Um Alquimista Preguiçoso Brasileira

Autor(a): Guilherme F. C.

Revisão: Dante


Volume 1

Capítulo 22: Essência

Já havia se passado dois dias desde a batalha na Floresta das Mil Perdições e Xiao Ning ainda não tinha acordado. Ele entrou em sono profundo, mas não por causa da exaustão e sim da preguiça. Ah, só de se imaginar levantando para fazer algo após todo aquele esforço...

Depois de quase ter sido morto por um bando de Bestas Demoníacas, ele não tinha pressa alguma de levantar da cama e passar por todos esses problemas de novo. Portanto, enfiou a cabeça de baixos dos lençóis e dormiu um sono profundo, sem data para acordar.

Xiao Chang ficou muito preocupado quando o terceiro dia chegou. Ele foi até o quarto conferir se estava tudo bem e ao chegar lá se deparou com o corpo de Ning emitindo uma luz azul, que sugava toda a Energia ao redor. Achou estranho aquela luminescência azulada. Aparentava ser uma técnica, mas nunca tinha sentido uma tão poderosa, capaz de moldar a Energia Espiritual de maneira a quase torná-la física. No entanto, como Xiao Ning parecia bem, decidiu que deixaria para saciar a curiosidade num outro dia.

Enquanto ele tirava uma longa, longa soneca, Xiao Shui, que fora proibida de sair de casa pelo pai por tempo indeterminado, estava em seu quarto cultivando. Ela decidiu que se não podia sair para caçar monstros, iria focar no seu cultivo, pois era para isso que estava tentando juntar algumas moedas.

Ao longo destes quatro dias em que Xiao Ning esteve dormindo, ela ficou o tempo todo em seu quarto, que por sinal era bem longe do daquele vagabundo, cultivando. No entanto, independente do quanto se esforçasse seu cultivo não aumentava muita coisa. O que não era de se estranhar, afinal já estava presa na 6ª Camada do Reino Mundano há mais de um ano.

Porém, Xiao Shui tinha esperança de que se consumisse mais duas Pílulas Espirituais Baixas conseguiria avançar para a 7ª Camada. O problema era que ela só tinha uma e comprar a segunda não seria barato. Mas desde que já estava em posse de uma precisava usá-la. Ficar guardando-a para o momento certo não ajudaria em nada.

Assim sendo, ela focou seu olhar em uma pequenina esfera que se encontrava na palma de sua mão e sem fazer cerimônias a jogou para dentro da boca...

Terminando de engolir a Pílula Espiritual Baixa, Xiao Shui se sentou sobre sua cama de pernas cruzadas e fechou os olhos. Enquanto se concentrava, começou a ativar aos poucos sua Técnica de Cultivação Espiritual: Falsas Lágrimas de Verão.

A Falsas Lágrimas de Verão foi uma técnica que ela obteve do Pavilhão dos Aprendizes, por isso não era muito forte. A quantidade de Energia Espiritual que podia absorver era pobre, limitada a uma ínfima porção por vez.

Mas para alguém como ela, ainda no Reino Mundano, essa técnica era a melhor que poderia obter. Mesmo que seu pai tivesse a boa intenção de lhe comprar uma superior, da mesma maneira que fez com a Lâmina Aquática, isso não seria possível, pois Técnicas de Cultivação Espiritual são muito caras e raras de encontrar. E aproveitar-se da posição de Ancião para obter algo mais poderoso, não era uma coisa que ela desejava fazer.

Assim sendo, satisfeita com a técnica que tinha, começou o seu cultivo...

Com os olhos fechados e uma concentração imperturbável, a consciência de Xiao Shui flutuou e vagou para outro lugar, muito diferente do quarto no qual estava. Em seu campo de visão havia uma única coisa; uma escuridão profunda se estendia por uma área indeterminada, assombrando um prado que não parecia ter fim. Era uma visão enfadonha, maçante e quase, quase, imutável, pois tentando se sobrepor ao breu sem fim existia uma árvore gigante, com sabe-se lá quantos metros de altura.

No entanto, isolada naquele campo solitário, incapaz de receber a graça proveniente da luz solar, ela possuía uma aparência fraca, desgastada, como se estivesse à beira da morte.

