Infernalha Brasileira

Autor(a): San


Volume

Capítulo 6: Prisão Nefasta.

 Após o prazo de três dias, um portal se abriu em frente ao castelo dos lordes e dele saiu Sanarion.

— Certo. Onde eles estão? — disse Sanarion, olhando ao seu redor.

 Após alguns segundos, um enorme portal se abriu em frente a ela. Quando os três lordes saíram do portal, os olhos de Sanarion se arregalaram, além de estarem cheios de cicatrizes, a mana que emanava de seus corpos era absurda, como se fossem pessoas totalmente diferentes.

— Estamos prontos, Sanarion. — disse Hexoth.

— Espera! O que foi que vocês fizeram? A mana de vocês está totalmente diferente.

— Digamos que… aquele cara é realmente assustador — disse Hayakaz, olhando para Dartanham.

 Após ouvir isso, Sanarion ficou quieta por um segundo, mas logo disse: — Bom… vistam isso. Vão precisar. — Sanarion jogou mudas de roupas para os três.

— Armaduras de guarda? — perguntou Hayakaz.

— Não entraremos destruindo tudo, vamos nos infiltrar e tirá-lo de dentro para fora.

— Partiu então — disse Hayakaz, indo em direção ao castelo com os outros dois para se trocar.

— O que você fez com eles? — disse Sanarion que olhava para Dartanham com um olhar ameaçador.

— Como eu disse três dias atrás, apenas três dias já seriam o suficiente. Eles possuem um potencial devastador.

— Não tente me enganar, Dartanham. Eu conheço você e sei do que é capaz. Você não fez “apenas um treino” com eles.

— Será? Você vai descobrir o que eu fiz, mas só quando for necessário… — disse Dartanham, voltando para o castelo.

 Após alguns minutos, os três lordes voltaram até onde Sanarion estava.

— Supere os limites do espaço, distorcendo a realidade ao meu redor, e realize meu desejo de conhecer todo o mundo, Fenda Espacial! — disse Sanarion, ao abrir um portal. — Vamos logo.

 Os quatro então entraram no portal, e, do outro lado, se depararam com uma enorme fortaleza de tijolos pretos com runas desenhadas.

— Uou! É maior do que eu esperava — disse Hayakaz.

— Estamos em frente à prisão mais segura de todos os quatro reinos. Esses tijolos são pedras da negação, eles anulam a mana, impedindo o uso de magia.

— Espera. Esses tijolos anulam o uso de mana? Então como a gente vai tirar ele daí?

— Vou explicar depois, tem um guarda vindo. Eu resolvo.

 Quando o guarda chegou perto, ele olhou os três, os analisando, e então disse: — Esses são os novatos, senhorita?

— Exatamente. São aqueles que eu mencionei três dias atrás.

— A senhorita vai levá-los para o tour? Tivemos alguns problemas com o prisioneiro 235, não prefere que eu os leve para esse tour?

— Não será necessário, já fui informada desses problemas, vou resolver após o tour. Segure as pontas.

— A senhorita tem certeza? Não seria melhor se…

— Está duvidando de mim, soldado? — Sanarion liberou um pouco de sua pressão de mana, fazendo o guarda arregalar os olhos.

— D-De forma a-alguma, senhorita. A senhorita tem toda a razão. Vou voltar para a minha posição — respondeu o guarda, dando meia volta enquanto tremia.

 Após entrarem na prisão os três se depararam com diversas paredes feitas de pedras da anulação, era quase um castelo inteiramente roxo e estonteante. 

Ao andarem até uma área vazia, Hayakaz perguntou: — O que foi isso? Você trabalha na prisão? Hahaha!

— Pode parar de rir. Eu fiz um ritual de disfarce e troquei de lugar com outra guarda que trabalhava aqui em uma posição alta — respondeu Sanarion.

— Mas essas pedras não absorvem mana? Como o disfarce continuou?

— Eu estou constantemente alimentando o ritual, pois se ele tiver mais mana do que as pedras podem absorver, ele não será desfeito, porém, isso é bem cansativo — disse Sanarion olhando um mapa da prisão. Após olhar o mapa por dois minutos, ela disse: — Certo, parece que o Hendebrant está em algum lugar do subsolo. Eu só estou aqui a três dias, então não sei todos os caminhos, se tivermos que correr com ele, vamos ter problemas.

