Volume 8 – Arco 6
Capítulo 142: O Objetivo é...
— Amnésia?...
Atena demonstrou surpresa no saguão de um dos mais altos andares do Olimpo.
De olhos semicerrados, Damon a encarava de lado, com os braços cruzados.
“Quais seriam as chances de uma mortal, cega e com amnésia, ultrapassar a barreira?”, levou uma das mãos ao queixo. “E caso tais efeitos sejam fruto deste ocorrido?...”
Não podia descartar tal possibilidade, visto todos os acontecimentos recentes que envolveram os deuses e seus descendentes.
Queria evitar de ser conduzida a uma nova leva de enigmas de difícil compreensão.
No mínimo, podia sentir alívio sobre o fato de a menina não ter, provavelmente, qualquer relação com os Imperadores das Trevas.
Mas, como boa sensitiva que era, sentia estranheza perante a ausência de quaisquer traços de energia chamativa vindo dela...
— Se Daisy deseja ajudá-la, então eu confio em vossa determinação. Por sinal, já seria algo pré-estipulado por ambos, correto? — Encarou o rapaz quieto, de frente. — A responsabilidade cai sobre os ombros dela.
— É...
O filho de Zeus desviou o olhar, por meio de uma bufada um tanto contrariada.
Perceptiva ao desconforto do meio-irmão, a deidade indagou:
— Algo te preocupa, Damon? — E ele sustentou a quietude naquele instante. — Posso constatar que segue pensativo sobre os ocorridos em Rodes. E já deixei bem claro ao ratificar que nenhum de vocês carrega qualquer porcentagem de culpa no caso em questão. Eu acabei negligenciando tal cenário. Portanto, não há ninguém além de mim que deve lidar com estas feridas. Vocês, jovens, devem somente focar no que está por vir.
Ao terminar o discurso, ela caminhou sem causar quaisquer ruídos e passou pelo lado dele, dando um tapa fraco sobre seu ombro.
Se estivesse de olhos fechados, o garoto sequer perceberia a deixa da superior.
Ele respirou fundo, ainda cabisbaixo, mas ao menos pôde se sentir menos pressionado em lidar com aquele peso.
Ainda que fosse fácil falar e difícil fazer, se esforçou a fim de digerir aquela angústia. De fato, era necessária resiliência para enfrentar os próximos desafios.
— Tenho certeza de que Calíope e as demais pensam igual — completou.
Damon voltou a levantar o rosto na direção da mais velha.
— Aliás, ‘cês parecem se conhecer bastante...
Atena prendeu um riso rápido, mas abriu um sorriso maior ao elevar a curvatura dos lábios.
— Pois somos irmãs! — A revelação repentina da sábia fez o garoto subir um pouco das sobrancelhas. — E Calíope já fez parte dos Doze Tronos, antes mesmo de mim.
— ‘Pera, é sério isso? Como eu nem percebi? — mussitou para si mesmo.
Ao vê-lo perder boa parte da tensão sobre as costas, a deusa entendeu que novas palavras de motivação seriam desnecessárias.
— Descanse o corpo e a mente, irmãozinho.
Prosseguiu pelo caminho até as escadas prateadas, onde pegou para descer no ritmo do canto melódico a reverberar por toda a zona celestial.
Damon, por sua vez, ainda encarou a própria palma por breves segundos. Depois, fitou a grande cicatriz que passava pela lateral do antebraço, quase alcançando o cotovelo.
No fim de tudo, as marcas em seu corpo continuariam sendo a prova de que ele passou por tudo que passou no Museion.
Assim como a prova de que falhou em proteger Terpsícore.
Era como as experiências tidas em Methana, Delos e no Deserto da Perdição, sempre muito bem vivas em suas memórias.
Deveria carregá-las até o fim.
Um dia, poderia enfim colocar tudo para fora, com a pessoa certa. Uma única pessoa...
Mas, até lá, deveria enfrentar tudo aquilo como sempre costumou fazer.
Ainda faltava um bom caminho a ser trilhado.
Elaine abriu, vagarosamente, o olho que lhe restava.
Tendo apenas visão parcial do que estava acima de si, despertou em sua cama.
