Volume 1

Capítulo 8: Enviado do Mundo Estelar, Meteoro

Chegamos ao Castelo do Rei Demônio Sabnock.

Havia alguns Kobolds de guarda em pé lá.

Os Kobolds eram Demi-Humanos semelhantes a cães.

Eles então me olharam com aborrecimento e me questionaram:

“Quem diabos é você? Você não sabe que este é o Castelo do Rei Demônio Sabnock?”

Eu logo respondi.

“Claro que sei. Eu sou o Rei Demônio Ashtaroth.”

“Ashtaroth…? Eu nunca ouvi falar sobre você.”

Um dos Kobolds respondeu, mas o outro tinha reconhecido o nome.

“Ashtaroth, eu já ouvi esse nome. Um Rei Demônio recém-nascido que recentemente jurou lealdade ao Mestre Sabnock.”

Ah, entendo. É por este cara que o Mestre Sabnock saiu para lutar… espera! Por que ele está aqui então?”

Os Kobolds estranharam já que, como Sabnock estava lutando por mim, eu deveria estar lá também.

Eu não poderia culpar a lógica deles, mesmo que fossem cães. E assim eu respondi.

“Um guerreiro poderoso como Sabnock acabará com esses humanos facilmente, mesmo com ou sem minha ajuda.” 

“Isso é verdade. Nosso exército também é forte.”

“Exatamente, e por isso eu vim oferecer à ele meu tributo.”

“Tributo? É carne?”

Os Kobolds começaram a ofegar e abanar a cauda.

“Talvez haja carne. No entanto, essa carne virá de seus cadáveres.”

“O que você quer dizer com isso?”

Os dois Kobolds rugiam. E eu comecei a recitar.

“Chegou a hora. Que as estrelas tremam e caíam! Meteoro!”

O que eu recitava era uma Magia que causava a queda de meteoritos do céu. Era uma Magia poderosa que só Magos Habilidosos com imenso poder poderiam usar.

Nuvens espessas apagavam o céu, e delas vinham raios vermelhos que disparavam em direção ao chão.

Em uma velocidade assustadora, os pedaços de pedra queimaram em brasa quando entraram na atmosfera e se chocaram contra as paredes do Castelo a frente. A parede desmoronou.

O poder foi suficiente para derrubar os Kobolds e queimar as árvores que cresciam no jardim.

Eve não pôde deixar de abrir a boca.

“Então você não é apenas um Grande Estrategista, mas um Poderoso Mago também.”

“Não é pra tanto. Mas consigo fazer o suficiente, como abrir um buraco na parede deles e matar um ou dois cães.”

Os Kobolds estavam paralisados de medo, fazendo ser fácil para mim andar ao redor deles e cortar suas gargantas com minha adaga.

E claro, eu estava me segurando de certa forma.

Não havia necessidade de mandar suas cabeças aos ares, mesmo isso sendo provavelmente mais satisfatório.

Eu gostava de gatos, mas também gostava de cachorros. E embora eles fossem Kobolds, não precisava matar de tal forma.

Bem, matar guardas despreparados não deixava o melhor gosto na boca também.

Após derrotar os guardas no portão e fazer um buraco na parede, dei uma ordem a Eve.

“Envie os Golens de Madeira primeiramente.”

“Certo!”

Ela se curvou respeitosamente e deu a ordem. 

“Estes Golens não precisam de ordens detalhadas. Eles não seriam capazes de se lembrar delas. Sendo assim basta deixá-los à solta. Não espero mais nada deles.”

“Então você terá os Golens criando o caos dentro das muralhas do Castelo e atraindo a atenção. Enquanto isso, os Orcs podem ser enviados para atacar os armazéns.”

“Exato, você me entende bem. Agora, dê-lhes essas ordens.”

Eve fez uma reverência e enviou os Orcs.

Orcs eram uma espécie inerentemente gananciosa e tinham um dom para encontrar tesouros. Roubar era para eles uma segunda natureza.

