Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 2: Acerto de contas


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】


Com um movimento rápido, Erisu segura a gola da camisa do velho, o suspendendo-o do chão, enquanto sangra constantemente pelo nariz.

Tá, tá, chega de papo furado! — Diz Erisu, que aproxima seu rosto de seu alvo, intensificando sua agressividade — agora desembucha, cadê o filho perdido?

— Malditos! Sabe com quem está lidando? A SEIDAI vai caçar vocês até mesmo no inferno! — Grita o mesmo, se esperneando.

Ora, seu pedaço de merda! Quero ver algum de vocês tentar! — Erisu estende seus cotovelos para trás, fechando os punhos, pronto para acertar mais um soco no homem.

— Risu! Um momento — diz a voz doce de Oinari — acho que o chefinho não entendeu a situação que se encontra.

 Ela caminha em direção ao sofá caído, o levantando em seguida, para finalmente se sentar confortavelmente, frente a seu amigo e ao mafioso, cruzando suas pernas, enquanto repousa seu queixo em seu punho. Erisu de imediato quando percebe, larga aquele homem de suas mãos o deixando cair de joelhos.

— Escute, caro chefinho... — lentamente ela prossegue sua frase — o senhor está sozinho agora, a maioria de seus guardas estão caídos, enquanto o último que havia sobrado fugiu. Ou seja, somente tem nós três nesse armazém.

— O que isso importa? Não irei falar nada para vocês!

— Não tem problema, apenas quero uma resposta — ela aponta o dedo indicador de sua mão direita para o velho homem — você acha que seus companheiros e guardas fariam o mesmo por você? Você tem certeza de que se estivéssemos atrás de você por exemplo, ninguém iria entregá-lo?

— M-mas é claro que sim! — Diz ele, com sua voz tremula, percebendo que aquela garota não para de o encarar nos olhos.

— É mesmo? — Ela ajeita sua postura, cruzando sua perna para o outro lado — Por que então aquele que fugiu nem mesmo cogitou em levar você com consigo? Medo? Desespero? Ou ele não se importava com você o suficiente?

— N-não... — começando a soar frio, suas palavras embaralham de uma hora para outra.

— Será que essa SEIDAI... — ela com um sorriso em seu rosto, leva seu dedo até seu queixo, como se estivesse pensando — realmente irá vir te ajudar?

 Os olhos do homem se arregalam de uma maneira espantosa, ela havia conseguido colocar algo em sua mente, uma dúvida, um medo, todo seu corpo agora está tremendo, seu coração bate sem parar, ele está completamente perdido em seus pensamentos.

— Vamos repetir a pergunta então — Oinari fecha seus olhos, com um pequeno sorriso em seus lábios — cadê o filho perdido?

Ele curva seu pescoço para baixo, olhando para seus joelhos ao chão, quase como um reflexo rápido sua mão aponta para o fundo do armazém, onde está pouco iluminado, mas podia se ter a noção de ter uma maleta caída, que foi jogada quando Erisu acertou o homem com um soco contra o sofá.

— Foi bom fazer negócios com você chefinho!

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Poucos minutos após essa frase, a dupla de amigos caminha pelas ruas novamente. Nos braços de Oinari agora está a maleta que pegaram no armazém, enquanto Erisu massageia seu pescoço com uma de suas mãos.

Cara! O que você fez foi assustador. — diz ele.

— Do que está falando Risu?

— Não se faça de idiota! Cara de raposa!

Haha! Foi somente uma conversa amigável. — Ela responde, com os olhos fechados.

— Tenho medo do que não é uma conversa amigável para você... — diz Erisu, voltando seu olhar para sua amiga — Enfim, está tudo bem termos deixado ele lá sem prendê-lo ou algo do tipo?

— Acredito que sim, não acho que ele seja capaz de fazer alguma de qualquer forma.

Okay, entendi — ele cruza seus braços, bufando um pouco — mas como raios você sabia que ele tinha um filho perdido?

Ah, sobre isso... um amigo.

— Um amigo?

— Sim, um amigo — responde ela, segurando o braço de Erisu, para finalmente cruzar a rua pela faixa — ele me falou que ouviu sobre um velho que havia recebido um pedaço de filho perdido para guardar, sendo sincera acredito que eles pretendiam vender. Então pedi para ele marcar uma negociação em seu nome.

— Isso explica muita coisa.

— Não é?! Haha! — diz ela, gargalhando — Mas eu não teria conseguido sem você, obrigada.

