Volume 1
Capítulo 48: Sacrifício heróico…
Sãr Adon parecia se concentrar, e em seguida, uma fumaça começou a subir de seu corpo, como se ele estivesse entrando em ebulição. O ar ao redor se aqueceu, espantando o frio gélido do éter.
Seus braços, antes finos, começaram a crescer, expandindo as mangas de sua armadura de couro. Seus ombros e costas se alargaram, e ele continuou a crescer, a tal ponto que Boagrius, com seus dois metros de altura, parecia pequeno perto dele.
— Ninguém me siga. — As palavras de Sãr Adon foram curtas e firmes.
— É o Poder da Explosão, eu vi alguns usuários na época da guerra, mas nunca ninguém com esse tamanho. — Lonios, estupefato, não conseguia desviar o olhar.
— O senhor já me contou sobre isso, mas eu nunca imaginei que Sãr Adon fosse dessa Linhagem Sanguínea. — Nimbus estava maravilhado com a cena diante de seus olhos. — Por que o senhor nunca me disse que alguém poderia crescer tanto?
— Eu nunca vi nada igual, Nimbus. Ele não está apenas queimando a energia acumulada em em gordura no seu corpo. Ele está queimando carne, ossos e sua própria vitalidade. — explicou Lonios, com um tom grave.
Enquanto eles falavam, Sãr Adon continuava a crescer, transformando-se numa verdadeira montanha de músculos. Sua expressão agora era demoníaca, seus olhos fixos na ponte de comando inimiga, onde a luta estava intensa.
Ele avançou, correndo em direção à porta, com o escudo à sua frente. Ninguém, aliado ou inimigo, podia permanecer em seu caminho por muito tempo. Cada obstáculo era derrubado, seja por pancadas do escudo de metal místico ou pela lâmina de sua espada. Aqueles que ainda estavam de pé eram esmagados por seus golpes poderosos.
— O que ele está fazendo? — Valeros gritou, incrédulo. — Isso é um ataque suicida!
Valeros tentou partir atrás de Sãr Adon, mas Lonios o impediu.
— Respeite a ordem do seu mestre. Só avance quando eu ordenar.
— Essa ordem vale para Valeros, mas não para mim. — Boagrius, com sua altura imponente, olhou de cima para Lonios e, sem mais palavras, correu atrás de Sãr Adon.
Ninguém se atreveu a contrariar o gigante.
Adon se aproximava da entrada da ponte, surpreendido com a facilidade da investida. Apenas alguns arranhões marcavam seu corpo, nada grave.
Foi então que sentiu um golpe poderoso, fazendo-o dar um passo para trás. À sua frente, um homem de armadura de aço escovado, maior e mais forte que Boagrius, se erguia.
Era um verdadeiro gigante de metal, empunhando um martelo de guerra imenso, que fora capaz de fazer Adon parar de correr. O som das engrenagens que partiam do corpo do inimigo ecoou no ar.
Se aquele golpe tivesse atingido um escudo comum, este teria se despedaçado e seu portador caído inconsciente. Mas Adon tinha seu escudo, o Égipe, que era tão poderoso quanto ele mesmo.
O homem de metal tentou mais uma vez com o martelo, mas com uma velocidade surpreendente para seu tamanho. Adon se desviou, tentando atingir o gigante com sua espada, mas o alcance de seu golpe foi insuficiente. O martelo, com seu cabo longo, mantinha a distância dos inimigos mais fracos. Porém, Adon agora era um gigante também, e certamente mais poderoso que aquele inimigo.
O guerreiro de metal golpeou mais uma vez, mas Adon, com precisão, usou seu escudo para aparar o impacto. A onda de choque foi tão forte que arremessou todos ao redor, a pelo menos três metros de distância.
Esse era o poder do seu escudo, capaz de dissipar impactos e torná-los leves para o usuário. O golpe, vindo de baixo para cima, fez Adon girar o corpo e se aproximar do gigante.