— Então a melhor ideia seria fazer todo o processo em silêncio? — disse Garrik.

— Correto. Vamos indo. — Sanarion seguiu andando na frente dele.

 Quando eles se afastaram da área vazia, uma pessoa se revelou, seu corpo estava totalmente coberto por um manto marrom, suas mãos e pés por uma roupa metálica e em seu rosto havia uma máscara preta metálica com chifres.

 Ao chegarem na escada para o subsolo, Sanarion parou e disse: — Preparem-se. A partir daqui, não sei o que podemos encontrar. Estejam prontos para qualquer coisa.

— Eu to sempre pronto! — disse Hayakaz, com um sorriso

— Não vamos cair tão fácil, Sanarion — disse Hexoth, estalando as mãos.

— Tsc, vocês são dois idiotas. Não esqueçam que nossa mana está restrita nessa prisão — disse Garrik, arrumando a gola da sua roupa de guarda.

— Você até diz isso, mas você parece bem mais animado do que de costume — Hexoth deu tapinhas nas costas de Garrik.

— Cale-se, Orc maníaco!

— Nós dois somos demônios e só eu sou o maníaco?

— Não me compare com vocês dois, seu maníaco por lutas.

— Não me mete nessa, elfo pescotapa — disse Hayakaz.

— Hahaha! Realmente vocês três parecem preparados — disse Sanarion, não conseguindo conter o riso. — Certo, vamos!

 Conforme eles desciam, o lugar ia ficando cada vez mais cheio de canos, como se fosse uma enorme máquina. Após descerem toda a escada, eles se depararam com diversas celas, com engrenagens ao invés de trancas de chave.

— Certo, vamos nos separar. Quando um de nós o achar, dá um grito — falou Hayakaz.

— Certo! — falaram Garrik e Hexoth, logo indo para caminhos diferentes.

 Após andar e checar diversas celas, Garrik reparou em uma cela com uma engrenagem dourada, diferente das outras marrons.

— Não pode ser… — disse ele, enquanto se aproximava da cela, antes de ouvir alguém se aproximando e ter que se esconder.

— Veja: Esses são os frutos do seu investimento, meu senhor — disse um homem de pele clara, cabelos e olhos azuis, que andava na direção da cela dourada acompanhado por um homem encapuzado com uma máscara preta com chifres, que apenas se aproximou da cela ao invés de responder. — Logo logo vamos isso vai estar funcionando a todo o vapor, vamos ter tanta energia que até mesmo a igreja vai se curvar. Hahahaha!

— Você fala demais, para alguém que tem um plano tão arriscado nas mãos, Flanel — respondeu o encapuzado, com uma voz rouca e robotizada.

— Desculpe, desculpe. Acho que você está aqui para ver o progresso do Coração Angelical. Ele tem funcionado muito bem até agora, inclusive, foi graças a ele que eu pude capturar essa belezinha aqui. — Flanel deu um tapinha na cela dourada. — Se não fosse pelo Coração Angelical, eu acho que eu teria morrido por causa desse maldito aqui. Alias, ja ta na hora da manutenção.

 Flanel então abriu a cela, revelando um enorme mecanismo de canos que iam até um homem preso por pedras da negação. Seus cabelos e barba eram brancos, seu corpo era musculoso e tinha uma enorme tatuagem de javali em seu peito. Flanel começou a mexer em alguns canos, sugando uma espécie de eletricidade do corpo do homem, o fazendo gritar.

— Então você tava acordado, que pena. Não ia sentir dor se tivesse dormindo. — Flanel girou uma engrenagem, fazendo o homem gritar ainda mais.

— Seu maldito! Quando eu sair daqui, eu vou te fazer em pedaços! — disse o homem.

— Se você pode falar, então não devo ter pego energia suficiente. — Flanel riu, girando ainda mais a engrenagem.

— Não vou ficar vendo esta infantilidade, eu tenho outros assuntos a tratar — disse o encapuzado, indo embora.

 Após ver Flanel torturando o homem, diversas memórias sobre o sonho criado pelo cristal vieram à mente de Garrik, que olhou para sua mão tentando criar seu arco, mas tendo parte da sua magia absorvida.

