Um Alquimista Preguiçoso Brasileira

Autor(a): Guilherme F. C.


Volume 1

Capítulo 87: Desabrochar

Zhan Rong demorou para perceber que havia cometido um grave erro ao subestimar e julgar erroneamente as capacidades do adversário. Suas conclusões precipitadas a levaram a ficar numa situação complicada e incerta quanto à própria segurança.

Caída no chão após ser atingida por uma das técnicas de Qin Jun, com os sentidos um tanto desorientados, a derrota parecia certa. A pesada Maça de Bronze mergulhava em sua direção, mirando um golpe decisivo e subjugador. Caso fosse atingida por tal objeto não sairia ilesa e corria o risco de até mesmo ter alguns ossos esmagados.

No entanto, embora desnorteada pela onda de choque que se espalhou por toda a arena e a atingiu, ela não estava indefesa. Armada com uma vasta variedade de habilidades, manteve uma calma anormal diante da perigosa situação. E então, quando a arma do rival estava para atingi-la, trazendo um fim precoce à disputa, Zhan Rong enfim fez seu movimento.

― Berço de Visco! ― proferiu, confiante.

Ao soar de suas palavras, flocos de uma planta verdejante começou a brotar do nada e se espalhou ao longo de todo o seu corpo, cobrindo cada centímetro de pele, envolvendo-a num manto de folhas ovais, feito um vegetal parasita ocupando o tronco de uma árvore. A germinação durou uma fração de segundo e quando terminou, Zhan Rong ficou parecendo um arbusto cujos caules se bifurcavam para todos os lados.

Ao notar a mudança repentina causada por sua oponente, Qin Jun não recuou. Ao invés disso, colocou ainda mais força em seu golpe, jogando o peso do ombro sobre a Maça de Bronze, fazendo-a uivar enquanto esmagava o ar. Porém, a despeito de todo esforço exercido, ao atingir o arbusto, sua arma pareceu se chocar contra uma almofada macia e maleável, de modo que a saliência da ponta foi abraçada pelas folhas, que absorveram o impacto.

Deixando escapar sua surpresa, ele franziu a testa e olhou para o emaranhado verde com estranheza. Mas, logo em seguida, puxou a Maça de Bronze de volta e desferiu outro ataque, desta vez, usando toda a potência de seu corpo robusto e do momentum criado ao erguer o pesado objeto. Três golpes foram aplicados em sequência e traziam o pleno poder de seus voluptuosos braços. Entretanto, o efeito final foi o mesmo de antes, com o impacto perdendo seu vigor sem causar grandes estragos, apenas arrancando algumas folhas e pequenos ramos.

Frustrado, ele apertou o punho da arma e soltou um rugido, seguido de um clamor retumbante enquanto balançava a Maça na direção do alvo verde, parado logo a frente:

― Ondas Impactantes!

Quando a saliência do bastão atingiu o arbusto, de repente, um estampido reverberou pela área circundante e do ponto de impacto, diversas ondas de choque se formaram, espalhando-se por toda a arena, criando trovoadas cada vez mais fracas ao passo que iam se afastando do local de origem. E novamente os juízes se viram obrigados a agir, bloqueando as ondulações que repercutiram para fora dos limites do palco.

No entanto, apesar de Qin Jun ter usado uma de suas Técnicas de Combate mais poderosas, o arbusto continuava no mesmo lugar, sem arredar um único centímetro ou se desfazer diante do aterrorizante poder. As folhas na parte de cima estavam amassadas em grande parte, mas nenhum dano severo era notado. Como pensou, aquela técnica de defesa se provou bastante eficiente em absorver colisões e isso seria um problema, pois suas investidas visavam esmagar os oponentes e não cortá-los. Por outro lado, Zhan Rong não poderia ficar naquela forma para sempre.

Determinado a manter a investida, lançando pancadas atrás de pancadas até criar uma abertura, ele ergueu a Maça de Bronze, preparando-se para usar sua habilidade, quando reparou em uma mudança no arbusto. A transformação foi repentina e durou somente alguns segundos. De repente, flores amarelas começaram a brotar ao longo de todo o arranjo, desabrochando no instante em que surgiam. Seguindo o ritmo acelerado da transição, as flores deram lugar a centenas de pequenas frutas esbranquiçadas e redondas, conforme a moita perdeu vigor e as folhas murcharam, morrendo aos poucos.

Qin Jun pareceu não gostar nem um pouco do florescimento súbito do arbusto pois franziu o cenho e tentou adiantar sua investida. Mas então, quando se aproximou, as frutas esbranquiçadas começaram a se desprender da haste que as seguravam e pularam em sua direção, feito uma nuvem de gafanhotos movendo-se uniformemente, devorando tudo no caminho.

