Terror Infinito Chinesa

Tradução: Devlin

Revisão: Vands


Volume 7

Capítulo 4: Lobby de Deus (4)

Dois dias restantes até o próximo filme. Todos os preparativos já estavam prontos, inclusive armas e itens de suporte como curativos, sprays hemostáticos, comida enlatada e água solidificada. Depois do treinamento, eles também precisavam de um tempo para relaxar. Assim que aprenderam o que podiam fazer com seus porões, todos voltaram para criar seus próprios recantos. Apesar de faltar pessoas nesses lugares, eles se pareciam exatamente o mesmo que na Terra.

“Quando voltarmos, nós vamos encontrar algum lugar silencioso e belo como esse para viver, já que provavelmente estaremos muito ricos. Haha. Se eu assim desejar, eu vestirei uma cueca e irei salvar o mundo e então irei fazer compras com você no tempo livre. Pare de rir assim, não é que isso seja impossível.” Zheng estava sentado na grama com Lori em seus braços. O clima e o ambiente pareciam bastante reais com exceção que não havia nenhum sol.

Lori nunca assistiu Super-homem antes da sua morte. No entanto, eles tinham assistido a muitos filmes nesse lugar. A maioria filmes de terror com Zheng, mas alguns dos filmes mais recentes ela via sozinha. Então ela conhecia sobre o Super-Homem e riu quando Zheng falou aquilo. Uma brisa de um gentil vento passou neles e ondulou o campo de grama.

Os dois aninharam-se um com o outro em silêncio, sem dizer nada, sentindo essa tranquilidade. Até Zheng deslizar sua mão no colar dela.

Já Heng estava mirando em uma árvore a três mil metros de distância. A linhagem élfica aumentou bastante sua destreza, alcance de visão e controle sobre arcos. Além disso, ele tinha talento natural para arcos. Ele havia se acostumado a usar o arco Sirius dentro desses poucos dias de treino e com isso aprimorou sua habilidade de tiro com arco.

Ricochete e Disparo Explosivo eram duas habilidades que ele viu em um antigo livro passado pelas gerações de sua família. Mesmo trabalhando arduamente, ele só aprendeu a usar Ricochete. Havia outras habilidades de tiro com arco, mas essas duas pareciam surreais. Apenas após ele ver essas habilidades no sistema de trocas de Deus que ele percebeu que elas eram de fato reais. Foi por isso que ele começou a treinar o Disparo Explosivo.

No Disparo Explosivo, duas flechas são disparadas ao mesmo tempo, colocando mais força na flecha de trás fazendo com ela fosse atingir a flecha da frente e assim dobrando sua velocidade e poder de penetração. A lenda diz que o mais forte arqueiro podia fazer isso com nove flechas, conectando uma atrás da outra.

Heng sabia que ele tinha um pouco de talento com arcos, mas não o suficiente para ser considerado um gênio. A parte mais crucial era que ele não tinha a coragem de disparar uma segunda vez. Então ele podia apenas se adaptar a essa sua fraqueza, aumentando seu esforço. Ele colocaria toda a sua esperança nesse único tiro.

Infelizmente, o limite que ele tinha alcançado era de duas flechas com o Disparo Explosivo. Parece que ele tinha que aprimorar a linhagem élfica ainda mais para aumentar isso. No entanto, ele tinha pelo menos sido proficiente com o uso de duas flechas.

Sangue pingava do arco. Sua mão estava coberta de cortes e a corda estava manchada com sangue. Heng franziu o cenho enquanto caminhava em direção às escadas e disse para si mesmo. “Tenho apenas 800 pontos restando. Deve ser o suficiente para mais oitenta recuperações.”

Lan estava sentada em sua sala com seus olhos fechados. Depois de um tempo, ela se deitou em sua cama preguiçosamente. Seus olhos pareciam perdidos. Ela pegou um travesseiro e começou a socá-lo, murmurou ‘idiota’ durante cada golpe. Depois de um tempo, ela segurou o travesseiro e continuou com um olhar perdido.

“Será que sou mesmo uma idiota? Obviamente eles não são a mesma pessoa. Por que não posso criá-lo? Eu realmente amo duas pessoas ao mesmo tempo? Não, isso é porque…”

Lan murmurava essas palavras como se estivesse falando enquanto dormia. Na verdade, ela não percebia o que estava dizendo. Duas imagens estavam se mostrando em sua mente. E no final, essas duas imagens se mesclaram em uma só, então ela se sentiu ainda mais angustiada.

