Volume 2

Capítulo 90: Revérbero

O fogo nasceu no interior da luminária e clareou o hall do prédio comercial. Goro fechou o compartimento da chama e elevou a lanterna segurando-a pela haste de metal enferrujada pelo tempo. 

O rapaz ergueu a lanterna, banhando com sua luz o ambiente desolado. As lembranças de semanas passadas ressurgiram diante dele, enquanto o local, há muito tempo deixado para trás, revelava os sinais de mais de uma década de abandono. Para Goro, parecia ter sido apenas um piscar de olhos, mas para o estabelecimento, foram anos da passagem de tempo. 

As paredes desbotadas, o balcão de atendimento de madeira barata sucumbindo à apodrecimento, e o chão gasto, coberto por uma espessa camada de poeira, formavam uma paisagem estranhamente familiar, como se estivesse mergulhando em uma outra realidade de um local recentemente visitado. 

Goro continuou seu exame do lugar, aproveitando a luz recém-acessa da lanterna. Ao virar-se em direção à porta de entrada, deparou-se com a expressão cética de Iara, que semicerrava os olhos sob a intensidade da luminosidade. 

— O que esse lugar tem de tão especial? — indagou ela, observando os cartazes desbotados que ainda resistiam ao teste do tempo. Figuras provocantes de homens e mulheres adornavam as paredes, acompanhadas de dizeres ousados. — É melhor não responder — murmurou ela, desconfiada. 

— Vem, é por aqui — convidou Goro, apontando a lanterna em direção ao corredor além do balcão. 

O rapaz liderou o caminho pelo corredor escuro, com Iara o seguindo de perto, assim como suas silhuetas projetadas nas paredes empoeiradas. À medida que avançavam, o ranger do assoalho de madeira ecoava, como um sussurro fantasmagórico recordando os dias de agitação que o local costumava ter. 

Chegaram a uma porta ao fundo do corredor, que rangeu ao ser aberta pelo empurrão de Goro sobre a superfície da madeira áspera. Revelou um espaço mais amplo, igualmente refém do tempo. Era evidente que aquele antigo ponto de entretenimento estava longe de seu esplendor passado. 

Atingidos pelo direcionar da luz da lanterna, uma dúzia de mesas acompanhadas por cadeiras foram reveladas em meio a um salão com alguns indícios de que, em algum momento do passado, o local fora palco de risos e diversão. 

Os móveis estavam todos empilhados, como se organizados para liberar espaço ao salão. 

— Parece que o tempo não foi gentil com este lugar — comentou Goro, sua voz ecoando ligeiramente no ambiente deserto enquanto acendia algumas das velas espalhadas pelas paredes e mesas. 

  — O que estamos procurando aqui? — perguntou Iara, lançando um olhar curioso ao redor do ambiente carregado de esquecimento. 

Ela notou equipamentos e mochilas sobre uma das mesas e foi verificar se adiantando à Goro: 

— Olha, parece que deixaram algumas coisas para trás — comentou a garota checando os objetos sobre a mesa empoeirada. 

— É só lixo — comentou o rapaz trazendo a luz consigo até os objetos, para então perceber que se tratava de algumas ferramentas velhas, alguns papéis envelhecidos e latas vazias de comida. 

— Você acha que esse lugar pode ter se tornado algum tipo de refúgio depois que fechou? 

— Depois que fechou? Esse lugar sempre foi um refúgio, principalmente para os trouxas do ministério da Defesa que vinham servir aqui em Tekai. Hehehe — sorriu Goro ao final de sua constatação acendendo mais algumas lamparinas presas as pilastras de madeira grosseira do salão. 

— Você não era da defesa? — ressaltou Iara, encarando o rapaz com uma das sobrancelhas erguida. 

— E daí? 

— Nada não — finalizou ela o julgando. Então voltou a sua atenção de volta à mesa e coletou algumas das folhas de papel amareladas pelo tempo. — Isso parece algum tipo de registro de pessoas. Tem vários aqui. 

