Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 1: Asas do Diabo


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Já era tarde da noite, no horário exato do telejornal local, sendo igual aos outros dias. No entanto o programa inicia com um plantão urgente de última hora, a famosa âncora do jornal como de costume está presente.

— Boa noite. — Sua expressão está mais séria do que costume. — Uma notícia preocupante para todos os moradores do Distrito Independente, foram confirmados diversos ataques pelas principais zonas urbanas da região, sendo o responsável por todo esse caos, um Numen.

A âncora se vira brevemente a direita, mostrando assim um homem alto, com um porte físico avantajado ao seu lado.

— Com isso em mente. — Disse ela em um tom amigável. — Trouxemos um especialista em proteção e controle contra Numens, Inspetor por favor pode se apresentar!

— Olá a todos, me chamo Kaori Mutoh. — Comentou ele com sua voz grave. — Sou Inspetor da organização Abutre, responsável por esse caso.

Com um sorriso a âncora segura algumas papeladas que estavam por cima de sua mesa, para enfim começar seu trabalho.

— Inspetor Mutoh, essa é uma situação preocupante que vem se tornando cada vez mais comum, então por favor, quais são os cuidados e como podemos nos proteger de tais ameaças?

— Muito bem. — Ele ajeita sua gravata com cuidado. — Primeiramente gostaria de deixar bem claro que sobre esse caso, já estamos tomando as devidas precauções, logo o Numen responsável será capturado, ou caso necessário; Abatido.

— Isso é uma ótima notícia Inspetor! — disse ela, abrindo um longo sorriso em seu rosto.

— Agora, sobre seus questionamentos. De uma maneira simples os principais cuidados são: nunca andar sozinhos ao anoitecer em zonas perigosas, e a qualquer suspeita informar a nós para assegurarmos sua segurança.

— E como podemos identificar eles?

— Isso não é uma tarefa muito simples, pois eles aparentam ser como humanos normais, muito que provavelmente estando na mesma sociedade convivendo como pessoas comuns, eles estão entre nós, no entanto... — responde o Inspetor, levando seu dedo até seus olhos abaixando levemente sua pálpebra. — Existe duas formas de identificá-los, geralmente eles possuem olhos estranhamente incomuns que podem lhe trazer desconforto, ou alguma cicatriz estranha em alguma parte do corpo, por isso se atentem a esses detalhes, lembre-se! Fiquem em casa.

A apresentadora enfim virou seu olhar para a câmera com um aceno.

— Continuaremos nossa entrevista depois das imagens do caso, iremos passar para nosso repórter que está em uma das zonas dos ataques.

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

O Jornal continua sua transmissão, passando diversas imagens do ocorrido, no entanto, duas pessoas não se preocupam com nada disso. Muito pelo contrário, os dois amigos caminham pelas ruas e becos sem preocupação alguma, tendo um deles cantarolando de maneira nada discreta.

— Por que está cantarolando?

— Oras, porque é divertido. — Disse uma garota de voz doce com duas tranças em seus cabelos. — Algum problema com isso?

Hunpf, é irritante. — Exclamou o jovem de cabelos pretos bagunçados.

Ambos continuam a caminhar por aquela rua vazia e pouco iluminada, sendo alguns poucos postes os únicos pontos de luz que havia. Os passos dos dois ecoa pela rua sendo o principal som que podia ser ouvido, tirando o doce cantarolar daquela garota.

Sem paciência, o jovem para de caminhar abruptamente de baixo de um daqueles postes, o fazendo ser completamente iluminado pela luz, sua estatura era média e seus dentes levemente pontiagudos.

— Aonde diabos estamos indo, ein?

A garota então parou um pouco a frente dele, em uma parte mais escura, fazendo ter uma leve dificuldade em visualizá-la.

— Eu já não havia dito Risu? — respondeu ela calmamente, enquanto se aproxima passo por passo até seu amigo. — Nós vamos nos divertir um pouco.

