Magus Supremo Americana

Tradução: SilentFitts

Revisão: Barão_d’Alta_Leitura


Volume 3

Capítulo 108: Lutando

– “Eu não entendo, como isso pode estar relacionado à minha alma? Claro, caçar um cachorrinho é um ato vergonhoso, mas não vejo o porquê em me intrometer. Não é da minha conta.” –

No entanto, a visão de Lith ficou turva, sentindo sua cabeça girar novamente enquanto as imagens apareciam e desapareciam rapidamente. Ele observou as paredes da academia do White Griffon racharem e desmoronarem, até que todo o castelo caiu em ruínas.

– “Que diabos? Outra visão?”0 Ele ficou pasmo.

-[“Deve estar guiando você para algo relacionado à luta pelo poder que gira em torno da academia. Parece que sua alma é mais legal do que você, já que se preocupa com Linjos e as crianças.”]-

O tom de Solus era gentil e caloroso, tinha esperanças que ele abrisse seu coração para os outros, mesmo que apenas um pouco.

-“Eu não vejo como as duas coisas estão relacionadas, mas se está assim, é porque é pra ser. Qual é o nível de poder dos caçadores?”-

-[“Três núcleos de mana ciano, um verde e dois amarelos. É improvável que os últimos sejam magos, muitos músculos, muito pouca mana.”]-  Solus respondeu.

Lith memorizou os oponentes com base em sua força, antes de bolar um plano de última hora. Não tendo muito com o que trabalhar, ele teve que mantê-lo simples.

Matar a sangue frio seis pessoas apenas por causa de uma “profecia mística” estava fora de questão. Sua consciência ainda o incomodava pela forma como tratou as dríades, então ele precisava de uma abordagem mais suave.

Lith instantaneamente trocou seu terno de caçador pelo uniforme da academia através da dimensão de bolso, tendo decidido fazer o papel do estudante ingênuo que defende a justiça.

Ele se aproximou dos caçadores a pé, enquanto tecia vários feitiços, pronto para serem liberados com apenas um pensamento, em um caso específico. Assim que chegou perto o suficiente, ele estalou os dedos, usando a magia do ar para amplificar o som em um pequeno estrondo, chamando a atenção deles.

“Ei, o que vocês estão fazendo tão perto da academia? Esta parte da floresta é reservada para os alunos. Saiam, antes que eu chame a segurança.”

O barulho repentino os fez congelar por um momento, dando ao Byk a abertura necessária para escapar do cerco e fugir. Tendo sua caça escapado, os seis caçadores se voltaram para Lith, olhando para ele com olhos irritados e intenção de matar mal disfarçada.

 

***

 

Raghul, o líder da equipe de mercenários disfarçados de caçadores, estava gostando bastante de sua última missão. Ele nunca tinha sido pago tão generosamente para fazer um trabalho braçal. Durante os últimos dias, eles estiveram matando feras mágicas, não importando se grande ou pequena, já que o pagamento era o mesmo.

Não sabia por que seu contratante os mandou especificamente para aquela floresta, mas segundo Rodimas, a mais esperta da equipe, tratava-se de desequilibrar a academia.

Com base nas informações que ela reuniu, o diretor tinha algum tipo de acordo com as feras. Então, seu palpite era que matar os mais próximos da academia e fazer os alunos parecerem os perpetradores arruinaria a relação entre Linjos e o Senhor da floresta.

Se isso acontecesse, ou ele não poderia mais fazer os exames na floresta ou arriscaria a segurança de seus alunos.

Raghul não entendia o que de bom poderia resultar disso e, mais importante, não se importava. A razão pela qual ele aceitou aquele trabalho, apesar da recompensa suspeitamente alta, se devia ao ódio que nutria por academias. 

As memórias do que ele tinha passado, no dia em que foi admitido no Water Griffon, ainda assombravam seus sonhos às vezes. 

Quando um maldito garoto apareceu do nada, permitindo que sua presa escapasse, ele ficou muito irritado.

– “Que má sorte. Como diabos essa praga nos encontrou nesta maldita floresta enorme? Se ficarmos expostos, perderemos a outra metade do pagamento.” –

“Ei, garoto! Você tem ideia de quanto dinheiro sua pequena façanha acabou de nos custar? Pelo menos dez moedas de ouro! Espero que você tenha o suficiente para compensar nossa perda, caso contrário, terei que deixá-lo mais áspero.”

Raghul não ficou surpreso que o primeiro a reagir tenha sido Terion. Ele era o tipo de homem que sempre pensava com os músculos.

Lith viu um homem magro, com cabelo castanho encaracolado e rosto cheio de sardas, caminhar duas vezes em sua direção, gritando algo sobre dinheiro.

“Você não tem vergonha? Primeiro você se une contra um jovem Byk e agora tenta extorquir de um aluno? Você é indigno de se chamar de caçador.”

Lith fingiu estar indignado, enquanto esperava pela próxima parte da visão. Salvar o filhote não teve efeito, e até agora, mesmo interagir com os caçadores também não.

Enquanto os dois discutiam, Raghul percebeu que, apesar de toda aquela confusão, ninguém estava vindo.