Iara foleou as numerosas páginas que continham nomes próprios no topo, e alguns dizeres no corpo das folhas escritas a mão em tinta envelhecida. Goro aproximou a lanterna e o olhar sobre o ombro dela para também enxergar: 

— O que acha que são essas pessoas? — perguntou ele, sem pensar muito a respeito. 

Iara continuou foleando o calhamaço e, então, parou em uma das várias folhas repentinamente. Leu e releu o nome sem emitir qualquer som ou reação. Algo era familiar. 

— O que foi? — perguntou Goro estranhando a reação silenciosa dela. — Reconhece esse nome? 

— ... 

Ela não respondeu, se manteve estática. Goro insistiu mesmo assim, e leu por ele próprio os dizeres do registro no papel envelhecido: 

— “Jorge Ruthord.” É algum conhecido seu? 

  Iara rapidamente jogou as folhas sobre a mesa se desapegando, não só dos papéis, mas também de seus pensamentos: 

— Não — respondeu se virando de costas e fingindo indiferença. 

— Como não? — Goro aguçou seus olhos. — Quem é esse, em? 

— Não é ninguém. 

— Ele é famoso? Talvez um conhecido? Um amigo? Um amor não correspondido de uma infância sofrida de uma garotinha que teve o seu coração partido? 

— Cala a boca — expressou ela irritadiça. — Vamos sair logo daqui, tá legal? Para que lado é o caminho? 

— Tá bom, tá bom. 

Goro a provocou com um sorriso traiçoeiro, o qual ele possuía a excelência. Então deixou de lado o seu cinismo, e apontou para a direção certa, agora mais fácil de ver com a iluminação das velas e lamparinas acesas pelo salão. 

Iara caminhou poucos passos no sentido indicado e logo parou ao encontrar o canto formado por duas das paredes envelhecidas do salão. 

— Não tem saída alguma aqui. Você está perdido, não é? — Ela se virou com uma expressão emburrada. 

— Essa parede dá exatamente nos fundos do prédio do ministério da Defesa. E sabe o que é mais incrível? Tem uma passagem secreta. 

— É claro que tem — rebateu a garota, nada impressionada. 

Goro deixou a lanterna sobre a mesa e se aproximou da parede da direita, para então, acariciar a superfície das tábuas que limitavam o salão. 

— Onde está a abertura? — pensou alto ele enquanto apalpava a parede empoeirada. 

— Você tem certeza de que esse é o lugar? Não seria a outra parede? — questionou Iara com suspeitas sobre a madeira deslocada da esquerda. 

— Não, eu tenho certeza de que é aqui — afirmou Goro, um tanto colérico por ter sido contestado. Se debruçou sobre a parede da direita. 

Iara, inicialmente impaciente, revirou os olhos enquanto aguardava. No entanto, seu semblante mudou subitamente quando ela percebeu um som, algo que a fez ficar alerta. 

— Você ouviu isso? — perguntou ela se atentando. 

— O prédio é velho, o lugar todo está rangendo. Não vai me dizer que tem medo de fantasmas? 

— Não, não é isso. Acho que veio de fora. O chão também pareceu tremer um pouco. Veio daquela direção — disse Iara preocupada, apontando para a parede à esquerda deles. 

— Para de ser teimosa. Aquela parede dá em uma rua sem saída e... 

Goro foi interrompido enquanto reclamava com ambas as palmas das mãos sobre a parede envelhecida. De repente a parede à sua esquerda teve parte completamente arrebentada por algo que veio de fora do salão e adentrou rápido ao lugar atravessando-o até colidir drasticamente com as mesas organizadas no centro. 

O estrondo ressoou, acompanhado pelos destroços da parede e pelo impacto da entidade arremessada para dentro, criando uma abertura surpreendente. A poeira resultante obscureceu a visão, mas Iara e Goro, reagindo instintivamente, se armaram contra a ameaça. Ela com seu arco e flecha, ele com seu revólver de Sathsai. 

