Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 3

Capítulo 38: Protestos e Vinganças


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Com urgência, Nohi desce de sua moto frente ao hospital do Distrito Zero, correndo a passos largos em seu interior segurando seu tablet que está aberto em uma mensagem.

“Ele acordou” — Vindo de um número desconhecido.

Seu respirar está ofegante, seu coração palpitando e o suor escorrendo pelo seu rosto, uma ansiedade estranha do qual nunca sentiu.

Para falar a verdade, para Nohi suas ações não faziam sentindo nem mesmo para ela, no entanto seu corpo se mexe sozinho rumo a direção do quarto de seu parceiro.

Ao finalmente abrir a porta, ela se depara com o quarto vazio sem nem sinal dele. Preocupada ela observa os arredores, caminhando até a primeira enfermeira que encontra no andar.

— Com licença, por favor onde está o paciente do quarto número três? — diz com voz tremula.

— Oh, o jovem forte e ruivo? Ele provavelmente esteja na ala de fisioterapia — responde a enfermeira tomando um breve susto.

— Então ele está bem?

— Para falar a verdade, ele foi um dos pacientes que se recuperou mais rápido no hospital, ao acordar no final da noite recusou todas as ajudas dos médicos e exigiu algum lugar para fazer exercícios.

— Fico aliviada ao menos...

— Mas tem algo que me preocupou quando o vi em pé — diz a enfermeira, levando a mão até seu rosto pensativa — seus olhos eram como as de um homem morto.

Segundos depois ela está se aproximando da área de fisioterapia com um questionamento em sua mente, “Olhos de um homem morto”, essa simples frase a fez questionar se estavam falando da mesma pessoa.

Ela leva a mão até a maçaneta abrindo a porta dupla, vendo uma cena do qual não esperava, afinal Daidairo está sem camisa com o abdômen completamente enfaixado realizando um exercício extremo para alguém que acabou de acordar de um ferimento fatal, erguendo seu próprio peso na barra.

Há algumas gotas de sangue em suas faixas provavelmente causadas pelo esforço repentino, porém Nohi morde seus lábios superiores ao perceber que o que a enfermeira havia dito é complemente verdade.

O jovem do qual antes sorria com um brilho quase que radiante no olhar, está com uma expressão seria com olhos profundos e sombrios.

Até mesmo a sensação de estar perto dele mudou para Nohi, aquele realmente é o Daidairo, mas não o mesmo do qual ela conhecia.

— Daidairo o que está fazendo?! Seu pontos se abriram — Mesmo com esse sentimento estranho, Nohi corre em direção a ele.

Daidairo lentamente se vira, descendo da barra vendo sua parceira correndo em sua direção e ao contrário que se espera em recebê-la com um grande sorriso, Daidairo responde apenas com um breve sorriso melancólico.

— Senhorita Nohi, vejo que se recuperou de seus ferimentos — diz com uma voz calma e baixa.

— Não troque de assunto idiota, você está sangrando.

— Eu estou bem.

— Não, você não está bem! — Nohi cerra os punhos — você não acordou por uma semana inteira, você deveria descansar.

— Nohi se veio para agradecer saiba que não precisa, eu saltei a sua frente porque eu quis, não precisa se sentir responsável por isso — Daidairo se vira, voltando a segurar a barra com as duas mãos.

— O que?

— Não foi para isso que veio? Não precisa cuidar de mim como agradecimento eu estou bem.

— Que merda... — Nohi dá alguns passos para trás com uma expressão de raiva em seu rosto — que merda aconteceu com você?!

— Eu ouvi quantos morreram no dia da invasão, homens e mulheres, parceiros e amigos... mortos e eu nem mesmo tive forças para poder ajudar...

— Você fez o que pode Daidairo!

— Não! Eu não fiz! Eu não consegui vencer um único Numen que durante toda minha luta não usou seu Bakemono, na invasão eu percebi a diferença dos nossos níveis.

— Desde o começo todos sabiam onde estavam se metendo, o que te fez ficar assim? — exclama Nohi, segurando o ombro direito de Daidairo o fazendo se virar novamente para ela.