– “Talvez haja uma maneira de cortar nossas perdas. Se esse garoto veio aqui sozinho e Rodimas esteja certa sobre nossa missão, talvez matando-o possamos manter nosso disfarce e até ganhar um extra. As ordens são para não sermos pegos no ato, afinal. Sem falar que é melhor evitar ter o pessoal da academia atrás de nós. “-

“Vamos, Terion. Dê uma folga ao garoto. Ele está certo, estamos muito perto da academia. Não estamos procurando encrenca.”

Terion reconheceu a palavra-código para assassinato, mas sua expressão impassível estava impecável. Não sorriu, não parou o que estava fazendo nem por um segundo, conseguindo conter sua intenção de matar.

Ele deu as costas para Lith, resmungando.

“Você está brincando comigo? Eu mereço meu ouro, então, ou pego de sua parte ou nada feito.”

Explorando o momento em que o garoto da academia não podia vê-lo, Terion desembainhou uma das facas escondidas sob sua jaqueta de caçador antes de continuar a girar sobre si mesmo, investindo contra o pescoço do garoto em um único movimento fluido.

Infelizmente, mesmo depois de seu encontro com as dríades e de perceber que sua terceira vida fora realmente abençoada, Lith ainda estava mais desconfiado do que um peru na véspera do Dia de Ação de Graças.

A faca apenas cortou o ar, uma vez que o alvo pretendido havia recuado prontamente, conjurando quatro pingentes de gelo que perfuraram os braços e as pernas de Terion, prendendo-o no chão como um inseto.

Lith reagiu por instinto, mas agora parecia atordoado, sem saber o que fazer a seguir. Ele então fingiu estar lançando um feitiço mágico falso, mas os mercenários já haviam se recuperado do choque, ajustando rapidamente sua formação para cercá-lo.

“Recca, salve Terion antes que seja tarde demais! Cuidado, o idiota tem anéis mágicos, mas não o deixe fugir ou ficaremos fodidos!” Enquanto gritava ordens, Raghul agradecia aos deuses por sua boa sorte.

O garoto parecia hesitar em matar humanos, caso contrário, a situação teria sido muito pior. Pelo mesmo motivo, Solus estava realmente preocupada. Foi a primeira vez, desde que eles se fundiram, que Lith mostrou misericórdia no campo de batalha.

Pior ainda, seus pensamentos pareciam desordenados, deixando-se encurralar muito facilmente.

O maior do grupo, que tinha quase dois metros de altura, braços da grossura de uma cabeça, avançou como um javali, bloqueando a linha de visão com sua enorme massa corporal.

De acordo com Solus, ele era o outro não mago do grupo, mas se eles o mantivessem por perto, ele teria mais de um truque na manga. Suas roupas emitiam um brilho amarelo, fazendo com que sua velocidade aumentasse dramaticamente, seguido por um brilho vermelho que aparentemente não surtiu efeito.

Lith facilmente se esquivou do ataque, mas o homem conseguiu parar abruptamente, girando sobre a perna da frente para lançar um gancho rápido na têmpora do garoto.

Ele foi pego de surpresa, a única coisa que pôde fazer foi pular para trás para enfraquecer o golpe e usar seu braço direito infundido com terra para bloquear.

“Entendi!” Ela disse com um sorriso.

Pela voz, Lith percebeu que seu inimigo era na verdade uma mulher.

Com o impacto, a luva dela lançou um raio, que percorreu seu corpo, enquanto a força do golpe foi suficiente para fazê-lo deslizar vários metros para trás, bem na lança do companheiro de equipe dela, que havia se posicionado atrás da almejada vítima.

Todos esperavam que seu braço fosse quebrado e seu corpo paralisado, mas Lith usou Full Guard, emitindo uma aura azul esférica com um raio de 10 metros, desviando da lança com um giro, sem nem mesmo olhar para trás.

Agora que ele estava longe o suficiente da mulher corpulenta, Lith pôde ver que o homem chamado Recca, provavelmente o curandeiro da equipe, correu para o lado de Terion, envolvendo os dois com uma poderosa barreira de ar, visando a evitar quaisquer ataques futuros enquanto tratava das feridas de seu companheiro.

“Entendi.” Ele disse com um sorriso, estalando os dedos.

Um flash repentino chamou a atenção dos mercenários para seu camarada caído.

Uma bola de fogo havia detonado dentro da barreira, mas a cúpula de ar que deveria protegê-los impediu que as chamas se expandissem, fazendo com que os que estivessem dentro sofressem tanto com a explosão quanto com o recuo proporcionado por ela.

Os gritos agonizantes dos dois mercenários encheram o ar e, enquanto seus camaradas ainda tentavam entender a súbita reviravolta dos acontecimentos, Lith agarrou o homem armado com lança pelas costas. Seu braço esquerdo formou um V, travando a garganta do oponente entre o antebraço e o bíceps, enquanto a mão direita agarrou sua mandíbula, fazendo um rápido movimento de chicote — um nítido estalo anunciou que o pescoço dele estava quebrado.



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