Hinderman Brasileira

Autor(a): Oliver K.


Volume 1

Capítulo 18.1: O Dia Que eu Virei Stalker de Casal de Namorados

“Ridículo”.

 Ridículo, ridículo, ridículo...

 Eu tinha sido avisada, mas como eu ia saber que ia ser tão ridículo assim? Eu não estava com o psicológico preparado.

 Estava no esconderijo do Dragão pela primeira vez. O rei dos Deluxes da parte central de Sproustown, o poderoso chefão.

 E conforme Craig tinha me falado ele usava uma máscara e sentava de costas para a porta, onde eu tinha que ficar. Assim, plantada... Você sabe: de pé... Em frente à porta... Tudo isso para não ver a cara dele.

 Eu nunca tinha vindo falar com ele em pessoa antes, confesso que quando ele me chamou fiquei curiosa. A primeira coisa que fiz quando entrei foi usar o hawkeye. Eu tinha molhado minha mão de antemão para jogar uma das gotas para cima e ver a cara dele usando a técnica.

 E adivinhe só? A máscara dele é de luchador mexicano.

 Ridículo.

 Sério. Eu tive que lutar para não perder a compostura logo na entrada.

 O ambiente também não era dos mais agradáveis. Estávamos no sexto andar do esconderijo. Isso significa que era o b6. O sexto de baixo para cima. Imagine a claustrofobia.

 E ele ainda por cima mantinha tudo escuro igual às intenções do presidente. Por causa da minha finesse eu não tinha problema em enxergar no escuro, mas é óbvio que eu preferia que estivesse tudo iluminado se possível. O que era aquilo? Um vilão de um joguinho dos anos noventa esperando em seu esconderijo obscuro pela chegada do protagonista enquanto fica meditando sobre o quão mau ele é?

 Ele tinha me chamado ali para conversar sobre o que eu sabia do Wilkinson. Mas esse era só um pretexto. Se fosse só isso ele mandava o Craig falar comigo e depois dizer para ele.

 — Hummmm... Parece que o Wilkinson está tão atrás quanto nós na história do convite. — Concluiu o Dragão após o meu relato.

 — Não seria melhor começar a agir agora? O Verde vai enterrar o convite a sete chaves se esperarmos demais.

 — Certamente agora é uma hora melhor que as anteriores para começar a agir. Antes a polícia estava no auge de suas pesquisas, então era perigoso fazer qualquer movimento. Agora eles estão apenas contando com contatos para fazer a investigação. Estão na fase “light”.

 — Contatos?

 — Sim. Agentes infiltrados em locais de reputação duvidosa. Bares, boates... Qualquer local que tenha potencial relação com o tráfico.

 — Não temos nenhum desses em “nossas” boates, né?

 — Se temos ou não é problema meu e não seu, Bubble.

(Ok... Ok... Eu fico quieta.)

 — Contudo, eu concordo que vamos começar a ir atrás do convite por conta própria agora. Acontece que devemos começar pelo lugar certo.

 Ele disse aquilo e esperou. Estava esperando que eu perguntasse.

 — E qual é o lugar certo?

 Só daí ele respondeu:

 — Boa pergunta, Bubble! Você está prestando atenção aos eventos de ultimamente? Vou fazer uma revisão: Segunda passada houve um ataque direto à central da divisão de casos especiais.

 — Sim. Foi o Verde. Eles roubaram o convite.

 — Alguns dias depois dois seres paranormais assaltaram a casa de um pobre velho chamado Arthur Cooper, procurando o mesmo convite.

 — Ok...?

 — Quem acha que enviou esses dois, Bubble? Eu ou o Wilkinson?

 — Bem... Não foi nem você e nem o Wilkinson, vocês dois me disseram... Ei, espere...

 — Percebe? Quer dizer que foi o próprio Verde? Porque ele procuraria um convite que ele já possui e no lugar errado, acima de tudo?

 — O senhor está dizendo... Que não foi o Verde? Mas então quem foi?