A árvore em questão possuía centenas de galhos, alguns finos, outros mais grossos, espalhados para os lados, feito um buquê de flores diversas. Seu tronco era robusto e sólido, incomparável com qualquer coisa já vista. Mas, apesar de toda imponência, a pobre árvore havia perdido seus cabelos e junto deles a vida.

O tronco parecia ressecado, prestes a ruir, como se estivesse sendo devorado por cupins de dentro para fora. Os galhos estavam secos, quebradiços, desprovidos de força e em alguns era possível ver uma mancha preta se espalhando a partir da base. Nas pontas só se viam algumas folhas verdes; poucas para algo tão grande, que pareciam prestes a cair a qualquer instante, arrastadas pela mais leve das brisas.

Além das folhas, o único outro sinal de vida exibido pela árvore era uma fruta, que se encontrava pendurada na ponta de um galho seco. A pequena fruta, no mínimo era estranha, para não dizer misteriosa de uma maneira fantástica. Não se assemelhava a qualquer uma já vista. Ela ostentava um brilho como o das estrelas no céu noturno em noites descortinadas pelo malicioso manto branco que se espalhava em um miasma traiçoeiro e soturno. De longe a vista era bela, mas ao se chegar perto parecia perigosamente mortal. Aquela luz, embora perigosa, era o único guia naquele mar de escuridão.

Mais bela e chamativa do que qualquer outra coisa naquela pradaria sem fim, a fruta brilhava com vivacidade sem qualquer vergonha de mostrar seu brilho jubiloso.

A árvore era conhecida como Anima. É através dela que um cultivador pode absorver a Energia Espiritual. A técnica de Cultivação Espiritual nada mais é do que o regador que molha suas raízes. Os galhos são parecidos com as veias, cuja função é levar o sangue por todo o corpo. E é na fruta, chamada de Essência, que a Energia Espiritual reside.

A fruta Essência, quando nasce, a fim de proteger seu núcleo, desenvolve sete camadas protetoras. Para um cultivador avançar de Reino é necessário descascar essas sete camadas até chegar a seu centro, atingir seu âmago, pois é lá que a Energia mais pura e etérea reside.

E era exatamente isso que Xiao Shui estava fazendo nesse momento. Desejando vislumbrar o núcleo da Essência, ela derramava Energia Espiritual sobre a árvore. Com sua Técnica de Cultivação irrigava a raiz de Anima e guiava a Energia através de seus galhos até chegar ao fruto.

Normalmente, tudo o que Xiao Shui podia fazer era guiar pequenas gotas de Energia até a fruta, mas por causa da Pílula Espiritual Baixa, uma pequena garoa pingava sobre Anima fazendo seus galhos vibrarem com vida, cantarolando uma canção alegre que ribombava através da casca seca até atingir a Essência, a qual liberava um brilho reluzente que refletia pela pradaria imitando um pequeno sol.

E, de certa forma, esse brilho que lhe escapava sem querer, fazia com que a Essência perdesse seu volume. Era pouco, quase imperceptível, mas a fruta estava se tornando menor. Xiao Shui já se encontrava na sexta camada e agora almejava pela sétima.

À medida que o tempo foi passando a Energia Espiritual foi diminuindo. O que antes se parecia com uma pequena garoa se transformou em gotas que pingavam de maneira preguiçosa e pouco volumosa. O brilho, que uma vez encheu a Anima de vigor, dispersou-se e ela voltou a sua aparência seca e quase sem vida de sempre. O efeito da Pílula Espiritual havia acabado.

Xiao Shui abriu os olhos. Horas já haviam se passado desde que começou a cultivar e apesar de não ter avançado de nível, sentia-se cheia de energia e, talvez, um pouco mais forte. No entanto, ainda estava insatisfeita. Tinha a impressão de que faltava um longo caminho até avançar para a próxima camada. Por isso, tornou a fechar os olhos e voltou a cultivar, mesmo sem um catalizador para influenciar seu progresso.

Sua Técnica de Cultivação podia ser fraca e lenta, mas era tudo que tinha e por mais que fosse demorar semanas, talvez meses, quem sabe anos, ela precisava se esforçar.

No sexto dia após a batalha contra os Gorilas Quebradores de Ossos, Xiao Ning enfim demonstrou os primeiros sinais de querer despertar. Com uma expressão sonolenta e os olhos meio fechados, ele se sentou na cama, enquanto soltava um bocejo. Continuar dormindo daquele jeito por mais alguns dias não parecia uma má ideia, mas havia coisas que precisava fazer.