Quando Erisu ouviu tal comentário, um gatilho em sua mente ressoa, “Parando para pensar, ela sempre consegue me fazer aceitar tudo o que ela me pede, desde quando nos conhecemos... ela sempre consegue”, pensou com uma expressão séria.

— Está tudo bem Risu? — ela pergunta, ao ver o olhar de seu amigo — Aconteceu alguma coisa?

Hum? Ah! Nada, está tudo bem, somente me lembrei de quando nos conhecemos.

Wow! Isso é raro.

Hey! Por que diz isso?

— Você não é bom em lidar com suas memorias, para falar a verdade foi um saco para fazer você comentar sobre seu passado na primeira vez.

— Mas que porra! Eu não preciso te dizer tudo, sabia?

Haha! Eu sei, mesmo assim você contou, talvez seja por isso que gostei tanto de você.

“Espera, ela disse algo parecido na primeira vez” passou esse pensamento por si, quase como se ele estivesse entendido algo aos poucos.

Ele conseguiu lembrar quase perfeitamente do dia, estava chovendo, estava frio, e ela apareceu em sua vida, com suas belas palavras, como se estivesse esperando por ele.

“Ela sempre foi uma predadora astuta, naquele dia, eu era sua presa”

— Posso te fazer uma pergunta?

Ah, claro, desembucha.

— Você ainda se lembra do nosso pacto?

Sua visão embranquece, ele não conseguia mais a ouvir, em todas suas memorias ele não lembrava de pacto algum, naquele momento ele havia encontrado mais uma peça do quebra-cabeça.

“Pacto? Eu fiz algum?” pensou constantemente.

— Risu...

“Eu sinto que fiz, mas o que era?”

— Risu...

“Droga, lembre-se, lembre-se! O que foi esse pacto?”

— Risu! — Oinari grita para seu amigo perdido.

— Ahn? O que foi caramba?

— Presta atenção — comenta Oinari, se colocando atrás de Erisu — Não estamos sozinhos.

Ele balança sua cabeça, voltando seu foco para sua frente, onde a distância há um homem de chapéu, com um terno totalmente branco. O homem parece impaciente, pois bate levemente sua mão contra sua perna de maneira ansiosa

— Então são vocês que estão causando problemas? — Diz aquele homem, retirando seu chapéu cordialmente — Deixe me apresentar... eu sou Keru, um simples assassino a serviço da SEIDAI.

— Foi aquele cara que deixei fugir, não foi? — Pergunta Erisu olhando para sua amiga.

— Com toda certeza.

— Porra! — ele caminha alguns passos à frente, alongando seu ombro.

— Tome cuidado Risu, ele também é um Híbrido.

Ah, não importa! Afinal...— comenta Erisu, que vira seu pescoço para sua amiga, com um longo sorriso, apontando para si mesmo — Eu vou venc...

Enquanto distraído, sem nem mesmo terminar sua frase, ele vê a palma da mão do assassino vindo de encontro a seu rosto, que com uma força incrível o atira em alta velocidade contra a parede de um prédio, quebrando com o impacto de seu corpo.

— Como eu estava dizendo — diz o assassino — em nome da SEIDAI, irei cuidar de vocês dois, começando pelo garoto!

Erisu em meio aos escombros da parede, se levanta levemente dolorido, enquanto tosse ofegante. — Cretino filho da...

Mais uma vez, sem conseguir concluir sua frase, ele vê o seu adversário se aproximando com um imenso sorriso em seu rosto.

KEKKAI KIKKU!!! — Ao dizer tais palavras, uma imensa onda de vapor fluí da cintura abaixo do assassino, que aumenta cada vez mais.

Em meio ao vapor, com uma velocidade inumana, o assassino some em frente a seus olhos. Erisu se ergue por completo, olhando para todos os lados possíveis, no entanto, jamais ele poderia contar que aquele homem está bem acima de sua cabeça, sem aquele vapor agora, pode ser visto o resultado daquela frase, ao invés de pernas humanas, Keru o assassino, tem da cintura para baixo espinhos brancos espalhados por toda sua perna, no lugar de dedos são garras prateadas extremamente afiadas, em seu golpe ele se aproveita daquele vapor, para enfim saltar para o alto, onde em fração de poucos segundos, acerta no peito de Erisu com suas garras, rasgando por completo sua camisa escolar, derramando sangue pelo chão.

— Maldito!