Primeiro vieram as dores agudas, proliferadas dos pés à cabeça. Junto a elas, a fadiga extrema não a permitia ter firmeza para se levantar.
Tímidos feixes de luz solar adentravam a janela, que tinha a pequena fresta liberada pelas cortinas escuras.
Virou o rosto para ela e ponderou, antes de mais nada, sobre quantos dias deviam ter se passado.
Se lembrava de mais nada desde que olhou para a lua cheia uma última vez antes de desmaiar.
A última coisa que vinha à mente cansada era a sensação do toque de Bluebell, que pegou em sua mão no fim.
Mão essa que fitou com alguma dificuldade; estava cheia de faixas, ataduras semelhantes às que cobriam diversas partes de seu tronco e a testa, fechando um grande curativo sobre a vista direita.
Ainda latejava. Tentou piscar como com o olho livre, mas o cérebro só recebia os pequenos choques de agonia.
Nem precisava pensar muito para entender o que havia sido feito. Já era claro desde o momento em que foi ferida naquela região pela faca da filha de Hebe.
Essa, por sinal, era a que mais preenchia seus pensamentos até então.
Aos poucos, ia recuperando em ínfimos flashes os momentos-chave da batalha que travou contra ela, atrás do bosque.
Ao fim de tudo, as palavras trocadas com ela, cheias de melancolia e... calor.
Os desabafos. As declarações.
Tudo se misturava em um só sentimento, encarregado de arrancar da descendente lunar lamentos fracos, mas profundos.
Sem ter muito o que fazer, permaneceu a encarar o teto lilás do cômodo pessoal.
Então, pela primeira vez levou a palma enfaixada até tatear, com cuidado, o olho enfaixado.
Deslizou com as pontas dos dedos do curativo até parte da bochecha, onde experimentou uma leve ardência do toque.
Sentiu, ao mesmo tempo, a profundidade do corte que deixaria uma cicatriz eterna em sua face.
Apesar da perda inestimável, não tinha qualquer arrependimento. Se fosse o preço para ter sua melhor amiga de volta, pouco se importaria em pagá-lo.
O problema de verdade estava no fato de desconhecer o que tinha acontecido com a garota.
Encarou de novo a passagem da luz exterior e, dessa vez, se esforçou ao limite em prol de se desprender das amarras da exaustão.
Jogou o lençol que cobria as pernas, colocou os pés no chão frio e empurrou-se do colchão.
Suportou as dores que disparavam calafrios pelo corpo inteiro, mas manteve-se de pé.
Então, passo a passo, chegou até a porta fechada.
Um pouco ofegante, a abriu. Se apoiou com o ombro na parede mais próxima e começou a andar no corredor.
Não demorou tanto até alcançar a sala de estar.
Podia ver o jardim e a faixa inicial do bosque de dentro do templo, como se não existisse parede alguma ao redor da porta.
Seguiu o trajeto até a estrutura metálica. Ao abri-la com cuidado, recebeu a brisa fresca do exterior, provinda das árvores a farfalharem intensamente.
Retumbou sobre ela uma dose extra de relaxamento.
Chegou a fechar o olho bom, em proveito à sensação revigorante provocada pela lufada.
No entanto, tal momento durou pouco.
Quando voltou a desconectar os cílios, virou-se à direita até se encontrar com a figura de Ártemis.
A deusa fazia carinho no focinho de um grande cervo, conforme as pontas rebeldes do volumoso cabelo azul-escuro meneavam no ar.
Isso também passou a ocorrer com seus fios levemente ondulados, soltos a caírem até as escápulas.
Não demorou para que a deusa percebesse a aparição da filha na saída do santuário.
Também se virou ao encontrá-la, lançando um sorriso plácido em sua direção.
Depois de sibilar algo, liberou o animal para que pudesse se corrupiar na direção da garota, caminhando até ela.
— Como está se sentindo?
À indagação inicial, Elaine levou a mão até a vista enfaixada.
— Cansada... E dolorida... — Abaixou um pouco a cabeça. — Por quanto tempo... eu estive adormecida?...
— Aproximadamente cinco dias.
