72 SEASONS
Capítulo 17: Planos de Vida ou Morte I
Após lutar e vencer uma onda interminável de vampiros menores, o suposto Mestre, um Vampiro Original, se revelou diante de Rag, mas ao contrário do que esperava, ele parecia ser… fraco?
"O que é isto? A aura dele… Ele é sem dúvidas um Original, mas…"
Os atributos eram baixos demais! 7 pontos em força e agilidade? Uma pessoa adulta comum tinha estatísticas semelhantes. Exceto pela Inteligência que alcançava os 77 pontos, não havia nada muito impressionante na figura do vampiro. Ainda assim, algo parecia muito estranho.
"Me distrair é a pior coisa que posso fazer. Esse navio é parte da habilidade dele? Deve ser, mas o que faz exatamente?"
Ei! A voz lhe trouxe à realidade novamente. Parado no mesmo local desde que desceu do navio, o Papa continuou:
— Poderia responder minha pergunta? Você é o Cardeal Rag Forge, não é?
— A-Ah… So-Sou…?! — Chacoalhou a cabeça, concentrando-se no que importava. — Você matou o último Papa, imagino! Quem é você?
— Matar? Na verdade, não. Ele morreu de causas naturais, acredite ou não, eu apenas o substituí quando a vaga apareceu.
— Causas naturais? O último Papa não tinha nem cinquenta anos, o Papa mais velho que tivemos morreu há…! E-Espera, há quanto tempo você é o "novo" Papa?!
Inexpressivo, ajeitou o óculos e respondeu: — Vai saber, né.
O que o vampiro tinha de calmo, Rag tinha de choque. Até agora foi capaz de controlar o tremular de suas pernas para permanecer de pé, tal qual para os braços estendidos à frente, apontando sua arma para a cabeça do inimigo.
"Eu não consigo atirar… Não sei a razão, mas eu sinto que é uma má ideia atacá-lo…"
— E então? — Sua voz outra vez como um gancho usado para fisgar o rapaz. — O que exatamente você quer para ter aparecido aqui pessoalmente e começado a eliminar os meus seguidores?
Olhava ao redor, lamentando todo o sangue derramado de forma injusta. Rag, por sua vez, respondeu:
— Eu não sei os detalhes, mas… — Firmou a arma, finalmente parando de tremer. — eu vim impedir o seu ritual!
O vampiro resmungou, um tanto incrédulo.
— Você chega aqui e causa um massacre sem saber se as informações que recebeu são realmente verdade? Eu esperava mais de alguém no cargo de Cardeal. Aff, é o problema da juventude dos dias de hoje. Pois bem, vamos resolver esta questão!
O Papa estalou aos dedos, quase ao mesmo tempo, Rag apertou o gatilho da arma, mas nenhum projétil foi disparado. Onde?! A arma desapareceu sem que se desse conta. Conferiu o Livro de Selos, que para seu alívio ainda estava preso em sua cintura.
Com a inútil ameaça — mais para distração — fora de seu caminho, o vampiro continuou:
— Ainda não me apresentei, não é? Bem, meu nome é Vloid, atualmente atendo por Vladimir III, mas isto é apenas em ocasiões formais. Como você mesmo já observou pela minha aura, eu sou um dos quatro Vampiros Originais, mas peço que não utilize este título para justificar os equívocos criados por sua própria raça. Apesar de minha fama de criatura sanguinária, posso lhe garantir que meus objetivos não são ruins. Eu não acredito na ideia de que os fins justificam os meios, mas acontece que o meu objetivo só pode ser atingido por um único caminho, então minhas atuais ações acabaram sendo forçadas, de certa forma. Se eu tivesse outras opções, eu as seguiria de bom grado.
Rag rangeu os dentes, raivoso, a falta de intenção assassina lhe permitiu entrar no assunto sem nem perceber.
— Isso não faz sentido! Os padres, bispos, arcebispos, patriarcas… Ne-Nenhum deles iria concordar com um Vampiro no comando! Você os enganou!!
— Não, eles sabiam. De quem você acha que era o sangue utilizado pelos quatro Cardeais de seu templo? Além disso, diferente de você, eles não apenas sabiam da minha existência, como também eu lhes contei sobre o meu plano logo que assumiram seus cargos.
