Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 3

Capítulo 39: Promessa de Mindinho


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

— Finalmente apareceu ein — diz Aoi com os braços cruzados.

— Cala a merda da boca, cadê o Tomaru?! — exclama Erisu com uma clara raiva em seu olhar.

Ele empurra Aoi que está à frente da porta do salão do qual conheceu Tomaru, para em seguida a abrir com força fazendo-a bater contra a parede.

— Vejo que as emoções estão a flor da pele — diz Tomaru em pé com a postura ereta, como se já estivesse esperando ele.

— Seu velho desgraçado — Erisu fica frente a frente com ele em forma de desafio — aquele merda de morto vivo matou pessoas, o que você tinha na cabeça fazendo ele ir com a gente?!

— Ainda não está claro? Justamente matar qualquer humano que estivesse na frente de vocês.

— Como?! Você ficou maluco seu filho da puta! — Ele segura a gola da camisa social de Tomaru — Agora os abutres vão nos caçar ainda mais, esse não foi o combinado!

— O combinado foi não matar uma humana em específico, você já deveria saber que humanos vão morrer a cada dia mais pela nossa causa meu jovem — Tomaru mostra um breve sorriso colocando a mão no ombro de Erisu — fique calmo, logo isso tudo vai terminar.

Ele empurra a mão de Tomaru com raiva, — Se aquele maldito não tivesse lá, conseguiríamos nossa missão sem derramar sangue.

— Eu sei disso, afinal você é fraco quando o assunto é matar alguém ainda meu jovem, fico ainda surpreso de como conseguiu matar todos os humanos cultistas da SEIDAI.

— Matar quem? — Um flash de memória percorre a mente de Erisu — como? Mas eu não os matei eu nem mesmo cheguei a tocar em nenhum deles!

— Não precisa mentir garoto, todos sabemos a verdade — Tomaru gargalha, se afastando um pouco.

— Não, não eu não fiz isso!

— Está dizendo que em meio a toda a batalha contra a SEIDAI você não matou ninguém?

Erisu sente um peso sobre seus ombros, abaixando a cabeça, — Eu... eu matei apenas uma pessoa naquele dia.

Tomaru o observa surpreso, ele não sente mentira em sua voz, — Então é melhor tomar cuidado meu jovem, porque acima de tudo você está sendo caçado pela segurança pública tanto quanto o Nosferatu.

— Como assim?

Tomaru joga em cima de sua mesa uma folha sobre o caso SEIDAI. Com receio Erisu pega a folha para lê-la, percebendo enfim o que diz em tal informação.

O responsável pela morte dos humanos cultistas foi o Numen denominado Asas do Diabo.

Mais memorias daquele dia percorrem a mente de Erisu, ele pode lembrar a raiva que sentiu dos humanos que batiam palmas pela morte e sofrimento de outras pessoas, um fanatismo religioso doloroso e cruel.

No entanto Erisu tinha certeza de que não tocou nem em um fio do cabelo deles, amassando a folha em seguida para voltar a atenção ao Tomaru.

— Entende agora meu jovem, sendo o responsável você ou não, a cabeça de todos que você se importa estão em jogo se não fizer tudo o que for necessário para a vitória.

— Tá... só cala a boca e me responda, valeu a pena matar tantos humanos? Conseguimos o que com isso?!

Tomaru sorri de forma animada, — Valeu muito mais do que o esperado, descobrimos a localização de onde fabricam as Necat-Deos e lá será nosso próximo alvo.

— Onde fabricam?

— Sim, afinal as Necat-Deos são feitos com Filhos Perdidos.

— Isso por acaso é possível?!

— Ao que aparenta, sim e digo mais, destruir essa fábrica de armas, vencemos da guerra! — exclama Tomaru gargalhando alto.

— Então você garante, que se acabarmos com esse tal lugar... a guerra acaba e eu estou livre de vocês? — questiona Erisu abaixando a cabeça.

— Eu lhe dou a total certeza meu jovem.

— Então somente me chame quando for atacar esse lugar, eu tenho desprezo só de olhar para a cara de vocês.

Erisu se vira sem dizer mais nenhuma palavra, batendo de ombros contra Aoi em seu caminho.

— Deveria ter cuidado com o que diz para ele Tomaru — diz Aoi, entrando na sala para em seguida se sentar no sofá se espreguiçando.

— Acredito que não preciso tanto, afinal como você mesmo disse ele é um cachorrinho em uma coleira — Tomaru ajeita as papeladas em sua mesa.

— Eu não teria tanta certeza, afinal cachorros podem quebrar suas coleiras quando muito apertadas — Aoi passa lentamente o dedo indicador pelos seus lábios — afinal você não é o verdadeiro dono de cão Tomaru.

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Após sair do salão Erisu sobe as escadas até o terraço do condomínio, se escorando contra o mureta de vidro observando os arredores da paisagem noturna.

