Magus Supremo Americana

Tradução: SilentFitts

Revisão: Barão_d’Alta_Leitura


Volume 3

Capítulo 109: Lutando (2)

– [“Por que você o matou?”] – Solus perguntou surpresa.

– “Seis contra um é um pouco demais, não posso perder nenhuma chance de igualar o placar.” –

– [“Então por que você deixou o outro viver, antes?”] –

– “Um ataque em dois estágios, onde o primeiro é direcionado para um alvo aleatório e o segundo para seus salvadores é uma tática clássica de guerrilha. Eu não apenas o imobilizei, também deixei uma bola de fogo pronta para o caso de alguém tentar libertá-lo. Dividir para conquistar.” –

Assim como os pingentes de gelo não atingiram os sinais vitais de Terion, a bola de fogo foi intencionalmente fraca. Apesar do efeito potencializado da barreira, Terion e Recca estavam incapacitados, mas vivos.

Eles estavam gravemente queimados, mas os caçadores restantes podiam vê-los se contorcendo de dor. Lith fez isso de propósito, forçando seus oponentes a escolher entre abandonar seus companheiros ou cair duas vezes no mesmo truque. Não tinham como saber se havia outra bola de fogo pronta para explodir ou não.

– [“Você me assustou pra caramba, naquela hora. Por um momento pensei que você tinha ficado … mole.”] – Solus hesitou antes de terminar a frase. Parecia um absurdo pressioná-lo a se tornar mais gentil, apenas se preocupar sempre que ele não era implacável.

– “Como eu disse antes, mesmo se eu decidir mudar, minha opinião sobre as pessoas não vai se alterar, especialmente sobre aqueles que tentarem me matar sem motivo.” –

No tempo necessário para que a conversa acontecesse, o cadáver do lanceiro ainda nem sequer havia tocado o solo.

“Seu bastardo do caralh*!” A mulher corpulenta tirou duas espadas curtas de seu amuleto dimensional, correndo em direção a Lith, decidida a vingar seus companheiros. Em suas mãos, as armas se moviam agilmente como facas, cortando o ar com um som sibilante.

Os dois lutadores se moveram em alta velocidade, pegando um ao outro de surpresa.

– “Ele / ela é mesmo humano?” – Ambos pensaram.

Enquanto a velocidade de Lith vinha da fusão de ar, a mercenária era na verdade uma mulher normal, não sendo nem mesmo uma maga. Entre suas muitas propriedades defensivas, as roupas dela também eram equipadas com joias alquímicas que podiam aumentar seus reflexos e força, sem que ela necessitasse de beber uma poção.

Apesar de ser mais rápido, Lith estava tendo dificuldade em se esquivar dos ataques que vinham. Os braços da mercenária eram quase tão longos quanto as pernas dele, e, para piorar as coisas, qualquer arma ou escudo que ele conjurasse durava apenas alguns golpes antes de se estilhaçar.

– “Parece que ela não me subestima mais. Tenho que inventar algo, rápido.” –

– [“Cuidado com as lâminas dela, estão encantadas!”] – Solus apontou. – [“Duvido que seu uniforme possa oferecer qualquer tipo de proteção à altura.”] –

Rangendo os dentes com a notícia, Lith viu a mulher musculosa varrer o chão com a perna, forçando-o a pular.

O plano dela era seguir com um chute circular enquanto o oponente ainda estava no ar. No entanto, em vez de cair como ela esperava, Lith disparou para a frente, chutando o rosto da adversária com os dois pés, forçando-a a dar um passo para trás com o nariz sangrando.

Explorando essa abertura, Lith se aproximou, batendo a perna direita no chão, com força suficiente para quebrá-la.

A força do chute foi transmitida para o joelho, e ao dobrá-lo, foi ampliada e transmitida para a cintura, coluna e ombro, sendo finalmente liberada pelo punho direito do garoto, que atingiu bem no esterno dela, fazendo a mercenária deslizar vários metros para trás com um som de estalo.