Lan sentou-se fora da cama e retirou um diário fechado de seu criado mudo. Ela o abriu e começou a lê-lo.

“Nesse lugar miraculoso. Talvez nós não possamos voltar como Jie disse e aqui na verdade é o inferno. Então, será que eu poderia vê-lo de novo? Eu estou prestes a esquecer seu rosto.”

“Eu já estou aqui por muitos dias e Jie disse que nós entraríamos no próximo filme em dez dias. Eu espero que sejamos tão sortudos quanto fomos no último. Eu quase morri para aquele monstro. Foi naquele momento que percebi que eu realmente tenho medo de morrer. Não, não apenas morrer. Eu tenho medo de me esquecer de tudo. Esquecer sobre mim, sobre você, sobre o amor e sobre o ódio.”

“Nós estaremos entrando em outro filme amanhã. Aquele Zheng é tão sortudo. Mas pessoas sempre dizem que felicidade é inversamente proporcional a sorte. Ainda assim, ele estava sorrindo com tanta felicidade. Eu também deveria criar você? Eu realmente não sei. Morte é morte. Ainda se eu criasse você, não seria a mesma pessoa. Quando eu penso que alguém com a mesma aparência e as mesmas memórias que você me tocaria, eu fico tão assustada. Será que tenho medo de vê-lo novamente? Ou será que é porque eu te odeio tanto que não quero vê-lo novamente? Eu estou indo, espero poder voltar.”

Lan sorriu enquanto lia isso, ainda assim lágrimas escorriam em cima do diário como se fossem pérolas.

“Ele na verdade é um cara legal, apenas muito cabeça dura e coração gentil. Ele deveria ter me deixado para trás e corrido para longe naquela situação. Ele é exatamente igual a você, cabeça dura e com um coração gentil. Idiota.”

“Quando eu fui sequestrada por aquele Alien, eu subitamente percebi como aquela garota deve ter se sentido. Ela provavelmente estava desesperada, ainda ligada a esse mundo. Não importa o quanto alguém deseja morrer, ela ainda se sentiria ligada a esse mundo. Eu achei que ele fosse você naquele instante.”

“Eu subitamente senti simpatia por outros que estavam em um relacionamento. Aversão e simpatia. Não pelo que eles fizeram, mas sim pena de como eles se sentiram.”

“Eu me sinto tão aborrecida, deve ser porque eu o vi abraçando a Lori.”

Lan estava agora soluçando. Ela não parou de chorar até pegar uma caneta e começar a escrever. “Eu realmente desisto. Desculpe, será que você irá me perdoar? Eu não amarei mais ninguém daqui para frente. Ficarei com você até nos encontrarmos no inferno, só então irei me desculpar.”

Honglu estava juntando partes mecânicas fanaticamente. Eletricidade saiu de uma parte e então ‘boom’, a coisa toda explodiu. Quando a fumaça baixou, Honglu estava sentado ali com o rosto coberto de cinzas negras. Ele tocou seu rosto e riu bem alto.

“Jovem mestre, isso faz com que as pessoas se preocupem. Você poderia usar alguma proteção?”

Uma mulher deslumbrante de vinte e oito ou nove anos, vestida com um cheongsam, estava de pé atrás de Honglu. Ela parecia uma mulher madura e tinha um corpo maravilhoso que poderia provocar as fantasias de qualquer homem que a visse.

Honglu sacudiu a cabeça, “Eu te falei para não vir aqui embaixo e você simplesmente não me escuta, não é? Ran nee-san, não te falei para me chamar de irmãozinho? Está tudo bem, essas coisas eram máquinas com poderes baixos e nenhum explosivo. Elas não são destrutivas mesmo se explodirem. Eu sei como escapar do perigo. Hehe, não se preocupe.”

Ela queria responder alguma coisa, mas no final ela suspirou e manteve o que iria dizer para si mesma. Ela retirou um lenço para limpar o rosto dele e disse, “Jovem mestre, essas roupas são um tanto… pelo menos me deixe vestir uma calcinha.”

Honglu sorriu pervertidamente, então bateu na bunda dela e respondeu, “Isso não será possível. De qualquer forma você não irá para a plataforma hoje e não tem nenhuma outra pessoa aqui. Ou você não quer que eu a veja?”

