pessoas tão interessantes — disse Nikolina, se curvando levemente. — Permitirei que recepcionem o herói apropriadamente, retornarei assim que cumprirem seus afazeres.

Ela se virou bruscamente e saiu com passos fortes, batendo seu salto alto no chão.

— Saiu mesmo? — perguntou Khajilamiv.

— Parece que sim — respondi.

— Verifique direito — disse Selena.

— Que medo todo é esse? Ela parece uma boa pessoa, apesar da pressa. O que fez para vocês?

— O que irei falar pode parecer um exagero, mas não é — disse Selena. — Além de pretensiosa e pseudointelectual, além de gostar de fofocas maldosas e ser assustadora, ela é uma calculista de sangue frio, assim como o príncipe! Com a mesma despreocupação de agora, ela compartilhava planos de assassinato contra o próprio irmão!

— Isso é verdade Khajilamiv?

— Ela não disse nada que confirmasse diretamente essas afirmações, mas deu a entender tudo isso.

— Acho que vocês estão exagerando.

Interrompendo nossa discussão, o mordomo chefe chegou dando duas batidas na porta:

— Com licença, está na hora das aulas com o jovem mestre.

— Já estamos indo, só espere um pouco.

— O jovem mestre provavelmente fugirá caso se atrasem.

— Que ele fuja, nossa sobrevivência está em jogo!

— Está tudo bem, eu vou com vocês, podemos conversar no caminho.

Andando até a biblioteca, convenci os dois a darem mais uma chance a ela.

E chegando lá, decidi ficar e observar para ver como seria uma aula deles.

— Pelo contexto histórico e por provas absolutas criadas por estudiosos e pensadores do passado, fato é, que o valor humano difere um do outro. — disse Khajilamiv, enquanto escrevia em um quadro branco, dando aula da matéria geral de humanas. — Se há aqueles que nasceram com habilidades providas divinamente, como os Fortuna, há os amaldiçoados, que nasceram com maldições, como os marcados.  

Há sociedades que pensam que o valor de um escravo é semelhante a de um objeto, porém, Fortuna, através da influência dos heróis, avançou anos à frente do resto do mundo, igualando o valor de um escravo a um animal domesticado.

Claramente, é de mau gosto agredir ou matar animais sem um bom motivo, por isso, não fazemos.  

Mas os outros povos, em uma barbaridade tremenda, costumam cometer esses atos impróprios e justificar que, como são propriedade, cabe a eles decidir o que fazer com os seus escravos.

Como um futuro governador de uma terra pertencente a Fortuna, seja sábio e trate devidamente a quem deve, sempre com base na razão.

A plebe tem um papel importantíssimo, por isso usufrui dos direitos completos, quando cidadão de Fortuna.  

Entre salvar um plebeu de outro país ou um escravo, definitivamente um plebeu de outro país deve ser salvo, porém, seu valor equivale a um terço de um cidadão de Fortuna.  

Estudiosos, comerciantes e guerreiros valem por dez.  

Guerreiros de alta classe e estudiosos de alta formação valem por cem.  

Um nobre vale por mil.  

E o valor do Duque e do imperador é incalculável.  

O garoto vestido de roupas simples, cabelo curto, olhos cinza claro e cheio de hematomas e ataduras, Voyro Laika, perguntou:

— Quem é que decidiu esses valores?

— Os pensadores e estudiosos.

— Não é tendencioso que eles se coloquem acima dos outros?

— Como juraram pelo lema dos estudiosos, eles nunca fariam tal crime.

— Entendi.

— Repita, qual o valor de cada classe?

— Um plebeu de outro pais vale um terço, estudiosos valem por dez, guerreiros valem por mil, nobres valem por dez mil e o valor do Duque é nenhum?

— Cuide da própria língua, caso não deseje ser executado na capital...

— São muitos números, é difícil de decorar. A parte de antes era mais interessante.

— Mas você deve ter esses números gravados no coração, para que tome uma série de decisões importantes, em tão curto tempo que um Visconde possui.

