Os Prelúdios de Ícaro Brasileira

Autor(a): Rafael de O. Rodrigues


Volume II – Arco IV

Capítulo 52: O Testamento

Um feixe de luz matinal entrava pela fresta da porta. O ambiente era quieto e estático. Nada se movia, tampouco eu.

Cada dia parecia se arrastar. Ou talvez não tivessem sido dias, mas semanas. O tempo deixou de ser algo que eu conseguisse medir. Tudo o que eu fazia era esperar até que aquela sensação passasse — mas ela só passava quando eu dormia.

Levantei-me devagar e troquei minhas roupas surradas pelas que a senhorita Circe deixara. Tentei comer, mas mal conseguia engolir o que colocava na boca. Acabava vomitando todas as vezes e ficando de estômago vazio.

Era pesado, até para mexer a boca.

Apesar de o Amaranto ter me curado, era como se o ferimento ainda estivesse ali, latejando onde meus dedos tocavam. Às vezes ardia tanto que eu chorava, mesmo que não houvesse sequer um arranhão em minha pele.

"Teru."
"Sim?"
"Você não quer ser o Filho de Trismegistus, não é?"

... Eu não quero. Eu sinto saudades de casa.

“Eu sei. Eu também não quero lutar. Sei quanta infelicidade isso te traz. ... Mas, eu tenho medo de que, caso eu descubra que há a menor das possibilidades de te libertar desse fardo, algo em mim mude.”

Enquanto vagava pelo quarto, esbarrei em um vaso de vidro, que caiu e quebrou.

Os formigamentos voltaram, sem que eu conseguisse controlá-los... De novo. O ar estava me fugindo, e eu sufocava... outra vez.

Eu nunca disse ao Thes o quanto eu mudei por causa da nossa amizade. Talvez ele tenha sido a pessoa que mais me ofereceu carinho, mesmo sem que laços de sangue nos unissem, e, ainda assim, eu não pude dizer nada de útil.

Ele lutou para sobreviver, mesmo carregando cicatrizes mais profundas do que as minhas. Por causa disso, eu não via razão para ter vivido, e ele não. Por mais que minha morte não fosse fazer ninguém feliz, era só o que eu conseguia pensar.

Se eu tivesse morrido, não teria como voltar para a Terra. Permaneceria como desaparecido para sempre. O papai e a mamãe sofreriam ainda mais. Teruki cresceria em um ambiente triste, frio e distorcido, como aconteceu comigo.

Quando crescesse, ele mal se lembraria de mim, mas meus pais fariam o peso da minha ausência recair sobre ele. Embora nos amassem de verdade, o que nós dois sentíamos sempre foi menos importante do que outras coisas.

... N-No que eu estava pensando?

Teruki era meu único irmão. Se eu o deixasse sozinho em meio à negligência da nossa família... que tipo de irmão eu seria? E-Eu tinha que continuar, nem que fosse por ele. Me dar ao luxo de morrer para escapar da dor, a essa altura, era—...

Desculpa. Desculpa por ser tão fraco. Por pensar que isso seria uma resposta. Eu só estou... cansado. Muito cansado. Mesmo puxando o ar com força para poder respirar, não era o bastante. Os tremores não paravam. Eu não sentia minhas mãos.

Assim que eu saísse por aquela porta, veria os mesmos espaços vazios. Os rostos que eu costumava ver — do vovô, da vovó, do Tsubasa, do meu irmãozinho, do papai, da mamãe, e agora o de Thes — estavam sumindo.

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Dos alto-falantes, o comunicado do Imperador das Rosas ressoou:

— Aos heróis remanescentes: o período de atividade desta Corte dos Heróis se encerrará em dez dias. Na véspera da Correnteza Eterna, compareçam à audiência de ultimação.

Quando a mensagem repetiu, eu despertei.

Após o meu desmaio, a crise passou. Esforcei-me para levantar do chão, mas caí. Após tanto tempo rígido e tenso em uma cama, meus músculos quedaram fracos e doloridos.