— Não… Eu não vou deixar! — gritou Garrik, invocando seu arco.

— Quem disse isso?! — gritou Flanel, saindo da cela e a fechando.

— Despertem e cacem… Disparadores Tubarão. — Após recitar o feitiço, o arco de Garrik se desfez em água e logo voltou na forma de duas pistolas com aparência de tubarão, que Garrik usou para disparar na direção de Flanel.

— Como você pode usar magia aqui? Espera, como você chegou aqui? Não! Quem é você?! — disse Flanel, desviando dos tiros feitos de água, que amassaram o metal da cela ao atingirem.

— Pare de falar e lute — respondeu Garrik, disparando outra série de tiros, que dessa vez foram rápidos o suficiente e acertaram Flanel, o arremessando para longe.

— Argh! Droga! Vou ter que lutar aqui. — Flanel estendeu a mão para o lado e então uma enorme espada surgiu, ela era ornamentada em ouro e bronze com uma enorme esfera roxa em sua guarda. — Corte Luminoso!

 Uma enorme lâmina de energia foi na direção de Garrik, que apenas pulou para o lado deixando ela passar e destruir outras celas.

— Você é deplorável. Não entendo como conseguiu capturar Hendebrant. — Garrik disparou outra série de tiros, os quais Flanel conseguiu esquivar.

— Então é por isso que você está aqui! Hahaha, como eu não pensei nisso?

— Isso não importa. Você não vai sobreviver para se aproveitar disso.

— Tsc, essa sua arrogância está me irritando… — Então, em um piscar de olhos, Flanel desapareceu e reapareceu na frente de Garrik que instintivamente pulou para trás, evitando um golpe de espada

 “O que? Isso foi velocidade?”, pensou Garrik, quase sendo acertado por outro golpe de Flanel, que surgiu na sua frente.

— Você é bem ligado, heim? — falou Flanel, olhando para Garrik, que estava arfando. — Mas isso deve deixar você bem cansado, afinal, estou me movendo mais de dez vezes mais rápido que você.

— Maldito…

— Aliás, dá pra me responder? Eu ainda quero saber como você pode usar magia aqui, era pras runas sugarem toda magia que não fosse a minha.

— Não preciso responder alguém que age de maneira tão desleixada, você não iria entender minha explicação.

— Argh. Eu já te disse pra deixar de ser arrogante. Você só fica chato assim, e eu acho que descobri seu truque, você tá usando mais mana do que as pedras podem sugar, não é?

— …

— Hmph. Ao menos responda, maldito — disse Flanel, desaparecendo novamente.

 Ao ver Flanel desaparecer, Garrik olhou ao seu redor procurando-o, quando de repente recebeu um corte nas costas, o fazendo cair no chão e soltar suas pistolas.

— Eu esperava mais de você, já que chegou até aqui. Mas parece que você não é grande coisa.

— Você fala demais, assim vai deixar sua guarda baixa…

— O que? — De repente, uma das pistolas de Garrik disparou sozinha, acertando o rosto de Flanel e o empurrando para trás enquanto gemia de dor.

— Você confia demais na sua força… e isso ainda irá te matar.

— Argh! Seu merda! Eu vou te encher de porrada! — disse Flanel, antes de receber um tiro da outra pistola de Garrik. — Argh!

— Eu avisei. — Garrik estendeu sua mão na direção de cada pistola e rapidamente elas voltaram para suas mãos.

— Vamos terminar is… — Antes que Garrik pudesse terminar de falar, uma enorme cortina de fumaça surgiu entre ele e Flanel, e então ele ouviu uma voz: — Esconda tudo em sombras… El Ratón! — e logo após isso, Hexoth e Hayakaz surgiram e agarraram Garrik, o afastando do lugar.

— O que vocês pensam que estão fazendo, seus malditos, eu vou matá-lo.

— Cala boca, Garrik, a gente sabe o que tá fazendo — respondeu Hayakaz.

— Por aqui! — gritou Sanarion, apontando para um enorme buraco na parede de runas.

 Após saírem e se afastarem da prisão, os três pararam em uma floresta, onde os dois lordes soltaram Garrik, que sacou suas pistolas e as mirou em Hexoth e Hayakaz.