Eles também não precisavam de ordens detalhadas.

A única coisa a ter cuidado era certificar-se de que eles não tentassem guardar para si o que roubavam.

Mas Eve estava observando-os com um olhar atento, e assim me foi deixado para ajudar os Golens.

Eles estavam virando o lugar de cabeça para baixo, mas seus números eram muito poucos.

Eles foram cercados por Goblins Orcs inimigos em pouco tempo, e seus braços e pernas foram decepados.

Era possível que eles fossem exterminados antes que meu plano tivesse tempo de ter sucesso.

Mas como seu senhor, eu precisava protegê-los.

E assim eu usei Magia nos Esqueletos que tínhamos carregado conosco na carruagem.

Os Esqueletos começaram a chacoalhar e a se mover, até retornarem à forma humana. É claro, a carne que eles um dia tiveram não reapareceu.

Os Soldados Esqueletos pegaram suas espadas e escudos e marcharam em direção ao Castelo para se juntarem à briga.

Os Esqueletos eram fracos em comparação a outros Monstros, mas eles também não tinham medo da morte.

Afinal, eles já estavam mortos. Sendo assim eles não fizeram nada além de avançar e colidir com o inimigo.

A sua quantia era uma ameaça para OrcsGoblins e outros Monstros com um grau de inteligência.

Não só isso, mas estes Esqueletos eram especiais, pois eu os estava controlando com Magia.

E assim, estes Demi-Humanos não eram páreo para eles.

A moral do inimigo tinha subido depois que eles tinham empurrado os Golens para a beira do abismo, mas agora eles estavam sentindo uma sensação de pânico.

E foi fácil deixá-los ainda mais com medo, usando algumas magias, como: Bolas de FogoLanças de Gelo Lâminas de Vento.

O inimigo logo perdeu o ânimo, e começaram a fugir do Castelo, um a um.

“Magnífico, Milorde.”

Eve fez um elogio, mas não tive tempo de respondê-la.

Nossas forças eram pequenas, e ainda poderíamos ser colocados em uma posição perigosa se os Soldados do Castelo recuperassem de alguma forma sua compostura.

As coisas poderiam ficar ainda piores se a força principal de Sabnock voltasse mais cedo.

Até mesmo eu, o Rei, posso ser capturado.

E isso era algo que deve ser evitado a todo custo.

Por isso, rapidamente fiz uma pergunta a Eve.

“Quantos minutos mais serão necessários até que tenhamos terminado de invadir os armazéns?”

“Eu diria quase cinco minutos.”

“Muito bem. Vou continuar chamando a atenção para mim. Quando terminar de levar os Materiais e os Tesouros, assuma o comando dos Orcs e recue imediatamente.”

“Sim, Milorde.”

“Nos encontraremos na floresta pela qual viemos a caminho daqui. Se eu não voltar em breve, será o fim do Exército Ashtaroth. Mas vale oferecer os bens roubados para os Orcs como dinheiro de aposentadoria.”

Eve franziu as sobrancelhas para isto. Mas eu apenas sorri.

“Há uma chance entre dez mil. Eu realmente não acredito que isso vá acontecer. Você quer provas?”

E assim eu recitava as palavras, criando uma Bola de Fogo.

Lancei isto a um grupo de Kobolds e com uma explosão em chamas os mandei aos ares.

Aqueles malditos cães.

Eve parecia confortada com esta exibição. E ela era uma estrategista, afinal de contas. Sabendo que o tempo era importante, ela rapidamente voltou a comandar os Orcs.

Assim deixei a mulher corajosa com seu uniforme de empregada assumir o comando, enquanto soltava mais Magia.

Eu não pouparia nada nesta luta.

Muita coisa dependia do funcionamento deste plano.

Se falhássemos, seria o meu fim.

Não havia razão alguma para reservar a Magia ou qualquer Habilidade.



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