Sua espada acertou o homem na altura do joelho, exatamente onde a armadura era mais frágil. O golpe fez o inimigo perder o equilíbrio, quase fazendo-o cair. No entanto, para surpresa de Adon, a perna do gigante não foi decepada como ele esperava, mas apenas sua mobilidade foi reduzida.
Foi então que Boagrius chegou. Com uma força impressionante, deu um encontrão no gigante, fazendo-o dar um passo para trás e perder o equilíbrio.
Boagrius não perdeu tempo e cravou sua espada em uma abertura na armadura do gigante, atingindo o peito do inimigo.
Para surpresa deles, o gigante de aço parecia indiferente ao ferimento, continuando a atacar com seu martelo.
Adon não perdeu a oportunidade. Usando todo o seu peso, empurrou o inimigo para trás. Com agilidade, agarrou a placa de aço no peito do gigante e a arrancou.
Dentro da armadura, não havia um homem, mas um anão operando diversos mecanismos. O gigante de aço era, na verdade, um veículo.
Aproveitando a abertura, Boagrius desferiu o golpe mortal no piloto da máquina, que imediatamente parou de se mover.
Enquanto isso, Adon, com seu escudo, protegia ambos da saraivada de flechas disparada pelos arqueiros inimigos posicionados na ponte. Com uma agilidade surpreendente, o cavaleiro não deixou que nenhuma flecha atingisse seu soldado, que agora se erguia, retirando sua espada do corpo do inimigo.
— O que faz aqui, Boagrius? Eu ordenei que ficasse com Lonios e Valeros e aguardasse a ordem para avançar! — Adon disse, olhando para Lonios.
Atrás dele, corpos de inimigos formavam um caminho, a maioria já morta, mas alguns ainda gemiam em agonia, com membros decepados ou corpos esmagados.
Todos no convés das naves observavam horrorizados. Adon apenas sorriu, pensando no final glorioso que estava vivenciando, quando a voz de Boagrius o trouxe de volta à realidade.
— Desculpe, senhor, mas não posso executar essa ordem. Eu vou com o meu mais antigo amigo — a voz dele vacilou por um momento. — Eu vou com o meu pai até o final.
Uma lágrima escorreu pelo rosto do velho cavaleiro. Conhecendo a teimosia do soldado que ele havia comandado desde tenra idade, durante inúmeras viagens pelo éter, ele consentiu.
— Então vamos, meu filho, para a nossa última batalha.
Quem estivesse mais atento poderia perceber uma pequena lágrima se formando no canto do olho de Boagrius, mas ele retribuiu o sorriso de Adon.
Juntos, os dois gigantes avançaram contra o último obstáculo entre eles e a ponte inimiga, onde o esquadrão de arqueiros piratas se posicionava, protegendo a porta e a ponte de comando.
A dupla correu, e a chuva de flechas caiu intensa sobre eles. Sãr Adon defendia como podia, desviando das setas que eram lançadas contra ele e seu soldado. A cada metro percorrido, mais perto estavam do esquadrão de arqueiros.
Quando chegaram, o impacto foi devastador. Vários inimigos foram esmagados ao ser atingidos pelo escudo de Adon. Os sobreviventes foram rapidamente eliminados pelos dois gigantes. Os inimigos posicionados acima da ponte foram nocauteados quando Adon lançou seu escudo contra eles, pegando-o no ar após ricochetear.
Adon ouviu o grito de seu pupilo, Valeros, chamando seu nome, mas não deu atenção. O caminho estava livre.
Com suas últimas forças, Adon socou a porta reforçada à sua frente, fazendo-a desabar como se fosse feita de papel. Depois disso, ele só queria descansar.
Caiu de joelhos e olhou para o céu, aquele mesmo céu que ele conhecera ao longo de mais de trinta e cinco anos, passando mais tempo dentro de uma nave do que em terra firme.
E foi então que Lonios gritou:
— ATACAAAR!
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