O Meu Caminho Brasileira

Autor(a): Rafael AS

Revisão: Rafael-AS


Volume 1

Capítulo 3: Apresentação da senhora Hayek

“Onde diabos devo ir?!”

A arquibancada continha cerca de cinquenta estudantes reunidos em apenas uma área, embora houvesse umas pessoas ou duplas solitárias espalhadas pelos arredores da plateia.

Enquanto me perguntava onde deveria me sentar, avistei o anão sentado em um lugar mais isolado, comendo um pacote de castanhas. Andei até ele e acenei minha mão.

— Opa! Beleza? — disse eu, tentando ser mais amigável.

— Ah! Que bom que você veio! Senta aqui! — Ele deu uns tapinhas no assento do seu lado e riu um pouco.

— Opa, valeu! — Ri também.

Sentei-me ao seu lado e meus olhos recaíram no centro do estádio. O chão do campo era todo de grama, mas havia um imenso painel branco na vertical. Seria um televisor?

— Preparado para a apresentação?

— Mais ou menos — digo a verdade. Havia passado algumas horas lendo aqueles papeis. Tinha entendido algumas partes do conteúdo das “runas de som”, para o que serviam, como utilizá-las, alguns pontos para se tomar cuidado... Mas a parte mágica, que envolvia os desenhos de invocação, não tinha a mínima ideia de como que se fazia.

— Será que vou precisar de explicar a fundo como se faz uma runa de som, ou só apresentar o que é?

Após o indagar sobre isso, o jovem bate em minhas costas de novo.

Ahhhh, eu não aguento mais isso!

— Tudo! — Ele deu aquela risada alta. — A professora Hayek é bastante exigente, e isso não é o que você mais ama?! Você, Flamel, que sempre se destaca nas teorias, ficou justamente com a parte de apresentar a estrutura de uma runa! Estou ansioso pelo show que você vai dar.

— Q-Quê?! — Gelei por completo, meu sangue parecia se recusar a se mover no meu corpo. — E-estrutura da runa?!

— Sim. Me lembro que no período passado você já tinha me mostrado uma mó difícil. Você é um espertalhão, não é? — ele falou e riu alto. Até me confortou o seu bom-humor, mas ainda assim...

— Vou apresentar sozinho? Ou com alguém?

— Ué. Comigo, Cyle, Guinevere e Violette. Não se lembra do sorteio que a senhora Hayek fez semana passada? A gente foi super sortudo em cair com a Guinevere, mas o Cyle é um problema dos grandes... A Violette também, nunca procurou a gente nem uma v-

— Com licença — soou uma voz suave e feminina. — Esse lugar está livre?

Aquela voz atraiu meu olhar para a garota de cabelos ruivos e olhos violetas ao meu lado. Era a mesma de mais cedo, que andava com os dois rapazes, mas somente agora pude vê-la tão de perto. Era bonita, mas o sorriso cortês lhe dava tanta simpatia.

— Sim? — Estendi minha mão para mostrar-lhe o assento vazio ao meu lado.

— Obrigada.

Ela se sentou do meu lado, e um aroma doce e suave invadiu minha respiração, relaxando meu peito como um beijo carinhoso e leve.

— Aliás, bom dia, Flamel. — Sua voz era agradável como o perfume.

— Bom dia... — Queria dizer seu nome, mas não a conhecia.

— Violette. — Ela completou a minha fala com uma risadinha gentil, quase como se estivesse vendo através de mim. — Estamos no mesmo grupo, não é?

Ao meu lado, o anão estava paralisado. Ele foi pego logo quando falava mal dela... Eu o entendo. Mas ela parece ser bem diferente da opinião dele.

— Sim... — respondi meio cabisbaixo. Mal entrei nesse sonho e já vou sair decepcionando garotas como ela... Merda. Eu tinha que ter alguma memória ao menos! É injusto eu ter que estudar e viver sem saber de nada!