O braço esquerdo de Xiao Ning, quebrado, estava paralisado por uma tala colocada pelo médico da Família, muito melhor do que aquela improvisada por ele. O ombro direito, o qual exalava um cheiro estranho, encontrava-se enrolado em faixas, assim como todo o seu tronco, pois o corte profundo causado pelos Leopardos-de-presas-vermelhas insistia em voltar a sangrar, tanto é que, pequenas manchas de sangue haviam se espalhado pelo lençol nesses últimos dias, mesmo o robe emprestado ― cinza, por sinal ― não tinha sido poupado da sujeira.

Xiao Ning deu uma espiada em seu ombro e viu que a pomada aplicada sobre ele já havia sido absorvida. A ferida exibia uma aparência grotesca com uma espécie de água sendo liberada junto de algo branco e gosmento, ao redor da crosta endurecida do sangue seco.

― Está inflamando. ― murmurou, não parecendo preocupado, muito menos surpreso.

Ele começou a arrastar o corpo para fora da cama. Precisava encontrar algo para dar um jeito nessa ferida. Foi quando uma empregada de cabelo avermelhado, carregando um balde com água, entrou no quarto. Ela o encarou com surpresa ao vê-lo sentado e disse de maneira apressada:

― Por favor, não se mova! ― falou a empregada, que depois de colocar o balde sobre a mesa de bambu, empurrou Xiao Ning de volta para a cama e continuou com um tom preocupado. ― Não se mova ainda! Você precisa repousar!

― Está tudo bem, eu já me sinto melhor. ― respondeu Xiao Ning, exibindo um sorriso descontraído. Ele logo reconheceu a mulher como sendo a pessoa que havia lhe ajudado a conseguir o saco de pano e as outras ferramentas necessárias para desmantelar e guardar as Bestas Demoníacas.

Mas a empregada não cedeu, continuou insistindo para que permanecesse deitado. E, logo em seguida, saiu correndo, dizendo que iria chamar o Ancião.

Não demorou muito para ela voltar. Acompanhando-a estava o tio Chang, que ao ver Xiao Ning acordado soltou um suspiro de alívio e comemorou com um grande sorriso:

― Pequeno Ning, você finalmente despertou.

― Sim. ― respondeu Xiao Ning tentando se levantar, mas de novo foi impedido pela empregada, a qual o empurrou de volta para a cama. ― Tirei um bom cochilo.

Ahahaha! Com certeza sim! ― gargalhou Xiao Chang, incapaz de esconder sua alegria.

Após passar seis dias e Xiao Ning ainda não ter acordado, sua preocupação começou a aumentar. Já estava para chamar o doutor, mas ficou contente por não ter sido preciso.

― Se você quiser se trocar, eu trouxe algumas roupas velhas minhas, como pediu. ― continuou Xiao Chang, apontando para a parede do lado direito da cama, lugar em que se encontrava um conjunto de vestimentas penduradas em um ganho. Haviam coisas mais importantes a serem discutidas, porém, ao ver o robe sujo na altura do ombro, decidiu fazer essa sugestão.

Xiao Ning olhou para o canto indicado e avistou um conjunto de roupas amontoadas. A que estava na frente era uma túnica cinza desprovida de detalhes enriquecedores; um único pano com um único tom. Contudo, notava-se por algumas bordas sobressalientes que existiam outras vestes escondidas atrás dela, algumas aparentavam possuir cores vibrantes enquanto outras eram tão insípidas quanto a túnica.

― Não, depois eu me troco. ― disse Xiao Ning, balançando a cabeça.

Xiao Chang não insistiu, ao invés disso, decidiu dar seguimento às partes mais importantes.

― Devo dizer pequeno Ning, fiquei impressionado. ― admitiu ele, assumindo um semblante sério, mudando o rumo da conversa. ― Quando ouvi a história de Xiao Shui quase não acreditei, mas depois que ela me mostrou as Bestas Demoníaca fiquei chocado. No entanto, tenho que perguntar, você realmente matou todos aqueles monstros sozinho?

― Sim. Por quê? ― disse Xiao Ning, com um ar tranquilo.