— Quando diz diversão, quer dizer o que?

— Quando digo diversão, quero dizer apenas isso mesmo.

— Você vai me meter em mais uma confusão, não vai? — Ele erguia um pouco seu queixo enquanto estufa seu peito. — Consigo sentir isso!

Finalmente ela está frente a frente para ele, levando as duas mãos até seu rosto o acariciando lentamente, encarando em seus olhos, o jovem nem ao menos conseguia desviar de seu olhar. Sua pele branca como a lua e seus olhos negros como o espaço, era algo até mesmo hipnotizante.

— Se não quiser vir, está tudo bem. — disse a garota, se aproximando ainda mais do rosto de seu colega, a ponto de sentir sua respiração pesada. — Mas eu realmente preciso de sua ajuda.

Grr! Mas que droga! — Ele desvia bruscamente seu olhar dela, se afastando um pouco para trás. — Tudo bem! Eu tô contigo, okay?

Ela fecha seus olhos com um sorriso doce em seu rosto, que chama atenção, se virando para voltar a caminhar, segurando seu punho direito com os braços nas costas, enquanto caminha de uma maneira alegre, lembrando o caminhar de uma criança.

— Raposa... — disse o jovem emburrado.

— O que disse?

— Raposa. — respondeu, cruzando seus braços. — Quando você sorri dessa maneira, parece uma raposa.

Haha! Vou levar isso como um elogio. Ah! Antes que eu me esqueça, Obrigada Risu.

Ele viu sua amiga se afastando com um algo passando em sua mente. “Eu realmente não consigo dizer ‘Não’ para ela, como fui parar nessa situação?”. Já se fazia três anos em que ele a conheceu, suas memorias eram confusas, quase como se vários acontecimentos antes de a conhecer estivessem em branco. Assim ele foi caindo em seus devaneios.

 — Ei Risu! Vamos logo! — disse ela, segurando sua mão, apertando o passo da caminhada.

Ah! Puta merd... — Antes de concluir sua frase, ele é puxado por sua amiga, a passos rápidos.

— Ora, ora, o que foi? — perguntou ela. — Ficou paralisado com minha beleza?

— Ficaria brava se eu falasse que não?

— Talvez.

— É, realmente ficaria.

Com uma gargalhada alta, ambos a passos largos correram pela rua, seguindo seus caminhos.

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Alguns minutos depois, os dois chegavam frente a uma espécie de armazém localizado nos fundos de um beco profundo, entre um prédio comercial e uma loja de conveniências que estava fechada. Frente a eles somente havia uma porta vermelha com um olho magico ao meio.

Ela rapidamente batia na porta quatro vezes, sem dizer nem mesmo uma palavra se quer, alguns segundos depois a porta se abria sozinha por um homem cheio de tatuagens pelos braços, utilizando óculos escuros.

“Quem é idiota de usar óculos escuros durante a noite?” pensou o jovem garoto que entra pela porta com sua amiga dando de cara com um corredor longo, com várias caixas de papelão jogadas por todos os lados, uma bagunça completa.

Mesmo sem olhar para trás, ele conseguia sentir que o homem estranho que abriu a porta para eles, está os encarando enquanto percorrem o corredor.

— Ei, o que caralhos é esse lugar? — cochichou ele, curvando suas costas.

— Logo vai descobrir.

Após bufar por mais uma vez por não obter resposta alguma, serrou seus punhos, ficando atento a qualquer detalhe.

Ao atravessarem o corredor, ambos se deparam com um grande armazém espaçoso, com luminárias de teto espalhadas por todo o local, iluminando principalmente no meio daquele lugar, onde havia um sofá de luxo vermelho, com quatro pessoas a volta, ele não tinha certeza, mas obviamente aqueles homens eram fortes, por fim no meio de todos, sentado confortavelmente, se encontra um senhor de idade, um pouco acima do peso, com joias por todo seu corpo.