— Quer realmente saber? O maldito Numen que enfrentei me fez questionar se o que estávamos fazendo era correto, ele me colocou uma dúvida em minha mente.

— E então?

Daidairo empurra a mão de Nohi de seu ombro, — Quando vi os corpos de todos e seus ferimentos senhorita Nohi, eu tive mais do que certeza de que estamos certos.

Os olhos de Nohi tremem sentindo a pressão da raiva constante guarda em seu parceiro, — E o que pretende fazer?

— Nem que eu tenha que destruir meu corpo treinando, vou superar meus limites — Os olhos dele se enchem em fúria — eu vou caçar o desgraçado das Asas do Diabo.

Nohi abaixa sua cabeça, aquelas palavras, ela jamais esperaria que seu parceiro as falasse.

— Essa guerra precisa ter um...

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— Fim! Essa guerra precisa acabar! — grita um grupo de dezenas de pessoas em conjunto.

No Distrito Central na mesma hora está acontecendo uma espécie de protesto frente câmara do senado, todos envolvidos aparentam ser jovens estudantes que carregam placas e cartazes com dizeres; “De um fim a essa guerra, liberdade aos Numens, Paz”.

As pessoas que passam pelos protestam os encaram com nojo ou raiva, mas não aparenta os afetá-los, afinal aquela não seria o primeiro protesto ocorrendo por tal causa.

No entanto o senado determinado a afastá-los ou os fazê-los mudarem de opinião, chamaram nada menos que o comandante da segurança publica e seus subordinados para dialogar com tais protestantes inesperados em um debate público.

Dentro da câmara esperam os senadores fardados com suas vestes de luxo enquanto ao centro está o Vice-Ministro Xin com uma expressão serena.

— Bem-vindo a todos e obrigado por aceitarem resolver tal assunto impensável com um debate — diz um dos senadores com nojo em sua voz.

— Afinal, não conseguimos entender a tamanha loucura de vocês em querem que os Numens saiam impunes após tudo que ocorreu — exclama outro senador com raiva.

Os protestantes gritam em desacordo com tais palavras, — Vão se ferrar! Isso é tudo culpa de vocês!

— Silencio a todos! — exclama o líder do senado — vamos resolver isso como humanos e não como animais, quem quiser começar tal discussão se ponha a frente.

— Eu vou! — grita uma voz feminina saindo do meio da multidão.

A passos rápidos e confiantes uma mulher se põe a frente do microfone encarando os grandes líderes do país.

— Muito bem, se apresente-se — diz o líder do senado.

— Eu me chamo Himeno Norazawa, sou uma simples vendedora de imóveis que gosta de ficar em casa nas folgas.

— Você ainda é bem jovem mocinha, não me surpreende pensar dessas forma como todos que estão atrás de você, tolice da nova geração — diz um dos senadores com desprezo.

— Me perdoe senador, mas tenho que afirmar que as tais tolices do qual você disse são apenas respostas para as irresponsabilidades de vocês velhos — Ela coloca a mão no peito — então com todo respeito senador vai a merda!

— Que ultrage! Tirem ela daqui!

Xin, no entanto ergue sua mão para o alto em resposta, — Não, eu quero ouvir o que ela tem a dizer, apenas aceito que você a atacou e ela devolveu seu ataque senador.

Irritado o senador cruza os braços com ira em seus olhos.

— Muito bem, pode começar senhorita Himeno — Conclui Xin entrelaçando os dedos.

— Obrigada pela palavra, mas vamos começar — Himeno engole a saliva o encarando nos olhos — assim como eu, todos aqui estão aqui pelo mesmo motivo, o número de mortes de humanos e numens não param de crescer desde que o decreto e a operação de extermínio começaram.

— Estou ciente de tais números, prossiga.

— Se está ciente porque ainda continuam? Não enxergam que isso pode se tornar cada vez pior?! E por que logo extermínio? Assim como humanos cometem crimes, mas não são todos porque os Numens pagam em coletivo?

 — Eu já avaliei todas as alternativas e a mais segura até então é continuar prosseguido até a vitória da humanidade — Xin curva sua coluna para enxergá-la melhor — sobre em questão de crimes, humanos são fáceis de conter e punir, Numens são muito além disso, uma prisão jamais iria os prender.

