Hant! Os Piores Brasileira

Autor(a): Pedro Suzuki


Volume 1 – Arco 1

Capítulo 13: Forte contra os fracos

No início do cassino, havia um balcão de prêmios e compra de fichas. 

Atravessando uma cortina vermelha, as primeiras fileiras eram repletas de quatro variações de Caça-níqueis: duas que pareciam ser referência a alguma cultura antiga desse mundo e duas que consegui reconhecer, com o tema de animais e símbolos mágicos. 

À esquerda era possível ver enormes roletas e à direita uma cúpula de vidro com o interior em formato de um coliseu, com vários golens desativados, de tamanhos e formatos variados. 

Mas o Vibogo seguiu reto, em direção à área dos jogos de cartas. 

Além dos tradicionais como poker ou blackjack, havia quatro mesas onde jogadores jogavam uns contra os outros, sem ajuda de um funcionário do cassino e as vezes até contra um deles. 

Diferente das outras mesas, nessa eles não usavam o baralho tradicional de quatro naipes e 13 números e letras, mas cada carta tinha seu próprio nome, ilustração, valor e habilidades.

Mesmo na Terra, fazia pouco tempo em que alguns desse tipo haviam começado a se popularizar.

— Quer jogar uma partida? — perguntou um prisioneiro de outra mesa, depois de vencer sua partida.

Como eu mesmo nunca havia jogado; quando criança por não ter dinheiro e quando adulto por não ter com quem jogar e já ser velho demais, essa proposta me pareceu bastante tentadora.

Ah, desculpe, mas acho que não tenho créditos o suficiente. — Meu trabalho de assistente de pesca pagava semanalmente, então minha situação era melhor que quando vim para o cassino por engano, na primeira vez.

Mas fazendo a conversão para o preço médio dos pacotes no meu mundo e o quanto levaria para montar um baralho... Por que estou pensando tanto nisso? Estou no meio de uma fuga.

Balancei meu rosto para interromper meu desejo de jogar uma partida, olhei meus arredores e encontrei o Saturno enfaixando seu braço e pescoço sozinho, na frente de uma máquina dourada, que servia de espelho. Andei até ele e perguntei onde estava os outros.

Ele olhou para os dois lados, me fez um sinal para me aproximar e cochichou:

— Eles disseram que aqui tem mais uma passagem subterrânea, igual da biblioteca, que pode nos levar direto para uma das saídas.

— Não devíamos ter ido junto?

— Iria chamar atenção demais.

— Pediram para gente fazer algo?

— Nada.

Se estivesse sozinho, até faria sentido suspeitar que me largaram como antes, mas o Saturno é uma pessoa valiosa demais para usarem como isca ou para comprarem tempo. Será que seu ferimento é mais grave do que parecia? Mas essa situação é diferente, o que eles ganhariam com isso?

— Ei. Está pensando demais nisso, vai jogar alguma coisa para matar tempo enquanto isso, eu te empresto alguns créditos que roubei no caminho. Independente se fomos traídos ou não, é só encontrarmos outra saída.

— Você tem motivo para estar tão confiante, mas eu...

— Pelo contrário, é mais fácil usar um herói de refém do que ganhar dos guardas com a minha força.

Fiquei perplexo com o que ele falou.

“Sei que é uma possiblidade, visto que estou lidando com prisioneiros dispostos a usar todos os tipos de truques sujos, mas dizer isso na minha frente...”

Então levantei meu olhar e percebi que era só uma piada para me fazer relaxar um pouco.

— Quando que você arranjou tempo para roubar os outros prisioneiros?

— Roubar? Eu não roubei nada.

Dei um leve sorriso e retornei para a mesa.

— Onde que compro essas cartas?

— Na própria recepção.

Comecei a caminhar para lá e ele adicionou mais uma coisa:

— São baralhos de cinquenta!

Acenei com a cabeça e continuei meu caminho.