— Merda, era mesmo a parede da esquerda — murmurou Goro. 

— Por que você não morre?! — bradou uma voz masculina, cheia de ódio, vinda do buraco na parede. 

Do outro lado da abertura, os fundos do prédio do ministério da Defesa se faziam visível, assim como o dono das palavras eufóricas cheias de ódio. 

Bernard irrompeu no salão, atravessando o buraco enquanto a poeira se dissipava. 

Enquanto no centro, a figura ferida ao ser arremessada, se levantava cambaleante em meio aos destroços. 

— Garta! — O nome saltou da boca de Iara, parte motivado pela esperança de ver a guardiã novamente e parte por se preocupar com ela depois de uma pancada tão forte recebida. 

— Ah, vocês ainda estão vivos? — perguntou Bernard insatisfeito, mirando seus olhos ao rapaz e à garota no canto da sala. 

— Não enche! — Goro exclamou apontando o revólver em direção ao homem. De imediato, puxou a gatilho. 

O feixe de energia iluminou o salão em azul e rompeu qualquer resquício de ordem. Acertou Bernard bem no centro de seu peito e refletiu uma cor laranja dispersa que fez o atirador desviar os olhos incomodado pela claridade. 

Quando a luz deixou o salão, Goro voltou seus olhos ao seu alvo e, se surpreendeu ao ver o homem furioso sem nenhum arranhão. 

— Você atirou em mim? Atirou no guardião de Calis? Você é imbecil? 

— Como que você não... 

Irritado, Bernard caminhou em direção a Goro focando-se nos olhos abismados do rapaz. Ele avançava, esbravejando enquanto ignorava completamente o fato de ter sido alvo de um disparo: 

— Nem a luz escapa das vibrações de Calis! Eu vou te fazer lembrar disso pelo resto da sua minúscula vida! Eu falei que não era para me atrapalhar! Eu falei que era só eu e a guardiã de Finn! 

Garta foi alvo dos olhos dele, mas ainda não conseguiria reagir a altura de tamanho poder. Ela lutava para tentar permanecer de pé em meio ao salão. 

Goro, perplexo com o tom animalesco de Bernard, recuou alguns passos, reconsiderando suas opções. Iara, ao lado dele, preparava seu arco. O ambiente, já tenso, agora pulsava com a ameaça iminente. 

— Ninguém! Ninguém nesse mundo deixado para trás, ou em qualquer outro, vai ousar menosprezar Calis! Ninguém vai ousar me rebaixar, me atrapalhar! — vociferou Bernard, cuspindo seus dizeres, degustando-se de sua própria raiva e de sua energética ira, de uma forma que beirava o sádico enquanto avançava. 

As costas de Goro encontraram a parede, sem poder recuar mais. Ele viu de perto os olhos fervilhantes do guardião de Calis se aproximarem. Seu último recurso foi esticar os braços para frente e apontar novamente seu revólver para o inimigo. 

Bernard parou a dois passos de alcançar Goro, respirando fundo como se estivesse sem paciência diante de uma criança. 

— Quer tentar de novo!? — berrou o de Calis, de peito aberto dando mais um passo à frente. Fez com que seu corpo encostasse na ponta do revólver ainda quente. — Então, vamos! Atire. Tente me matar. 

Goro arregalou os olhos com o atrevimento do seu inimigo. Hesitou. 

— Vamos, atire! — gritou Bernard. 

Goro tocou a ponta do seu dedo trêmulo no gatilho da arma, prestes a puxá-lo. Nesse momento, Bernard segurou o revólver com a sua única mão em um movimento brusco. O brilho azul surgiu novamente no salão junto com o barulho característico do disparo da arma de Sathsai. 

— Viu? Nada — disse Bernard, mantendo os olhos fixos nos de Goro enquanto as luzes se dispersavam. 