(É comum chamar ele de senhor? Eu não sei... Como vou saber?)

 — Não tenho certeza se é isso que eu quis dizer, Bubble... Tentemos de novo: antes de responder quem enviou aqueles dois para roubar a casa de Cooper, tentemos responder o seguinte: “por que” enviaram aqueles dois para roubar a casa de Cooper?

 — Ora, isso não é fácil? Eles queriam o convite.

 — Mesmo? Mas se fosse o Verde isso seria inútil, já que ele já tinha o convite em mãos um dia atrás. E se tivesse sido nós ou o Wilkinson... Já estaríamos sabendo do roubo que houve na segunda, não? Esses deploráveis chefes mafiosos têm as informações bastante atualizadas.

 Cocei minha cabeça figurativa e literalmente.

 — Nesse caso... Devo trocar meu motivo. Só o que posso pensar é que alguém esteja tentando fazer a polícia ficar no encalço de Verde? Algo assim: se Verde começar a atacar os pontos de investigação da polícia do DCAE por muitas vezes ele irá atrair a atenção deles. Por isso eles tiveram o ataque direto na central, que deve ter sido comandado pelo Verde de verdade, mas aí alguém aproveitou e chamou a atenção para mais esse assalto e também para o caso da moça envenenada.

 A Greta que tinha me falado do caso da moça envenenada. Parece que tentaram matar uma policial do DCAE mandando veneno pelo correio logo depois do ataque de segunda.

 — Será que eu poderia sugerir uma terceira possibilidade?

 — Hmm?

(Você é o chefe aqui, Dragão...)

 — A capitã do DCAE Sarah Harmon... Antes de viajar à Silverbay, fez uma cópia falsa do convite que capturou na semana retrasada, e deixou esta exímia cópia sorrindo na gaveta de sua própria sala, só para ver se alguém ia aparecer para roubar ou não.

 Confesso que demorei a digerir a solução.

 Se fosse como o Dragão disse, aqueles três seres paranormais que roubaram o convite do prédio da polícia na segunda feira estavam com o convite errado. E se eles tinham sido enviados pelo Verde, este deve ter ficado brabo e tentou procurar o convite na casa do Arthur Cooper errado no dia posterior.

 — O que? A própria capitã? Mas isso não iria colocar a vida dos funcionários em risco? Se me permite dizer, senhor... Não me parece muito do feitio dela...

 O Dragão parou para dar uma risada. Era uma risada grave e repetitiva. Por um lado era o riso que se esperava de alguém como ele, mas por outro lado também não combinava. Soava quase como se fosse um riso forçado, um riso proferido com cuidado para não parecer muito cômico, a fim de não estragar sua aparência preponderante.

 — Acontece que você ainda é nova como mercenária, Bubble. Eu tenho lidado com aquela megera do DCAE aqui em Sproustown por muito tempo. Vou lhe contar: o que eu acabei de dizer é exatamente do feitio de Sarah Harmon. Em outras palavras: é a cara dela.

(Uma leve correção, sr. Dragão: eu sou nova como “sua” mercenária.)

 — Se for como o senhor diz, devo elogiar a capitã do DCAE, um convite falso como isca é uma jogada e tanto...

 — Apesar de pensar que estou certo, é apenas uma ideia que me ocorreu. Não tenho nenhuma prova... Ao invés de ficar especulando por que não verificamos por nós mesmos?

(E por “nós” você quer dizer “eu”, não é?)

 — Seja qual for a resposta, uma verdade não podemos ignorar: nem eu e nem o Wilkinson ainda nos movemos efetivamente para pôr as mãos no convite de Cooper. Eu começarei a agir agora, assim acredito que o Wilkinson deve estar pensando algo parecido. Até agora apenas o Verde tem se movido, e com isso acabou atraindo a atenção da polícia para si.

 — Resumindo, agora Verde está em desvantagem.

 — Ainda não resuma, Bubble. Há algo mais que podemos inferir disso tudo.