— Fico feliz. — Seu leve sorriso começava a esvanecer, até seu rosto ficar um pouco triste. — Mas... você não parece muito bem. Tem algo de errado?

Suspirei fundo. Suas palavras me fizeram me sentir bem confortável e seguro... Foi quase que uma reação natural deixar que meus problemas escapassem:

— Não estudei a parte da estrutura mágica. Foquei nas aplicações que a runa pode ter em combate, principalmente contra algumas espécies de monstros que parecem mais reativas a alguns tipos específicos de sons. Mas... parece que fiquei logo com a parte da estrutura mágica... Desculpa...

Ficando ainda mais cabisbaixo, vi ela coçar a cabeça levemente.

— Eu meio que aprendi bastante sobre runas com a minha família. Não me importaria se a gente trocasse de papeis. Estou justamente com as aplicações das runas de som em combate.

— Sério?!

Mhm. — Ela assentiu com a cabeça.

— Isso é uma bênção! Muito obrigado! É a parte que eu mais gostei!

Ela riu um pouco, a mão na frente dos lábios escondendo o sorriso com cortesia.

Isso a fez parecer um pouco... fofa.

— Dei muita sorte com esse grupo — elogiei a ambos, feliz. Ela sorriu mais.

— Você me lisonjeia, Flamel.

Olhei para ela novamente e, sem perceber, me perdi um pouco nela. Ao mesmo tempo que me sentia mais atraído por ela, crescia a curiosidade em meu peito do porquê que ela perguntou ao rapaz de cabelo lambido se eu era realmente o Flamel.  

Hm? — Com curiosidade, ela fitou meus olhos de volta.

Ops. Meu coração pulou uma batida e, meio envergonhado de ter sido pego no flagra, desviei meu olhar para o gramado.

Sem perceber, um sorrisinho bobo cresceu em meu rosto.

Enquanto olhava para o campo sem prestar atenção, o anão direcionou a ela um olhar frio. Ela retrucou com olhos igualmente sérios, antes de ambos descansarem as costas no recosto dos assentos, ignorando um ao outro. Se eu não estivesse tão absorto nas minhas próprias emoções, teria percebido aquele clima que parecia que podia soltar faíscas de tanta tensão.

— E você? Ficou com que parte? — indaguei o anão, me virando para ele.

— Então... Enquanto o Cyle ficou na apresentação geral das runas, a Guinevere vai apresentar a teoria geral das runas do som. Em seguida, vem a sua parte das aplicações em combate, e finalmente um tutorial de como fazer um modelo genérico delas, que agora é da Violette. A minha parte será só um bônus que mostrará como o elemento terra pode ser usado na runa criar sons novos.

Violette... Cyle... Guinevere...

Então a garota de cabelos loiros de mais cedo é a tal de Guinevere... Combina com a descrição simpática do anão sobre ela.

— Entendi. Obrigado.

Bom dia, caros alunos. — A voz madura estava por todo o estádio, o que fez as conversas paralelas cessassem. — Vamos dar início às nossas apresentações do dia?

No centro do gramado estava a mesma mulher que me ajudou a entrar aqui. Sua silhueta era de fato profissional, embora os óculos na ponta do nariz, junto com seu sorrisinho, lhe davam um ar provocativo e de independência. Então essa era a professora Hayek...

Com um estalar de seus dedos, aquele painel em branco se encheu chamas coloridas e vivas. Aos poucos, todo aquele fogo foi tomando um contorno mais e mais nítido, até exibir os nomes do meu grupo em letras douradas.

— Dolgan, Cyle, Flamel, Guinevere e Violette — continuou a professora. — Vamos começar as nossas apresentações do dia com vocês, por gentileza?

“Dolgan...” Então esse era o nome do anão.

— Vamos lá? — disse eu.

— Bora! — Dolgan se levantou animado.