Atento como era, Qin Jun percebeu a mudança de acontecimentos no instante em que começou. Tentando não ser atingido, deu um salto para trás, recuando, e balançou a Maça de Bronze contra as frutinhas que o tinham como alvo. As bolas esbranquiçadas explodiram no menor contato com a arma, sem oferecer qualquer tipo de resistência.

Ele balançou o bastão pesado, esmagando cada uma das frutas, que de alguma forma continuaram brotando e saltando a um ritmo acelerado. Quanto mais delas voavam, mais decadente o arbusto ficava. As folhas murcharam e ganharam um tom amarronzado, enquanto os galhos se tornaram quebradiços e começaram a ruir.

Aos poucos, a figura de Zhan Rong começou a se revelar conforme o manto que a envolvia foi perdendo vigor. A primeira vista, ela aparentava estar intacta, livre de arranhões e contusões causadas pelos golpes consecutivos exercidos por seu adversário.

Mantendo a guarda alta contra as frutinhas, que, devido a deterioração do arbusto, aos poucos pararam de serem lançadas, Qin Jun aguardou enquanto Zhan Rong perdia seu casulo. Iria atacá-la no instante que ficasse desprotegida. Ao menos, era esse o plano, até que percebeu...

Sempre que estourava um dos frutos, um líquido viscoso respingava em seu corpo. No começo, isso pareceu inofensivo, mas depois de um punhado ter sido esmagado, cobrindo os braços, as pernas e a mão que empunhava a robusta arma, seus movimentos foram se tornando mais lentos, como se algo o estivesse prendendo-o. Balançar a Maça pesada exigiu maior esforço de sua parte e, por algum motivo, os músculos que treinou por um longo tempo, passou a demonstrar sinais de exaustão, perdendo vigor e potência.

Qin Jun teve a impressão de que algo estava sugando sua vitalidade, deixando-o rapidamente sem fôlego e resultando numa exaustão anormal. Quando enfim estourou a última das frutas ― desta vez, tomando cuidado para não ser atingido pelo líquido ―, suor escorria de seu rosto, molhando sua roupa, e suas pernas tremiam, no limite das forças para mantê-lo de pé. Embora se considerasse um homem resistente, foi obrigado a parar e usar sua arma de apoio, feito uma bengala, conforme tentava recuperar um pouco de ar.

Ao mesmo tempo, no lugar em que estava o arbusto, agora restava apenas um punhado de folhas mortas e galhos secos. Zhan Rong, que não sentia mais o efeito do Martelo Pesado, levantou-se com um sorriso confiante e zombou:

― Você não devia sair atacando plantas que não conhece, ainda mais uma hemiparasita. Elas são muito boas em sugar a vitalidade de outras criaturas. ― Pela expressão em seu rosto, notava-se que estava feliz por ter tido sucesso em seu contra-ataque ao mesmo tempo em que se defendia. ― Só é uma pena você ter esmagado meus frutos Alabastrinos, do contrário, a vitória já seria minha.

― Usando um ataque tão sorrateiro... ― resfolegou Qin Jun, tendo dificuldades até mesmo para falar; mal conseguindo se manter de pé. ― Você é uma vergonha para os guerreiros.

― Já disse que não sou uma guerreira, eu apenas luto da maneira que sei lutar. E essa será a minha vitória. ― De repente, um punhado de folhas começou a brotar e se multiplicar na mão direita de Zhan Rong, grudando umas nas outras, formando uma comprida corda verde vibrante. ― Chicote das Mil Lâminas!

Com um movimento impetuoso, ela balançou o braço, impulsionando o chicote de folhas para frente, rumo ao peito do indefeso Qin Jun, que não tinha forças para se proteger. Um estalo agudo soou quando a ponta verde se chocou contra a armadura do oponente.

A força foi tamanha que o brutamontes acabou sendo arremessado para trás, voando por alguns metros e quase caindo fora da arena. Por sorte, sua armadura resistiu ao golpe e o único dano sofrido foi o impacto de ter sido jogado.

Não satisfeita com o resultado, Zhan Rong se preparou para balançar o objeto serpenteante mais uma vez. Entretanto, o segundo representante mais forte da Família Qin não estava pronto para se dar por vencido e, dessa forma, gastando suas últimas forças, soltou um rugido feroz para o alto e se colocou de pé. Arfando, falou:

― Irei apostar minha honra neste ataque e trarei a vitória para minha Família! Impulso Violento! ― vociferou.

Essa era a sua Técnica de Combate mais poderosa, capaz de fazer sua Energia Espiritual “explodir”.

Sentindo a Energia agitar seu sangue e impelir seu corpo para frente, resgatando a vitalidade perdida, Qin Jun soltou um uivo para o alto de pura bestialidade e disparou em uma corrida frenética contra seu alvo.