Apesar de todas as suas proteções mágicas e físico superior, o soco fortalecido pela fusão de ar, terra e fogo quebrou vários ossos, tornando até mesmo a respiração terrivelmente dolorosa.

Os dois membros restantes do esquadrão mercenário, Rodimas e Raghul, usaram essa troca curta para se posicionarem atrás dele, travando Lith em uma formação de triângulo.

Ele não precisava se virar para saber que estavam provavelmente lançando algum feitiço, visando dar a sua companheira o segundo que ela precisava para transformá-lo em picadinho. Eles ainda não tinham percebido que sua luta já havia terminado.

Lith atacou novamente, desta vez em seu queixo, nocauteando-a antes de ativar o feitiço de nível três armazenado em seu anel mágico, Xeque-Mate Spears.

O ar de repente se encheu de pingentes espessos como uma pequena árvore, circundando Rodimas de todas as direções, sem deixá-la sair. Amaldiçoando interiormente, ela cancelou seu feitiço, realizando um switch de último segundo para salvar sua vida.

Os dois encontraram suas posições invertidas, agora Lith estava sob o granizo de gelo, mas além de seu orgulho ferido, ele não tinha nada a temer. Xeque-mate Spears parecia um nome abertamente pomposo para um feitiço que ainda não tinha realmente dado um xeque-mate em alguém nem uma vez.

Sendo feito de sua própria magia, os dardos de gelo passaram por ele como se ele fosse um fantasma.

Nesse ínterim, Raghul completou seu feitiço, um de nível cinco do tipo Mago de Batalha, o mais rápido que conhecia. Gerou várias esferas de água que atuariam como ataque e defesa ao mesmo tempo.

Elas eram capazes de bloquear ou amortecer os feitiços mágicos de ar, fogo e terra, e se um inimigo as tocasse, elas invadiriam seus pulmões, afogando-o. Raghul manteve apenas um punhado delas para se proteger, enviando as restantes para matar Lith.

Como verdadeiros encantamentos mágicos, as esferas eram capazes de perseguir sua presa, desde que permanecesse na linha de visão do lançador. Normalmente, a única saída era fugir ou matar o lançador.

Ainda no quarto ano, Lith não fazia ideia de que tipo de feitiço era. Não ousando subestimar o oponente, ele fez o que parecia ser a coisa mais lógica a fazer. Usou magia espiritual para agarrar Rodimas e a mulher corpulenta, jogando-as nas esferas que se aproximavam, assim ele poderia ver o que aconteceria.

Raghul não conseguia acreditar no que via, o garoto estava usando suas companheiras de equipe como escudos de carne. Ele não era um novato, já havia perdido mais de um aliado durante o trabalho, às vezes sacrificando-os para cumprir uma missão, mas isso era demais. 

Ele teve que escolher entre manter sua defesa ou matar dois de seus amigos mais queridos por nada. Podia ver a água entrando à força por seus narizes e bocas, os gritos de pânico de Rodimas reduzidos a um punhado de bolhas.

Antes que pudesse decidir o que faria, Lith se aproximou o suficiente para nocauteá-lo com um único soco. As esferas de água se abriram, libertando suas prisioneiras.

Lith acabara de nocautear Rodimas também, para decidir com calma o que fazer com eles e como conseguir as informações que queria, quando percebeu que o jovem Byk havia retornado.

“Como você é gentil, me abandonando assim depois que eu salvei sua vida.” Lith disse com um tom áspero. O Byk bufou, esfregando o focinho na perna em agradecimento. “Pare de bancar o idiota. Eu sei que você pode falar. Não vim aqui por acaso, mas porque algumas dríades me contaram sobre um encontro fatídico.” O Byk inclinou a cabeça para o lado, achando difícil entender aquelas palavras. “Então, me diga. Você deveria ser meu verdadeiro amor, meu melhor amigo ou o quê?”



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