— O que vocês, energúmenos, acham que estão fazendo?! Eu ia matá-lo e então vocês resolveram impedir? De que lado estão?

— Eu que pergunto, Garrik, de que lado você está? Você colocou todo o plano a perder e ainda revelou nossos objetivos para o inimigo! — disse Sanarion, liberando sua pressão. — O plano era tirar ele de lá secretamente.. E o que você fez? Você atacou o inimigo mais forte da prisão inteira na primeira oportunidade!

— Eu ia vencer e tudo estaria acabado!

— Não… Garrik. Você não ia… — disse Hexoth.

— Do que você está falando? Eu tinha ele na palma da mão.

— Você não entendeu? Ele disse que as runas não sugam a mana dele, mas não é assim. Ele é um monstro, tem tanta mana que as runas não dão conta de segurá-lo — respondeu Sanarion

— O que?! Que merda você tá falando?!

— Pensa por um segundo. Ele conseguiu vencer o pecado da Gula. Você acha que ele era apenas aquilo? Me diz em que momento da luta você analisou o potencial mágico dele? — falou Hayakaz

— …

— Pra vencer algo daquele nível, vamos ter que lutar juntos, todos juntos!

— Calem-se! Vocês não viram o que eu vi. Eu tenho que…

— Quem disse? — perguntou Sanarion. — Você acha que eu não vi o meu irmão preso naquela cela quando fui ajudar você? Você acha que eu não quero matar ele por ter feito isso? Logo eu, o pecado da Ira?! Me responde, Garrik!

— Eu… não quis…

— Bota na sua cabeça que você não é o único que quer se vingar aqui, eu também quero matar aquele cara, mas eu não podia causar um alvoroço antes de achar o Hendebrant, fora que a força dele é descomunal, é como se ele tivesse muitos núcleos de mana.

 Garrik então abaixou suas pistolas, que logo se desfizeram em água comum.

— Qual o plano, agora que estamos nesta situação?

— Nós vamos com tudo! — respondeu Sanarion, fazendo Garrik arregalar os olhos.

— Mas você não disse que não era para causarmos alvoroço?

— E você ouviu? Além de que agora sabemos onde está o Hendebrant, então podemos fazer um ataque direto.

— Mas aquelas runas absorvem mana, como vamos lutar?

— Hahaha, isso vai ser divertido… — Sanarion olhou para a prisão com um olhar assustador.

— Deixa que eu explico, Garrik — disse Hexoth. — Aquelas runas podem absorver quase infinitamente a mana, já que elas dissipam ela, mas elas tem um limite de quanta mana pode absorver de uma vez, e elas não são mais resistentes que tijolos de pedra.

— Foi assim que fizeram aquele buraco na buraco na parede? — Garrik coçou o queixo.

— Exatamente.

— Mas o que, exatamente, ela pretende fazer?

— Você vai ver. Ela tem um poder incrível. — Hayakaz interrompeu.

 Logo após isso, Sanarion foi até um dos extremos da floresta, de frente para a prisão, e então começou a dizer: — Curvem-se perante o grande rei, o senhor de todos os espíritos, aquele que reina por todo o céu e por tudo o que ele toca. Destrua tudo em seu caminho e mostre a verdadeira ira… El Dragón! — Após dizer isso, nuvens de tempestade surgiram no céu tampando qualquer visão do sol, um estrondoso rugido pode ser ouvido, e então uma enorme fonte de luz surgiu se enrolando nas nuvens. Seu corpo tinha quase o dobro do tamanho da prisão, suas escamas brilhavam como o sol, seus dentes eram quase do tamanho de um humano. Um Dragão enorme surgiu em cima da prisão.

Obliterar! — disse Sanarion, e logo após isso o enorme dragão abriu sua boca ainda mais, gerando uma enorme esfera de energia, que disparou na direção da prisão, causando uma enorme explosão em forma de cogumelo que apagou toda a parte de cima da prisão, deixando apenas seu subsolo, o qual não havia sobrado mais que a metade. — Vamos, temos um trabalho a fazer — completou Sanarion, andando na direção das ruínas da prisão.