Ele sente sua cabeça e ombros pesados com um frio percorrendo sua espinha, odiando se sentir assim ele abraça os próprios ombros pensativo.

— Merda, eu não matei eles... — Lentamente Erisu fecha seus olhos.

O som dos grilos e carros param de uma hora para outra, ele sente como se estivesse levitando em pleno vazio.

Até que lentamente ouve uma risada familiar, uma terrível doce risada do qual sua mente sempre tenta o proteger.

— Meu amável Erisu, veja como você cresceu — A voz se intensifica em suas costas, para em seguida sentir uma mão delicada e macia cobrir seu olho esquerdo.

As risadas causam um choque em Erisu a cada momento que sente o toque, até ouvir a mesma voz novamente.

— Eu amo garotos egoístas como você.

Assim em um repentino choque sente seu ombro sendo mordido no pescoço da mesma forma que fez com Oinari, o fazendo abrir os olhos em completo choque, tossindo constantemente.

— Erisu? Você está bem? — diz Yume que acabará de abrir a porta do terraço se deparando com tal cena.

Ele se vira com um olhar assustado para ela, pouco a pouco se tranquilizando novamente, apertando o pescoço que sentiu tal dor.

Err, estou bem sim, por que está aqui?

— Eu vi o jeito que você saiu da sala do Tomaru, então acabei ficando preocupada — Ela se aproxima de Erisu, se apoiando na Mureta assim como ele — então presumi que estava vindo para cá.

— E como raios sabia disso?

— Bom..., aqui é um ótimo lugar para pensar.

— Entendo...

— Quer me falar o que aconteceu? — questiona Yume, virando seu olhar para a rua.

— Ainda pergunta? Você não sente nada sobre as mortes que aconteceram quando invadimos?

— Para falar a verdade, eu estou evitando pensar nisso — Ela massageia sua nuca pensativa.

— Eu também odeio humanos, para falar a verdade odeio quase todo mundo, mas não consigo parar de pensar nisso — diz Erisu, descansando seu queixo em seu punho.

— Olha, eu conheço pouco sobre você, mas esse seu jeito acabou me salvando naquele dia.

— É, pode até ter sido, mas quem dera essa fosse minha única preocupação.

— Então qual seria a outra?

— Posso sentir que a Oinari está começando a desconfiar de algo... para início de conversa eu não sei por que não querem que eu conte a ela — Erisu vira seu olhar para Yume — eu odeio mais que tudo não estar com ela.

Yume pisca lentamente o olhando nos olhos, — Bem, acho que você é um pouco bobo se for esse o caso.

— Como é que é sua chorona?!

— Diferente de mim você não tem uma divida a pagar, você pode fazer o que quiser da forma que quiser! Se isso te faz mal, conte para sua amiga sobre isso e como você se sente! — Yume pisca para ele com uma breve risada — quando foi a última vez que você se abriu para ela?

Erisu cora com a situação, se afastando dois passos para trás encarando ela, — Ei, isso não é da sua conta tá bom! Além disso você é uma idiota ou se faz?! Não aprendeu nada com seu irmão? Eles terem te trazido para cá não faz você ter dívida com ninguém! Você é livre para decidir seus caminhos.

Yume se afasta dois passos o encarando da mesma forma, — Okay... talvez tenha razão.

— Eu sempre tenho!

— Tudo bem! — Yume gargalha, ajeitando seus cabelos — vamos fazer uma promessa então.

— Promessa? De que tipo?

— Quando isso acabar, eu vou começar a decidir as coisas por mim mesma e você vai se abrir mais para sua amiga que tal?

— Que coisa brega...

— O que foi? Não consegue cumprir suas promessas ou está com medo de falar com ela?

— Quem tem medo o que sua louca? Tá eu prometo que vou falar com a Oinari e nunca mais mentir! — exclama Erisu irritado.

— Feito! — Yume ergue seu dedo mindinho para ele.

— O que é isso?

— É para confirmar nossa promessa, eu e o Shibo fazíamos isso quando fazíamos promessas um para o outro.

— E o que que eu tenho que fazer?

— Apenas levantar seu dedo mindinho também e entrelaçar com o meu — Yume sorri ainda mais o aguardando.

Meio sem jeito Erisu segue suas instruções entrelaçando seus dedos em uma promessa de mindinho.

— Está feito! Vamos cumprir e depois de tudo vamos ver a praia todos juntos que tal?

— Parece uma boa.

Toda a pressão que antes Erisu carregava sumiu a partir do momento em que Yume apareceu, é quase com se ela estivesse retribuindo o que ele fez naquele fatídico dia no subsolo, com palavras a paz surgiu brevemente em seu coração com leves toques de felicidade.

— Oh, esqueci de dizer que se não cumprir a promessa você terá seu dedo arrancando — diz Yume ainda sorrindo.

— Que porra é essa?! uma promessa ou pacto!

— Um pouco dos dois eu acho haha!

Com novas promessas nascendo surgi uma oportunidade para dar um fim a essa guerra.

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】


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