Prodigy Brasileira

Autor(a): Matheus Marroni


Volume 2

Capítulo 1 - Reorganização

Havia se passado algum tempo após a saída de Mats e Minev de Inorram, em sua jornada atrás de pistas sobre o paradeiro de seus pais.

 

— Você está bem? — Perguntou Guildor.

— Eu... estou, mas com saudades deles... — respondeu Mavie deitada sobre a mesa.

— Ei, eu sei que está, mas vamos encontrá-los, eu prometo.

— Eu sei, mas não temos nada, nem nossos pais, nem Minev e Mats mais...

— Tenho certeza que estão bem e fazendo progresso!

Todos os demais estavam reunidos na hora do almoço, mas a preocupação tomava conta de todos. O semblante deles estava para baixo, já fazia algum tempo desde a invasão a Inorram, e ainda não conseguiram nenhuma informação que os ajudasses. A preocupação tomava conta, também não receberam nenhum contato de Mats, o que piorava tudo.

— Gente vamos, ânimo, vamos, precisamos estar motivados — disse Aniya tentando animar a todos.

— É isso, não desanimem e não pensem no pior, já já Mats vai entrar por aquela porta com boas notícias, confiem — completou Guildor.

— Isso se um dia ele voltar a entrar por essa porta... — disse cabisbaixo Corbin mexendo um talher no prato.

— Ei, ei, ei, parou, vamos voltar aos nossos trabalhos, temos um dia cheio, recebi uma carta do conselho, e inúmeras missões. Lana tenho uma especial para você e Robin.

— Gente, Mats e Minev são muito poderosos, e estão ficando cada vez mais fortes, não precisam se preocupar, conseguem lidar com absolutamente qualquer coisa. E você disse uma missão para mim? — Perguntou Lana.

— Sim, darei detalhes a vocês na sala. Agora vamos, os demais, voltem a suas funções.

Todos se levantaram e saíram, ficando apenas Lana, Guildor e Robin.

— Recebemos missões diariamente, as quais designamos alguns guardas, mas essa é diferente, é um pedido de ajuda de uma vila distante, ao sul, é estranho porque fui averiguar o mapa, e não há muito relatos e nem desenhos daquela região, por isso que quero que vocês dois vão.

— Estranho, disseram o porquê da ajuda? — perguntou Robin.

— Não apenas disseram que estão sofrendo saque e ataques, e desaparecimento de pessoas, não mencionaram de quem ou do que.

— Bom, podemos ir, pode ser alguma brincadeira, mas se é algum lugar mais distante e perigoso, melhor irmos averiguar, do que mandar soldados.

— Exatamente, partam quando puderem.

— Vou levar Jay-Jay para o treinar, pode ser?

— Claro, excelente ideia, fará bem para ele.

Guildor tinha uma sensação estranha dessa região, por isso decidiu mandar os mais fortes e mais experientes, na pior das hipóteses, conseguiriam se virar e teriam sabedoria para se retirar, seria importante para os mais novos irem pegando essa experiencia também.

Ele estava tentando manter a aparência para motivar a todos, e manter o reino próspero, mas a verdade é que ele sempre ficava olhando para o céu pela janela de sua sala, esperando por qualquer mensagem de notícia do Mats, ele sentia muito sua falta, pois ambos cresceram como irmãos, e sempre teve o apoio e ajuda de Mats quando precisava, estavam juntos em todas as trapalhadas que fizeram pelo reino, apesar de serem bem responsáveis agora, quando crianças tacavam o terror no castelo. “Só espero que vocês estejam bem, sei que vão voltar logo... e bem” pensou ele.

— Guildor mandou me chamar? — perguntou Mavie entrando.

— Mavie, sim, recebi uma carta do conselho, convocação de emergência, é algo importante, Lana e Robin sairão em uma missão, levarei Corbin comigo, preciso que você tome as rédeas do reino por enquanto.

— Eu? Mas e Aniya?

— Aniya está sempre muito ocupada com o departamento médico, está toda atarefada, parece que trabalha vinte quatro horas por dia.

— Mas Guil, eu não sei, eu sou irresponsável, eu só penso em beber e curtir, talvez eu não queira essa responsabilidade...

— Mavie, não pense isso de si mesma, você é uma de nós, uma das mais poderosas pessoas que conheço, e não pense que vemos você assim, nós te amamos, e amamos como você é, sempre que precisei de sua ajuda, você estava lá para me ajudar, nunca recusou, e sempre animou a todos, você é essencial não só para o reino, mas para nossas vidas — disse Guildor abrindo um sorriso e a dando um abraço.