 Após andarem um pouco, eles chegaram na enorme cratera e rapidamente visualizaram a cela de Hendebrant, que estava conectada a diversos canos, tanto no solo quanto para cima.

— Vamos! — Sanarion desceu escorregando pelas paredes da cratera e foi correndo na direção da cela. — Droga! Não consigo abrir. — continuou ela, chutando a tranca da cela.

— Olha, eu acho que não é assim que a tranca funciona… — disse Hexoth.

— Me da sua katana!

— Oi?

— Só me entrega ela. Agora!

— Olha, eu acho que… — disse Hexoth, segurando sua katana, antes de ela ser tomada de suas mãos.

— Abre… logo… droga. — Sanarion começou a bater na tranca com a lâmina da katana.

— Para! — Hexoth pegou sua Katana de volta.

— Seus… SEUS MERDAS! — gritou alguém, nos escombros ao longe.

 De repente, uma enorme sede de sangue surgiu. Flanel saiu de um monte de escombros.

— Seus desgraçados! Olha a merda que vocês fizeram! Eu vou matar todos vocês!

 Os três então olharam na direção de Flanel, a pressão podia ser sentida a uma distância enorme, até que Hayakaz disse: — Continue tentando soltar o Hendebrant. Nós vamos cuidar desse cara…

— Você realmente tá confiante agora, não é? — falou Hexoth.

— Obvio! Olha essa mana… esse cara é um monstro.

— Parem de falar asneiras. Disparadores Tubarão! — Antes de Garrik terminar de falar, ele já havia disparado na direção de Flanel, que desviou pulando para o lado.

 Após o disparo, os outros lordes partiram em direção a Flanel e começaram a trocar golpes, mas foram bloqueados pela espada gigante que Flanel carregava.

— Seus merdinhas, eu vou esmagar cada osso do corpo de vocês! — disse Flanel.

— 1… — disse Hayakaz, socando a espada de Flanel para o chão.

— 2… — continuou Hexoth, segurando a espada de Flanel no chão com sua katana.

— 3! — gritou Garrik, disparando uma barragem de tiros de água na direção de Flanel, que por ter sua espada presa ao chão, não conseguiu desviar.

— Argh! — gemeu Flanel, ao ser arremessado pela barragem de tiros.

— Eu disse que sua confiança seria a causa de sua morte… — disse Garrik, assoprando o cano de disparo de suas pistolas.

 Flanel então se levantou, empunhou sua espada e disse: — Morram! — e então desapareceu, surgindo atrás de Hexoth e o chutando na direção de Hayakaz, para logo surgir atrás de Hayakaz e arremessar os dois contra um monte de escombros.

 “Aquela velocidade de novo!”, pensou Garrik, procurando Flanel ao seu redor, mas sendo arremessado contra um monte de escombros por um gancho de direita.

— Confiança… falou a arrogância em pessoa. Vocês acham que podem me matar, mas não conseguem nem acompanhar o Passo Angelical… patético.

— Beleza, mas o que a gente faz agora? — perguntou Hayakaz, levantando dos escombros. — A gente bate nele até um de nós cair?

— Acho que dessa vez isso não vai funcionar — respondeu Hexoth. — Precisamos de uma estratégia.

— Me consigam tempo, eu sei o que devo fazer — disse Garrik.

— Agora sim. Se o Garrik diz, então é verdade! — disse Hexoth.

— Não bota tanta fé não, às vezes a gente se ferra por causa dele. — Falou Hayakaz.

— Não lembro de nenhuma!

— Eu também não, mas deve ter uma.

— Vocês dois vão ficar batendo papo ou vão me conseguir tempo? — Garrik cortou a conversa.

— Ta! Ta! Vamos logo. — Hayakaz invocou suas manoplas e desceu dos escombros com Hexoth.

 Após descerem dos escombros, os dois correram na direção de Flanel e começaram a tentar golpeá-lo, mas todos os golpes eram defendidos pela espada gigante. Hayakaz pegou um monte de terra e arremessou nos olhos de Flanel, que pulou para trás para desviar e acabou abaixando sua guarda, deixando Hexoth golpeá-lo com sua katana coberta de sombras, mas logo sumindo e devolvendo o golpe nas costas de Hexoth. Enquanto isso, Garrik olhava atentamente a luta, a distância.