Violette, em contrapartida, riu um pouco. Fitando-a, percebi que ainda estava sentada. No calor do momento, lhe ofereci minha mão. Ela a segurou com delicadeza e se levantou com um sorriso.

Enquanto a observava feliz, ela passou por mim e disse perto do meu ouvido:

— Obrigada.

— De nada.

Ela sorriu mais e se virou, continuando o percurso à frente na arquibancada. Segui seus passos, enquanto Dolgan vinha logo atrás com uma expressão de confusão.

Descemos por uma escada e adentramos no gramado. Do lado oposto do estádio, Guinevere e o tal do Cyle entravam no local. Vê-la de novo fez meu coração se sentir mais relaxado.

Ela acenou para nossa direção com ânimo, e fiz o mesmo. Cyle, enquanto isso, caminhou até nós — ou, melhor, até Violette.

— Oi de novo, Violette. — Ele deu um riso tão forçado que até me deu vergonha alheia. — Como você está? — perguntou enquanto tocava seu cabelo lambuzado em gel. Era o mesmo cara de antes, que agora fingia que eu não existia...

Era estranho ouvir sua voz tão diferente. Se mais cedo era repleta de veneno, agora parecia querer soar o mais cavalheiro e cortês possível para a Violette.

— Bem.

Até eu fiquei incomodado com a maneira fria com que ela respondeu o Cyle. O que será que aconteceu? De qualquer forma... ele descaradamente ignorava a mim e a Dolgan. Não pude deixar de o encarar, um pouco indignado.

Ele me lançou um olhar de desgosto e depois caminhou para o centro do gramado, onde faríamos a apresentação.

Esse cara... — sussurrou Dolgan com uma voz indignada.   

Não falei nada, apenas o observei em silêncio. Tem algo de muito, muito errado com esse Cyle...

Não apenas isso, mas as expressões dele me davam sentimentos bem agudos. Medo, ansiedade e talvez até desespero. Tudo era tão forte que, ou nesse mundo de magia existem coisas como “aura” que podem ser sentidas, ou... talvez o dono desse corpo gravou no cérebro traumas bem fortes sobre esse cara.

Infelizmente, não pude fazer nada contra essa sensação, então apenas tentei ignorar esse peso em meu peito.

Ao endireitar a postura e olhar adiante, tive a impressão de que Violette me observava. Ela rapidamente desviou a face e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha. Se não fosse esse último gesto, até imaginaria ser coisa da minha cabeça...

Ham ham — pigarreou Cyle, interrompendo meus pensamentos. — Queridos colegas aqui presentes... — começou a falar, sua voz ecoando tão amplamente quanto a da professora. Ajeitou a gravata abaixo da gola branca. Com o peito estufado, parecia viver um momento de glória, com aquele sorriso ilustre. — Hoje iremos apresentar sobre runas mágicas de som. No entanto, para primeiro entendê-las, explicaremos o que é uma runa, parte tão fundamental de toda feitiçaria...

E assim prosseguiu. Olhando para a pequena plateia de uns quarenta alunos, suor começava a acumular na minha testa. E se, na minha parte, eu errasse o que tivesse que falar? Ou me tornasse a vergonha do grupo?

Enquanto meu coração disparava mais e mais rápido, observei o quão bem trajados eram todos os presentes. Talvez fosse por causa dos uniformes, feitos sob medida e com tecidos grossos e nada humildes, mas não conseguia retirar a sensação de a maioria ser nobre ou da elite. A pressão dessa atmosfera é insanamente mais pesada que a de uma apresentação na faculdade...

Porém, não havia nada que pudesse fazer. Deixei que o meu coração batesse, frenético como estava.

Pus a mão sobre meu peito, prestando ainda mais atenção no coração, e o agradeci por me ajudar agora fazendo com que os nutrientes no sangue sejam distribuídos mais rapidamente pelo corpo por causa dos batimentos acelerados.