― Bem... ― Xiao Ning afirmou de forma tão natural, como se o seu feito não fosse grande coisa, que o tio Chang se viu obrigado a dar um sorriso sem graça, conforme continuou. ― De acordo com o que Xiao Shui me contou você matou treze Bestas Demoníacas e delas, não um, mas eu senti a Energia Espiritual de dois Gorilas Quebradores de Ossos da 7ª Camada do Reino Mundano.

― Isso mesmo. De fato haviam dois! ― confirmou Xiao Ning, balançando a cabeça, com a mesma atitude tranquila.

Xiao Chang olhou para ele sob um olhar profundo e disse em um tom solene:

― Pequeno Ning, não é que eu esteja duvidando de você, contudo, mesmo um Despertado, muito provável, não sairia vivo daquela situação.

― Eu também achei que iria morrer. ― confessou Xiao Ning, balançando o único braço que podia se mover. ― Aquele Gorila que estava para despertar era muito forte.

― De fato! ― concordou. ― Derrotar o Gorila Quebrador de Ossos que estava no ápice do Reino Mundano provavelmente foi o seu maior feito nessa batalha. Além de voltar vivo, é claro. ― elogiou, sendo bastante sincero. ― Devo confessar que não esperava que o pequeno Ning se saísse tão bem em batalhas. Talvez devesse participar da Seleção, caso atinja a 5ª Camada a tempo.

Ahaha! O tio Chang está exagerando. Se eu fosse assim tão bom, não teria ficado neste estado. Ahaha! ― Xiao Ning debochou da própria desgraça, enquanto exibia seus machucados com um sorriso no rosto. Ele não fazia ideia do que era essa “Seleção” citada, mas, ainda assim, continuou. ― Além do mais, lutar contra um monstro é sempre mais fácil do que lutar contra um humano, mesmo se o adversário for uma Besta Demoníaca dezenas de vezes mais forte.

― São criaturas irracionais e previsíveis, depois de tudo. ― concordou Xiao Chang, assentindo com a cabeça.

― A propósito, onde está a pequena Shui? ― perguntou Xiao Ning.

― Eu tive que castigá-la por ser tão irresponsável, então ela está aproveitando o tempo extra para cultivar. Por quê?

― O tio é rígido demais. ― brincou Xiao Ning, dando um sorriso descontraído. ― Eu irei à Montanha Ancestral, mas, antes, eu gostaria de vender as partes das Bestas Demoníacas que eu deixei com ela.

Hm, você ainda está muito ferido, para que precisa ir à montanha? ― questionou Xiao Chang, pronto para negar o pedido.

― Eu preciso de algumas Ervas Espirituais. ― respondeu ele, olhando para seu ombro direito. ― Meus ferimentos estão começando a inflamar.

― Nesse caso eu chamarei o doutor. É ele quem está cuidando de você. ― Xiao Chang fez um gesto com a cabeça, indicando uma tigela que estava apoiada sobre uma mesinha, ao lado da cama. ― Ele pode cuidar disso.

Xiao Ning deu uma olhada na tigela e a pegou. E então, espiou seu conteúdo.

Era uma pasta roxa, com pequenos pedaços que parecia ser de alguma flor. A pasta era grossa e grudenta, semelhante a uma geleia. Seu cheiro era amargo e enjoativo.

― Dama Clemente, com sangue de Salamandra Verde e... ― Xiao Ning deu uma segunda fungada. ― Gengibre, talvez?

― Bom nariz! ― elogiou Xiao Chang. ― Você está certo. Essa é uma mistura criada pelo doutor. Vai lhe ajudar a curar mais rápido.

― É realmente uma boa mistura. ― concordou Xiao Ning. ― Mas deste jeito eu vou levar um mês para me recuperar. Preciso de algo mais forte.

― Mais forte? Você tem algo em mente? ― indagou Xiao Chang. Ele não achou que Xiao Ning possuísse algum conhecimento médico, mas se fosse preciso, apenas para ter certeza, era só consultar o doutor.

― Sim. Eu conheço uma mistura capaz de remendar meus ossos em apenas uma semana. Mas para isso, preciso ir à montanha colher algumas Ervas.

Ora, apenas me diga e eu pedirei alguém para ir buscar. ― insistiu Xiao Chang. Ele não podia deixar que um jovem gravemente ferido fosse a um lugar tão perigoso.