— Urgh! E… E que plano é esse?
— Hehe, é, visto que você também é um Cardeal agora, nada mais justo do que eu explicar assim como fiz para os outros.
Um curto sorriso simpático decorou seus lábios. Num calmo balançar de seu braço direito, tornou-se no guia turístico de seu próprio zoológico:
— Eu não estou maltratando ninguém aqui. Como você mesmo pode ver, não há ninguém ferido ou passando fome, eu fiz questão de garantir que todos ficassem na melhor condição física possível. Você até pode me questionar sobre a condição mental delas, mas veja bem, a ideia de "Utopia" nunca irá passar da teoria, até eu seria incapaz de criar uma se tentasse, mas tudo isso em seus peitos, medo, ansiedade, melancolia e a própria felicidade, tudo são coisas temporárias que ficarão para trás junto de antigos corpos físicos para alcançar algo ainda maior: A SATISFAÇÃO!!
Rag cambaleou um pouco. Ouvir monólogos longos definitivamente não era seu forte, ainda mais quando o falante era um vampiro com alta capacidade destrutiva. Teve de se forçar a ouvir, em prol de evitar a raiva da criatura.
— Escute bem, Rag Forge, você concorda que humanos são autodestrutivos por natureza? Bem, independente da resposta, o fato é que, entre vários, o possível maior motivo deste detalhe de sua raça é, como deve imaginar, o egoísmo! Porém, esta é uma informação óbvia, já discutida por muitos outros, então eu proponho uma outra pergunta: Você sabe por qual razão o Homem é um ser dotado de egoísmo? É apenas porque este tipo de atitude é o caminho mais simples para se alcançar a satisfação!
Pedras de gelo em forma líquida escorriam pela testa de Rag, que até então foi incapaz de discordar de qualquer coisa dita. Um tanto frustrado, disse:
— Mas… E-Eu ainda não entendi! O que isso tem de relação com você sacrificar um monte de pessoas em um ritual maluco?
— Eu entrarei neste ponto agora. Diga-me, Cardeal, você sabe o que é um Vampiro?
Sã-São… A mão pousou contra o peito, apertando. A vontade de rasgar a própria pele e arrancar fora seu coração impedida apenas pelo controle instintivo do próprio corpo, naturalmente incapaz de qualquer ação que pudesse infringir dano a si mesmo.
— Tudo bem, não vou te forçar, então vamos lá…
Rag respirou fundo, se preparando para a enxurrada de um inevitável diálogo expositivo.
— Vampiros, como deve saber, nada mais são do que uma variação evolutiva da própria humanidade! Todo ser humano, sem exceção, é egoísta em um certo nível, do bebê recém-nascido ao idoso em seus últimos momentos de vida, mas há aqueles com um detalhe a mais. Quando um grande egoísmo provindo do corpo físico se une ao intenso desejo pela vida que apenas o espírito pode ter, é aí que existe a brecha para uma mudança acontecer!
"Eu já fui um humano normal, não me lembro dos meus pais nem se tive irmãos, mas sei que nunca cheguei a me casar pois desde pequeno já pretendia me tornar padre. No entanto, alguns imprevistos aconteceram no caminho. Diferente dos outros membros da Ghost, que adoravam o Rei Eterno somente como um Deus ao qual deviam se curvar, eu o enxergava como um objetivo. Um ser que existe desde que o Homem é Homem, possivelmente existindo antes mesmo do próprio universo, ele alcançou o ápice de sua satisfação! Quando eu compreendi isso, eu pensei: se uma existência como esta não somente existe no mundo físico, como também está na Torre sempre visível quando olhamos o horizonte, então é um ponto que o Homem também consegue alcançar!
Rag, incentivado pelas palavras, deixou seu olhar cair sobre a Torre Divina, logo ao seu lado, imponente, cobrindo o horizonte até onde a borda de seus olhos alcançava.
