Volume 1 – Arco 3
Capítulo 34: Um Beijo Que Marcou O Ataque
【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】
O som da estática da Tv é cortado dando início ao telejornal local, a famosa âncora como de costume está presente com semblante sério novamente.
— Boa noite, iniciamos a programação com as atualizações sobre o decreto dado semana passada pelo Vice-ministro Xin Kudowara — A câmera se foca em seu rosto — cinco distritos estão em estado de emergência.
Com um girar de mãos o monitor ao seu lado se liga, mostrando as principais áreas onde ocorre a operação dos Abutres.
— Ao todo foram confirmadas dez baixas da segurança pública, com o número total de vinte Numens exorcizados — O foco volta para a âncora — mesmo que os números sejam positivos, algo preocupa os especialistas, a estranha passividade na movimentação dos Numens intriga o alto escalão do senado.
Uma imagem de Xin Kudowara aparece no monitor em um discurso, enquanto o cameraman dá zoom-out para cobrir todo o ambiente.
— Em seu discurso, o Vice-ministro Kudowara afirma que está preparado e alerta a tudo o que vier e manterá a segurança dos civis como prioridade — A âncora sorri ajeitando sua postura — qual será o próximo capítulo dessa operação denominada Ame no Ohabari, agora fique com a previsão do tempo!
A Tv desliga com um bufar de reclamação, sentada em seu sofá Himeno se estira ainda mais parecendo incomodada com as notícias.
— Mas essa agora..., qual é o problema desse caras? Sair por atacando tudo em todos somente vai causar mais revolta — Ela coloca a mão em seu rosto — e o Erisu? Para onde ele foi?
Oinari na cozinha, retira um pacote de pipoca do micro-ondas, caminhando lentamente para se sentar ao lado de Himeno, — Ele me disse que precisava encontrar um amigo, eu queria ir junto, mas ele falou que eu iria o distrair demais.
— Sério ainda acho loucura sair de casa em meio a todo esse caos, principalmente de noite.
— O Risu sabe se proteger, mas ainda me preocupa o fato dele estar mais quieto do que o costume...
— Sabe de alguma coisa que esteja o incomodando? Aconteceu algo entre vocês dois? — questiona Himeno, virando seu olhar para sua amiga.
— Talvez... — Em sua mente, Oinari sabia que desde o momento em que Erisu encontrou o suposto amigo de infância da saída do túnel da SEIDAI seu comportamento se tornou estranho, quase como se ele estivesse sempre ansioso ou com medo.
— Já tentou conversar com ele sobre isso?
— Pra falar a verdade não.
Himeno sorri brevemente soltando o elástico que prendia seu cabelo, — Já esperava por isso, você é boa com as palavras, mas péssima em se comunicar.
— Isso foi contraditório — exclama Oinari, abrindo o pacote de pipoca.
— Sei que foi, mas quando se trata de você faz completo sentido, você tem dificuldades em se conectar com os outros e quando finalmente consegue foi por meios evasivos.
— Falando desse jeito para que eu não me importo com ninguém.
— Não, pelo contrário você se importa, mas não consegue ser verdadeira ao demonstrar — Himeno se ajeita no sofá ficando frente a frente de Oinari — muitas vezes você tenta usar o toque para tentar demonstrar, não que seja errado, mas somente isso não é a resposta.
— Virou psicóloga agora?
— Vendedora de imóvel, tenho que saber exatamente o que o comprador sente ou pensa — Himeno sorri, colocando a mão nos ombros de Oinari.
— Olha..., provavelmente eu sei o que exatamente está o incomodando, seu passado, mas ele consegue lidar bem com isso.
— Você está afirmando isso, mas alguma vez tentou conversar com ele sobre isso?
Oinari tomba a cabeça para o lado pensativa, ela sabe que não costuma conversar com Erisu sobre esses assuntos, afinal nunca precisou até então, porém Oinari sabe mais do que ninguém que seu relacionamento com Erisu é diferente de uma amizade comum.
— Então eu deveria ir atrás dele agora?
— Nem pensar! — exclama Himeno com uma expressão rígida — posso concordar que o Erisu não vai fazer besteira na rua, mas você... jamais! Espere ele voltar e converse, tome o tempo que precisar.
Oinari bufa encarando sua amiga com um olhar de tédio, — Agora você está parecendo uma babá.
— Babá?! É porque não é vocês que ficam preocupados todo dia em casa sabendo que não posso fazer nada para ajudar — Himeno bate com a mão em seu próprio rosto — francamente, vocês só por terem habilidades especiais e os caramba acham que são invisíveis e que todos são iguais.
— Tudo bem, calma Himeno, sinto muito por ter dito isso — Oinari abaixa a cabeça após a bronca, estendendo o pacote para ela — pipoca para relaxar?
