Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 3

Capítulo 35: Invasão Ao Distrito Zero - Parte 1°


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Quatro horas antes da invasão do Distrito Zero.

— Vejo que todos estão aqui! — exclama Tomaru frente a uma dúzia de pessoas, batendo em seu peito com convicção — iremos atacar o congresso do senado e com isso dar um alerta a todos aqueles desgraçados dos Abutres!

O grupo de pessoas começa a cochichar em preocupação, não seria para menos, esse ataque seria o primeiro dos Numens contra os humanos, marcando assim a ira e o confronto direto contra eles do momento do ataque em diante.

— Irmãos... temos sido caçados constantemente sem motivos, culpam nossas vidas por atos feitos por maças podres, nem ao menos em algum momento quiseram conversar com a gente — Tomaru cerra os punhos com raiva — estou cansado de ver nossa raça morrer!

Uma chama crescente de ira cerca o coração de todos a volta dele, dentro dessa sala vários perderam pessoas ou foram caçados a vida toda, liberdade ou vingança, seja qual for o motivo todos estão preparados para usarem toda sua força nesse confronto.

— Eu irei os liderar! Vamos fazer um tremendo barulho nos ouvidos dos humanos, vamos dar um recado aquele filho da puta do vice-ministro! — Ele bate em seu próprio peito novamente com mais força — vamos com tudo! Pela JIYUU!

JIYUU!!! — gritam em conjunto, voltando a conversar entre si se preparando para o ataque.

Erisu está ao lado de Yume com braços cruzados com um olhar de tédio, — Que conversinha motivacional ein.

— Estou acostumada, na SEIDAI era obrigada a constantemente ouvir palestras e sermões do Yoshiaki, ao menos Tomaru não parece estar querendo fazer uma lavagem cerebral — diz Yume, suspirando enquanto abaixa a cabeça — falando nisso... me disseram que o venceu.

— Aquele desgraçado se transformou em um esqueleto gigante, tive sorte da Oinari estar lá para me ajudar.

Yume dá um sorriso tímido, alongando os braços caminhando em frente, — bem, vamos nos focar no ataque de agora em diante, certo?

— Esperem um segundo, preciso conversar com vocês dois — exclama Tomaru se aproximando dos dois — vocês não vão ao ataque.

— Que? então por que caralhos me chamou então? — questiona Erisu irritado.

— Me sigam.

Tomaru os guia até a sala ao lado, está pouco iluminada, mas é possível ver duas figuras esperando lá dentro, sendo uma delas Aoi bocejando de sono.

— Vocês não vão ao ataque, pois tenho algo mais importante para vocês... — Tomaru respira fundo — o verdadeiro motivo desse ataque, é para invadirmos o distrito zero.

Um olhar de surpresa toma Erisu, — O lugar mais seguro do mundo e você quer que quatro cabeças deem conta disso? Ficou maluco cabeça de touro?

— Não são apenas quatro pessoas, são as melhores que tenho em mãos, eles jamais iriam contar que poderíamos invadir seu QG, ainda mais com uma ameaça eminente ao seu senado — responde Tomaru, passando a mão em seu próprio rosto — é o plano perfeito, por isso somente posso contar com vocês.

— Ah, tanto faz... to dentro, e você Yume?

— Tenho que agradecer a eles por terem me salvo, não estou em posição de recusar.

— Tá, tá..., mas quem raios é esse outro cara aí?

— Oh, esqueci que não tinha apresentado vocês a ele, seu nome é Osoroshi, sua alcunha para os Abutres é... o Nosferatu

Ao ser apresentado a figura se revela mais presente na luz, seus braços e pernas são longos de forma inumana, seu corpo magro faz suas costelas aparecerem mesmo vestindo uma camisa preta.

No entanto o que mais amedronta em sua figura é seu rosto retorcido, seus olhos trêmulos e um sorriso demoníaco com seus curtos cabelos loiros, todo seu corpo aparenta ter cicatrizes diversas de lâminas e balas, como se já tivesse enfrentado os Necat-Deos dos humanos.

Ora..., mas que adorável presença, é um prazer conhece-los — A figura gargalha, se curvando levemente para ambos.

Erisu dá um passo para trás, sentindo seu coração palpitar com um sinal de perigo de seus instintos apitando, — Cruz credo, de qual caixão tu saiu?

Hihi, do mais profundo no abismo de seus pesadelos — diz Osoroshi, tentando ser engraçado, mas fracassando completamente em um tom assustador.

— Muito bem, já que se conheceram..., novamente só posso contar com vocês para isso.

— Senhor Tomaru, mas o que exatamente vamos fazer lá? — questiona Yume, o encarando.

— Deixe isso com Aoi, ele vai guiar vocês para concluir o objetivo.