— Isso é tudo que eu tenho. — Em todos os estabelecimentos que vendem produtos ou serviços por créditos, existe um dispositivo que revela o saldo restante no cartão. — Gostaria de montar um baralho com o mínimo possível, por favor.

— Bom, se está começando, recomento pegar um baralho pré-pronto, que por enquanto... Só temos esses dois. Comprar pacotes soltos e contar com a sorte pode sair mais barato se o seu único objetivo for juntar cinquenta cartas, mas não recomendaria fazer isso. Apesar do falso ar mais amistoso, aqueles velhos vão perder de propósito no início para te explorar depois...

Estiquei meu pescoço, tentando enxergar a entrada, curioso para ver qual tinha sido o desfecho da batalha contra o lobisomem que deixamos para eles. Como estava bem silencioso, certamente o confronto havia terminado e caso o lobisomem tivesse vencido, o cassino estaria em um caos muito maior.

Logicamente os fatos indicavam que tudo ocorreu bem, mas não conseguia encontrar o sentimento de calma sem ver o resultado com meus próprios olhos.

Ah, é você! — A súbita mudança de tom me deu um leve susto, me fazendo voltar o olhar para o vendedor.

Encarei o rosto dele por um tempo, então me lembrei:

— Você ficava na entrada oferecendo as bebidas, não é?

— Que dias terríveis eram aqueles... Quase morri de insolação várias vezes! Felizmente, só tive que ficar naquela posição terrível enquanto era ajudante.

—  Parabéns pela promoção.

— Obrigado! Aliás, de lá para cá, acabei descobrindo pelos meus colegas de andar sua identidade. Quem diria que estava servindo um herói naquele dia. Se soubesse teria entregado duas, não... Três bebidas de cortesia da casa! — Se tivesse, talvez nossa relação não seria tão amistosa. — Que pena que acabei sendo escalado justo no dia da sua chegada, como queria ter visto sua entrada triunfal... Se bem que se estivesse lá naquele dia, outra pessoa teria entregado sua primeira bebida grátis... Tem males que vem para o bem!

— Me decidi, vou tentar a sorte com os pacotes... Cada um vem dez, não é? Vou querer nove, por favor.

— É pra já! — Ele se abaixou, destrancou o vidro, contou e recontou os pacotes, um por um, então os colocou em uma sacola e me entregou. — Aqui está.

Deixei um extra como agradecimento pela cortesia daquele dia, mas segurando os pacotes percebi que havia um a mais. Olhei para trás e seu rosto irradiava que foi proposital.

Fiquei parado por um tempo, considerando se deixaria ele vencer essa batalha de cordialidade, então dei meia volta e retornei ao balcão.

— Por favor, eu insisto — disse o balconista, antes que eu tivesse a chance de dizer algo.

— Sobre isso, eu aceito minha derrota por enquanto, voltei para perguntar outra coisa.

— O que seria?

— Por que é que os prisioneiros dentro do cassino não foram detidos?

— Uma boa parte foi levada daqui, pouco antes de vocês chegarem. Os que ficaram são aqueles satisfeitos com sua vida aqui ou sem incidentes passados. Na maioria dos outros lugares também foi assim, até nas últimas revoltas, pelo que ouvi.

— Outra coisa, você percebeu algo de estranho acontecendo na entrada? Uma confusão ou luta?

— Vi algo sim, mas quando saí para investigar, um grupo de pessoas que não vestia nem as roupas dos prisioneiros, nem a roupa dos guardas, já tinham lidado com isso.

— Tem alguma ideia de quem são?

— Meu palpite seria os grão-mestres que ficam fora da prisão e só aparecem para ajudar em alguma emergência como essa, mas as roupas eram desleixadas demais para o código de vestimenta dos guardas.

— Acho que é só isso, obrigado pela ajuda.

— Volte sempre.

Atravessei a cortina, encontrei um canto vazio e comecei a abrir os pacotes.