O guardião puxou para si a arma do rapaz, ganhando posse com certa facilidade. Goro estava congelado de tão impressionado. Quando se deu conta, o punho fechado de Bernard estava prestes a atingir o seu rosto. 

Um soco dado com o máximo de força e ódio. Goro foi jogado para o lado, espatifando-se no chão coberto de destroços da parede arrebentada anteriormente. Bernard continuou irado: 

— Eu me recuso a usar minha dádiva sobre você! Sobre um mero humano! Você não vai ter esse prazer de morrer pela minha magia! Só deuses e guardiões podem sentir tamanho prazer de uma dor assim. 

Enquanto exclamava, o guardião de Calis concentrou-se no revólver de Sathsai em sua mão. O metal se contorceu, vibrando em uma frequência irregular. Dobrou-se na palma da mão de Bernard para tornar-se um objeto pontiagudo, uma lâmina que imitava uma adaga afiada. 

Goro tentava se levantar do chão, mas as dores por todo o seu corpo, e a perda completa do senso de direção, dificultavam cada movimento. 

— Que filho da puta forte — murmurou ele, com a cabeça latejante, enquanto tentava se arrastar pela confusão de destroços para obter alguma orientação.  

— Acabamos por aqui! — vociferou Bernard, empunhando a adaga improvisada e avançando em direção ao atordoado rapaz. 

Ele já mirava as costas do vulnerável, levantando a lâmina para dar o golpe final brutal. Quando estava prestes a fazê-lo, algo lhe acertou nas costas, na região do ombro esquerdo. 

Bernard parou, irado. Se virou aos poucos até encontrar a origem da intromissão. Achou Iara. 

Ela ajustava mais uma flecha em seu arco com destreza, e novamente voltava a mirar na direção do guardião. 

— Qual é o problema de vocês?! — perguntou Bernard, rangendo os dentes. 

Ele olhou para os seus pés e viu a flecha que Iara acabara de acertar nele, no chão, com sua ponta de metal partida, como se tivesse encontrado uma parede e quebrado com o impacto. 

— Não veem que é inútil? Não podem me matar. Nem mesmo, um arranhão. 

— Solte a adaga, agora! — ordenou Iara, esticando mais a corda de seu arco enquanto o mantinha apontado para Bernard.

— Você ouviu o que eu falei, sua insignificante?! — O guardião levantou a adaga com a lâmina invertida para baixo.

—  Larga, agora! — reiterou Iara.

O homem não deu ouvidos e finalizou o seu movimento com a adaga. Trouxe a lâmina com velocidade e força para o seu próprio peito surpreendendo a todos. Se auto apunhalou, mas a adaga simplesmente se recusou a rasgar a pele de seu portador. A ponta da arma bateu e retornou. 

Iara arregalou os olhos espantada, enquanto Bernard refazia o movimento com o mesmo resultado: 

— Está vendo! — um segundo golpe em si mesmo. — Não acontece nada! — Uma terceira vez, tentou se auto apunhalar e fracassou. 

— Então é verdade... — sussurrou Iara baixando a mira de seu arco em desesperança.

Quando Iara se deu conta, Bernard avançava velozmente em sua direção com a ponta da lâmina da adaga lhe encarando. Pensou, estranhamente serena: 

“Droga, eu baixei a guarda. Não dá mais tempo. É isso, mesmo que eu consiga desviar da lâmina, o guardião de Calis possui o poder de destruir na palma de sua mão e ainda é invulnerável. Vendo as suas habilidades agora, de tão perto, fico impressionada o quanto Índigo foi forte um dia. Mesmo praticamente perdendo suas pernas, ele sobreviveu a esse monstro. Não. Fez ainda mais, levou o braço esquerdo dele consigo. Como foi que ele fez isso mesmo?” 