— Guil, muito obrigada, por sempre me apoiar, eu sinto tanta falta deles, dos meus pais, da Minev e do Mats, e das Matriarcas, eu sinto um vazio dentro de mim, que cresceu de forma tão rápida — respondeu ela chorando o abraçando.

— Ei, todos nós nos sentimos assim, e não é bom ficarmos guardando nossas emoções, e sofrer sozinhos, sempre que precisarem estarei aqui, somos uma família, e sempre estaremos juntos, incluindo Mats e Minev, os pais e as vovós.

— Eu sei, mas é tão difícil de controlar, meus pensamentos me consomem, sempre me dizendo que tudo dará errado.

— Mas não dará! Agora rainha Mavie, tome conta de Inorram e de seu povo. Parto amanhã, vou falar com Corbin para se preparar.

— Tudo bem rei Guildor, vão em paz e tranquilidade em sua jornada.

— Que assim seja.

Guildor foi andando até o laboratório de Corbin, ao abrir a porta, uma labareda de fogo quase o atingiu, mas rapidamente se abaixou e fechou a porta .

— Que que foi isso cara? — Perguntou Guildor.

— Nossa Guildor, foi mal haha, pode entrar agora — respondeu Corbin com o rosto acinzentado de fumaça e os cabelos arrepiados.

— Caramba, o que está fazendo?

— Estava calibrando as torretas incendiárias das muralhas, elas não estão muito precisas.

— Deu para ver... amanhã partimos para uma reunião do conselho, você irá como meu guardião.

Os olhos de Corbin se encheram de brilho — EU? SEU GUARDIÃO? A FUNÇÃO DO MATS? YEEEEEEEEEEEEES, UHUUUUUUUUUUL, SIMBORA!

— Hahaha sabia que se animaria, partimos ao amanhecer, esteja pronto!

— Estarei senhor! — Disse ele batendo continência.

— Preciso que crie algo, que me garanta que o reino estará protegido, apenas Mavie e Aniya estarão aqui.

— Eu tenho algo perfeito para isso.

— Ótimo, amanhã pela manhã, não se esqueça.

— Estarei pronto.

Em uma das salas de treino, Jay-Jay estava treinando para ser melhor, e mais confiante, estava cansado de ficar tendo que depender dos outros, e ter medo, então, estava treinado arduamente todos os dias, seu Summon, era o menor entre todos, era pequeno e tímido, assim com Jay-Jay, por isso nunca foi invocado, mas ambos estavam dispostos a crescer juntos, pois agora tinham um ao outro, e com a ajuda de Robin que conversava bastante com ele, foi melhorando cada vez mais.

Lana e Robin apareceram e começaram a assistir Jay-Jay, ele estava de olhos fechado, fazendo golpe no ar, e a cada movimento, parecia estar leve como uma pena, e assim que finalizava um golpe, uma rajada de vento saía.

— Muito bem Jay-Jay — disse Lana.

— Lana!? — Respondeu ele, caindo no chão — não sabia que estavam ai.

— Ei maninho, não tem que ter vergonha ou se sentir mal por estarmos aqui...

— Você estava indo muito bem Jay-Jay, acho que seu problema esteja mais na timidez e no que os outros pensarão de você, precisamos trabalhar isso — completou Robin.

— É, acho que sim, mas é que não sou tão forte como vocês — disse ele coçando a cabeça e abrindo um sorriso tímido.

— Para com isso, você tem um dos poderes mais legais, consegue até voar, você com toda certeza é muito forte — respondeu Robin.

— Obrigado Robin, vou tentar melhorar.

— Advinha quem vai numa missão amanhã? — perguntou empolgada Lana.

— Vocês vão sair? Que legal mana, só tomem cuidado.

— Isso mesmo, vamos para uma missão ao sul, longe... e você vai conosco!

— Eu? Ir com vocês? Eu não sei se estou pronto para isso.

— Claro que está Jay, vamos juntos, e vamos te ensinar muitas coisas no caminho — disse Robin.

— Sairemos pela manhã, passamos no seu quarto te buscar — finalizou Lana.

— Tudo bem, arrumarei minhas coisas.

Chegado à noite, todos se reuniram e contaram de suas missões e o que aconteceria no dia seguinte, Mavie ficaria na liderança do reino junto com Aniya, Corbin montou sentinelas e liberou todos seus guardas robóticos, que se espalharam pelo reino, Lana deixou todos os guardas de prontidão e passou qual seria a estratégia caso algo grave acontecesse, os portões ficariam fechado até que voltassem, com exceção de trabalhadores que saiam do reino para realizar algum trabalho nas redondezas, mas todos seriam devidamente fiscalizados. Guildor estava preocupado de um pedido de ajuda chegar junto com a carta de reunião, tudo muito estranho, mas ambos precisavam ser feitos o quanto antes, eram emergências.