No primeiro, encontrei uma agradável surpresa. Felizmente a descrição das cartas tinham duas línguas, então consegui ler o que elas faziam e seus nomes.

Até para alguém que não fazia ideia de como jogar, era claro quando eu havia conseguido uma carta importante, pelo brilho, textura e até pelo cheiro.

“Não economizam no perfume nem aqui.”

Das mais extravagantes, consegui duas, ambas com o título de herói acima de seus nomes.

Mesmo depois do último pacote, percebi que havia mais algo dentro da sacola e descobri que o balconista colocou um livreto que explicava as regras desse jogo.

Terminando de ler tudo, percebi que ainda estava em uma tremenda desvantagem, contra qualquer oponente que fosse.

Esse jogo era praticamente uma simulação de guerra, mas diferente do xadrez, não havia um objetivo em específico que ganhava instantaneamente a partida.

Pela quantidade e variedade de suprimentos, que tomavam metade de cada pacote, já tinha uma ideia de que seriam o foco principal do jogo.

Dependendo da falta ou abundância deles, as cartas de soldados e heróis se tornam mais fortes ou mais fracos. É possível roubar suprimentos inimigos e coletar de certas áreas do tabuleiro, que é decidido aleatoriamente no início de cada partida.

Perde quem esgota os suprimentos primeiro.

Para isso, meu baralho era no mínimo disfuncional.

Nas estratégias descritas pelo guia, dependendo do herói era possível fazer um plano de defesa, se enchendo de suprimentos e vencendo apenas fugindo do oponente e um de ataque, autoexplicativo.

Nas cartas de suporte que consegui: artefatos e equipamentos, todas eram ideais para um de defesa, porém, os dois heróis que consegui eram de ataque.

Mas esse nem era o maior problema.

Me levantei e caminhei até as quatro mesas, onde já se desenrolavam quatro partidas. Pelo que estava vendo, era tão simples quanto a explicação do livreto de regras, mas não consegui ficar observando por muito tempo, porque uma das mesas terminou pouco depois que cheguei e o vencedor me chamou para jogar com ele.

Fiquei receoso porque o perdedor era aquele que havia me convidado para jogar, mas aceitei o convite mesmo assim.

Me sentei e cumprimentei meu oponente com um aperto de mão firme, então ele pediu para um dos espectadores embaralhar as cartas de cenário e evento.

Trocamos baralhos, para embaralharmos e certificar que nenhum roubaria, então o que embaralhou as cartas neutras jogou uma moeda para decidir quem começaria.

Eu estava estranhamente empolgado antes mesmo da partida começar, mas quando a moeda caiu e olhei com mais atenção para meu oponente, senti um leve calafrio. Parecia que o rosto dele era familiar.

“Não tem como ser ele...”

Havia notado que ele era um guarda por seu uniforme, mas como não vestia um chapéu... Inclinei meu corpo e percebi que embaixo da cadeira dele havia um chapéu felpudo dourado.

— Deu cara, o Aguilar começa.

“Então esse era o nome do grão-mestre.”

Voluntariamente, eu havia me colocado na frente da pessoa mais perigosa possível.

“Ele sabe quem eu sou? Ele pode me prender agora? Se algum dos fujões vier ele definitivamente vai matar a gente... Por que o Vibogo foi criar um rumor usando justo ele?!”

— Sua vez. — O Grão-mestre possuía uma expressão tranquila no rosto, genuinamente parecia que ele só estava relaxando nesse lugar enquanto esperava a confusão passar.

Olhei para o tabuleiro e vi minhas chances caírem ainda mais.

“Droga, só veio uma mina.”

Para a decisão de qual herói eu escolheria, como só é permitido um por jogador, eu havia feito uma grande aposta.

O primeiro possuía atributos melhores, mas sua habilidade especial era praticamente inútil com minhas outras cartas.

