Um Tiro de Amor Brasileira

Autor(a): Inokori


Volume 1 – Arco 3

Capítulo 40: Cicatrizes e Limitadores


【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

Pensativa Nohi dirige sua moto fazendo curvas em alta velocidade, somente se passou seis dias desde que seu parceiro acordou, mas ela tem certeza de que algo mudou.

O homem alegre e divertido agora se torna alguém silencioso focado em transformar seu próprio corpo em uma arma, levando-o ao limite.

Ela mal consegue dormir tentando pensar em algo para fazê-lo voltar ao que era, mas sem sucesso em meio as suas inúmeras tentativas.

Um amargo percorre sua garganta, “Como tudo acabou assim?” questiona em silencio acelerando sua moto ainda mais, beirando a algo perigoso.

Em poucos minutos ela finalmente chega a seu destino, o QG da segurança publica para outro dia de trabalho, mesmo que Kaori tenha lhe dado alguns dias para se recuperar, ela não conseguia controlar a tremenda ansiedade e frustração.

De algum modo ela somente quer manter sua mente ocupada para tudo que ocorre a sua volta.

Ela retira seu capacete deixando em cima do banco de sua moto, para em seguida caminhar até a porta de entrada enquanto tenta amarrar seus cabelos com um elástico.

Como sempre a porta se abre automaticamente, fazendo ela enxergar o interior do QG, onde vê uma figura familiar de respeito, ao lado da bancada da recepcionista está o Comandante Xin ao lado de uma moça de cabelos ruivos e longos.

Sem se importar muito ela continua seu caminho até ser chamada por seu superior.

— Inspetora Nohi, por favor venha aqui.

Como uma agente prestativa, ela se põe a disposição, prestando continência de forma rápida, — Bom dia comandante Xin, o que precisa?

— Bom em ver que se recuperou rápido — Xin aponta para a moça ao seu lado — quero te apresentar a Himeno, pretendo que ela se junte a segurança pública.

— Eu posso me apresentar sozinha — exclama Himeno cruzando os braços.

— Me perdoe senhorita — diz Xin com um breve sorriso.

— Eu sou a inspetora Nohi, é um prazer Himeno.

— Prazer é todo meu.

— Se juntar... então quer dizer que ela não fez o treinamento? — questiona Nohi virando sua atenção novamente para Xin.

— Correto, de todo modo quero ela dentro da associação — Xin arruma sua gravata — por isso a convenci vir fazer uma visita, no entanto hoje tenho uma reunião importante com o conselho, poderia me fazer o favor de apresentar o local a ela?

Oh... claro senhor comandante.

— Muito bem! senhorita Himeno aproveite sua visita, caso precise de algo só chamar uma das minhas secretarias por favor — Xin se curva em respeito, virando-se em direção ao elevador novamente — até logo.

Nohi suspira, ajeitando sua postura para enfim olhar para a convidada, — Muito bem, pode me seguir Himeno.

Ambas saem do hall de entrada, caminhando pelos corredores do primeiro andar do QG em silencio por alguns segundos, até Himeno quebrar o gelo.

— Então... aqui é bem grande não?

— Correto, para falar a verdade até eu tenho dificuldades em me localizar aqui, mesmo que tenha vivido grande parte da minha vida nesse distrito — responde Nohi, olhando para ela de canto de ombros.

— Estou acostumada a vender apartamentos grandes, mas nunca vi nada igual.

— Você é uma vendedora?

— De imóveis mais precisamente — Himeno suspira — é o que sobrou no mercado, desde então continuo com meu trabalho.

Em dúvida Nohi para de caminhar momentaneamente pensando do porquê Xin iria querer uma vendedora de imóveis para a segurança pública, — Então... por que está aqui?

— Eu quero entender melhor as motivações desse lugar... — Himeno a segue — além de que eu vi sobre o ataque, queria entender como isso aconteceu.

— Entendo, se for esse o caso está falando com a pessoa certa — diz Nohi olhando para frente — afinal eu estava no dia.

Himeno respira fundo, olhando para a praça do lado de fora do QG, — Então você sabe o que houve...

Nohi para abruptamente, segurando a mão de Himeno para em seguida a puxar até uma porta que se abre automaticamente.

Ao se deparar frente a um banheiro feminino, confusa ela observa Nohi trancando a porta pelo lado de dentro.

— Eu não somente sei Himeno, talvez como uma civil você não saiba o quão o buraco é profundo — Nohi lentamente retira a parte de cima de seu terno.

Começando em seguida a desabotoar sua camisa social lentamente. Quando finalmente sua camisa está completamente aberta, Nohi a retira revelando algo assustador.

A parte direita de seu abdômen existe uma tremenda e assustadora cicatriz, de algum modo parece que ela foi atingida por um míssil a queima roupa.

— Essa é a marca que foi deixada naquele dia.— Nohi volta a colocar sua camisa.

— Como isso é possível? Não faz nem duas semanas do ataque, um cicatriz dessa deveria demorar meses até estar curada — questiona Himeno, chocada com tal marca.

— Na verdade eu também não entendo muito bem, mas se fosse para trazer em algo comum, eu diria que temos um ótimo plano de saúde.

— Algo tão pessoal... por que me mostrou sem ao menos me conhecer direito?

— Eu não sei — Nohi terminar de abotoar sua camisa — apenas senti que deveria falar.

Himeno a encara profundamente, parecendo entender algo, — Sentiu é? Ou você está tentando me convencer a não aceitar o convite do Xin?