— Mas, como pode imaginar, foi um erro compartilhar minha opinião. Uma quantia considerável de membros da Ghost recebeu minha ideia, dispostos a discuti-la, mas uma pequena parcela forjou sua supremacia através de um barulho tremendo, influenciando os outros com bordões que só se veria em tempos de guerra, no caso, uma guerra contra mim. Infelizmente, os que concordavam comigo, apesar de serem maioria, se sentiram intimidados pelas fortes ameaças dos opositores, eles utilizaram da brechas em nossa bíblia para forçar uma interpretação que fosse contra minhas ideias, tornando-as num sacrilégio. No fim das contas, nenhum esforço meu adiantou, todos já estavam cegos. Eu fui condenado à morte por enforcamento, e assim foi feito. Naquele dia, eu morri…
Ele puxou a gola de sua batina para baixo. Ao redor de seu pescoço, um hematoma a imitar perfeitamente as marcas de uma corda grossa, talvez indestrutível, marcada tanto em sua memória quanto em seu corpo, uma marca que se recusou a apagar, mesmo dotado da mais poderosa das regenerações.
— Como eu estou vivo, você deve se perguntar. Bom, isso vai soar cômico, pode rir se quiser, mas é a melhor maneira de começar a explicação: eu sobrevivi porque eu quis. No dia da minha morte, quando o chão que me sustentava se abriu e a corda enrolada em meu pescoço começou a me sufocar, eu me debati como nunca havia feito antes, eu pensei que seria diferente comigo caso parasse na forca, que eu não guincharia como um porco assim como todos os outros que tiveram o mesmo destino. Eu não quero morrer! Eu não posso morrer!, esses foram os primeiros pensamentos que tive. Conforme meus pulmões secavam e minha visão ficava turva, os meus olhos esbugalhados focavam cada vez mais firmemente na Torre Divina, tão próxima de mim. Será que o Rei Eterno está me olhando? Talvez ele seja capaz de me ajudar! Mas… por qual motivo ele me ajudaria?
"Não faria sentido alguém no patamar dele, que nunca precisou sair da Torre Divina para nada, quebrar este silêncio eterno por causa de um outro rapaz qualquer que estava sendo enforcado. Eu não senti raiva disso, na verdade, admito que fiquei invejado. Imagine só! Você já experimentou, aprendeu, vivenciou tanta coisa que sequer a morte é uma novidade ou uma ameaça para você! Num mundo onde a mudança é constante, independente de se o Homem existe ou não, a satisfação de saber que você poderá presenciar cada pequeno detalhe é, da mesma forma, eterno! E quando minha face estava roxa e inchada como uma uva gigante, logo depois de meus braços cederem, eu mantive meu olhar fixo na Torre e, do fundo do meu coração, eu desejei: Eu quero que todos experimentem isso!
Um calafrio foi a única coisa que atingiu Rag, assim como todas as pessoas perto o suficiente para ouvir tais palavras. O olhar de êxtase de Vloid não mentia, apesar de deturpado, era a sua forma individual de demonstrar compaixão.
— Então, após eu parar de me mexer, meu corpo foi deixado na forca por sete dias inteiros, sendo que no fim da tarde do último dia, foram feitos cortes em meus pés e meus pulsos para que o sangue fosse completamente drenado, provavelmente iriam despejá-lo em frente à Torre como oferenda ao Rei Eterno. Enfim, após todo este processo, eles me tiraram da forca e inicialmente deixaram meu corpo ao relento, já que tinham outros preparativos a fazer antes de me cremar. Então, naquela noite, eu abri meus olhos.
Lembrava-se perfeitamente. Seu corpo nu era atingido pela brisa gelada da planície seca, as pontadas causadas pelos bicos de aves carniceiras a devorar seu corpo não doíam de fato, também não sentia odores ruins ou gostos enjoativos. Seus olhos, por sinal, também já eram incapazes de enxergar a feiura de qualquer coisa. O par de joias amarelas brilhava em busca de compartilhar o novo conceito de beleza que havia descoberto.
— Alguns o fizeram de bom grado, outros eu admito que forcei, mas cada um dos membros da Ghost presentes no templo aquele dia se tornaram o primeiro passo, ou melhor, a primeira oferenda para o ritual. Com o auxílio de livros, estudos e experimentos que realizei tanto em mim mesmo quanto em outros vampiros criados com meu sangue, eu encontrei a solução, um caminho que tornaria possível o Homem chegar num patamar existencial que fosse equivalente ao Rei Eterno! Logo, a pergunta que deve estar em sua mente agora deve ser: Como? Como algo assim seria fisicamente possível? E eu te respondo… — Abriu os braços, apontando para todos ao mesmo tempo. — Com a união da humanidade!!