O segundo poderia vencer a partida com sua habilidade, mas o custo dela era 5 pedras elementais e eu só havia conseguido quatro.

Se não tivesse lido as regras, essa era uma escolha óbvia, porém, dentre as cartas especiais de cenário, que formam o tabuleiro, existia a chance de sair até duas minas, onde eu poderia conseguir a pedra elemental que faltava.

— Passo. — Coloquei dois cavaleiros no tabuleiro, liguei um artefato em um deles, movimentei até um castelo abandonado, onde guardei dois suprimentos especiais.

E justamente a única que acabou saindo, estava para o lado dele.

— Passo. — Ele progrediu a jogada anterior dele, usando uma carta consumível para andar um espaço a mais e dominar o rio.

Minha única vantagem é que ele não tinha como saber minha condição de vitória, já que eu ainda estava segurando o herói na mão.

— Passo. — Avancei pela direita, contestando o rio e joguei um lanceiro pela esquerda, torcendo para que ele pensasse que eu só estava atrás do baú no centro do tabuleiro.

— Passo. — Ele desceu seu herói, que já havia visto na partida passada. Um sem nenhuma habilidade, mas com valores de vida e ataque ridiculamente altos.

— Eu ataco seu barco. — Rolei o dado, venci a batalha no rio, coloquei mais cartas pela direita, mas avancei meu lanceiro mais uma vez.

— Passo. — Ele enviou o herói para responder o ataque pelo rio, mas respondeu com um arqueiro pela esquerda, a caminho da mina.

— Passo. — Só mais uma rodada e consumindo o meu suprimento guardado, eu chegaria na mina.

O grão-mestre riu.

— Boa tentativa. — E Aguilar consumiu duas poções de movimento, chegando a um espaço da mina, então ligou um artefato que permitia ações em casas a uma distância a mais, usando sua carta especial: “fechado para obras”, que suspendia o uso dos cenários especiais por três rodadas. — Passo.

Estava pronto para me render, porém comprei uma carta que permitia montar um ponto de teletransporte, recompensa por manter controle do barco por tempo suficiente.

“Por favor, venha um evento bom...”

— Ataco seu castelo. — Contando muito com a sorte, venci meu segundo confronto com desvantagem e roubei alguns suprimentos dele.

— Devolvo o ataque. — O sorriso dele se esvaiu quando o dado parou no um. — Sorte de principiante? Ou está usando alguma benção do herói? Passo.

Os outros que estavam assistindo começaram a rir, mas comecei a me preocupar se essa vitória no jogo resultaria em um problema com ele. Por essa fala, ele sabia exatamente quem eu era.

— Passo. — Mesmo assim, desci meu herói e continuei jogando para ganhar.

— Pelo jeito que estava lutando tanto pelo controle do rio, achei que você estava com o pirata... Passo.

— Obrigado por confirmar que meu blefe funcionou, passo.

— Essa carta nem se beneficia tanto de ter a mina, gastei meu evento para nada? Passo.

Finalmente a suspensão da mina passou, eu teletransportei meu herói para lá e usando todas as pedras elementais que tinha, ativei a habilidade dele.

— Jogou bem. — Com mais um aperto de mão, ele se rendeu e revelou sua mão, colocando suas cartas na mesa. — Nos vemos por aí.

Ele colocou seu chapéu e saiu do cassino.

— Deveria ter perdido? — perguntei.

Os espectadores riram e um deles disse:

— Olhe bem para a mão que ele tinha.

Entre suprimentos inúteis e equipamentos fracos, ele segurava uma carta brilhante.

— Isso é permitido? Por que ele tinha dois heróis?

— Aquilo que você gastou todos seus recursos para derrotar era um soldado comum.

— Mas por que era brilhante? E por que tinha atributos tão fortes? — Peguei aquela carta e analisei de perto a escrita que pensei ser “herói”. — Heroico?