Elaine viu que o cervo havia seguido a genetriz, portanto se inclinou com o braço para fazer carinho em sua cabeça.
O animal fechou os olhos escuros, demonstração de apreço ao afago gentil da menina.
Ela também encurvou os lábios em um fraco riso, apesar da inquietação que ainda tinha no peito.
Quase cinco dias se passaram, portanto, desde o embate.
Perdeu um pouco de tempo naquela distração com o animal silvestre, mas não aguentaria ficar sem respostas.
Depois da relutância inicial, tomou coragem para buscar o que havia a induzido a se levantar do leito.
— E... a Bellzinha?...
Apesar da angústia demonstrada pela pergunta da filha, Ártemis não respondeu.
De certa forma, já esperava algo do tipo vindo dela. Mesmo ferida e cansada, a primeira preocupação dela concernia à amiga.
Tudo que fez foi subir os degraus e apoiar a mão nas costas dela.
— Venha.
O chamado fez a jovem deixar o cervo partir de volta ao bosque, dando a volta só para ser cuidadosamente conduzida pela genetriz.
As duas fecharam a porta do santuário e seguiram a passos morosos até a outra ala do corredor.
Chegaram a uma das três passagens que havia até o final do caminho fechado.
Cordial, a Deusa da Lua deu três toques com os ossinhos de trás da mão.
— O quê!?
O som veio do interior do cômodo, abafado pela porta, mas logo foi reconhecido pela apóstola.
Ela gesticulou com a sobrancelha erguida, boquiabrindo ao olhar para a deidade.
Essa piscou de volta e, por meio de um aceno positivo, moveu a maçaneta.
— Estamos entrando.
Anunciou junto com o ato de empurrar a estrutura metálica.
O forte rangido invadiu o local iluminado pelas chamas do castiçal.
A imagem de Elaine surgiu para a visita, sentada na cama. E o mesmo ocorreu para a jovem lunar.
Bluebell tinha o espelho trincado sobre as pernas. Parecia contemplar a si mesma em sua superfície de vidro, antes de mudar o foco para a entrada da dupla.
A exemplo da apóstola, seus braços eram cobertos por ataduras, assim como o pescoço, a testa e, certamente, o resto do corpo coberto pelo vestido lilás.
No rosto, curativos menores escondiam as menores escoriações.
— Oh. ‘Cê ‘tá viva, então.
Demonstrando um forçado desinteresse, a filha de Hebe semicerrou os olhos róseos em direção à algoz.
Embora diante de um olhar tão pesado, Elaine só conseguiu sentir-se alegre por vê-la bem.
— Bellzinha... — Abrindo um sorriso quase choroso, aproximou-se da cama onde a amiga repousava. — Que bom que está bem...
Ao receber a felicitação da desafeta, Bluebell fixou a atenção nos curativos enfaixados sobre a vista direita dela.
Podia ver um pouco da marca deixada pelo corte que atingiu de sua bochecha à testa.
Desviou o rosto após aquilo.
— Cadê minha varinha? — indagou à deusa, que vinha logo atrás.
— Está bem guardada, minha jovem. Não seja tão apressada assim... — Repousou as mãos sobre os ombros da filha, encarando-a com um sorriso leve e confortável. — Por falar nisso, acredito que tenha pensado um pouco sobre o que conversamos há alguns dias?
Elaine virou o rosto, encarando o de sua mãe.
Através da olhadela, denunciou a curiosidade sobre a “conversa” que tinham tido enquanto dormia de cansaço.
Contrariada sobre aquilo, a rósea olhou de soslaio para a divindade. Relutou quanto a dizer algo relacionado ao tal assunto.
Mas enquanto estivesse naquela posição, sabia que seria inviável de evitar.
Soltou um lamento pesado, separando os lábios de leve. Os olhos voltaram a encontrar a superfície refletora com rachaduras.
Quando indicou que iria responder...
— O que significa isso!!?
Outro timbre eufórico e másculo invadiu o recinto, pegando todas de surpresa.
As anfitriãs se viraram na velocidade do pensamento para a porta do templo.
