A1 – Vol.2
Capítulo 48: Bem está o que bem acaba
O dia passou rápido e, conforme os ponteiros do relógio giravam, o horário da cerimônia se aproximava. Aproximadamente dez minutos antes da hora marcada, seis da tarde, a planície já estava organizada, com um local especial reservado para o banquete, com uma longa mesa cheia de panelas e pratos especiais.
Com a ajuda de Griec, Yohane conseguiu fazer uma magia para que permanecessem aquecidos até nas temperaturas baixas dali. Além disso, o local estava movimentado, cerca de metade dos habitantes da ilha estavam presentes. Elfos brancos e negros, e humanos, juntos para comemorar a união de uma elfo com uma nefilim. Uma única fila quilométrica se formava em direção ao centro, e os seguranças confirmavam as identidades de cada um dos convidados. Conforme as pessoas passavam pelos seguranças elas buscavam assentos livres, evitando alguns poucos que estavam reservados, bem próximos ao altar. Nove. Especificamente, dois no lado esquerdo e sete, no direito. Os nomes que marcavam esses assentos, respectivamente, eram: Harald, Hilda, Marko, Uriel, Erik, Frida, Bjorn e Juliana.
Após cerca de quinze minutos, todos os lugares estavam ocupados. O local era grande, e os assentos foram postos em formato de círculo, com um corredor o dividindo no centro, para a entrada das noivas.
No lado esquerdo do altar havia um pianista. Do lado direito havia um grupo de garotas, usando vestidos nórdicos tradicionais, eram o coral da cerimônia. Magda e Astrid concordaram sobre as músicas. O casamento teria músicas clássicas dos países ocidentais, enquanto a festa pós-cerimônia teria faixas nórdicas tradicionais.
Cinco minutos após as seis da tarde, o sacerdote chamou a atenção de todos. Era um espaço aberto, e sua voz grave dispensava o uso de um microfone.
— Sejam bem-vindos, povo de Faroe. É com muita honra e felicidade que dou início a essa cerimônia, comemorando a união de Astrid Haraldottir, nossa rainha, e Magda Hoffman Vernichter, sua amada. Pois, então, sem mais delongas, espero que os convidados possam olhar para o céu, para assim iniciarmos a cerimônia.
Todos olharam para o céu e viram algo incrível. Duas carruagens mágicas, sendo puxas nos céus por cabras voadoras. Ambos os veículos flutuantes deram uma volta chamativa ao redor da planície, maravilhando a todos, e então pousaram no lado oposto ao altar, no início do tapete corredor.
O coral começou devagar, com um som agradável e que aquecia o coração dos convidados, mesmo naquela tarde gelada. Assim, as portas das carruagens se abriram, e o sacerdote continuou.
— Desses veículos, meu povo faroense, sairão dois corações que em breve se tornarão um, conforme o desejo e benção de nossa antiga rainha Hilda, e de nossa deusa, Freya. Que ambas descansem em paz em Valhalla.
A primeira a sair da carruagem foi a garota ruiva de vestido vermelho, Yohane. Ela segurava uma cesta com pétalas vermelhas, amarelas, pretas e azuis. Seu rosto estava corado, nunca tinha participado de um casamento naquela posição de “menina das flores”, mas estava feliz. Ela caminhou lentamente pela neve, derrubando as pétalas que, juntas, coloriam o caminho que as noivas passariam.
— O amor e a felicidade. O luto e a tristeza — continuou o sacerdote. — As noivas reconheceram que não poderiam escolher apenas um sentimento para andar ao lado delas, e também não poderiam se livrar dos outros. Cada emoção presente em nossos corações é especial e única, e devemos aprender a lidar com elas. E o modo que Astrid e Magda encontraram foi apoiando uma à outra.
Quando Yohane chegou ao altar, sorriu satisfeita, e observou cuidadosamente o continuar da cerimônia.
A segunda a sair da carruagem foi Tera, em forma de loba. Ela estava com uma pequena capa viking pesa em uma coleira, e carregava na boca uma cestinha de metal cheia com um liquido vermelho.
“Aquilo é sangue?” — questionou a voz de Nikeia.