Ela corou envergonhada e então murmurou. “Não é isso. É só que isso não é certo.”

Honglu voltou a juntar as partes mecânicas, “Isso não será possível. Eu gosto de te ver vestida assim. Você tem que vestir aqueles pijamas também quando formos dormir e você tem que se aninhar junto a mim também. Então me deixe continuar. Eu tenho que juntar as peças disso até o final do dia.”

As partes explodiram novamente e ambos, seu rosto e o lenço que utilizou, também estavam cobertos de cinzas novamente.

Dentro da sala de Yinkong. Era uma sala designada de um jeito que parecia como se fosse uma cela de prisão. Não havia nenhum móvel ou decorações de qualquer tipo, havia apenas uma dura cama de madeira sem colchão, com lençóis cinza, e um armário pequeno. Parecia mais como uma cela de prisão do que qualquer outra coisa.

Nesse momento, a sala estava escura como um breu. Yinkong sentou na beirada da cama com as pernas cruzadas. Ela se focou profundamente em sua mente. Ela tinha se fundido à escuridão a sua volta, em uma existência imperceptível. Depois de um tempo, ela abriu seus olhos e se levantou puxando uma corrente do chão, revelando a entrada para o porão. Até mesmo essa entrada tinha uma aparência esquisita, nada que uma garota normal devesse conhecer.

O porão também estava em uma escuridão tremenda. Mas se ligasse a luz, você poderia ver pilares de madeira da altura de uma pessoa. Esses pilares não estavam organizados em nenhuma ordem específica. No centro deles estava um pilar de metal que parecia um humano. No entanto, este pilar de metal estava repleto de arranhões.

Yinkong entrou nesse porão sem nenhuma luz. Ela não podia sequer ver algo um palmo a sua frente. Então, ela fechou seus olhos, segurou a adaga embainhada com sua mão direita e lentamente caminhou até o pilar no centro. Então, ela começou a aumentar a velocidade de caminhada até correr.

Miraculosamente, ela desviou-se de todos os pilares da sala quando chegava a um metro de cada, sem sequer diminuir a velocidade. Não havia quase nenhum som enquanto ela corria, era como se ela fosse uma gata. Olhando mais de perto, podia-se notar que Yinkong estava descalça.

Ela estava chegando próximo ao centro da sala e então abriu seus olhos como se pudesse sentir o pilar. E quando estava prestes a desembainhar sua adaga, ‘bang’! Ela colidiu com um pilar de madeira que a derrubou no chão, deixando-a aturdida. Ela tomou algum tempo se recuperando para então se sentar no chão.

Enquanto ficava sentada ali com seus olhos encarando o vazio, parecia como se ela fosse uma bela ‘loli’. Uma que qualquer lolicon ficaria louco por ela. Ela se levantou do chão e colocou um curativo em sua testa e então murmurou, “Eu não posso manter o estado de mente sem emoção no momento em que ataco, eu continuo emitindo intenções assassinas. Como eles conseguem isso? Ou será que eles não pensam de si mesmos como seres humanos?”

Yinkong caminhava pelas escadas enquanto falava isso para si mesma. Estes pilares estavam repletos de manchas de sangue. Ela já tinha falhado incontáveis vezes.

Jie estava fazendo a mesma coisa que Zheng. Ele ficou com a mulher que ama no campo gramado de seu porão. Eles estavam andando de mãos dadas.

Jie sentia-se cansado como se carregasse um fardo nas costas. Eles caminharam sem dizer uma palavra, até alcançarem um lago. Nana falou carinhosamente com ele, “Quer pescar um pouquinho? Eu pegarei uma vara.”

Ele queria rejeitar a oferta, mas viu um indício de súplica nos olhos dela, então ele sorriu e aceitou a sugestão. Então, ele sentou-se na beirada do lago olhando para a água tranquila e prateada. Nana voltou um pouco ofegante e entregou a vara de pescar para Jie.

“Está preocupado com alguma coisa? Seria por causa dos membros do time?”

Ela o ajudou a posicionar a isca cautelosamente e Jie suspirou enquanto jogava a linha no lago.

Ela sentou-se elegantemente próxima a Jie, apoiando-se nele, e então murmurou baixinho, “Não pode me contar? É o melhor falar com as pessoas próximas a você quando se está agitado e infeliz. Conte para mim, Jie, eu quero saber o que está te deixando tão infeliz.”

