Volume 1

Capítulo 9: Uma Xícara de Chá para depois da Batalha

Depois de algum tempo—

Desencadeei meus Ataques Mágicos até ficar completamente sem Mana, e assim sinalizei nossa retirada.

Claro, agora os Soldados Esqueleto estavam quase aniquilados, e havia apenas um Golem de Madeira ainda de pé.

Mas logo então ele deu sua vida me protegendo de um projétil disparado de uma balista¹ e foi destruído.

Golens eram Bestas Mágicas que não se queixavam, mas eu ainda apreciava sua lealdade até o final.

E assim eu conseguiria escapar com segurança deste Castelo para recompensar seus esforços.

Levar os Materiais conosco e construir um Castelo mais forte seria melhor do que qualquer oferenda de flores.

Eu aniquilei os Soldados Kobold restantes enquanto deixava o Castelo de Sabnock.

Felizmente, eles não me perseguiram.

Parte disso foi provavelmente devido ao medo que implantei neles com toda a destruição causada, mas também foi um ataque muito surpreendente, e eles nunca tiveram realmente uma chance de entender o que estava rolando.

E o Senhor deles não estava lá. O Rei Demônio Sabnock estava em uma pequena expedição.

Eles não teriam sido autorizados a nos perseguir sem suas ordens.

É claro, eu esperava tanto quanto isso e fiquei feliz em ver que esse era o caso.

Foi bom ver as coisas correrem de acordo com o planejado.

E assim nosso ataque ao Castelo de Sabnock foi um sucesso.


Eu me reuni com Eve e os Orcs na floresta, e depois voltamos ao Castelo.

No caminho de volta, ouvimos um relato de meus Espiões – Os Slimes, que Sabnock tinha retornado. Eu me perguntava como ele ficaria quando percebesse o que havia acontecido.

Era uma pena que eu não conseguisse ver seu rosto. Mas tinha a certeza de que ele iria aparecer em breve.

Por isso, eu precisaria fazer os preparativos para cumprimentá-lo.

Reunimos os Materiais que os Orcs roubaram dos armazéns.

Percebi então, que faltavam três Orcs, e por isso perguntei à Eve sobre isso.

“Sim, três dos Orcs tentaram roubar os Tesouros e Materiais. E por isso os executei, de acordo com a Lei Marcial.”

“Entendo… Ela era certamente uma pessoa com uma disciplina rígida.”

Os outros Orcs estavam tremendo.

Se eu confiasse os Soldados a ela, poderíamos acabar com um Exército muito disciplinado.

Pensava em tais coisas enquanto ela continuou.

“Com tantos Materiais, podemos expandir o Castelo e fortalecer suas forças.”

“De fato. Mas com o qual eu deveria começar…”

Coloco uma mão no queixo e penso.

Sabnock pode já atacar amanhã.

Se esse fosse o caso, seria essencial levantar as defesas do Castelo. Eu deveria começar por construir a muralha do Castelo.

Logo então peço conselhos a Eve.

“É um bom plano. Mas não temos Materiais suficientes para construir um resistente muro de pedra.”

“Suponho que não. Então devemos cavar em vez disso.”

“Sim. Você pode Invocar Engenheiros Esqueletos e fazê-los cavar.”

“Eu vou fazer isso.”

Então eu joguei alguns ossos e uma picareta na Vaso de Klein e invoquei os Esqueletos de Engenharia.

Os trabalhadores sem expressão pegaram suas picareta e pás e começaram a cavar um fosso ao redor do Castelo Ashtaroth.

Os Orcs que estavam disponíveis também os ajudariam.

Maa eles não pareciam entusiasmados com isso no início, porém rapidamente ofereceram sua ajuda quando Eve lhes deu a ordem, enquanto os encarava agradavelmente…

Ela lidava bem com eles.

“Bom trabalho.”

Eu lhe fiz um elogio, e ela se curva com gratidão.

Mas então continuou da mesma maneira.

“Falando de bom trabalho, devo elogiar seus comandos no campo de batalha. Talvez você também tenha sido um general em sua vida passada.”

“Quem sabe? Eu não me lembro muito disso. Sinto que devo ter sido o segundo filho de algum simples lorde. Tenho apenas vagas lembranças de ter desperdiçado muito tempo em minhas pesquisas de outros mundos.”

“Então você não tinha experiência de luta?”

“Creio que não.”

“Talvez seja um dom natural. Então esta foi sua primeira batalha? Incrível, quem sabe que tipo de grande comandante você se tornará no futuro!”

“Você exagera. Além disso, estou muito mais interessado nos próximos cinco minutos do que no futuro distante.”

“Os próximos cinco minutos?”

“Sim. Eu imagino uma bela empregada me servindo uma deliciosa xícara de chá. Ainda não bebi seu chá desde que voltei do campo. Não é apenas minha garganta, mas minha mente que precisa ser refrescada.”

Com estas palavras, a expressão de Eve tornou-se invulgarmente tímida, e ela disse: 

“Bem, então eu vou fazer um pouco para você.”

E foi embora.

Em exatamente cinco minutos, ela voltou com um chá darjeeling² perfumado.

Como eu havia dito que estava com sede, Eve logo despejou o chá numa xícara, ele não estava muito quente. Logo bebi tudo de uma vez e suspirei.


Notas:

1 – Uma máquina de guerra da antiguidade que disparava grandes dardos. Eram também apoiadas nas ameias dos castelos.

2 – É um chá feito a partir das folhas da Camellia sinensis e processado nas cidades idianas de Darjeeing e Kalimpong.



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