Ela bufa, estendendo a mão para dentro do pacote pegando um punhado para em seguida levar a sua boca, cruzando os braços irritada.
Oinari gargalha olhando para sua amiga, colocando o pacote de pipoca na mesa ao lado, em seguida abraçando suas pernas a encarando.
— O que tá olhando? — questiona Himeno, claramente irritada.
— Nada, apenas gosto de te ver assim.
— Gosta de me ver irritada? Por que raios você gosta? — Himeno volta seu olhar irritada para ela.
— Para fazer isso — Oinari estende seus braços segurando a gola da camisa social de Himeno a puxando para perto de si lhe dando um beijo.
Um beijo profundo com ambas sentadas ao sofá, que Himeno retribui acariciando o rosto de sua parceira como se aquele beijo não fosse o primeiro das duas, ambas podem sentir a respiração uma da outra, com seus batimentos aumentando a cada segundo.
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Enquanto isso em outro lugar, no QG da segurança publica no Distrito Zero, Daidairo limpa seu suor com uma toalha, afinal durante o dia todo ele estava treinando sua força física, com intermináveis series de abdominais e flexões.
Fora o levantamento de pesos do qual um ser humano comum jamais iria conseguir levantar, ele de alguma forma superou os limites de força de humanos a muito tempo.
— Vejo que tem treinado bastante na última semana — diz Nohi encostada na porta de entrada para a academia do QG.
— Senhorita Nohi!!! — O rosto dele se torna vermelho como um tomate, tentando cobrir seu corpo com a pequena toalha envergonhado — a quanto tempo está aí?
— Acabei de chegar — Nohi se aproxima o encarando de forma serena — para um idiota você é realmente forte... posso saber por que está se empenhando tanto ultimamente?
— Não sei do que está falando, eu sempre fui assim — exclama enquanto ainda está corado.
— Não banque o mentiroso, já faz um tempinho que você mudou, consigo ver pelos seus olhos — Nohi se aproxima ainda mais — agora me diga a verdade.
Daidairo suspira se acalmando pouco a pouco a situação, colocando a toalha em seus ombros, — Eu tenho que ficar mais forte para cumprir minha promessa que fiz para você.
— Que promessa? — questiona Nohi em dúvida.
— Eu prometi que não vou morrer, não importa o que aconteça... — Daidairo mostra um semblante sério — você não vai perder mais um parceiro.
— Você... — Em meio a sua frase, Nohi é interrompida por um alerta que ecoa por todo o QG.
Assustados, ambos correm até a sala de reuniões sem terem tempo para se prepararem, após alguns minutos chegam vendo que em frente a porta está Kaori Mutoh parecendo estar organizando outra operação.
— Inspetor Mutoh, o que está acontecendo? — questiona Daidairo de forma apreensiva.
— Recebemos um chamado, um grupo desconhecido de Numens invadiu o parlamento do senado — Kaori confere seu revólver — não sabemos quantos são então vamos enviar um grupo de exorcismo grande dessa vez.
Nohi concorda com a cabeça se virando para Daidairo, — Entendido, vou pegar minha Necat-Deos e os encontro lá fora.
— Espere Inspetora Nohi, não será preciso, ambos já contribuíram a semana toda nas operações aproveitem para descansar — exclama Kaori, guardando seu revólver no coldre.
— Mas inspetor Mutoh...
— Sem mais, vai dar tudo certo — Kaori abre a porta da sala de reuniões, erguendo a mão fazendo um sinal com os dedos.
Assim um grupo de dezenas de inspetores saem da sala, sendo guiados por Mutoh até seu destino.
Nohi aparenta um pouco incomodada, suspirando voltando seu olhar ao Daidairo, — preciso de um tempo só okay? Caso precise me encontre na ala de descanso.
Ela se afasta de cabeça baixa, deixando-o sozinho vendo o movimento das tropas se aglomerando ao lado de forma para tal operação de defesa.
Duas horas se passam, Daidairo finalmente termina sua série de treino de hoje, de forma calma ele inicia uma caminhada pelos corredores do QG, tudo está tranquilo por mais que ele sente preocupação pelos homens que foram defender o parlamento.
Foi então que ao passar pelas imensas vidraças blindadas, algo reflete em seus olhos, tomado pela curiosidade ele olha para o lado de fora.
Não há nada no jardim, mas pouco a pouco ele sente uma pressão sobre seu corpo, — será que eu treinei demais? — questiona para si mesmo.
Novamente algo reflete em seus olhos, crescendo ainda mais o mal pressentimento que sente, assim para sua surpresa...
Ao olhar para o alto, no distrito mais seguro está quatro figuras em meio as sombras tendo uma delas que se destaca em meio a todas as outras.
Um jovem de olhos carmesim.
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