A parte final estava em letras miúdas, como se fosse feito para confundir propositalmente.

— É de uma coleção que todos odiaram, inclusive banido em torneios.

— A habilidade do herói dele era ainda mais forte que a minha... Ele me deixou vencer?

— Ele adora fazer isso com iniciantes, por algum motivo sempre perde propositalmente na primeira partida e massacra unilateralmente na segunda, sempre de virada.

— E nunca contra veteranos — complementou outro.

— Isso mesmo, esse desgraçado só gosta de roubar doce de criança. — O prisioneiro puxou a cadeira, se sentou, tirou de seu bolso e bateu seu baralho na mesa. — Enfim, posso ser o próximo?

Levantei meu cartão e inclinei meu rosto. Ele respondeu colocando seu cartão no artefato e revelando que ainda tinha créditos mesmo depois da derrota para o Aguilar.

— Independente do resultado, vou parar no fim dessa. — Trocamos os baralhos e começamos a embaralhar.

— Você deixou passar outro detalhe. — O prisioneiro cortou o baralho em dois montes e perguntou: — O seu herói está em qual dos dois?

O brilho é perceptível para o oponente?

Olhei com atenção para as bordas das cartas, mas não encontrei nada que se destacasse.

— É algum tipo de truque na hora de embaralhar?

— Feche seus olhos.

— Ainda não faço ideia.

— O cheiro, preste atenção no cheiro, o perfume não é só decoração.

Me concentrando apenas no olfato, tentando apagar todos os outros sentidos, fui novamente inundado com uma imensidão de perfumes que tinha aprendido como ignorar.

Os categorizando, primeiro de acordo com a intensidade, depois pelas características e finalmente pela distância, me guiando pelo vento, fiz o meu palpite:

— O da direita?

— Errado! — E ele virou o baralho da esquerda, revelando o herói.

— Quero ver você conseguir então. — Fiz dois montes, assim como ele e fiz o mesmo desafio para ele.

O prisioneiro se abaixou e se aproximou o máximo possível dos dois baralhos, então disse:

— O da direita.

E ele estava certo.

— Isso vale?

— A não ser que você seja um grão-mestre ou um cachorro, é impossível descobrir da distância que você tentou.

— No meio da partida posso ficar farejando a mão dele?

— Mais fácil pegar o monte das cartas que ele ainda não tem e descobrir assim.

— E eu achando que iria aprender alguma técnica de detecção secreta ou algo do tipo. — Segurando a carta do herói, me veio uma dúvida. — Mas isso só serve se a carta for nova. O cheiro não se perde com o tempo?

— Mergulhando alguns micróbios específicos em uma solução de certo perfume com uma mistura patenteada, depois de algumas gerações surge uma mutação que faz eles emitirem esse cheiro. Colocando no interior da carta, selando as bordas com um químico que espanta eles de volta para o centro, desde que não derrube as cartas na água, o cheiro sempre permanecerá ali. — Vendo minha cara de surpreso, ele riu e disse: — Antes de parar aqui, trabalhava em um laboratório de perfumes. Fui eu e mais alguns amigos que sugerimos esse processo para quando estavam criando esse jogo de cartas.

— Você trabalha na floricultura ou no laboratório daqui?

Depois de tomar um gole da taça de bebida falsa para hidratar a garganta, por causa da longe explicação, ele respondeu:

— Agora que finalmente tenho uma folga, seria um desperdício continuar fazendo algo que trabalhei por mais de vinte anos. Trabalho no sexto setor, tenho uma barraquinha de artesanato.

— Já enrolamos bastante, vamos jogar logo.

Quando fui colocar a primeira carta em campo, senti um toque em minhas costas.

Ah, é você Vibogo... Conseguiram encontrar a saída? — cochichei.

— Estava trancada.

— A chave mestra que você pegou antes não serve para isso?

— Alguém quebrou a fechadura e colocou alguma coisa por trás da porta.

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