— A aliança feita hoje é fruto de um amor nascido em meio aos problemas e as dores. Mas assim como uma roseira, que mesmo possuindo espinhos, faz florescer a mais bela das flores; o laço feito por essas duas mulheres, mesmo que passe por problemas e mágoas, com certeza vai gerar algo lindo. Não apenas no futuro delas, mas no futuro de todo esse reino.
Em seguida, duas pessoas saíram da carruagem. Um homem e uma mulher, muito parecidos em aparência, com cabelos castanho-avermelhados, olhos verdes como esmeraldas, e uma pinta charmosa abaixo do olho esquerdo de cada um.
Magda segurava o braço de seu irmão, enquanto carregava um belo buquê de centáureas coloridas. Seu vestido branco e justo destacava suas curvas femininas, tirando a atenção das cicatrizes em seus braços. A alemã decidiu usar o vestido com decote e um véu longo, que se arrastava pela neve. O sorriso em seu rosto era emocionante, e ela se esforçava para conter as lagrimas de felicidade.
Adam estava confiante, como sempre. Nada podia abalar a autoestima daquele jovem e, além disso, usar um terno verde escuro bonito como o que estava vestindo apenas aumentava a sua confiança. Ele sorria gentilmente, enquanto notava a emoção da mulher ao lado.
Quando Magda chegou ao altar, Adam beijou sua testa e ficou à esquerda do sacerdote. Mesmo não tendo lembranças da vida que os dois levaram juntos, acreditava nas palavras dela, e entendia o quão importante aquele momento era.
— Nosso povo sempre celebrou os bons momentos e os valorizou. — O sacerdote voltou a falar. — Mesmo no luto, entendemos que a vida não para, e devemos continuar seguindo em frente. Foi isso que nossa Rainha Hilda sempre fez questão de nos lembrar. E isso é o que nossa Rainha Astrid está mostrando agora. Nós podemos chorar, apenas não se pode deixar que essas lágrimas ditem nosso caminho dali em diante.
Após isso, mais duas pessoas saíram da carruagem. Um elfo negro acompanhava uma elfo branca até o altar. Astrid segurava o braço de Griec com um sorriso brilhante no rosto. Era possível ver suas longas orelhas, vermelhas pela emoção, balançando levemente. Todos olhavam surpresos, pois não existia registros na história dos elfos brancos e negros terem tamanha proximidade, ao ponto do rei do povo Savartalfheim estar levando a antiga princesa do povo de Alfheim ao altar.
A nova rainha usava um vestido branco com adornos dourados e uma espécie de capa bifurcada. Ambos eram feitos de um tecido fino e leve, que dançava conforme os movimentos do corpo de Astrid. Sua coroa brilhava com a gema azulada no centro, determinando firmemente que aquela era a nova rainha.
Griec também usava roupas de gala nórdicas, com uma espécie de capa de pele de cordeiro no ombro, presa por um medalhão de ouro.
Quando ambos chegaram ao altar, Griec beijou as mãos da Rainha e se posicionou ao lado de Adam.
— E aqui estamos, nessa noite, para comemorar o início de um amor improvável, que nasceu em terras que pensávamos ser inférteis. Mas essas mulheres, sem saberem que era impossível, foram e o fizeram. Astrid, sua mãe observa em Valhalla essa cerimônia, junto de Freya, desejando as duas boa sorte. O caminho não será fácil, vocês sabem a vida que cada uma leva, e como será difícil cuidar desse amor. Mas sempre se lembrem desse dia, e do quanto lutaram para realizar este sonho.
— Eu destruiria toda a América pra manter ela ao meu lado — Magda disse, com um sorriso no rosto, deixando Yohane um pouco assustada.
— Vamos torcer pra não chegar a esse ponto, querida. — Astrid respondeu, com um sorriso desengonçado.
— Bom, sem mais delongas. Amaterasu, poderia nos fazer a honra? — disse o Sacerdote, olhando para a loba branca.
Tera caminhou até ficar entre as duas noivas, se levantando em duas patas com a cestinha na boca.
— Por favor, Magda. — O cerimonialista estendeu a mão, indicando a cesta.
Magda assentiu e colocou os dedos dentro do liquido vermelho e puxou um anel. O sacerdote segurou um lenço abaixo da mão gotejando de Magda, para evitar que manchasse o vestido.