 “Como ele faz isso?! Tem que ter uma explicação!”, pensou Garrik.

— Droga! Esse cara é um fantasma, só pode. Eu pisco e ele some, que porcaria é essa? — disse Hexoth.

— Ele chamou de Passo Angelical. Deve ter algum gatilho pra ele usar essa merda, eu só não sei qual.

— Pera… Você tem razão! Eu não tinha pensado nisso. Se analisarmos, podemos achar um padrão nesse passo e evitá-lo. Nunca pensei que você ia pensar algo tão genial, Hayakaz, você tá com febre?

— Eu não sei se isso foi um elogio ou uma ofensa, mas vamos continuar! — Hayakaz pulou na direção de Flanel, tentando golpeá-lo novamente, mas sendo bloqueado.

— É tão difícil pra você entender, seu merdinha? Você não vai conseguir me acertar! — disse Flanel, que logo depois desapareceu.

 Quando Flanel reapareceu atrás de Hayakaz, ele foi recebido com um disparo de Garrik. “Ele me acertou na sorte?”, pensou Flanel enquanto recuava e então desaparecia. Ao reaparecer atrás de Garrik, um disparo acertou seu peito, Garrik havia deixado uma de suas pistolas entre seu braço e seu peito mirada em suas costas.

— Argh! Maldito! Como você fez isso?! — disse Flanel, recuando.

— Eu te avisei que sua confiança traria sua derrota. Você achou mesmo que eu não ia perceber?

— Cala a boca! — Flanel desapareceu e surgiu atrás de Garrik, mas foi recebido com uma espada negra saindo do chão. — O que?!

— Sempre que você vai desaparecer, você curva levemente as suas pernas, como se fosse pular, além de que sempre opta pelos pontos cegos do adversário. E parece que eu não fui o único que reparou isso… — Garrik olhou na direção de Hexoth, que estava com sua katana enfiada no chão. — Armadilha de Lâminas! — disse Hexoth.

— Merda… mas saber disso não vai fazer vocês ganharem. Se eu mudar o padrão, vocês já eram!

— Você fala como se pudesse… — Garrik abriu um sorriso. — Você mesmo deve saber que isso é um reflexo natural do seu corpo, além de que parece que você não treinou muito essa técnica, então não vai conseguir desfazer isso a tempo. — Garrik mirou uma de suas pistolas em Flanel e disparou. — Xeque-mate!

 Flanel desapareceu para fugir do disparo, mas quando voltou foi acertado por um soco de manopla, sendo arremessado contra o monte de escombros. — Argh.

— Acertei! Chupa essa! — gritou Hayakaz, com um sorriso no rosto.

— Droga, vou ter que usar isso contra vocês. Não… Eu preciso usar… — disse Flanel, encurralado. Então seu corpo começou a emanar uma aura dourada. — Coração Angelical!

 De repente, toda a pressão que Flanel emanava desapareceu, era como se ele não tivesse mana alguma, porém, seu corpo permanecia com um contorno dourado.

— Um… — Flanel dobrou levemente suas pernas, como se fosse usar o Passo Angelical, e então Garrik entrou em guarda, mas ao invés de desaparecer, Flanel deu uma investida na direção de Garrik, o pegando desprevenido. — Dois… — disse Flanel, ao acertar um corte leve no braço de Garrik, que recuou.

 “Um blefe?!”, pensou Garrik.

— Três… — Flanel então olhou na direção de Hexoth e usou o Passo Angelical, o que fez Hexoth se virar para bloquear as costas, mas apenas golpear o ar.

 “Onde ele foi”, pensou Hexoth, antes de Flanel surgir em suas costas e o golpear.

— Quatro… — disse Flanel, após golpear Hexoth. — Cinco… — Ele então olhou para Hayakaz, que já estava vindo em sua direção, mas acabou sendo acertado por um corte tão rápido que ele nem ao menos viu o movimento. — Seis… 

 “Ele tá muito mais rápido!", pensou Hayakaz, enquanto era arremessado pelo corte.

 Flanel então olhou para os três lordes caídos ao chão e disse:

— Seis segundos… foi o que eu precisei para derrubar os três… Como você disse, elfo? Ah! Xeque-mate!



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