O mesmo ocorreu com a filha de Hebe, que abriu a boca em dubiedade. Logo, engoliu as palavras na ponta da língua e torceu as sobrancelhas.
— G-Gael!?...
Com o questionamento atônito de Elaine, o filho de Apolo e Thalia soltou a mão do batente e entrou.
— Elaine!?
Ele, da mesma forma, se espantou ao ver todas as faixas tomarem o corpo da companheira.
Então, nesse “passeio” ocular, deparou-se com a responsável por deixá-la naquele estado.
Sem o sorriso costumeiro, ele afiou as pupilas para a rosada e ameaçou disparar contra sua integridade.
Porém...
— S-se acalme, Gael!... — Elaine se pôs à frente dele.
Ártemis fez o mesmo, exalando uma forte imponência capaz de esvanecer com a influência ameaçadora do garoto num piscar.
Mesmo Bluebell se pegou arrepiada ao senti-la.
Incapaz de seguir com o que pretendia por puro impulso, o delfiano apontou o indicador.
— O que ela ‘tá fazendo aqui!!? Foi ela quem te fez isso, não foi!!? — Depois, fez isso na direção da vista enfaixada da parceira.
Ela não teve muito o que fazer.
— Me lembro de ter delegado à Daphne para que lhe repassasse meu pedido, Gael. — A Deusa da Lua não demonstrou compaixão para com o rapaz. — Peço que esfrie os ânimos antes de agir.
— Tia!?
— Gael...
Apesar da autoridade da austeridade local, foi Elaine que se aproximou dele, com as mãos unidas contra o próprio peito.
Vendo no globo marrom dela a súplica velada pelo chamado de seu nome, o descendente solar relutou contra o impulso interior e tratou de se acalmar.
Relaxou a postura, ainda que sem abrir as mãos cerradas.
— Foi mal! A senhorita, tia, me disse pra esperar, sim! Mas eu não aguentei esperar muito mais!! — Subiu o punho dominante. — Me expliquem o que ‘tá acontecendo, por favor!!
— Está tudo controlado por aqui. Irei explicar em breve, então não é necessário que se preocupe. E nem se precipite.
“Ele mudou bastante...”, podia sentir, enquanto lançava a ele um olhar ainda repleto de frieza. “Não faz muito tempo, eu poderia sentir sua chegada assim que descesse das Passagens...”
Imaginou quão frutíferos foram os treinamentos que realizou no templo das Nove Musas.
Com os ânimos mais acalmados e tal reconhecimento, decidiu parar de lançar aquela onda de ameaça ao sobrinho.
Protegida pelas duas, Bluebell não resistiu a soltar um suspiro aliviado. Algo que nem era de seu feitio e tampouco gostava de admitir.
Por outro lado...
— Eu e a Bellzinha lutamos... — Elaine foi em frente, trazendo de volta a atenção do rapaz. — Ela me contou os motivos que a fizeram se unir aos Imperadores das Trevas...
A rósea nada disse a respeito; somente escutou, esforçando o coração para que não fraquejasse de novo à frente dela.
Ártemis se interessou com o conto da filha que, pouco a pouco, se aprofundou nos pormenores das discussões durante o embate das duas.
Isso acabou indo de encontro com o que a deusa gostaria de resolver com Bluebell, além de confirmar a veracidade de suas palavras.
Gael prestou bastante atenção a tudo que a garota dizia.
Se prezou a, no mínimo, respeitar o desejo dela em defender aquela que a atacou duas vezes e lhe tirou a visão de um olho.
Não podia fazer nada além daquilo.
No fim de toda a história, um pouco demorada, Elaine experimentou um enorme peso esvair do peito.
— Por isso — concluiu —, não precisa ficar irritado com ela... Fui eu que escolhi isso... Para trazê-la de volta...
Um breve instante de silêncio se formou, ganhando peso no ambiente. Até que...
— Entendi! Se era isso que desejava, eu confio, Elaine!! — Ele voltou a sorrir como de costume, assentindo. Depois moveu-se ao lado para encarar a acamada. — Elaine arriscou a própria vida pra te dar uma chance!! Em respeito a esse desejo dela, eu vou aceitar sua presença aqui, garota!!