— Agora pode me dizer que lugar é esse? — Cochichou novamente.

— Bem... aqui é um armazém de máquinas de fachada, sendo sincera aqui é um esconderijo da SEIDAI.

— Okay, mas quem caralhos é SEIDAI?

— Um grupo religioso do Distrito Independente — respondia ela com um sorriso. — Mas para ser sincera, está mais para um culto criminoso, ou uma máfia.

— Que merda é essa? Como caralhos consegue sorrir dizendo isso sua maluca?! O que estamos fazendo aqui?! — disse ele em tom alto.

Haha! Se continuar falando assim vão nos ouvir.

Ao dizer isso, era possível ouvir algumas risadas vinda da direção do sofá, que foram aumentando gradativamente de pouco a pouco. “Por que estão rindo seus merdas?!” pensou em meio a aquela chuva de risadas.

Hehe, estão perdidos jovenzinhos? — Pergunta um daqueles homens.

— Qual é? Querem seu papai e mamãe de volta? — Acrescenta outro deles.

— Acho que estou a fim de tirar uma com essas crianças aí, Haha!

— Estão no lugar errado pirralhos!!!

“Desgraçados!” pensou ele, serrando ainda mais seus punhos, enquanto range seus dentes.

E então, da mesma maneira em que as gargalhadas se iniciaram, todas elas se cessaram com o levantar da mão direita do velho que está sentado, de uma maneira estranha, todos ali aparentam respeitar muito aquele senhor.

— Silencio. — Continua aquela voz fina e cansada, soando até mesmo engraçada daquele senhor. — Vocês dois, quem são vocês?

A garota se coloca em frente com alguns passos se curvando brevemente como um sinal de respeito para aquele senhor.

— Eu me chamo Oinari, e a pessoa atrás de mim é meu amigo Erisu. — Diz Oinari com clareza e delicadeza — E gostaríamos de negociar com o senhor!

Mais uma vez uma onda de risadas veio pelos homens em volta a aquele senhor.

— Espero que não esteja brincando com isso! Caso contrário vou arrancar os dois braços do seu amiguinho! Pirralha! — Disse ele, tentando ser intimidador.

— Compreendo isso completamente — Ela se aproxima do senhor com calma.

— Você me paga raposa sem vergonha! — disse Erisu emburrado a acompanhando logo atrás.

— Pois bem! Diga o que querem pirralhos, antes que eu perca a paciência. — comentou o velho.

— Okay! — disse Oinari — Queremos o Filho Perdido do qual está com você.

A expressão de todos mudaram drasticamente, incluindo a de Erisu, que aparenta agora ter entendido tudo, seu olhar antes irritado, passou para um olhar sério, frente a todos que estão ali.

— Podia ter me dito isso antes, seria mais fácil. — Comentou Erisu para ela.

— C-como? Como vocês sabem disso? — perguntou o velho com surpresa.

Ora, ora...— Oinari tomba sua cabeça para o lado com um sorriso. — Devo comentar que isso não é da sua conta, Senhor Chefinho, apenas o quero.

Hahaha! Realmente vocês são crianças corajosas! — indagou o velhote — Mas mexeram com as pessoas erradas! Pessoal, acabem com os dois!

Ao dizer tais palavras, todos aqueles homens se aproximam de Erisu e Oinari, retirando de suas cinturas algumas armas, dois deles tendo sacado revolveres, enquanto os outros dois retiravam uma faca, por último o homem que antes abrira a porta segura em suas mãos um taco de beisebol.

— Realmente isso é necessário? — o sorriso no rosto de Oinari se esvaia, virando sua atenção para seu amigo. — Bem... conto com você Risu.

Haha! vamos fazer picadinho de vocês! — disse o velho, se levantando daquele sofá com um olhar de raiva. — Não sei como descobriram, mas seu amiguinho e você sua pirralha vão...