 — O que? — Perguntei contra a vontade, após ele ficar me esperando irritantemente fazer a pergunta, tal como antes.

 — Você notou como aquela moça que foi envenenada... A secretária... Depois que se recuperou... Depois daquilo milagrosamente não houve mais nenhuma tentativa de assassinato?

 — Sim...?

 — Isso sugere que algo aconteceu na mente de Verde entre o período que a moça foi envenenada e depois... Ou seja, algo entre o dia do ataque ao DCAE e agora.

 — Espere... Então já está certo que foi Verde quem enviou o chocolate?

 — É só o que podemos concluir, Bubble... Eu não enviei. E você disse que o Wilkinson também não.

 Não sei... Há algo fundamentalmente errado em assumir as três possibilidades como excludentes, mas não consigo dizer o quê... Na hora eu só confirmei com a cabeça.

 — O que concluímos é que por algum motivo Verde precisava matar a moça rápido e agora não mais, o motivo mais provável é que ele pensasse que ela detinha uma informação essencial e depois confirmou que estava errado.

 — Uma informação crucial... É o único motivo que consigo pensar que justificaria uma tentativa de assassinato a uma policial logo depois de um ataque à central... E do DCAE ainda por cima. O senhor deve ter razão. Ok... E o senhor tem alguma ideia de qual seria essa informação?

 — Nenhuma ideia. Mas o que importa aqui não são os motivos dele, mas o que podemos fazer com a informação que temos. Pense, Bubble: como Verde, sem aparecer por todo esse tempo, conseguiu confirmar que a moça que estava sob vigilância não sabia do que ele supunha que ela sabia?

 — Ora, ele deve ter informantes, assim como a Greta e hã... O senhor... — Falando nisso nunca entendi muito bem de onde o Dragão tira todas as informações dele. Eu sei que a Greta é uma hacker então toda informação que é salva em meios eletrônicos está vulnerável a ser interceptada por ela, mas o Dragão até onde sei fica ali parado naquela cadeira esfregando as mãos esperando que seus subordinados façam tudo, ponderando sobre o quão maldoso vilão ele é.

 — Exatamente, Bubble. Informantes! E como a única pessoa que estava presente perto da moça envenenada durante o período em que ela esteve sob observação foram o próprio staff do DCAE e o namorado dela... Podemos concluir que este informante é uma destas pessoas.

 — Difícil pensar que haja algum agente do Verde infiltrado no DCAE...

 — Mesmo? E como aqueles três seres paranormais sabiam exatamente como subir no terceiro andar e encontrar o local onde o convite estaria? Psicografia?

 — Hmm...

 — A possibilidade não é nula, Bubble. Mas neste caso... Só neste caso... Acho que você tem razão...

(Sério, Dragão?)

 — Parece que o mais provável... — Ele continuou — É que o namorado dela seja o olheiro que procuramos.

 Isso já dava uma dica de o que ele ia querer que eu fizesse em seguida. E eu não gostava daquilo... Ficar perseguindo namorado de outra pessoa? Eca.

 — Você disse que queria ser detetive quando criança, não?

 O resto da história você já deve ter deduzido. Eu fui imcumbida de ficar perseguindo Richard Galloway, o namorado da secretária do DCAE Emma Crane, durante um tempo, sem deixar que ele me notasse.

 Na mesma tarde eu fui ter uma conversa com o Craig sobre isso: eu contei tudo para ele. Era sábado então ele estava lavando a calçada. Por isso não tinha perigo de a Marcelle escutar.

 — Bem... Que bom para você. Vai fazer o papel de detetive particular que tanto gosta. — Comentou ele após ouvir-me, enquanto espremia a mangueira em direções mais que aleatórias, sob o pretexto de limpeza.

 — Que bom nada. Detesto ter que ficar perseguindo. O que o Dragão pensa que eu sou? Admiradora secreta? Vou parecer uma stalker. E o pior de tudo é que Emma é uma policial paranormal do DCAE. Qualquer ser humano é enganado por algo como uma criança escondida atrás de um jornal ali... De um poste lá... Mas como vou esconder meu ductu por tanto tempo? E mesmo que consiga... Os instintos policiais dela vão perceber alguma coisa...