... Dez dias. Após esses dez dias, me pergunto o que aconteceria comigo. Eu seguiria minha vida em Tóquio, fingindo que o que vivi aqui foi só um sonho? ... De jeito nenhum.

Uma coisa dessas não seria possível. Eu não era mais o mesmo, e não teria como viver o cotidiano de sempre com minha família e amigos. Isso porque o mundo que eu via já não seria o mesmo que o deles.

E por mais que eu buscasse ajuda, ninguém entenderia ou levaria isso a sério. Uma torre gigante? Heróis? Um continente no céu? Haha. Diriam que eu sou louco. Acho que eu seria para sempre diferente dos outros.

Aos poucos, juntei os restos do vaso e os joguei no lixo.

Minhas recaídas já não duravam tanto quanto antes. Desde que voltei aos meus sentidos e recuperei a capacidade de agir por mim mesmo, o sofrimento se tornou mais intenso, é claro, mas eu já pensava racionalmente.

Um rastro de sangue desceu pela minha mão. Sem perceber ou sentir, acabei me cortando com um caco. Não reagi. Pelo contrário, assisti enquanto a trilha corria pelo meu braço até o cotovelo, tranquilamente.

De acordo com o que a senhorita Circe me contou, Kosmo não era quem acreditávamos ser.

Este mundo era o único possível para nós, enquanto, para ele, não passava de mais um. E, para mim, parecia mentira. Eu não conseguia conceber algo tão absurdo, ainda mais depois dos meses que vivemos juntos. Desde o início, ele—...

Não. Isso já era demais para mim.

Antes do sexto combate, Thes me fez um pedido: que eu ficasse ao lado de Kosmo. E, agora que penso nisso, tenho a impressão de que ele já imaginava o que estava acontecendo antes de partir.

O próprio Kosmo, em quem eu confiava, me confirmou. Estava tudo acabado. O que quer que eu fizesse, era perda de tempo. A única forma de obter uma nova chance, para ele, era voltando ao início e mudando o curso da história.

O que dizia respeito a este mundo — inclusive nós — já não importava mais.

Tip. Tip. Tip.

As gotas de sangue caíam no chão.

Maier olhava para mim através do espelho. Sua lemniscata estava refletida ali, com seus contornos cintilantes, e seu poder divino emanava em mim de forma sutil. Um calor bem atrás do meu peito.

Como lia meus pensamentos e sentia o que eu sentia, ele devia ter percebido o que eu pretendia fazer e me advertia a não perder tempo. Mas seu controle sobre mim ainda não era suficiente para me prender ao lugar.

Gostaria de saber se isso, também, fazia parte do plano de Tsubasa. Eu merecia uma explicação pelo que ele fez conosco, e comigo. Saber o que ele sentiu enquanto assistia ao nosso desespero de seu trono, esse tempo todo.

Pegando o medalhão que estava sobre a estante, abri a porta do quarto e saí.

Meu corpo cambaleava. A claridade incomodava minha vista, mas me mantive firme. Dirigi-me à arena de duelos, o lugar para onde eu não queria voltar, e, diante do púlpito do Imperador das Rosas, recitei o abre-te sésamo:

— Visita Interiora Terrae, Rectificando, Invenies Occultum Lapidem.

Todas as luzes se apagaram. Houve um breu que perdurou por vários segundos. Até que, brevemente, vi-me sentado à uma longa e farta mesa de jantar. O prato à minha frente, vazio.

Além da luz amarela dos castiçais, estava Tsubasa, vestindo suas indumentárias aristocráticas. Assentava o queixo sobre as mãos entrelaçadas, lançando-me um olhar de tédio.

— Pois não? — atendeu-me, tão naturalmente.
— Você sabia que o meu sacrifício não mudaria o resultado do duelo?
— Hmm...?
— Você fez aquilo para me torturar?
— Não sei do que você está falando. Sinto dizer, mas você entendeu errado, Teru.

Após limpar as mãos, amarrou um lenço ao redor do pescoço e, com garfo e faca, começou a comer pedaços cortados de uma romã. Dessa vez, eu é que estava sobre a mesa, estirado sobre as alfaces, como se fosse o prato principal.