Também pensei que a adrenalina me deixa mais focado ao invés de disperso, me dando segurança e conforto. Meus membros ainda estavam agitados, minha mão congelando de frio pelo medo, mas noto e aceito todas essas emoções, sabendo que não me fazem mal ou ter um desempenho pior.

Essa era, afinal, a dica de uma professora que tive, e sempre funcionava muito bem. Como ela dizia:

“Há um porquê de o seu corpo entrar em estresse. O problema não é ele, mas a nossa mente que acredita que, com isso, nosso desempenho cairá."

Somente então que prestei atenção na apresentação do Cyle.

Resumidamente, ele explicava a diferença entre magia, feitiço e runa.

Magia é o uso irrestrito e criativo de mana, que possibilitava o mago fazer o que quisesse. O custo dessa liberdade era baixa potência e alto custo.

Feitiços eram específicos e restritos: um feitiço de bola de fogo somente produziria isso, sem possibilidade de mudança, mas, em troca, feitiços eram muito mais fortes e custavam menos mana do que magia.

Runas, por fim, são estruturas mágicas que geram os feitiços. As runas podem ser invocadas no ar na hora de produzir um feitiço, ou podem ser gravadas em uma superfície para serem ativadas depois.

Assim que Cyle terminou essas explicações básicas, ele se curvou, um braço nas costas e outro estendido graciosamente à plateia.

“...Que estrela...”

— Oi, gente! — Guinevere cumprimentou o público e começou a sua explicação sobre as ondas sonoras, e como são produzidas por magia.

Ela tecia sua argumentação com voz clara, entusiasmada e com um leve sorriso em meio a um pouco de suor. Vê-la daquele jeito altivo até me deixou mais animado para apresentar. Virei-me para Dolgan e cochichei:

— Ela é brilhante, não é?

Após a garota terminar sua fala, pude ver alguns sorrisos nos rostos da plateia. A própria sra. Hayek a encarava com um semblante orgulhoso.

— Agora o Flamel vai apresentar um pouco mais sobre os usos das runas de som em combate. — Ela se curvou levemente, antes de jogar o cabelo para trás e me direcionar um sorriso.

Certo... Era a minha vez.

Encarei a plateia, que me encarava de volta, e meu coração foi a mil.

Primeiro...

— Obrigado, Guinevere — agradeci-lhe honestamente. Tentei dizer baixinho para que só ela ouvisse, mas minha voz acidentalmente foi ecoada a todo o estádio.

... Engoli em seco.

Mesmo que ainda com certa ansiedade, comecei a expor tudo aquilo que li mais cedo sobre o tema.

Enquanto apresentava, o tempo fluía tão rápido...

A cada palavra que dizia, o nervosismo virava adrenalina e empolgação.

Após descrever o geral, decidi contar uma narrativa que exemplificasse o uso dessas runas.

— Vocês já ouviram falar sobre "O Pálido"? — disse com um sorriso. Alguns negaram com a cabeça.

Meu sorriso cresceu ainda mais.

— No castelo do barão... Eh... — congelei por um instante.

Merda, qual era o nome mesmo?!

Meu coração disparou.

Merda, merda, merda. Ah...

Era...

Shawtz, ouvi minha própria voz em meus pensamentos. Isso!

— Shawtz — continuei rapidamente como ouvi na minha mente — empregados começaram a desaparecer, noite após noite. Não apenas isso, mas... mesmo os que lá continuavam pareciam se tornar tão diferentes... insensíveis, apáticos, distantes. Crianças das mais alegres de repente se tornavam sombrias e frias, como se já não fosse mais elas por dentro...