 A fim de evitar ser atingido novamente, Erisu se impulsiona para trás adentrando ainda mais aquele prédio com as mãos sobre o peito. Mesmo assim Keru continua indo para cima dele, com golpes ferozes de suas garras, que por muito pouco não atingem Erisu, fazendo até mesmo diversos cortes em concreto maciço.

— Não adianta tentar correr! — Grita o Assassino.

— Não estou correndo! Perna de galinha de merda!

Erisu aproveita o pouco espaço do prédio para dificultar a mobilidade de seu adversário, enquanto esquiva, porém se continuasse seguindo esse rumo, ele não aguentaria por muito tempo. “Droga, se quer vir tanto para cima, então cai dentro!”, Erisu pensa segurando uma cadeira de escritório com sua mão, a jogando contra Keru, que sem dificuldade alguma, corta ela em quatro pedaços, no entanto rapidamente Erisu aproveita esse golpe para finalmente estar completamente próximo, o acertando com tudo um gancho no queixo de seu adversário.

— Você tem ataques rápidos, não é? — Pergunta Erisu com um sorriso sádico em seu rosto. — Pena que não consegue controlá-los! DIABURU!

Das costas de Erisu, as asas do diabo são invocadas, aproveitando o momento em que teve abertura, ele consegue ter tempo para deixar a luta nivelada a partir de agora. As asas cobrem o braço direito dele que começa a trocar golpes explosivos com Keru que revida com chutes tão poderosos quanto. A onda de choques dos golpes é tanta, que todas as janelas se quebram e as paredes começam a tremer.            

Com sua velocidade, Keru deu um leve salto para o alto, empurrando Erisu que bloqueia as garras com sua asa, para fora do prédio. Com um giro de costas sobre o asfalto, ele volta a ficar de pé em alerta para seu inimigo, que começa a correr a sua volta, fazendo com que Erisu não soubesse por onde viria o próximo ataque.

Hunpf! Quem agora está correndo ein? — Pergunta Erisu com um sorriso malicioso em seu rosto.

Em um piscar de olhos, Keru com raiva salta em direção às costas de Erisu, para o acertar com um chute voador, no entanto, com uma gargalhada, ele se agacha rapidamente, vendo o assassino passar direto por ele com seu golpe de maneira descuidosa, assim com um único golpe, ele bate com a asa na perna de apoio do assassino, que lentamente começa a cair de costas ao chão, erguendo seu braço para o alto envolvendo ainda mais sua asa em seus punhos, girando em pleno ar, atingindo o estomago de Keru que cospe sangue, o pressionando contra o chão. A força foi tremenda a ponto de abrir um buraco onde Keru foi atingido, fazendo ele desmaiar na hora.

— Ah! Quem caralhos esse bosta pensa que é? — Diz Erisu após um longo suspiro.

— Risu, você está sangrando. — Diz Oinari que se aproxima lentamente.

— Tá tudo bem, esse cortezinho não é nada!

— Tem certeza? A garra dele tinha veneno.

— O que?! — Pergunta ele desesperado.

— Estou brincando.

— Você é péssima nisso.

— Haha, admita, você se assustou. — Diz ela, levando sua mão até o peito de seu amigo — Você tem que prestar mais atenção, se continuar descuidado assim, pode acabar morrendo.

— Diz isso como se importasse.

— Eu me importo. — Ela fecha seu sorriso por alguns instantes.

— E-eu... foi mal aí.

— Relaxa, mesmo com um corte, você está ficando cada vez mais forte, quanto tempo consegue ficar com o Diaburu ativo?

— Da última vez que testei, foram dois minutos e trinta e quatro segundos. — Responde ele, levando suas mãos até a nuca.

— Se continuar nesse ritmo, será a pessoa mais forte que eu conheço!

— Eu... nunca serei mais forte do que o Arias... — diz ele, abaixando a cabeça.

— Arias? Aquele seu amigo de infância?

— Pois é, mas independente! O que a gente faz com esse maluco?

— Deixamos aqui, vocês dois fizeram tanta bagunça que os abutres com certeza já devem estar a caminho. — Respondeu Oinari, se afastando de seu amigo.

— Tanto faz, você que sabe.

Erisu retira os trapos que antes era sua camisa, em seguida acompanha a sua companheira.

— Eu havia esquecido de perguntar, o que vai fazer com essa maleta?

— Vamos mostrar para o Amon, ele deve saber o que fazer. — Respondeu Oinari encostando o ombro em Erisu, continuando seu caminho.

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