Jie ficou em silêncio por um instante e então respondeu, “Você estaria disposta a desaparecer junto comigo? Nem morta, nem viva. Nós iríamos segurar a mão um do outro e ir embora desse mundo. Você estaria disposta a fazer isso?”

Nana repousou suas mãos pequeninas na palma de Jie e sorriu, “Minhas mãos sempre ficarão junto às suas. Jie, não importa aonde vá, até mesmo se você desaparecer, eu sempre irei seguir você, por todo sempre. Desde que não solte minhas mãos, eu nunca soltarei as suas.”

Jie olhou fixamente nos olhos dela com amor, então ele sentiu seus olhos marejarem. Ele virou-se e continuou a falar, “Eu… Eu só estou preocupado com você. O que me importa nesse mundo? Eu só estou com medo de você se sentir triste e chorar. Se um dia eu não existir mais, você irá chorar, certo?

Ela sorriu para ele. Sua voz ainda lhe demonstrava um carinho, mas seu tom era de determinação implacável, “Esse dia não irá chegar. Quando você desaparecer, eu o seguirei para qualquer lugar. Não importa se é a morte ou o desaparecimento. Eu nunca ficarei sozinha.”

Jie respirou profundamente e então sorriu, “É mesmo? Então estou falando besteira. Vamos enfrentar tudo juntos. Vamos terminar nossa última jornada de mãos dadas no próximo filme. Minha tolinha, eu te prometo que nunca irei largar sua mão e é isso o que farei. Nós iremos ficar juntos até mesmo quando a morte vier.”

(Iremos enfrentar tudo juntos, até mesmo a morte. De agora em diante, nós nunca mais largaremos as mãos um do outro.)

Enquanto o tempo passava, o último dia chegou. Algumas pessoas sabiam e outras não que, querendo ou não, algo seria concluído no próximo filme. Muitas coisas eram destinadas desde o começo. Tudo que eles podiam fazer era lutarem o máximo que pudessem.

Zheng começou a organizar os itens em seu anel desde a chegada da manhã. Barras de ouro, balas, armas, o canhão de ar, granadas, o Livro dos Mortos e alguns itens genéricos como comida e água. Ainda que cada item ocupasse um pequeno espaço, eles preencheram completamente os 1,5 metros cúbicos do anel. Zheng até pensou em pegar outro anel, mas ficou apenas em pensamento. Não valeria a pena gastar uma recompensa em outro item com a mesma função.

“Já arrumou tudo? Pegou seu rifle? Eu não vi você guardando ele.” Lori estava mais ansiosa que Zheng quanto a isso.

Zheng acariciou o cabelo dela e sorriu, “Não se preocupe, está tudo aqui. Armas, ouro, balas, tudo. Tolinha, por que está tão nervosa? Essa não é minha primeira vez.”

Lori respondeu em um tom sério, “Pare de ser tão descuidado. Não importa quantas vezes eu tenha que falar, eu não permitirei que você seja descuidado! Qualquer erro que fizer pode acabar lhe matando, mesmo que sejam dois eventos que não pareçam relacionados…”

Zheng imediatamente a interrompeu, “Eu te falei para não ficar assistindo os filmes de Premonição e você ainda assim o fez. Não se preocupe, nós iremos para filmes de terror e não de suspense ou thrillers. Nós não iremos entrar nesse. Eu irei cumprir minha promessa, não morrerei não importa o que enfrentar. Entendeu?” Então ele a beijou.

O beijo a fez corar e ela parou de dizer o que queria, “Babaca, isso é tudo que sabe fazer para que eu pare de falar!”

Zheng sorriu, então segurou as mãos dela e empurrou abrindo a porta. Todo mundo com exceção de Jie já estava ali fora. Eles estavam cada um carregando uma mochila, no entanto Heng tinha que carregar uma bolsa extra para o seu arco.

Logo, Jie também saiu de mãos dadas com Nana. Ele sorriu para todo mundo. Especialmente quando olhou para Zheng, esse sorriso era extremamente genuíno.

Enquanto eles conversavam na plataforma, o raio finalmente veio. E todos pisaram dentro dele, mas para a surpresa de Zheng, Jie trouxe Nana junto. Ao mesmo tempo, eles ouviram a notificação de Deus.

“Entrem no raio em trinta segundos. Alvo localizado. Premonição 2. Começando transporte.”



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