Olhei de relance para a Violette, que estava me encarando com curiosidade. Sorri e continuei a apresentação:

— Shawtz acreditou ser algum movimento de revolta. Porém, em uma madrugada, enquanto andava pelo castelo, o barão viu algo cruzando os corredores escuros logo à frente. Alto e branco demais para ser um homem, a criatura não possuía olhos e nem pelos pelo corpo. Seus ossos eram visíveis debaixo da pele fina repleta de cicatrizes. Seu nariz... apenas um par de buracos. Suas longas unhas pretas e afiadas deslizavam pelo chão, produzindo um barulho agonizante aos ouvidos. Em cada palma da mão havia um olho, para ver a carne de suas vítimas sendo dilacerada... Com um monstro desses, o que fazer?

Deixei a pergunta no ar, recusando-me a responder de imediato.

Como ninguém ousou dar uma resposta, continuei:

— Como sua visão era fraca, a equipe de magos que logo foi contratada apostou em runas de som. Durante o dia, eles instalaram em um quarto muitas delas que, quando a noite caiu, começaram a produzir um choro humano no recinto... Como se atraído pelo sofrimento, o monstro se dirigiu até lá, onde foi emboscado pelos quatro magos. Ainda assim, um deles foi morto, a cabeça decapitada com apenas um ataque rápido e letal do monstro.

Observava o silêncio e a atenção total da plateia. Conseguia entender bem aquele clima pesado...

Histórias assim eram difíceis de ouvir: não se tratavam de apenas histórias de terror, mas de acontecimentos reais da própria profissão deles; além disso, mesmo tendo emboscado o monstro, os magos — muito superiores aos aprendizes de magia dessa escola — ainda tiveram uma baixa, conquistada pelo monstro com apenas um ataque...

Era como um pleno aviso a qualquer um que ousasse seguir o caminho da magia de combate: um deslize, e sua vida será ceifada.

...E essa era a merda da vida na qual vim parar...

Após terminar minha fala, olhei para Violette. Ela assentiu, foi até a minha frente e majestosamente conduziu o rumo da apresentação.

De alguma forma, ela projetou no quadro formado por chamas coloridas um desenho de incontáveis figuras geométricas brilhando em tons verdes, e começou a explicá-las.

Diferente de Guinevere, sua fala possuía um sotaque mais refinado e com pausas mais estratégicas. Sua postura era bem refinada e elegante, embora menos descontraída e espontânea que a de Guinevere.

Como demonstração do que dizia, ela ativou a runa do quadro e produziu o som de uma forte ventania que se espalhou por todo o mini-estádio. Era tão real que até pude jurar que senti um vento contra a minha pele, como se o meu cérebro se convencesse de que realmente havia uma ventania lá.

Tudo isso era incrível...

Na vez do Dolgan, ele andou para a frente de todos. Sua postura era um pouco mais tímida e reservada, talvez insegura.

— Eh... Agora vou mostrar a diferença que os elementos podem fazer no som produzido — falou enquanto mudava a projeção daquele quadro branco. Agora, uma runa brilhando em tom marrom apareceu lá.

Com um estalar de dedos, ele a ativou. Imediatamente, ouvi sons fortes como se houvesse rochas se partindo de dentro do chão por todo o estádio. Meu coração se disparou, aquilo parecia um terremoto se iniciando.

Meu Deus...

Ao invés do som sair da runa, ele parecia ser produzido por cada centímetro do gramado. Surreal!

O som se cessou, mas não pude deixar de continuar boquiaberto.

— E é isso, gente. — Ele se curvou e voltou para trás, onde todos estávamos.

Aplausos estrondosos vieram da arquibancada, mas não aguentei e eu mesmo aplaudi junto.

“Esse mundo é fascinante”, pensei. “E assustador. Hahaha...”

Ainda era coisa demais para eu processar de uma vez só.

“Ninguém vai acreditar nessa merda de sonho...”

Ninguém mesmo. Nem mesmo eu. Isso tem que ser um sonho, né?!

De qualquer forma, consegui sobreviver a tudo isso sem sofrer nada.

Era uma vitória das grandes.

Com um sorriso, estava saindo do gramado, quando de repente chutei algo duro e caí no chão na frente de todos...

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