Nohi arrega-la seus olhos em tremenda surpresa, — Você é uma ótima observadora para uma civil.

— Vantagens do meu emprego eu diria — Himeno gargalha colocando ambas as mãos na cintura — não se preocupe, em momento nenhum pensei em aceitar a proposta daquele cara.

— Sorte a sua, afinal até pessoas que treinaram a vida toda para isso morreram ou se feriram gravemente, não consigo imaginar o que aconteceria com uma civil — Nohi abraça um dos braços tombando a cabeça — o que o comandante tem na cabeça?

— Eu diria vento, mas ele é muito bom com as palavras de toda forma.

— Desculpe a pergunta, mas como você conheceu o comandante?

Bem, foi em um protesto, eu e ele entramos em um debate frente ao senado.

— Que tipo de protesto? — questiona Nohi encostando-se na parede.

— Um em prol dos Numens, afinal essa guerra não tá levando a lugar nenhum.

— Nossa, então você é uma idiota também.

— Como?! — exclama Himeno surpresa pela ofensa repentina.

— Sinto muito, apenas sei seu tipo, devo ter conhecido no mínimo uns cinco iguais a você — Nohi suspira em desaprovação — tem ideia do porquê o comandante te convidou?

— Ele somente me disse que eu era a pessoa perfeita para um futuro projeto dele e poderia ser do meu interesse.

— Realmente parece que esse lugar atrai cada dia mais idiotas.

— Do que está falando?! O que houve com você?

— Os idiotas como você chegam aqui, fazem as pessoas te ouvirem e se importarem para em seguida morrerem de forma cruel — Nohi aperta ainda mais seu braço esquerdo — ou mudam completamente a ponto de se tornarem irreconhecíveis.

Himeno a observa pro alguns instantes, os resquícios de raiva que sentiu por ter sido chamada de idiota somem rapidamente ao ver a expressão de dor no rosto daquela jovem.

— Tudo bem, eu posso ser uma idiota, mas quem se importa com isso! — Himeno bate em seu próprio peito — eu sou uma baba de duas pessoas com quase a mesma idade do que eu, cuido de casa e amo jogar videogames nas minha folgas, além de me importar com Numens.

— Por que está me dizendo isso?

— Porque eu quero que entenda que não tem problema algum em ser uma idiota!

Os olhos de Nohi por um pequeno instante brilha inconscientemente, ela não consegue entender cem porcento o que a moça a sua frente está querendo dizer, mas de alguma forma parece certo para ela.

— Isso não faz sentido algum.

— Nada na vida faz sentido, se quer alguma coisa você vai lá e faz, ponto final!

— Realmente parece uma mãe... e olha que sou mais velha do que você acredito eu — Nohi desencosta da parede, guardando as palavras de tal jovem — vamos continuar a visita, okay?

Ah, claro esqueci que você ainda está a trabalho.

— De toda forma Himeno, vou levar em consideração suas palavras — Nohi abre a porta.

Assim ambas voltam ao passeio em torno do QG da segurança pública, o amanhecer já se torna início da tarde e finalmente elas voltam até o hall de entrada onde Xin as aguarda observando o relógio.

— Espero que tenha gostado do passeio senhorita Himeno, se interessou pelo lugar? — questiona Xin se aproximando das duas.

— Aqui é bem grande para falar a verdade, parece que o estado paga bem.

— Nada menos eu aceitaria para os responsáveis pela segurança civil — Xin fecha os olhos por alguns instantes — então senhorita, pensou sobre o convite.

— Claro! A reposta continua sendo não — responde Himeno com convicção.

— Entendo, está tudo bem, mas a proposta ainda vai continuar de pé por um tempo — diz Xin, pegando seu celular — até lá, você tem meu número caso mude de ideia, seria de grande ajuda tê-la conosco para nosso projeto.

— Bem, eu vou indo, não fiz o almoço hoje e deve ter duas pessoas em casa desesperadas para comer.

— A senhorita tem filhos tão jovem?

— Deus me livre, são apenas amigos que eu tenho que cuidar — Himeno acena para ambos — quem sabe um dia a gente volte a se ver, até mais.

Xin sorri de forma tímida, olhando para Nohi em seguida que a vê indo embora calmamente.

— Inspetora Nohi, preciso que a  partir de hoje foque-se em se aprimorar cada vez mais.

— Claro senhor comandante, mas porque devo fazer isso?

— Em um mês pode ter uma oportunidade de pôr um fim a esse conflito — responde Xin de forma clara e serena.

— Por um fim...

【キ】【ス】【シ】【ョ】【ッ】【ト】

— Com essa guerra? — questiona Daidairo na sala de experimentos.

— Positivo, eu soube que seu Necat-Deos quebrou, mesmo assim continua treinando após um ferimento fatal — diz Kaguya, ajeitando sua máscara.

— Eu ainda me sinto fraco, não estou nem perto do nível que o desgraçado que enfrentei estava...

— Muito bem, se o Numen do qual enfrentou for realmente o Asas do Diabo, tenho algo que pode ajudar..., mas pode ter efeitos colaterais...

— Eu não me importo! Seja o que for, eu tenho que superar esse meu limite, eu tenho que ser mais forte, eu tenho... — Daidairo puxa seus próprios cabelos com raiva — que destruir esse desgraçado!

Kaguya acena com a cabeça, se dirigindo até uma das caixas que diferente de outras é dez vezes maior do que as Necat-Deos comuns.

— Esteja pronto Daidairo, isso pode doer.

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