Seção 1
Capítulo 4: O Mingau da Anja e a Situação Atual
“...De qualquer forma, por favor, descanse por hoje e beba bastante água. Use isso para enxugar o suor. Preparei uma bacia com água; por favor, molhe a toalha e torça-a.”
Após o jantar, Mahiru rapidamente trouxe outro pacote de bebida isotônica, uma bacia com água, uma toalha e um lençol refrescante extra para a mesa lateral.
Afinal, ela não deveria ficar na casa de um estranho, especialmente de um do sexo oposto; Amane também se sentiria constrangido, então aceitou suas ações.
E enquanto Amane a encarava, Mahiru verificou se ela havia omitido algo.
...Para alguém que faz isso por dever, ela com certeza é meticulosa.
Mahiru pode parecer cruel, mas ela era séria e meticulosa em tudo o que fazia. Amane deu um sorriso irônico enquanto começava a se acostumar com ela.
Bem, não vamos nos envolver mais um com o outro depois disso. Mas agradeço pelo cuidado.
Era improvável que ele se envolvesse depois com ela. Afinal, ela estava apenas cuidando dele desta vez.
E como não interagiriam mais, ele aproveitaria a oportunidade para perguntar algo que o deixava curioso.
O remédio talvez estivesse fazendo efeito, pois ele estava começando a se sentir um pouco grogue, mas a febre parecia ter diminuído um pouco. Seus pensamentos estavam mais claros em comparação a antes.
“Erm, posso te perguntar uma coisa?”
“O que é?”
Depois que tudo estava pronto, Mahiru olhou para ele:
“Por que você estava sentada no balanço quando estava chovendo? Brigou com seu namorado?”
Ele ainda estava curioso sobre o incidente do dia anterior, que resultou nisso.
Naquela hora, Mahiru estava no balanço, encharcada de chuva; por que ela estava lá?
Ao vê-la com a expressão de uma criança perdida, Amane ficou preocupado e empurrou o guarda-chuva para ela.
Mas ele não entendia por que ela estava com aquela expressão.
Ela parecia estar esperando por alguém, então ele se perguntou se ela havia brigado com o namorado ou algo assim, mas Mahiru olhou para ele, perplexa.
“Minhas desculpas, mas eu não tenho namorado, nem pretendo ter um.”
“Hã? Por quê?”
“Pelo contrário, por que você acha que eu tenho um?”
“Já que você é tão popular, pensei que você teria pelo menos um ou dois.”
Ao poder falar com ela assim, Amane sentiu que ela era uma garota decidida, porém popular e comum. No entanto, não parecia ser o caso para aqueles ao seu redor.
Ela era uma garota adorável, inocente, obediente, humilde, bonita, com uma aparência angelical que era amor à primeira vista.
Ela era a aluna mais bem colocada do ano, adepta de esportes e, como ele acabara de descobrir, ótima na cozinha. Certamente ela seria popular.
Ele já tinha visto outras pessoas flertando com ela e sabia que alguns de seus colegas tinham considerável interesse nela.
Ela era estava abundante de opções; ele não conseguia imaginá-la sem nenhum namorado.
Ele usou o termo: ‘um ou dois pelo menos’, como se referia, mas o rosto de Mahiru congelou ao ouvir isso, e se contorceu um pouco.
“De jeito nenhum. Não acho que eu seja uma pessoa sem autocontrole a ponto de namorar vários homens ao mesmo tempo. Absolutamente sem chance.”
Seus olhos ficaram frios enquanto ela negava categoricamente, e Amane imediatamente percebeu que havia pisado em uma mina terrestre.
Por um instante, ele sentiu um arrepio, mas provavelmente era por causa do frio. Por algum motivo, o quarto pareceu congelar.
[Kura: O medo traz frio? / Mon: Bom, você “congela” então acho que sim akak]
“Desculpe, não foi isso que eu quis dizer. Peço desculpas.”
“...Não, eu também posso ter ficado um pouco irritada.”
Mas, no momento em que ele abaixou a cabeça, a atmosfera fria se dissipou.
Em vez de dizer que estava irritada, parecia que o quarto estava gelado como uma nevasca, mas ele não ousou mencionar isso.
“...De qualquer forma, não foi esse o motivo. Eu só queria acalmar um pouco a minha cabeça... Eu te causei preocupação e você pegou um resfriado. Minhas sinceras desculpas.”
“Está tudo bem. Eu fui intrometido. Na verdade, não quero que você se sinta culpada só porque eu estava sendo invasivo. Enfim, será aqui que paramos de nos envolver, Shiina.”
Como esperado, Mahiru estava cuidando de Amane por culpa e, ao ouvir isso, piscou e encarou Amane, incrédula.
Será que ela ficou tão perturbada assim por ele dizer que eles não se envolveriam mais?
“Não há nada em comum entre nós, então é aqui que paramos. Você é a Anja, a garota linda e genial que é a melhor do nosso ano, e eu não quero me deixar levar. Você achou que eu tentaria a sorte com você me devendo um favor?”
Mahiru desviou o olhar sem jeito. Acho que sim. Amane esboçou um sorriso irônico.
Ela, no entanto, provavelmente não estava se precipitando, pois isso provavelmente já tinha acontecido antes.
Vender favores para uma garota bonita e se envolver em um relacionamento poderia ter sido um método aceitável.
Mas Mahiru parecia ter tido algumas experiências com isso, e não era de se admirar que estivesse tão cautelosa naquele dia chuvoso. Ele não podia culpá-la por ficar tão na defensiva.
“Bem, é problemático para você se envolver com caras de quem você não gosta.”
“Acho que sim.”
“Claro, não é?”
Ele ficou um pouco perplexo ao ouvir a confirmação dela.
Ela, famosa por ser a aluna obediente e honrada como uma anja, tinha seus próprios gostos, desgostos e problemas, o que a tornava um pouco familiar com ela.
Parecia que Mahiru poderia ter deixado escapar sem querer, pois lançou um olhar furioso para Amane, que a instigou a dizer isso, com um pouco de ressentimento.
Esta era a maior prova até então de que Mahiru era uma pessoa com emoções.
“Mas tudo bem? Bom, estou aliviado em ver que a Anja tem problemas assim como um humano.”
“...Por favor, não me chame assim.”
Parecia que ela estava tímida por ser chamada de anja; ela ainda tinha uma expressão irritada.
Amane riu mais uma vez, tendo achado aquilo igualmente divertido.
“Bem, não é como se fosse algo urgente. Não tenho motivo para te importunar.”
Assim que ele disse, Mahiru arregalou os olhos em choque, sorrindo ironicamente.
✧ ₊ ✦ ₊ ✧
Amane lembrou-se de Mahiru curvando-se seriamente e retornando ao seu apartamento enquanto ele estava deitado na cama, olhando para o teto.
O remédio fez efeito, mas seu corpo permaneceu tenso. Assim que relaxou, parecia que a sonolência viria.
Ele fechou os olhos, relembrando os eventos que ocorreram naquele dia.
Ninguém acreditaria se dissesse que estava sendo cuidado por uma anja (cruel), e não era nada que valesse a pena ser comentado.
[Mon: “(...) cuidado por uma anja ( cruel )...” akakaka, a ressalva.]
O que aconteceu naquele dia seria um segredo apenas para Amane e Mahiru.
Segredo, seu coração se alegrou com esse termo, mesmo que achasse um incômodo mencionar isso aos outros.
No dia seguinte, eles voltariam a ser estranhos.
Assim se convenceu Amane enquanto sua consciência desaparecia lentamente.
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