Pela primeira vez, um breve interrupção no longo monólogo. Rag não sabia se ficava surpreso ou assustado, e no fim acabou numa mistura dos dois.
— União? Você quer dizer… no sentido de assimilação?
— Exatamente, fico feliz que esteja entendendo tudo tão bem. Akaham! Como eu disse antes, Vampiros são uma evolução do Homem, causada pela presença de um forte egoísmo junto do desejo pela vida. Considerando isso, eu pensei: Se um único homem dotado de alto desejo por algo consegue evoluir para um poderoso Vampiro, o que aconteceria se uníssemos o egoísmo e o desejo da humanidade por inteira?
Como esperado, Rag não teve reação diferente além de arregalar os olhos ao simples imaginar do resultado.
— Seres egoístas como nós não funcionam em sociedade, a constante marcha para a extinção causada pelo Homem contra o Homem é apenas uma das provas disto! Mas o ritual vai colocar um fim neste problema! Com minhas habilidades e o próprio ritual potencializados pelo sangue de humanos, Amaldiçoados e até outros vampiros, eu posso criar uma Ser resultante da união dos espíritos e da carne de cada um dos componentes! O ideal seria que La Serva inteira fosse atingida de uma só vez, mas isto apenas por questão de praticidade. Mesmo que apenas as pessoas presentes aqui, no Grande Templo, sejam atingidas, o Ser que nascer desta primeira etapa irá carregar o conhecimento necessário para repetir o ritual e unir a seu corpo muito mais pessoas, assim como o próximo, e o que vier depois deste também. O ritual será repetido incessantemente até que todos os humanos e vampiros tenham se unido em uma única criatura, e quando isto acontecer, ela será alcançada! Com toda a humanidade sendo parte do mesmo Ser, as guerras, a fome, a competição, tudo isto se tornará uma mera lenda, pois não haverá nada para competir com tamanho desejo! E então, por fim, ATINGIREMOS A VERDADEIRA SATISFAÇÃO!
Vloid arfou, extasiado, perplexo com seu próprio discurso, mesmo que já o tivesse recitado várias vezes para outras pessoas, mas falar em voz alta seu plano era não somente um lembrete, como também uma forma de engrandecer suas conclusões. Era este, para si, o ápice que uma mente disposta ao bem de todos era capaz de alcançar.
— E então, o que achou de minhas explicações, jovem Cardeal?
Quando fitou Rag, acabou assumindo para si a surpresa que devia estar no semblante do garoto. O que viu não foi admiração, animosidade nem nada parecido. Estava claro como o dia, mas sua expressão estava tão exagerada que excedia quaisquer capacidades descritivas.
Nenhuma palavra foi necessária, os rostos comunicaram mais que o suficiente para que todo o falatório se encerrasse de vez e permitisse ambos voltarem à realidade da situação. Ainda assim, Vloid não foi capaz de conter sua própria decepção:
— Aff… Bem, eu entendo a razão desta confusão em seu semblante, mas pelo menos eu tentei. No fim eu nunca pude de fato controlar as opiniões dos outros. — Ajeitou os óculos outra vez, os olhos dourados visíveis por um instante. — E então… Não vai fugir de uma vez?
Rag teve um curto espasmo de susto, sequer fez algum movimento para puxar um selo, mas suas intenções foram lidas como um livro aberto.
— Você vai me deixar fugir, por acaso? Além disso, se eu te eliminar agora, o ritual seria arruinado já que pelo jeito é o único que conhece o processo, então sua morte seria o fim de tudo! — Sua confiança, porém, estava longe de abalar o Papa.
— É verdade, se você me matar, estaria tudo arruinado, mas… o que exatamente te faz pensar que é capaz disso?
Huh? E isto não devia ser óbvio? Mais do que ninguém, Vloid era quem mais estaria ciente das capacidades de Rag.
Vários de seus subordinados, como Vick — supostamente o mais poderoso e importante até então — sucumbiu, isto sem contar a enchente de vampiros menores quando chegou na praça.