— Para obter ouro, é preciso ouro — explicou. — E, para obter carne, é preciso carne. Nessa lógica, se quiser ouro ou carne em abundância, é necessário dar em troca uma quantia equivalente. Mas o que você ofereceu foi uma fração minúscula de si. É óbvio que isso jamais daria fruto. 
— Está dizendo que...
— Se o seu desejo não se realizou da forma que você queria, é porque você não sacrificou o suficiente. 

Ele subiu na mesa e engatinhou até se posicionar sobre mim. Com voz serena e olhos brilhantes que pareciam me devorar, prosseguiu:

— É assim que funciona. Se tivesse oferecido sua vida como combustível, quem sabe a do guerreiro de Salacia fosse poupada. E quem diria, você preferiu oferecer a vida de um pela do outro.
— O quê?
— Ora, achei que soubesse. O motivo de Hector de Vertumnus ter vencido o sexto combate foi você.
— É mentira.
— Não é mentira. Esse foi o milagre que seu sacrifício pôde comprar. No momento em que se colocou entre aqueles dois, a derrota de Theseus de Salacia foi decidida. Está arrependido agora? Você deveria pensar melhor nas suas decisões.

Os meus lábios, trêmulos, mal se abriam. Minhas palavras saíam entrecortadas.

— E-Eu... eu... n-não entendo...
— Agora não importa se você preferia um ou outro. O negócio já está feito. ... Ei, não fique triste. Não foi bom quando ambos te tocaram? Você entregou sua virgindade bem depressa. O que é compreensível, já que eles têm corpos mais deleitáveis aos olhos do que o de Tsubasa Miyashita.
— ...
— Mas para desejar os dois simultaneamente... é porque seu apetite sexual é mesmo insaciável. Uma pena que só um deles tenha sobrevivido. Bem, não era Hector quem te proporcionava mais prazer? Por que não se contenta com o que você tem? 
— ... V-Você me odeia, Tsubasa? O que eu fiz é tão imperdoável assim?
— Sim. É imperdoável.
— Então por que não me mata de uma vez? Se é vingança que você quer, tome...!! — Levantando a voz, peguei uma faca de cortar carnes e a ofereci. — Use isso e me mate, mas não envolva mais ninguém nisso! 
— Bobinho. Você sabe que, mesmo se eu perfurar o seu coração, arrancá-lo, retalhá-lo e te fizer engolir os pedaços, não há morte definitiva no Kunstkammer. Mas, permita-me compartilhar um fato inusitado: eu já te matei. E não faço ideia de quantas vezes. 

... O quê? Do que ele estava falando?

Segurando um controle remoto, Tsubasa apontou para a parede ao nosso lado, ligando um televisor no canal de notícias.

No dia 1º de março de 2018, durante uma excursão escolar ao Museu Nacional de Tóquio, um jovem estudante chamado Terumichi Kinjō foi assassinado. O principal suspeito era seu colega de classe, Tsubasa Miyashita.

Após três dias desaparecido, Miyashita foi encontrado próximo à Estação de Higashi-Koenji, sem vida. Ambas as famílias, da vítima e do perpetrador, foram ouvidas. O caso seguia sendo investigado pelas autoridades competentes.

A principal hipótese é que o crime tenha sido cometido durante um episódio psicótico.

— Isso é...
— Isso é o “passado”, e um “futuro” que certamente acontecerá caso meu Leão Verde não alcance a vitória. 
— Leão Verde? M-Mas o dia 1º de março foi há—... Espera aí, eu... e você... estamos mortos?! 
— O destino destes recipientes mortais está selado ante o Jardim de Rosas da Sabedoria. O tempo deles permanecerá congelado até que seja consumado o dia prometido — ele disse. — Tal situação não me é favorável. Não importa o quão quebrado tu estejas, ou o quanto eu te despreze, tua vida é um pré-requisito para que eu, e tu, Maier, sejamos reunificados em um. 