Iara continuava completamente paralisada enquanto Bernard se aproxima com sua adaga prestes a acertar a barriga da garota. Ela se manteve calma: 

“Como foi mesmo? Não importa, eu não sou uma guardiã, eu não teria chances. Eu só desejo que o Índigo não fique triste pela minha morte quando os lobos Sirveres informarem isso para ele. Não, ele não ficaria. Ninguém ficaria...” 

O pensamento sombrio foi abruptamente interrompido por uma trombada repentina. Iara foi jogada para o lado, caindo ao chão com surpresa estampada em seu rosto.

Garta, com sua espada enferrujada em mãos, segurou o punho de Bernard com firmeza não permitindo o avanço dele, e empurrando a garota para longe do alcance da morte iminente.

— O que está fazendo?! Esqueceu do que eu te ensinei?! Não baixar! — esbravejou Garta, repreendendo Iara enquanto a afastava do perigo imediato.

A garota, ainda atordoada, piscou os olhos rapidamente e, ao se dar conta da situação, entendeu silenciosamente à intervenção de Garta:

“Ah, é mesmo.” Iara Lembrou-se. Continuou submersa em seus pensamentos: “Não baixar a arma frente ao inimigo. Ela me disse isso uma vez, ainda quando eu era criança e perguntei como poderia ficar tão poderosa como ela. Droga, eu continuo fraca como uma criança.”

— Já se recuperou, guardiã? — Bernard perguntou, com exaltação em embate a Garta. — Vamos continuar então! 

Ele avançou o ataque sobre a mulher que o segurava pela mão direita.

Iara, ainda ao chão, não conseguiu deixar suas preocupações de lado: 

“Não, não, não. Se Bernard encostar com a palma da mão em você, Garta, seu corpo vai ruir a destruição dele.” 

O guardião empurrou Garta, brigando para se desvencilhar. Conseguiu com um certo custo, teve de abrir mão da adaga que caiu ao chão. Mas não se importou, não precisava daquilo. 

Ele levou a palma de sua mão ao ombro da guardiã debilitada e continuou a empurrando até esbarrarem nas mesas ao centro do salão. Os papéis que estavam sobre ela voaram para o alto com o impacto forte.

— Mais uma vez! — Gritou Bernard, enquanto prendia a guardiã entre a palma de sua mão, que começava a emanar o brilho mágico característico, e a superfície empoeirada da mesa. 

Iara gelou ao ver a situação. O que ela mais temia estava prestes a acontecer. Bernard usaria a magia destrutiva sobre Garta. A guardiã estava completamente enfraquecida. Iara até pensou em utilizar as suas flechas, mas era inútil contra aquele ser. Continuou em seus pensamentos sem conseguir agir: 

“Não. Garta, por que veio me salvar? Não deveria ter vindo por mim. Por que fez isso? Eu sou fraca, não vou conseguir...” 

A luz emanava forte da palma da mão do guardião de Calis sobre o ombro de Garta. Iara manteve-se estática em sua mente: 

“Por favor, não! Por favor, alguém. Goro!” Ela se lembrou do rapaz e levou seus olhos até onde ele estava caído, mas não havia mais ninguém ali, apenas o buraco na parede que trazia a escuridão da noite e levava até os fundos do prédio do ministério da Defesa. “Não, não, não. Você fugiu...” 

Os olhos da garota se encheram de lágrimas se sentido traída, se recordando de como era se sentir só, mais uma vez. Piscou os olhos forte, desejando acordar do pesadelo, mas nada aconteceu além de suas lágrimas serem derramadas.

Iara voltou seu olhar mais uma vez para Garta e Bernard. A luz que emanava entre eles cresceu em intensidade, iluminando o salão até o ponto de ofuscar completamente a visão. O brilho se intensificou, obscurecendo qualquer detalhe ao redor e envolvendo tudo em uma aura luminosa.

Um último suspiro escapou dos lábios de Iara, carregado de tristeza e desespero:

— Não me deixem sozinha de novo.



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