Mantendo o chicote em guarda, Zhan Rong não seguiu em frente com o ataque. Das usadas por seu adversário no dia de hoje, aquela era a única Técnica de Combate que conhecia, pois se tratava de uma variante da habilidade mais poderosa da Família Qin e utilizada por quase todos os seus membros. E por conhecê-la, sabia muito bem de seu poder e dos riscos de usá-la. Pela primeira vez, sentiu-se no controle da situação.

E por esse motivo, ao invés de continuar sua investida, mudou de estratégia e usou outra Técnica de Combate focada na defesa.

― Muro Entrelaçado!

De repente, galhos de diversas espessuras germinaram na frente de Zhan Rong, entrelaçando-se uns nos outros como se fossem cipós moles e flexíveis, muito embora possuíssem a robustez de um bloco de pedra. Quando a movimentação cessou, uma pequena muralha com três metros de altura se formou, bloqueando parte da arena, fechando-a em um cerco preventivo.

A despeito da estranha parede que surgiu de repente e se colocou em seu caminho, Qin Jun não parou o ataque explosivo movido pelos resquícios finais de Energia em seu corpo. Empunhando sua pesada Maça de Bronze, balançou o ombro, jogando o peso das costas sobre o braço, de modo a exercer toda a sua potência. A arma feita para esmagar inimigos destroçou a parte frontal da parede construída a partir de galhos, dilacerando os troncos, tratando-os como se fossem pequenas flores frágeis. Porém, apesar da força exibida, não conseguiu romper o bloqueio. Porém, determinado a romper as defesas inimigas, lançou uma série de ataques violentos, que levavam consigo o máximo de seu poder bruto.

Seus golpes eram de um furor implacável, que estremecia a arena a cada movimento, criando estrondos impactantes que reverberavam fazendo o ar vibrar. A muralha, a qual se provou robusta apesar de ter sido formada em poucos instantes, foi destroçada e começou a ruir. Através de um buraco criado no centro, a silhueta de Zhan Rong pôde ser vista dando início a uma agitação, tentando recuar um passo.

Percebendo isso e não querendo deixá-la escapar, o furioso atacante passou um dos braços de qualquer maneira através da abertura criada e por muito pouco conseguiu agarrar o pescoço da rival. E quando sentiu seu dedos envolverem algo macio, bufou em um tom de ordem:

― Não gosto de machucar garotas, então se você desistir agora, eu irei soltá-la. ― Qin Jun tinha pressa em terminar a luta. Podia sentir sua Energia Espiritual queimando a um passo acelerado, sendo exaurida pela técnica usada. E para piorar, o cansaço provocado por se expor ao líquido expelido das frutas estouradas estava voltando.

Com certa dificuldade para falar, devido ao pescoço sendo apertado, Zhan Rong respondeu:

― Eu disse antes, não disse? Vence quem atacar primeiro. ― falou usando um tom de voz que estava longe de alguém prestes a se render. ― Você deveria prestar mais atenção ao redor enquanto luta.

Sentindo os últimos resquícios de ímpeto deixando-o, Qin Jun experimentou a sensação de que deveria terminar com isso logo. Como insistiu tantas vezes, não gostava de bater em garotas, mas desde que Zhan Rong não estava disposta a se render, não lhe restava escolha ― faria isso e colocaria fim à luta. Porém, ao tentar exercer força nos dedos da mão para estrangulá-la, apenas o bastante para ser o campeão, de repente, seu corpo relaxou. Não era a exaustão afligindo os músculos, era algo plácido, que o levou a um estado de sonolência súbita.

Junto a letargia repentina, um aroma agradável tocou seu nariz; possuía um perfume doce de flores em pleno desabrochar, misturada com algo que não consegui distinguir. Apesar de lutar contra aquele estado súbito, Qin Jun não conseguiu resistir e caiu de joelhos, afrouxando a mão que prendia sua oponente.

Do outro lado do muro, Zhan Rong começou a tossir uma tosse seca, enquanto arfava recuperando o fôlego. Exibindo uma voz áspera devido ao sufocamento, ela narrou em um tom de triunfo:

― Demora um pouco para florescer, mas esta técnica é sempre eficaz.

Lutando para não cair, escorando-se em sua Maça de Bronze, Qin Jun enfim pareceu tomar conhecimento ao que ela estava se referindo. Ao passo em que a sonolência se intensificava, sua visão ficou turva, vendo nada mais do que borrões em sua frente, mas, ainda assim, ele conseguiu vislumbrar a causa de sua queda.

Por toda a arena, pequenos galhos eram vistos caídos aqui e ali, de modo que podiam ser facilmente confundidos com os resquícios da destruição causada durante a investida contra a parede formada por troncos emaranhados. As hastes de madeira não estavam plantadas em canto algum ― não passavam de pequenas varas jogadas ao acaso.