Todos concordam em um aceno, com Aoi sorrindo maliciosamente.

 

Quatro horas depois, Daidairo está à frente das figuras misteriosas, que saltam em velocidade contra as janelas, o que era para ser um vidro resistente a armas e bombas, se estilhaça em vários pedaços com um simples toque.

Os cacos de vidro voam por todos os lados se assemelhando a uma chuva, com as quatro figuras pousando no chão em meio ao escuro.

— Quem são vocês?! — grita Daidairo, com uma expressão de raiva em seu rosto, levando a mão direita até seu bolso.

— Quer que eu cuide dele? Hihi — diz uma das figuras gargalhando.

— Ele é apenas um humano só, não deve demonstrar algum perigo, vamos ignorar — diz a outra figura, caminhando na direção oposta.

Por alguma razão, Daidairo sente sua mente vazia com as palavras da figura, sendo consumido por um frenesi correndo em direção deles ativando sua Necat-Deos que se forma em sua mão direita, brandindo em direção ao que caminha a frente.

No entanto, quando ele tem certeza de que iria acertar um golpe direto, a silhueta de olhos carmesim se põe a frente segurando o bastão de Daidairo com somente um braço.

Mesmo bloqueando uma torreta de ar é sentida por toda a volta com a pressão do ataque, Daidairo arrega-la seus olhos não acreditando no que aconteceu a sua frente.

Com um giro rápido, Daidairo é atingido por um chute em seu estomago que o lança para trás em alta velocidade, o fazendo soltar sua arma e cair no chão com tudo.

— Podem ir na frente, eu que não quero ficar perto desse zumbi do caramba — diz a silhueta, dando alguns passos em direção de Daidairo.

— Faça como queira, nos encontre no terraço depois — diz a figura do meio com uma risada maliciosa.

Os outros três voltam a caminhar em direção oposta a Daidairo, que tenta se erguer com a falta de ar o fazendo tossir.

A luz rasa do poste do lado de fora ilumina o rosto do jovem que tem olhos carmesim, sendo ele Erisu, que respira fundo com uma expressão de tédio.

— Escuta aí, é melhor você dar um fora, não to a fim de lutar agora.

— Desgraçado, o que pretende? Me deixar fugir para depois me atacar por trás?

— Eu não faria isso, apenas um bosta como você atacaria alguém desprevenido — Erisu ergue seu queixo, estalando seu pescoço.

O palpitar do coração de Daidairo aumenta, para mais uma vez sua frenesi o consumir se forçando ao máximo para levantar-se, segurando outra vez sua arma.

— Não sei o que vocês Numens querem aqui, mas eu juro... — Daidairo o encara correndo em direção a Erisu — eu vou exterminar todos!

Com toda sua velocidade, ele gira seu bastão várias vezes enquanto corre, tornando-a eletrificada.

Erisu observar sem mexer sequer um musculo, o vendo se aproximar para o acertar uma estocada direta em seu peito, porém sem muita dificuldade Erisu desvia com apenas um passo para o lado.

Mesmo errando, Daidairo segura o cabo de seu bastão com as duas mãos girando no sentido anti-horário para acertá-lo, outra vez atingindo o nada, percebendo que seu oponente está agachado sua frente, esquivando novamente de seu ataque.

Com habilidade, Erisu dá uma rasteira em Daidairo que começa a cair no ar, mas como um atleta de ginastica, impulsiona um de seus braços contra o chão com um mortal para trás ficando em pé novamente.

“Ele parece bem forte...”, pensa Erisu, vendo a forma que o humano a sua frente contornou seu ataque.

— Você tem sorte que sou eu que está lutando contigo, se fosse qualquer um dos três que estavam comigo você já estava morto — exclama Erisu, colocando as mãos no bolso.

— Valeu pelo aviso, mas digo que você teve azar então, porque vou te matar Numen maldito!

Daidairo novamente corre, saltando para enfim realizar um ataque de cima para baixo no chão perto de Erisu, que com a tremenda força se quebra em vários pedaços criando uma cortina de poeira a frente.

Erisu se lança para trás, fazendo Daidairo aproveitar esse momento para saltar no ponto cego dele, em um ataque direto em seu ombro, no entanto o que ele não espera é Erisu com um sorriso no rosto flexionando os joelhos aproveitando o impulso de seu oponente para o atingir com um soco em seu abdômen, fazendo Daidairo cuspir sangue.

— Levantar poeira? Eu mesmo faço esse tipo de ataque desde que me conheço por gente!

Exclama, aproveitando a guarda aberta do humano para distribuir uma sequência de socos e chutes contra ele, o fazendo caminhar para trás passo por passo com o tremendo impacto de seus socos.