Num movimento brusco, Tsubasa tomou o objeto pontiagudo das minhas mãos e o atirou para longe, em seguida agarrando meu pescoço com ambas as mãos e aplicando uma força absurda. Ele... ele ia me estrangular?!

Eu arfava, e, por instinto, tentei reagir, empurrando-o e desferindo joelhadas. A mesa inteira se debatia; pratos e talheres caíam, mas ele nem se movia. Seu corpo pesava feito uma estátua de ouro maciço.

O ar não vinha, nem saía, e não era possível gritar. A escuridão cercava minha visão. As imagens se turvavam. O som da minha pulsação acelerada, junto a um zumbido agudo, reverberava em meus ouvidos.

Num estalar de dedos, tomei de costas sobre o piso da arena. Recobrando o fôlego, puxava o máximo de ar que cabia em meus pulmões, mas não era suficiente, e eu acabava tossindo e me engasgando com a saliva.

Em pouco, o sufocamento passou, mas o pânico e a dor ao redor do meu pescoço permaneceram.

— Mas. Houve um imprevisto — afirmou, aproximando-se de mim com um semblante de repulsa. — Kosmo de Vertumnus alcançou Messias. Eu não consigo acreditar que o sistema que criei tenha apresentado uma falha tão estúpida como essa. Só pode ter sido obra tua, Maier. 

Ajoelhando-se, ele puxou pela borda da minha camisa, e nossos semblantes irados se chocaram.

— Tu! Tu colocaste a estátua do anjo no museu e me induziste ao erro! Por que estás no meu caminho? O que estou fazendo é por ti!! Tudo, tudo, tudo isso é em teu nome!! 
— Mas eu não fiz nada!! — afirmei, com a voz chorosa. — E eu não pedi nada pra você! Eu não sou Maier! Pare de me chamar assim!! 
— Tu afirmas não ser Maier, ainda que a presença dele resida em ti! Onde ele está? Eu já sei. Aqui, bem aqui, não está?! — indagou, pressionando sua mão contra meu peito, infrene. Em resposta, eu o afastei. 
— Eu não sei! Saia de perto de mim! Devolva o Theseus! Devolva aqueles que tirou de nós, seu monstro! Traga ele de volta, agora!! 
— Deus inútil! Parasita! Degenerado!! Tu reproduziste os Mistérios da Conjunção, descartando-me, reduzindo-me a esta forma patética, e ainda achas que és vítima! Tu és o único culpado por tudo isso!! 
— Não... Não sou só eu!!
— O quê?!
— Você também teve parte nisso! Foi no seu aniversário. Naquela madrugada de ventania. Não se lembra? Não lembra do que você fez comigo, Tsubasa?! 

Seus olhos se arregalaram — de choque, ou de terror. Minhas palavras haviam acabado de transpassar sua carapaça impermeável.

— Como sabe disso?
— Na madrugada do seu aniversário, enquanto eu dormia, você me beijou, me tocou... se aproveitou da confiança que eu tinha em você! E ninguém me contou para que eu soubesse!! 
— Não fui eu quem fez isso. Eu não sou o humano que você conhece! Isso não pode ser—! Isso é enganação! Você está tentando me enganar, como sempre!!
— É a verdade!! — Eu soluçava. — ... Tsubasa, eu não vou mais fugir, mas também não deixarei que você se esconda! Se alguém deve pagar pelos próprios pecados, não será só eu, ou só você... será nós dois!! Haaargh! 

O Amaranto reagiu, e seu brilho vermelho nos cercou. Uma energia abrasadora se formou dentro de mim, correndo por minhas veias e sendo emanada para fora do meu corpo. Isso repeliu as garras que me seguravam.

Foi por um curtíssimo instante. Durou apenas três batidas de um coração.

Em um movimento firme, tentei apanhar Tsubasa pelo braço. Estendi a mão o máximo que pude, para ter certeza de que eu o alcançaria... até que sua capa se distendeu como imensas cortinas de teatro, cobrindo seu rosto abalado e o levando embora.