— Esse anel simboliza nossa aliança inquebrável. — A alemã colocou o anel no dedo anelar de Astrid, e moveu os dedos avermelhados em direção ao rosto de sua noiva. — Esse sangue simboliza nosso amor, vibrante e caloroso. — Ela desenhou uma linha horizontal na testa de Astrid, e uma vertical em seu lábio inferior.
Em seguida, o sacerdote lhe ofereceu o lenço para que se limpasse. Assim, Astrid repetiu o processo.
Com o anel ensanguentado em mãos, ela disse, em dinamarquês:
— Esse anel simboliza nossa aliança, inquebrável. Esse sangue simboliza nosso amor, vibrante e caloroso.
Outro lenço foi entregue, e a rainha se limpou. Com as alianças propriamente entregue e colocadas, o sacerdote continuou.
— Agora, desejam compartilhar seus votos?
As duas assentiram.
— Então, Magda. Pode começar.
A alemã respirou fundo. O sorriso em meio ao rosto corado declarava seu nervosismo.
— A minha vida foi construída por péssimos momentos, mas a situação em que conheci Astrid foi especialmente ruim. Eu tinha acabado de sair de uma batalha que quase me matou, e feito o parto de uma criança cujo os pais eu nem conhecia. Eu tinha fugido, logo depois, pra uma fonte que diziam ser mágica e que só aparecia na primavera. Era a única esperança que eu tinha, já que meus ferimentos estavam muito sérios. Quando cheguei na fonte, não encontrei água. Apenas uma arvore de manga e uma garota usando um vestido florido. E eu apaguei depois disso. — Segurou as mãos da noiva. — Quando acordei eu estava em um quarto muito luxuoso, com todos os meus ferimentos enfaixados e tratados. A Tera estava dormindo no meu colo, como se nada tivesse acontecido. E do meu lado, lendo um livro sobre a luz do entardecer que entrava pela janela, estava você — disse, olhando com os olhos marejados para Astrid. — Eu admito que fiquei desconfiada no início, mas tive alguns dias pra conhecer você melhor. E nossa, você simplesmente devolveu a cor pro meu mundo. Contanto suas histórias, seus gostos, sua sabedoria… cada palavra que saia da sua boca era como poesia pra mim, me fazia esquecer do mundo cruel de onde eu vim. Quando me dei conta, já estava perdidamente apaixonada por você. E isso não mudou nos últimos sete anos. Pelo contrário, o meu amor por você apenas aumentou, Astrid Haraldottir. Eu nem sei se mereço a felicidade que você me deu, e sei que vamos ter problemas, mas não me importo. Contanto que eu possa ficar do seu lado, vendo você ler, cantar, dormir, eu vou conseguir seguir em frente. Obrigada, meu amor.
Antes que pudesse perceber, Astrid e Magda choravam de emoção. Até Yohane, que estava apenas observando, derramou algumas lágrimas, imaginando se aquilo poderia acontecer com ela algum dia.
— Astrid, fique à vontade.
— Até hoje eu lembro a briga que eu tive com minha mãe quando levei uma nefilim quase morta pro castelo. Ela quase me deserdou, mas aceitou quando eu prometi que você iria embora assim que se recuperasse. Claro que não cumpri essa promessa. No começo eu só estava curiosa, intrigada. Magda Vernichter, quem era essa mulher? E por que ela parecia ser muito mais do que apenas uma caçadora carrancuda? E então começamos a nos conhecer. Você me ouvia, gostava das minhas histórias. Desde o meu pai, você foi a primeira pessoa a fazer isso. E então eu comecei a ouvir suas histórias. Não as tristes e dolorosas, as que te fizeram criar um escudo ao redor de si mesma, mas as histórias felizes, as histórias que você tinha no campo com seu irmão e seus pais. De como você ia até a cidade escondido para roubar fitas cassete de romance pra assistir, por que você simplesmente adora um romance clichê. — Tera e Yohane deram uma risadinha discreta. — E foi essa mulher meiga e gentil que me fez sentir amor pela primeira vez em mais de um milênio. Uma mulher que pode ser dura no começo, mas quando você a conhece de verdade, percebe o quão leve a vida pode ser do lado dela. Eu que lhe devo agradecimentos, Magda. Por trazer leveza pra vida monótona de princesa. Por me permitir fazer loucuras que nunca tinham se quer passado pela minha mente. Obrigado por trazer emoção à minha vida, e por me trazer de volta esse sentimento tão doce.