Bluebell estalou a língua.
— Faça o que quiser, fracote.
Com o mussito entredentes da garota, a filha de Ártemis deu uma risada desconcertada.
— Agora que todos entendemos os lados um do outro por aqui... — Ártemis, tomada por alívio, voltou a se pronunciar. — Pois então, Bluebell. Precisamos terminar o que começamos. Ou chegar perto disto.
Virou-se toda para a filha de Hebe, encarando-a com soberania. Elaine e Gael, lado a lado, fizeram o mesmo.
Do lado da jovem lunar, a apreensão voltou a tomar conta de forma gradativa.
— Como eu disse, acredito em você. Todos aqui acreditam, já que Elaine confirmou tudo que foi dito. E eu prometi que falaríamos mais sobre esse assunto, mas... — Fez uma breve pausa, elevando a curiosidade dos demais. — No momento, preciso cobrir um “atraso”.
— E o que isso quer dizer?
— Quero que me diga sobre o plano principal dos Imperadores das Trevas.
A exigência causou abalo a todos no recinto, assim como esperava.
Porém, a filha de Hebe sustentou uma feição controlada de quem nada tinha a pagar.
Em condições naturais, de certo iria omitir quaisquer informações. No entanto, ela mesma não ligava muito para o que viria a seguir.
Já tinha perdido as esperanças em conseguir o que desejava e tampouco se lixava para os outros.
Sempre tinha deixado claro que estava junta deles por seus desejos pessoais, que coincidentemente se cruzavam com o desejo principal dos “cabeças” do grupo.
— Acha mesmo que ela iria dedurar, tia!? — Gael indagou.
Nenhuma resposta veio da mulher.
— Bellzinha...
Tensa, Elaine não parou de contemplar a amiga, que já encarava a si mesma de novo através do espelho.
O reflexo partido junto à superfície refletora.
Era como se sentia por dentro, desde a derrota para aquela que desejava matar.
Não tinha nada a perder, nem a ganhar.
Mas sabia de algo bem claro: já tinha sido descartada. Provável que a considerassem como morta nesse exato momento.
Ninguém tinha ido a buscar.
A exemplo do que Arlen, responsável por levá-la até Éfeso naquela noite, tinha dito.
A escolha dela não contava com retornos.
— Não há mais tempo. — Portanto, soltou o que seu coração ordenou para o presente instante, com sinceridade. — É provável que eles já estejam se movimentando.
— O que isto quer dizer? — Ártemis devolveu a pergunta.
Bluebell subiu os olhos primeiro, então o rosto.
— Na primeira noite de lua nova... — Passou os dedos pelos adornos prateados, enferrujados, do espelho. — O principal plano delas vai começar.
A cada nova frase ambígua dita pela garota, o nervosismo e a ansiedade dos ouvintes se elevavam.
“A primeira noite de lua nova...”, Ártemis semicerrou as vistas, enfim tomada por angústia.
Afinal...
— É... amanhã...
Elaine completara por ela, sua voz quase não se fez altiva o suficiente.
— E o principal plano deles seria “derrubar os deuses”, estou certa? — A superior insistiu, quase suando frio. — Como eles pretendem fazer isto? Seremos atacados?
— Não... — Bluebell apertou as bordas do espelho, também ficando atônita. — Eles pretendem construir uma nova Era, mas... não diretamente.
— O que isto significa?
Determinada, apesar de ainda ter as emoções e propósitos bagunçados dentro de si, Bluebell disparou:
— Eles pretendem ir até o limite pra conseguirem derrubar o domínio dos deuses nessa Era. — Os olhos entrefechados ganharam um peso extra, assim como o teor de suas seguintes palavras: — Eles pretendem... mudar o destino com as próprias mãos.
— Isso é...
Nem mesmo Ártemis conseguia mais controlar o baque, arregalando as vistas.
— Berço da Terra... É pra lá que eles vão. — Levantou-se a cabeça, soturna. — Até o fim... Onde as entidades que controlam o Destino de tudo e todos podem ser alcançadas.
Criou-se um silêncio aterrorizante no templo.
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