“Não é óbvio que ele está fingindo não entender?”

— Mas ele está certo — decidi intervir. — O valor da vida humana é um assunto simples. A vida de todos os seres humanos é incalculável, pois todos são iguais.

— Tal afirmação populista é atrativa aos ouvidos e comumente usada por tolos grupos revolucionários, porém, é objetivamente falsa. Bom exemplo, Lucca. Colocada a prova, no dilema dos trens, é visto que há uma maioria conclusiva que opta pelas mesmas escolhas. Pelo mesmo experimento, foi provado o valor de cada classe social.

— Mas como garantimos que as pessoas não chegaram a tais conclusões, porque os nobres forçaram essas ideias?

— Todas as crianças tem seus pensamentos moldados por seus pais, devemos condenar todos os parentes por causa desse crime?

— Se imagine como um camponês ou escravo. Se agradaria em ser sacrificado, junto de toda sua família, por um guerreiro ou estudioso, visto que seu valor é factualmente inferior, pelas suas afirmações?

— Me conformaria, pois é dever de todo homem seguir a ordem natural.

"Definitivamente ele está errado, mas que argumento eu tenho além do típico lema da revolução francesa? Igualdade, liberdade e fraternidade. Só isso não deve ser o suficiente...”, deveria ter prestado mais atenção nas aulas que considerei inúteis, ao invés de decorar só o necessário para responder as questões.

Espere, será que o Voyro se recusa a aprender, pois não vê utilidade no que é ensinado?

13XX D.M

Por que os ricos fazem caridade?  

É a responsabilidade, o peso de ser tão afortunado? O simples pensamento do que poderia fazer, atormenta a moral deles?  

Claro que não.  

Os ricos mantêm uma doação contínua a certos órgãos não governamentais para manter influência.  

Uma carta de barganha. "Caso não cumpram o que eu desejo, cortarei minhas doações."  

Há bondade nisso? Até pode haver.  

Porém, nessa atual sociedade onde os comerciantes movem o mundo, apenas dinheiro sustenta as relações sociais.  

A honra foi morta e substituída por algo mais frio, porém, confiável.  

Acreditar que liberdade resulta em caridade é tanta inocência quanto aqueles que caíram na conversa dos autoritários.  

Então, qual o rumo correto a se tomar?  

Não sabemos.  

Cada decisão de mudar resulta em um risco, em uma possibilidade de um mundo melhor ou pior.  

A pergunta é simples: está satisfeito com o mundo atual?  

Egoísmo puro. No fim, não há humano que se mova independente do amor de si. Só colocamos fantasias diferentes para cobrimos nossas crenças, secretamente repugnantes.  

1340 D.M

— ...Portanto, o valor é algo subjetivo. E quem tem poder, pode colocar o valor que quiser, na pessoa que quiser. Caso se torne um líder fraco, os reis de outros países podem igualar o valor do seu povo com o de uma mosca e esmagá-los, veja pela janela, olhe todas essas vidas. Pretende desvalorizar tudo, apenas pelo prazer momentâneo de ignorar seus professores e a aula atual?

— Então por isso o valor aumenta de dez em dez vezes, conforme o poder da pessoa! Estudiosos, comerciantes e guerreiros valem por dez. Guerreiros de alta classe e estudiosos de alta formação valem por cem. Um nobre vale por mil. E o valor do Duque e do imperador é incalculável! Entendi! Assim que aquele Duque terrível chegou a uma conclusão tão absurda!

Ouvi aplausos solitários, vindo da porta.

Me virei e era o Visconde.

— Que estilo de ensino fenomenal. Nunca tinha parado para experimentar um debate entre professores, em uma aula infantil! Sabia que o herói e os famigerados gênios seriam diferentes dos outros professores!

— Fico feliz que pudemos ajudar.

— Assim finalizamos o tema de hoje: análise e prevenção da mentalidade elitista e destruitiva, do Duque Zanatos, quarta aula de ética, da área de humanas. Obrigado pela ótima atuação, Khajilamiv.

(Voyro e Nikolina Laika)

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