— Se a segurança publica conseguem os exorcizar deve haver alguma maneira de serem contidos ou o esforço não vale a pena para senhor?

— Bem pensado para um civil, mas a teoria é diferente do que a prática, então me responda porque acredita que existam Numens bons?

— Semana passada vimos o que os numens podem fazer... todos do país viram, se os numens realmente quisessem nosso mal, nós já haveríamos perdido a humanidade antes mesmo de conseguir nos defender.

— Maldita criança — grita um dos senadores — não ouse falar das vítimas da invasão do distrito zero defendendo os causadores de tal crime, você assim como todos os inúteis protestantes jamais viu a ameaça pelos seus olhos nunca sentiram a perda e o terror de encarar esses demônios, eu espero que você minha jovem encontre um Numen e sofra com suas palavras.

Os protestantes se surpreendem pela maneira agressiva de tal senador, silenciando toda câmara que antes ecoavam gritos de determinação, no entanto novamente tudo muda ao Xin erguer novamente uma de suas mãos.

— Eu sei que você senador tem o completo poder dentro dessa câmara e comanda o país com seus ideais, porém tenho uma pergunta para vocês... alguma vez viu algum Numen realmente?

Toda a raiva de tal senador some, com um olhar de espanto e um cochicho por todos ao seu redor, — Err... n...não? — responde o senador.

— Foi o que eu pensei Senador, então que fique claro — Xin encara os olhos do tal senador — se ameaçar qualquer civil aqui presente novamente, vou garantir que fique de frente com um Numen de verdade, estamos entendidos?

— Sim senhor vice-ministro...

— Continuando... é um bom argumento, mas não podemos presumir por apenas um acontecimento, precisamos de evidências e fatos ou a maioria da população a sua causa — Xin ajeita sua gravata — mas pelo que eu vejo, vocês não são a maioria.

— Se deixarmos o tempo passar mais coisas horríveis podem acontecer, a causa de todos os problemas foi nosso preconceito — exclama Himeno, batendo em seu peito.

— Entendo... então me responda senhorita Himeno, se enfim parássemos com o decreto e os numens continuassem nos atacando constantemente agora sem defesa, você assumiria a responsabilidade?

— Sem dúvidas sim! — O olhar dela se encontra com a dele.

— Enquanto aos outros? — Xin olha para o restante dos protestantes.

Diferente de Himeno, nenhum dos outros protestantes parece tão convicto de suas escolhas e palavras, assim aparentando estarem com medo ou receio de tomar a iniciativa.

— Muito bem... esse debate vai se encerrar por aqui, iremos avaliar seus pedidos, obrigado pela cooperação — exclama Xin, acenando para os guardas começarem a fechar os portões.

Mesmo com o sentimento de derrota, Himeno aceita tal situação não compreendendo a falta de palavras e responsabilidade de todos dentro da câmara.

Como todos então Himeno sai pela porta da frente, percebendo a chuva atingindo o distrito.

— Droga... eu nem trouxe meu guarda-chuva — Himeno tomba a cabeça, começando a caminhar a passos rápidos na rua — espero que aqueles dois estejam bem sozinhos.

A multidão de protestantes se desfaz a cada segundo, até Himeno estar caminhando sozinha em sua direção, até ouvir uma voz familiar vinda atrás dela.

— Senhorita Himeno...

Lentamente ela olha para trás, vendo Xin ao lado de dois inspetores da segurança publica com um guarda-chuva nas mãos.

Oh, o que você quer Vice-ministro? Você mesmo encerrou o debate.

— Eu sei disso, encerrei porque vi que não tinha mais necessidade em continuar — Xin suspira, se aproximando de Himeno fazendo o guarda-chuva cobrir os dois — de toda forma, eu tenho uma proposta a você.

Com sua mão livre ele retira do bolso de seu terno um cartão o entregando a Himeno que em seguida observa seu conteúdo.

— Eu quero que você entre para segurança pública — diz Xin em seguida com um sorriso.

Himeno arrega-la com tal convite, o encarando novamente.

— O que?

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