 — Bem... Então que ruim para você.

 — Mas pensando bem acho que o desafio vai ser divertido.

 — Bem... Então que bom para você... E eu e o Sub Zero? Por que devemos ficar de guarda? Por que o Sub Zero? Por que o Dragão convocou “ele” para voltar a Sproustown?

 — O Dragão disse que o Wilkinson vai começar a agir em busca do convite. Eu ouvi algo parecido da Greta, então parece que a guerra começa agora.

 — Entendi. Tanto o Wilkinson quanto o Dragão estavam esperando o Verde queimar o máximo possível o filme dele para então atacá-lo, roubar seu convite, e ficar difícil de ele reciprocar o ataque sem chamar a atenção da polícia. — Ele parou a mangueira um pouco e observou a calçada. “Ela já está magicamente limpa ou tenho que continuar com isso?” — Uma faca de dois gumes, é? Embora seja mais difícil de o Verde se defender de um ataque a seu grupo agora, é mais fácil de ele ter escondido muito bem o convite durante esse meio tempo.

 — Acho que nosso chefe está contando que consegue achar alguém importante que trabalhe para ele... Alguém que saiba onde o convite está. Se esse alguém abrir a boca... E se você que fizer a pergunta, ele com certeza vai abrir... Assim não vai importar muito o quão escondido o papel está, acho...

 Craig espreguiçou-se.

 — É verdade que ninguém que capturei escondeu informação de mim depois que mostrei minhas habilidades de tortura... Mas pode ser que o convite esteja em uma nave espacial, já caminhando em direção à Arena. Se estiver seria difícil de colocar as mãos.

 — É... Seria. O Dragão estaria numa fria... Que ruim para ele, não?

 — É...

 Craig tornou a molhar mais a calçada encerrando o tópico inesperadamente.

 — Ei, Craig... Você por acaso sabe onde posso encontrar esse tal de Richard Galloway? Sabe... Para começar o serviço ou algo assim?

 — Vai começar agora?

 — Era bom. Quanto antes ficarmos sabendo dos planos do Verde melhor.

 — Por que não começa pela própria secretária do DCAE? Ela deve estar trabalhando no prédio a essa hora.

 — Ah! Não tinha pensado nisso.

 Craig me olhou com descrédito.

 Para evitar que ele começasse a fazer comentários indesejados sobre minha perseguição eu parti dali no mesmo momento.

 Passei em casa e peguei meus binóculos. Eles são bons porque são pequenos, potentes e portáteis. Depois eu fui até o prédio da polícia do DCAE, que fica no centro.

 Não bem no prédio: na verdade fui a um restaurante que fica em um prédio alto que fica logo na frente. E ele está sempre vazio (porque convenhamos, é uma porcaria de um restaurante) então eu posso pegar uma mesa perto da janela e ficar observando o movimento com o binóculo ou com o hawkeye se as pessoas começarem a estranhar demais minha curiosidade.

 Pedi um copo de suco, coloquei na mesa e bebi um pouco, depois levantei e fui até a janela, usando o aparelho, mirando na direção do prédio da frente.

 O mau de parecer uma criança é que não se pode ir sozinha em lugar algum sem que as pessoas fiquem fazendo comentários do tipo “está sozinha?”, “onde estão seus pais?” e coisas do tipo. Você precisa ver a luta que é para comprar um copo de suco em um lugar desses.

 Mas pelo menos não pareço uma stalker visualizando o prédio com os binóculos, sou apenas uma criança brincando.

 O Dragão tinha dito “terceiro andar” então eu estava mirando na janela do terceiro. Naquele ângulo dava para enxergar o corredor. O corredor era estreito e não tinha nada senão coisas que se podiam esperar de um corredor, como aranhas e extintor de incêndio.