Entretanto, algo naqueles gravetos se destacava, chamando atenção até mesmo de seus olhos modorrentos. A despeito de terem o aspecto de um galho quebrado, eles estavam cheios de vida. Flores rosas eram vistas nas extremidades, grudadas umas nas outras, formando buquês elegantes, de uma beleza única.

Dezenas de gravetos repletos de flores eram vistos espalhados por todos os cantos, até mesmo caídos fora dos limites da arena, mas esses já estavam sendo pisoteados pelos juízes.

 A despeito de não terem um local adequado para fixarem a raiz e se desenvolverem de maneira adequada, os galhos deram origem a lindas flores de ameixeira, repletas de vida e exuberância, rica em um aroma adocicado, tão delicado quanto as próprias pétalas, que pareciam terem sido tecidas através de fios de seda da mais alta qualidade, e laureadas por uma espetacular coroa, a qual somente elas detinham, impossíveis de serem imitadas em sua magnificência.

Lutando contra a sonolência que o colocou de joelhos e o guiava, contra a vontade, harmonicamente para um mundo de sonhos encantados, Qin Jun não pôde evitar de amaldiçoar e admirar a beleza do florescimento que se espalhava por toda a arena.

― Você não é o único que sabe desorientar seu adversário. ― A voz triunfante de Zhan Rong soou por detrás da muralha de troncos, a qual, com um aceno de mão exercido pela usuária da técnica, começou a ruir, espalhando troncos secos e murchos por todo o palco e expondo a controladora de plantas, ainda segurando um chicote composto por folhas. ― Essa é a Terceira Fase: Florescer!

Ajoelhado, sustentando-se em sua Maça de Bronze, tendo dificuldades para expressar o mais simples dos movimento, Qin Jun ergueu a cabeça apenas para encarar sua adversária parada logo a sua frente, firme, sem demonstrar o menor sinal de desgaste, em cujo único ferimento visível era a vermelhidão no pescoço, destacada pela marca de uma mão grossa e pesada.

Para alguém que se considerava um guerreiro e entrou nesta batalha com a certeza de sair vitorioso, aquilo tudo era muito vergonhoso. Quem estava caído era ele e não a outra parte. Apesar de todo treinamento, mal conseguia manter o corpo de pé e levantar sua arma parecia algo impossível de fazer. Suas pernas tremiam e seus olhos falhavam em focar na visão embaçada que se posicionava a dois passos de distância. Não podia deixar terminar assim, precisava defender sua honra como um combatente temido dos Qins. Se fosse para perder, ao menos faria sua inimiga sangrar.

AHHHH!

Soltando um rugido feroz, Qin Jun reuniu forças que estavam além de suas capacidades somente para se erguer. Seu corpo passou a operar no insuportável, impulsionado pela sede insaciável de batalha. Suas pernas se moveram e os joelhos, ainda trêmulos, gastaram cada fibra para sustentar o fardo que o forçava para baixo. Envolvendo a empunhadura de sua Maça de Bronze tão forte que seus dedos perderam a cor vermelha sadia do sangue fluindo, transformando-se em ganchos macilentos, ele balançou o braço, jogando todo o peso da arma sobre o ombro numa tentativa fútil de movê-la.

Entretanto, no instante em que conseguiu se colocar de pé, mais uma vez, seus ouvidos captaram um estalo cortante, seguido de um silvo ameaçador, igual ao farfalhar de centenas de folhas sendo agitadas por uma tempestade. E então, antes de sequer conseguir erguer sua arma do chão, algo atingiu seu peito, bem no centro de sua armadura, causando um estouro agudo e penetrante.

O impacto foi tamanho que seu corpo, incapaz de se sustentar, foi arremessado para trás. Qin Jun  sequer conseguiu manter a posse de sua arma até o último momento, deixando o objeto escapar de seus dedos. Por quantos metros voou, não sabia, mas quando sentiu suas costas baterem contra o chão, percebeu que não tinha mais o vigor necessário para tentar um novo contra-ataque.

Ao perceber que o jovem não estava se movendo de modo tão energético quanto antes, apenas se remexendo e soltando resmungos abatidos, o juiz responsável pela partida logo subiu na arena para averiguar a condição do participante mais de perto. Depois de um estudo atento e uma ponderação precisa, declarou:

― Qin Jun não está mais em posição de continuar a batalha, portanto, a campeã desta rodada é Zhan Rong.

 


Niveis do Cultivo: Mundano; Despertar; Virtuoso; Espirituoso; Soberano do Despertar; Monarca Místico; Santo Místico; Sábio Místico; Erudito Místico.

 


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