Por fim saltando enquanto segura a nuca de Daidairo o atingindo com uma joelhada direta em seu nariz.

Cambaleando ele firma seus pés no chão evitando cair, continuando em pé frente ao Numen, com seu nariz sangrando.

— Veja só... para um humano você aguentou bem — diz Erisu, levando seu dedo até o ouvido começando a coçá-lo.

— Eu vou te destruir...

— Tá, tá, vai me destruir, matar e exterminar, você só sabe dizer isso ou minha joelhada arranhou seu CD?

Daidairo aperta seu bastão com força, começando a se concentrar em sua arma, fortalecendo seu desejo e a promessa de não morrer, focando sua fé em sua arma.

Transformando a vista de seu oponente, seu bastão na grandiosa e brutal foice, que faz brevemente Erisu sentir a ameaça, vendo o simples brandir dele cortar por completo o chão ao seu redor.

O olhar de Erisu se torna mais sério, entrando em uma posição de ataque, correndo contra Daidairo que vem em sua direção na mesma intensidade.

Daidairo gira sua foice em um golpe na horizontal, fazendo Erisu pular para desviar, vendo o tremendo estrago daquela arma causando na parede, cortando de fora a fora a área por completo.

Aquele golpe com certeza cortaria seu corpo ao meio, mesmo assim Erisu não se deixa abalar com a tal força, devolvendo o ataque com um chute de cima para baixo enquanto volta ao chão atingindo o ombro dele.

Ignorando a dor, Daidairo se permanece em pé, rangendo seus dentes com força, começando a distribuir vários ataques limpos que começam a cortar as paredes e o chão ao seu redor com cortes limpos.

À medida que a velocidade de Daidairo aumenta em seus ataques, Erisu contra-ataca com cotoveladas e chutes golpe a golpe desviando por completo das tentativas dele.

Mesmo atingindo várias vezes, a força dele permanecia intacta, porém em um momento de deslize ergue sua foice para o alto deixando sua guarda completamente aberta.

Erisu abaixa a cabeça vendo a situação, bate com a palma da mão no peito de Daidairo o impulsionando para trás batendo contra a vidraça.

— Di-a-bu-ru... — entona Erisu, com sua asa se estendendo em seu ombro.

Ao perceber o Bakemono a sua frente, sua foice se desfaz voltando a ser um simples bastão e em um piscar de olhos, Erisu está a sua frente cobrindo seu punho com seu Bakemono em um golpe certeiro.

Daidairo põe sua arma em sua frente para bloquear, mas uma expressão de choque assume seu rosto quando seu Necat-Deos é quebrado ao meio com o ataque de Erisu o atingindo com tudo, o fazendo ser lançado com tremenda força para trás, quebrando a vidraça em suas costas.

Ele acaba sendo jogado a quinze metros de distância de onde estava, cacos de vidros entram em sua pele, para enfim acabar caindo de costas contra o chão.

Daidairo mal podia acreditar a diferença de poder e força dele para o Numen, sendo Erisu o oponente mais forte que enfrentou, a ponto de sentir medo por sua vida pela primeira vez.

Ofegante, de pouco a pouco começa a sentir gotas de água cair sobre sua pele e uma tempestade começar atingir o solo, misturando seu sangue com a chuva que o atinge.

Daidairo pode ouvir os passos de Erisu se aproximando lentamente, com um de seus olhos cintilando em carmesim ainda mais forte quando finalmente aparece em sua visão.

— Eu... não posso morrer aqui... — diz Daidairo soluçando em dor.

— Não vou fazer mais nada com você, eu não sou um assassino — exclama Erisu o encarando.

— Espera realmente que eu acredite nisso?

— Estou pouco me ferrando se acredita ou não, mas que fique claro que não são todos os demônios que fazem mal aos humanos — Erisu suspira — encare como um aviso, eu somente estou aqui pois vocês começaram.

O olhar de Daidairo muda, crescendo uma dúvida em seu coração.

— Um de vocês mataram nossos parceiros... destruíram a família de muitos aqui e assassinaram o avô da minha parceira sem motivo, como espera que eu acredite nisso?

— Engraçado, é exatamente isso que vocês estão fazendo a muito tempo com a gente — Erisu se vira, caminhando novamente ao QG — é melhor fugir daqui, ou fique aí deitado até ajuda chegar, não nos atrapalhe mais humano.

O corpo de Daidairo está pesado, levando a mão até seus olhos, a dúvida cresce em sua mente, mas por um instante essas dúvidas somem, quando enfim percebe qual Bakemono o atingiu, familiar ao relatos que viu... ele tem certeza agora, o inimigo que enfrentou é o Numen denominado Asas do Diabo.

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