 A parte que interessava era a sala atrás da porta de vidro embaçado, mas a porta estava fechada. Não dava para ver muito movimento, apenas parte (só o lado mais direito estava no campo de visão da janela) e ainda por cima, como falei antes: o vidro era embaçado.

 A julgar pela posição do sol deviam ser umas quatro e vinte e cinco da tarde. Se o expediente dela era normal ela devia sair às seis horas. Já que eu não tinha nada para fazer no meio tempo resolvi começar a passear por aquele prédio imenso. Ele tem uns andares cheios de lojas de bugigangas, às vezes você acha alguma coisa interessante por lá.

 Quando eu pisei no andar das bugigangas eu senti um ductu intenso, e este logo sumiu assim que eu percebi. Existe alguém que usa o sigilo e percebeu que eu estava ali. Eu não estava muito alerta então nem percebi que não estava usando o sigilo.

 Será que tinha alguém me seguindo assim como eu estava seguindo a secretária? Quando você vai seguir alguém quase nunca se imagina que alguém pode estar fazendo o mesmo com você.

 Quando percebi eu estava parada no meio da multidão com a mais óbvia cara preocupada. Balancei minha cabeça e ignorei a sensação. Quem quer que fosse, iria aparecer mais tarde se fosse para tentar alguma coisa. Não adiantava ficar tentando descobrir quem era agora, para falar a verdade era impossível.

 Mas aquilo me deixou irritada. Odeio errar esse tipo de coisa...

 Perdi a vontade de vagar pelos andares das bugigangas e saí inconformada dali. Desci para a rua.

 Fui dar uma volta na quadra do DCAE. O fiz enquanto jogava Cinder Clash no meu celular. Quando percebi, o ângulo da sombra do sol feita pela frente do prédio na calçada indicava quase cinco e meia, assim voltei para a entrada, fiquei ali por perto e esperei a saída da secretária do DCAE.

 Avistei-a saindo quando ela estava no estacionamento. Conforme Greta tinha me mostrado na foto, ela usava um coque e um casaquinho formal e refinado. Ela estava indo embora para casa.

 Eu tinha trazido um daqueles sopradores de bolhas de criança no bolso, porque eu preciso fingir que sou uma, e eles são ótimos para usar o hawkeye para ver o que acontece às minhas costas. Eu estava encostada no muro da frente do prédio da polícia do DCAE e soprando as bolhas para cima, assim eu conseguia ver o pátio através da reflexão na bolha, como que com uma vista de cima. A secretária entrou em um Hollow verde escuro (quase preto), modelo novo.

 Ótimo. Como eu iria seguir um carro sem ser vista? Usando a indarra no joelho? Uma criança correndo a mais de sessenta? Acho que iria ser pedir para chamar a atenção. E eu precisava segui-la de alguma forma...

 Enquanto ela veio saindo eu cutuquei meu bolso e tateei outra das minhas preparações emergenciais: era um adesivo que o Dragão monitorava via satélite do esconderijo dele. Esses adesivos podiam ser colados em coisas de interesse para obter sua localização.

 Em geral é difícil colar um adesivo na lata de um carro à distância quando este está em movimento, mas como eu sou paranormal eu tenho um jeito... Quando o Hollow verde — olhando de perto dava para dizer que era verde — saiu pelo portão, eu comecei a andar na direção dele, e assim que achei o ângulo certo me virei e mexi meu braço direito em um movimento para frente e para trás, de maneira discreta.

 No momento entre o ponto mais baixo e a subida do braço usei a indarra na ponta dos dedos e joguei o adesivo com certa rotação, na direção do carro. Por causa da força não houve resistência do vento e então ele não fez trajetória parabólica até o chão. Ele apenas foi arremessado direto e ficou colado na parte debaixo do carro.

“Espero que o adesivo não caia” — Pensei.

 Se caísse eu teria que encontrar a casa dela baseando-me apenas na placa do Hollow, que eu memorizei.

 Saí dali e peguei um ônibus para o esconderijo do Dragão.



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