Mas isso bastou para que nossos dedos triscassem, e eu tivesse o vislumbre de algo que havia me esquecido, mesmo sendo tão importante. Uma chance que transcendeu o que eu acreditava ser possível.

Não desista. Vá atrás dela. Encontre-a. Leve-a de volta para o mundo onde vocês se amavam como seres humanos. Aquela voz serena fluía em minha mente. Uma voz que ouvi em algum momento, em algum lugar.

Quando a miragem se desfez, a arena de duelos voltou a ser o que era quando cheguei. A joia do medalhão se apagou, e meu poder foi selado novamente.

— Terumichi! — ouvi um chamado, ao longe. 

Era a senhorita Circe, que vinha com passos apressados até mim. Ela devia ter ido me visitar em meu quarto, ou me levar o almoço, e meu sumiço a preocupou.

— Aí está você. Eu te procurei por toda a cidadela — ela afirmou, ofegante. — Terumichi? O que houve? Por que veio até aqui? 

Continuei a encará-la, sem saber como explicar. Tremendo, suando frio... Eu vim aqui à procura de algo que pudesse me ancorar à realidade — me dar uma luz — e acabei ficando ainda mais atordoado.

Tsubasa estava aqui, bem na minha frente. Eu quebrei sua máscara invisível e pude enxergar uma parte de seu rosto que ele nunca me mostrou antes. Naquela hora, eu não era o único que estava chorando.

— Fique calmo. Você já fez muito. Vamos voltar, e descansar. — Circe me envolveu em seus braços, vigiando os arredores e a figura opressiva do fantoche monarca. Em seguida, ela tornou a dizer: — O que quer que você tenha visto, por favor, me conte. 

Assenti, balançando a cabeça.

— E pense na minha proposta. Ainda dá tempo.

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EMBLEMA XLVIII
O Rei adoece bebendo da água e sua saúde é restaurada pelos médicos.

"Um rei poderoso em riquezas e povos
desejava beber da água de uma fonte,
e seus servos trouxeram-lhe em taças.
Bebeu e bebeu, e, com as veias inchadas,
quedou pálido, e um ilustre médico veio atendê-lo.
Tendo sido purgado por eles com suores, sua barriga,
boca e ambas as bochechas estavam rosas novamente."

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✤ Banco de Dados Psicoalquímico ✤
OPERADOR: MICHAEL_MAIER | R#ID: KINJOTERUMICHI_08081999

Saudações!

Finalmente, tornaste a ti. Empreguei quanto pude de esforço em endireitar tuas linhas de pensamento tortuosas, mas és, por natureza, teimoso. Acaso não vês que tento te auxiliar? Não percebes que tu és minha suma prioridade?

Pois bem, cuidemos agora do que verdadeiramente importa.

Tuas memórias, na verdade, padecem de lacunas — as quais creio serem fruto dos muitos tormentos que sofreste. Por tal razão, tracei para ti um mapa ilustrativo do Anfiteatro da Eterna Sabedoria, para que não te percas por aí.

Criação da minha criação é a dita estrutura, plena de elementos que louvam as maravilhas da arte clássica renascentista. Em outras palavras, uma ode à expressão humana. Fora moldada conforme meus gostos particulares.

Ricamente arborizada, atravessada por veios d’água e guarnecida de construtos cenográficos que engrandecem a beleza de uma cidadela arcaica. Todavia, não esperes achar algo nos interiores destes. Estão vazios, e servem somente ao deleite dos olhos.

Onde jaz o Kunstkammer, perguntas-me? Hmmm... Não é fácil responder. Se eu dissesse que está no interior do Anfiteatro, não mentiria, mas tampouco diria toda a verdade. Afinal, o Kunstkammer não é um lugar de natureza corpórea.

De todo modo, espero que este guia ilustrado te seja útil. Nossos encontros estão chegando ao fim, afinal.

Oh, não temas. Continuarás sendo precioso para mim, mesmo após teu corpo passar a ser meu. Prometo cuidar dele com carinho... e de ti também. Anseio pelo momento de brincar contigo. Ferve-me o sangue só de pensar. Ou seria o teu sangue? Hahaha!

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