Elas sorriram uma para outra, envergonhadas, mas mais felizes do que nunca.
— Eu fico feliz por você, Astrid. Pelas duas. E, apenas para seguir o costume e podermos seguir para as festividades, eu pergunto: Magda Hoffman Vernichter, você jura cuidar, amar e respeitar Astrid Haraldottir, a aceitando como sua esposa, até que o Fim nos alcance?
— Eu juro — disse Magda, apertando as mãos da companheira.
— Astrid Haraldottir, você jura cuidar, amar e respeitar Magda Hoffman Vernichter, a aceitando como sua esposa, até que o Fim nos alcance?
— Eu juro — respondeu Astrid, com um longo sorriso no rosto.
— Então, pelo poder dado a mim por meu Pai, Odin, eu digo: que um futuro próspero as aguarde. E, assim, as declaro casadas. Façam as honras.
Magda colocou as mãos na cintura de Astrid e a beijou apaixonadamente. Astrid retribui e, quando seus lábios se separaram, elas jogaram os dois buquês à plateia, comemorando e oficializando de uma vez sua união.
E, com os gritos das noivas, os convidados se levantaram e aplaudiram, desejando felicidades ao casal. Dessa forma, a festa pôde começar. O pianista e o coral começaram a cantar músicas animadas, típicas de comemorações escandinavas, e vários casais começaram a dançar, incluindo as noivas, que acabaram ficando desengonçadas por causa dos vestidos.
Adam chegou e convidou Magda para dançar, que aceitou emocionada. A dança não era uma valsa tradicional, mas uma dança animada e rápida, que lembrava um pouco a Quadrilha, do Brasil. Eles pulavam, corriam em círculos, gritavam, tudo de um jeito entusiasmado e espontâneo.
"Não vai dançar, Yohane? Convida o Adam." — disse a voz na cabeça da ruiva.
A garota estava na mesa do buffet, bebendo um caldo de baleia enquanto observava a festa.
— Ah, eu naum dançu — falou, mastigando um pedaço de carne. Quando engoliu, continuou. — Eu sou a garota que bate nos meninos, não a que os convida pro baile. E o Adam tá feliz, interagindo com a irmã dele. Não quero incomodar.
— Mas você não estaria incomodando ninguém, Srta. Pride.
Quando menos esperava, uma voz calma e grave falou ao lado, servindo um pouco de cerveja. Suas orelhas não eram pontudas, então não se tratava de um elfo. Era o sacerdote, o mesmo que fez a cerimônia de casamento.
— Sabe, é estranho poder participar das festividades. No meu reino antigo, eu era o vigia, então nunca pude deixar meu posto. Agora eu entendo por que Thor gostava tanto das festas.
— Espera, Thor? Desculpa, senhor, poderia me dizer seu nome outra vez? — disse Yohane, surpresa.
— Meu nome é Heimdall. É um prazer.
— Heimdall… ah! É aquele deus grego!
O antigo deus torceu a testa, decepcionado.
— Nórdico, Yohane. Somos todos nórdicos. — Astrid apareceu, também servindo um copo de cerveja para si. — Heimdall, posso conversar com Yohane à sós?
— Claro, Sra. Astrid. Foi um prazer, Srta. Pride. — Estendeu sua mão.
— O prazer foi meu, senhor! — Yohane apertou a mão de Heimdall. Nesse exato momento, o antigo deus nórdico fez uma expressão preocupada, mas saiu sem dizer nada.
Enquanto isso, Astrid bebia a cerveja como se fosse água. Provavelmente tinha saído da dança para recuperar o fôlego.
— Eu nunca fui o tipo atlética, sabe? — continuou. — Sempre fiquei enfurnada na biblioteca ou no quarto lendo, enquanto minha mãe gritava para eu ir treinar. Talvez eu devesse ter dado ouvidos a ela.