Logo cedo, no dia seguinte, todos se preparam para sair, combinaram de sair pela passagem subterrânea para ninguém os perceber. Guildor e Corbin iam para a reunião de emergência que o conselho convocou, que seria realizada no mesmo lugar em que foi a última reunião, devido as circunstâncias, então foram rumo ao leste, enquanto Lana, Jay-Jay e Robin, rumaram ao sul.

— Sabem o que fazer, qualquer sinal de perigo ou risco, retornem — disse Guildor

— Pode deixar, ficaremos bem, não se preocupe — respondeu Robin.

— Vocês também meninas, tomem cuidado, e protejam o povo.

— Pode deixar, estarão seguros — respondeu Aniya.

— Se vemos em alguns dias.

Ambos pegaram seus cavalos e partiram por um caminho subterrâneo que dava acesso a um local secreto fora do reino.

— Porque será que fizeram essa reunião de emergência? — Perguntou Corbin.

— Eu também estou curioso, mas não disseram nada na carta — respondeu Guildor.

— Será que algum exército de monstros ou um mega monstro está ameaçando algum reino?

— É uma opção — disse Guildor rindo.

— É sério? Isso existe?

— Parece que há muitas coisas no Plano que não conhecemos, e isso deve existir.

— Uau, não sei o que seria pior, isso, ou quererem falar sobre o que fizeram com os Brutamontes...

— Acho que não, deixaram bem claro que era nossa responsabilidade esse assunto.

— Bom, realmente não tem o porquê interferirem agora, se não quiseram fazer nada a respeito antes. Tem algo que eu preciso saber da reunião? Como me comportar, como ficar?

— Você está crescido mesmo Corbin, fique tranquilo, vou te passando quando chegarmos — disse Guildor abrindo um sorriso de orgulho.

— Ah, obrigado Guil.

— Vamos apertar o passo, dormiremos em uma vila em que eu e Mats ficamos da outra vez, vai gostar de lá.

— Vamos nessa.

Já o caminho para o sul estava diferente, Lana, Robin e Jay-Jay passariam pelo reino dos Brutamontes, mas os vilarejos no caminho estava cheios de vida, as pessoas felizes, se reconstruindo aos poucos, crianças se aproximavam e demonstravam imensa gratidão a Lana e os demais. Lana se sentia muito feliz por ver isso, o que a motivava a sempre querer fazer a diferença para as pessoas, e lutar pelos mais fracos. Assim que passaram em frente ao reino do Brutamontes, ainda estava uma ruína, não havia sinal de vida lá dentro, desceram de seus cavalos e foram dar uma olhada, os corpos ainda estavam no chão, já bem deteriorado pelos animais que os comiam. Foram até o castelo e não viram ninguém, não havia sinal do corpo de Monghar. Então voltaram ao início da ponte.

— Vocês enfrentaram tudo isso mana? — Perguntou Jay-Jay

— Pois é, pareceu que foi uma batalha e tanto — completou Robin.

— É foi difícil, bem difícil, mas foi bom lutar ao lado de Mats e Guildor, isso me reforçou a ideia de que sempre teremos uns aos outros, e que juntos conseguiremos enfrentar qualquer coisa. Uma boa memória, mas o motivo foi terrível, ainda mais que não conseguimos o que queríamos.

— Mas conseguiram muito mais, você viu a expressão nos rostos das pessoas até aqui, alegres e felizes.

— Sim, é verdade, está na hora de dar um fim nesse capítulo de tormenta para elas, se afastem.

Lana foi até o meio da ponte, respirou fundo e deu um salto muito alto, quando estava caindo e se aproximando do solo — MARTELO DE VULCANO!

Ao tocar o solo com seus punhos uma grande explosão foi vista, a explosão foi avassaladora, o impacto foi tão intenso que a estrutura começou a ruir, os pilares altos e robustos cederam, e a ponte desabou em pedaços. O som ensurdecedor da destruição ecoou pelo ar, enquanto os destroços caíam no abismo abaixo, pessoas dos vilarejos próximos conseguiram ouvir e ver as chamas. A cena era impressionante, com chamas indo até o céu e depois a fumaça se espalhando pelo local. O poder de Lana havia sido demonstrado em toda a sua magnitude, deixando claro o seu potencial destrutivo.

— Agora estou mais aliviada — disse ela olhando para o reino isolado.

— UAU, Lana está totalmente em outro nível de poder — deixou escapar um pensamento em voz alta Robin.

— Nem me fale, o que foi isso, olha essa explosão, meu ouvido está zumbindo até agora.

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