A frase daquele velhote rapidamente é interrompida por um alto estalo, quando todos os seguranças se viraram, podiam perceber que aquele som, foi o nariz do velho junto com seus dentes, sendo quebrados por um soco certeiro de Erisu que atingiu o centro de seu rosto, o fazendo ser impulsionado para trás com tremenda força que derrubou o sofá com tudo sobre o chão.

— Ah! Finalmente, eu já não estava mais aguentando ouvir aquele gorducho falar! — disse Erisu estralando os dedos de sua mão, se virando para os outros seguranças, com uma gargalhada. — Quem está rindo agora seus merdas?!

Mesmo com o choque, um deles com uma faca correu em direção a Erisu gritando, tentando lhe acertar um corte no peito, rapidamente ele tem seu braço segurado por Erisu que o puxa para perto acertando-o com tudo em uma cabeçada, o fazendo cair no chão com a mão no nariz.

— Menos um! — gritou Erisu com um sorriso sádico em seu rosto.

Os dois guardas armados ergueram seus revólveres apontando diretamente para Erisu dizendo ao mesmo tempo. — Parado ai! — enquanto o segurança com o taco de beisebol passa por trás de Erisu o tentando pegar desprevenido.

— Tudo bem então... — O sorriso de Erisu crescia cada vez mais. — Di-A-Bu-Ru.

Um silencio predominou o local após aquela palavra sem sentido, até que Erisu curva sua postura para baixo, fazendo com que todos percebessem uma movimentação estranha vindo das costas de Erisu, mais precisamente da escápula direita dele, que em um piscar de olhos, algo rasga sua camisa escolar saindo diretamente de seu corpo: uma espécie de uma nevoa palpável com vários tons de vermelho se forma nele, como se fosse uma única asa. Aquela mesma nevoa passa pelo pescoço dele indo em direção a seu olho direito que se torna vermelho carmesim.

— Vou dar o gosto para vocês do meu Bakemono... — comenta Erisu, que acrescenta. —  Asas do Diabo!

Em um movimento rápido, aqueles guardas atiram em sua direção, porém aquela asa toma forma de vários cristais semelhantes a penas, para em seguida cobrir o braço de Erisu, bloqueando por completo as balas, se impulsionando rapidamente contra ambos armados, os acertando ao mesmo tempo de uma vez com seu braço, fazendo eles baterem com tudo contra a parede.

— Menos três!

O homem com taco de beisebol, corre em direção a ele, o acertando com o taco na cabeça de Erisu, que é aparentemente acerta em cheio. No entanto com o impulso que foi atingido, ele dá um salto para cima segurando em uma das várias luminárias tomando velocidade, para enfim acertar com os dois pés no peito do segurança com tudo.

— Menos quatro... — Erisu virou seu olhar para o último segurança em pé, que nem ao menos havia se mexido.

Com medo, ele largou sua faca, correndo em seguida em direção a saída, gritando por sua vida. Oinari se aproxima lentamente de Erisu levando sua mão em suas costas dando pequenos tapinhas com um sorriso.

— Você acabou com eles rapidinho dessa vez! Acho que é um novo recorde!

Hunpf! Nada disso. — Bufou Erisu — Um desses merdas me acertou!

— V-vocês! C-como?! — comentou a voz familiar do velho, que agora se arrasta por cima do sofá com nariz completamente quebrado.

— Como ele tá acordado? Droga! Eu jurei que tinha atingido esse cara em cheio! — comentou Erisu com uma expressão frustrada.

— V-vocês! Malditos! Vocês são Numens!

Ora, ora, chefinho... — Disse Oinari com um tom de sarcasmo, aumentando seu sorriso. — Acho que percebeu tarde demais!

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】


Por favor! Favorite! e de seu feeback!
Se puder também acesse meu Discord:
Link - https://discord.gg/wUZYREg5



Comentários