— Talvez. Ou talvez não — Yohane bebeu um gole do caldo. — Eu queria ter sido assim na escola, talvez tivesse feito mais amigos. Ou menos inimigos, no mínimo.
Astrid deu um sorriso singelo.
— Não tivemos a chance de conversar direito no último mês, eu queria muito te agradecer por ter ficado ao lado de Magda naquele dia. Ela me contou a história. Pode não parecer, mas ela passou a te respeitar muito depois daquilo.
— Fico feliz em saber disso. — A ruiva deu uma risada. — Mas eu não consigo ignorar a ironia, já que nós tentamos nos matar mais de uma vez quando nos conhecemos.
— Como um povo guerreiro, nós acreditamos que as maiores amizades nascem dos piores conflitos. Mas, de qualquer forma, muito obrigada.
— Bom, espero que possamos passar mais algum tempo aqui. Até onde me lembro, Adam, Magda e eu éramos procurados por terrorismo.
— Ah, vocês logo vão superar isso. E, também… — O rosto de Astrid escureceu, sua voz se tornou melancólica. — Vocês terão preocupações maiores depois de hoje.
Yohane franziu a testa, ficando preocupada.
— Como assim?
— Lembra quando o Arne disse que o mundo em breve veria você como sua maior inimiga?
Os olhos da ruiva se arregalaram, e ela se afastou da Rainha por instinto. Astrid não estava no castelo quando Arne disse isso. Pelo contrário, ela estava presa em uma caverna, a quilômetros de distância.
— Como você sabe disso?
— Eu sei de muitas coisas que aconteceram e ainda vão acontecer, Yohane. E posso te garantir, Arne não estava sendo dramático.
As mãos da garota começaram a tremer, todos os seus instintos mais básicos estavam prontos para entrar em uma batalha. Por algum motivo, começou a sentir que a Astrid se tornaria uma inimiga.
— Se acalme, — falou, levantando as mãos até a altura do peito. — Não sou sua inimiga, eu só quero te dar um aviso importante. Um aviso que talvez você não queira ouvir, mas precisa.
— Fala logo.
— Muitas coisas aconteceram desde que você descobriu ser nefilim, mas te garanto, foram apenas o início. A partir desta noite, você será bombardeada por uma série de eventos desagradáveis e, em breve, terá que tomar uma decisão que mudará o curso da história. Você está destinada a ser a destruição desse mundo, e também sua salvação.
A ruiva ouviu aquelas palavras paralisada, sem entender o significado de nenhuma delas. Suas mãos tremiam, seu coração acelerado parecia que ia saltar pela boca. Nem Nikéia, que também ouvira tudo, ousou se pronunciar.
— Astrid, que porra você tá falando? Eu não tô entendendo nada! Hoje é a porra do seu casamento, por que decidiu profetizar o meu destino justo agora?
Mas antes de poder receber sua resposta, sentiu algo vibrar na bolsa que estava em seu ombro. Olhou desconfiada e pegou o celular, encarando o identificador de chamadas, incrédula: Ruby.
— Por que… — Seus olhos arregalados não acreditavam no que viam.
— Como eu disse: A partir dessa noite. Acho melhor atender.
Yohane apertou o botão verde na tela hesitante, e colocou o aparelho próximo a orelha direita.
— Ruby… Oi. Há quanto tempo.
— Cat? Ela atendeu, tia Emília! — A garota falou longe do microfone e voltou, logo depois. — Cat, onde caralhos você tá?!
— Dinamarca?
— O QUE?! Ela falou que tá na Dinamarca! O que diabos você ta fazendo ai... Quer saber, não importa. Pega o primeiro voo pra Nova York, agora! Ou eu juro que vou quebrar a sua cara com o violão que você me deu!
— Ei, Ruby, calma! O que houve, por que você tá exaltada assim? Tá todo mundo bem?
— A tia Emília está bem, o problema é que…
A hesitação de Ruby fez as pernas de Yohane tremerem, suor frio começou a escorrer por seu rosto. Já estava prevendo o que vinha depois.
— Ruby… a Abigail está bem?
Três segundos de um silêncio angustiante, até que Yohane sentiu seu coração ser pisoteado ao ouvir o que garota do outro lado do telefone falou:
— Cat, a Abigail… ela foi sequestrada.
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