"É um blefe… Ele está tentando me colocar medo! Os atributos não mentem! Ele é fraco!"
A aura de um vampiro era algo impossível de se modificar, independente do quão poderoso ele fosse, nem mesmo sua habilidade inata seria capaz de forjar isto. Seria o mesmo que uma pessoa alterar seu DNA espontaneamente e por vontade própria, tal como se trocava um sapato.
A única coisa que se destacava era a Inteligência com 77 pontos, então por quê? Por qual razão seu corpo queria correr? Apenas não fazia sentido!
— Você pode correr — continuou — e também pode se esconder, e ainda não vai importar. Como eu disse, ter o seu poder para amplificar o alcance do primeiro ritual é apenas um detalhe. Se me atacar, eu garanto que não vai conseguir me acertar, tal como sua arma não foi capaz de disparar. Além disso, eu sei que estará de volta muito em breve.
O Cardeal franziu o cenho, enraivecido pelo quão bem suas intenções eram lidas. Sem palavras por sua parte, o vampiro prosseguiu:
— O Ritual acontecerá em dois dias, estou te falando para que venha tentar impedir, e sim, isto é apenas uma isca para que eu possa ter a oportunidade de te usar. É, eu acabei de dizer que não importa se você for usado ou não, mas ninguém é burro de negar um agrado quando lhe oferecem. Você é um covarde apenas até certo ponto, no fundo você carrega o necessário para ser um bom Papa. Estou orgulhoso, se é que minhas palavras servem para você.
Ocorreu então de um afiado silêncio cortar ambas suas gargantas, restando apenas o ato de se encararem por pesados segundos. Vloid, uma última vez, questionou:
— E então, o que você pode fazer contra mim?
Rag havia, sem dúvidas, despertado algo dentro de si após suas últimas realizações, mas foi cegado após derrotar um inimigo forte com um truque sujo e eliminar um enxame de outros tão irrelevantes quanto baratas. Agora, diante de alguém que era capaz de reagir de uma forma que desconhecia, seu surto de coragem passou, lhe permitindo entender quem estava na desvantagem.
No mesmo piscar de olhos que Vloid ergueu sua mão e estalou os dedos num tipo de ataque desconhecido, Rag puxou e ativou um Selo. O corpo do Cardeal desapareceu por completo, sem quaisquer rastros deixados.
— Hunf, até que ele é bem rápido, não que isso vá adiantar de alguma coisa. — Encarou a Torre Divina, ansioso. — Estarei lhe aguardando, Rag Forge.
***
De joelhos sobre o chão marmorizado, sua respiração pesada ecoou pela catedral vazia. Foi capaz de usar a habilidade do 2° Selo para voltar ao seu próprio templo, exatamente onde tudo começou. A destruição causada pela transformação dos Cardeais em Descendentes, a passagem aberta que dava para o início do Corredor Sagrado, tudo do jeito como havia deixado, o que o aliviou até certo ponto.
Para sua infelicidade, tempo era algo que faltava. Desejava parar, gritar um pouco, entrar em desespero por algumas horas, pedir ajuda, mas nada disso — especialmente a última coisa — iria funcionar.
Uma densa escuridão envolveu seu corpo, uma sensação enjoativa de familiar, e assim se levantou. Coberto de almas dos pés à cabeça, encarou o céu através do vitral quebrado da catedral, todos os companheiros a si acorrentados a lhe acompanhar na ação.
Usou o Disco, ativando a habilidade do 9° Selo. O fantasma da verdade surgiu como de costume, disposto a responder quaisquer dúvidas que tivesse.
Quais são as suas perguntas?
— Me diga todas as criaturas vivas que não podem ser mortas!
O único indivíduo que se encaixa neste parâmetro é aquele que vocês chamam de Rei Eterno. Mais alguma pergunta?
Com o rosto tão fortemente cerrado quanto seu punho, determinou: — Não, isso é tudo que eu preciso saber.
Com um curto tempo limite definido, os preparativos de emergência contra o Vampiro Original começam!
2° Selo: Percorrer grandes distâncias / Traduzir línguas / Destruir dignidades
9° Selo: Descobre tudo abaixo da terra e da água / Invoca familiares / Responde tudo que o magista quer
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