― Bem, já que o tio parece disposto. ― rendeu-se Xiao Ning, que gostava da ideia de poder continuar deitado. ― Eu preciso de duas Damas Clementes, uma Carqueja Amarela e fígado de Mandroga.

― Isso é tudo? ― perguntou Xiao Chang. E Xiao Ning respondeu que “sim”. ― Então não é muito caro. Eu irei mandar alguém trazer essas coisas agora mesmo. Camila!

Seguindo o chamado do 9º Ancião, a empregada que não deixou Xiao Ning sair da cama retornou ao quarto. Em uma postura subserviente, ela curvou a cabeça e disse:

― Pois não, nono Ancião Chang.

― Camila, vá pedir alguém para comprar essas coisas no Armazém do Caos... ― Então Xiao Chang passou a lista do que deveria ser comprado. ― E também, peça ao doutor Wen que venha até aqui.

Decorando tudo o que lhe foi pedido, Camila curvou a cabeça e logo em seguida deixou o quarto, a procura de alguém para ir até o Armazém do Caos.

Xiao Chang era o tipo de pessoa que preferia não julgar o que alguém é ou não capaz de fazer ― exceto, é claro, quando algo parece irreal e se faz necessário um interrogatório para esclarecer todas as dúvidas. Foi por esse motivo que ele se dispôs tão prontamente a enviar alguém para buscar as coisas solicitadas por Ning. Deixaria ele provar se tem ou não habilidades médicas.

― E quanto aos monstros que você matou, eu tomei a liberdade de vendê-los a um amigo comerciante. ― disse Xiao Chang, após Camila sair do quarto. Ele caminhou até a mesa de bambu e pegou uma pequena bolsa de pano que havia sobre ela. ― Isso foi o melhor que eu consegui. ― entregou a bolsa, a qual retinia um som metálico, à Xiao Ning.

Xiao Ning abriu a bolsa e viu que dentro haviam algumas moedas de prata. Ele derramou as moedas sobre o lençol e parecendo empolgado começou a contar...

― Vinte moedas de prata. ― exclamou surpreso. ― Isso é muito mais do que eu achei que iria ganhar.

Dentro da bolsa haviam vinte moedas de prata e trinta e três de bronze. Com isso só faltava pouco mais do que vinte moedas de prata para ele poder comprar o Caldeirão de Estanho. Talvez enfrentar todos aqueles monstros tenha valido a pena, no final.

― Por causa de sua agressividade e força física, não há muitos que estão dispostos a caçar os Gorilas Quebradores de Ossos. E isso faz com que seu preço seja elevado. ― informou Xiao Chang, esboçando um sorriso, parecendo satisfeito com a reação do afilhado. ― Mas como eu não sabia o que você pretendia fazer com o Núcleo Espiritual, eu não o vendi.

Xiao Ning esticou a cabeça e notou que sobre a mesa de bambu havia um pequeno cristal translúcido de cor roxa. E quando o viu, ficou ainda mais empolgado, pois isso significava que poderia ganhar ainda mais dinheiro.

― É uma infelicidade, mas este cristal ainda não está completamente formado. Porém, você pode ganhar algumas moedas de prata com ele. ― continuou Xiao Chang.

Ouvindo que poderia obter mais algumas moedas de prata e não bronze, Xiao Ning abriu um largo sorriso. Quando o vendesse, estaria ainda mais perto de conseguir um novo caldeirão.

Pensar nisso o deixou tão empolgado que ele quis se levantar e ir correndo vender o Núcleo. Mas o tio Chang o impediu e insistiu para que esperasse mais um pouco, pelo menos até o doutor chegar.

Passado algum tempo, Camila retornou acompanhada de um senhor de idade vestindo uma túnica branca e carregando uma maleta de madeira. Ao que parece, aquele era o Dr. Wen. Não demorou muito e logo as Ervas, assim como o fígado, pedido por Xiao Ning, também chegaram.

Agora, ele poderia seguir em frente e preparar algo para acelerar sua recuperação.

 


Niveis do Cultivo: Mundano; Despertar; Virtuoso; Espirituoso; Soberano do Despertar; Monarca Místico; Santo Místico; Sábio Místico; Erudito Místico.

 


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