Volume II – Arco IV
Capítulo 54: A Cisão
Fomos recebidos por um coliseu vazio, sem plateia nem orquestra.
O fato de não haver estátuas nas arquibancadas tornava a experiência de sermos ovacionados ainda mais desconcertante. A sensação nunca fora tão artificial. Mas a verdade é que sempre foi assim.
Aplausos e música ressoavam pela arena, e o vento trazia consigo poeira e pétalas douradas esvoaçantes. Enquanto caminhávamos, a luz dos holofotes acompanhava cada um de nossos passos.
Assim se deu nossa chegada a esse lugar que me causava repulsa.
Ao meu lado, estava Hector, com suas asas dobradas. Seu rosto já não refletia mais a exuberância e imponência de antes. Era como se suas forças tivessem se dissipado após queimar até o fim, restando apenas o vazio.
Com timidez, tomei sua mão, e ele deu um leve sobressalto.
Mesmo com as pálpebras cansadas, o azul de seus olhos brilhava, buscando nos meus algo que eu não sabia definir. Conforto, ou um refúgio seguro, talvez. O mesmo que eu buscava nos dele, nesse breve momento.
Logo ele venceu o receio e perguntou:
— Terumichi, tem algo acontecendo que eu ainda não saiba?
Tomei alguns segundos antes de responder.
— Hector, você não me acha hipócrita? Eu vivia querendo saber mais de você, mas nunca te falei muito sobre mim.
— Porque eu nunca perguntei nada.
— Mas se eu tivesse pedido para te contar, você teria me ouvido.
— I-Isso é verdade.
— Depois de tudo o que passamos juntos, posso contar nos dedos as vezes em que abri meu coração pra você. E, ainda assim, você estava sempre lutando por mim.
— Foi porque você também lutou por mim.
— Eu?
— Desde o começo, em todas as vezes que enfrentei alguém, foi você quem me deu coragem para me reerguer — disse ele. — Mesmo agora, quando não tenho para onde fugir, você está aqui, comigo.
— Sendo assim, eu vou continuar lutando por você.
— ... Isso não vai te fazer sofrer ainda mais?
Em um suspiro, segurei seu rosto cabisbaixo com minhas mãos e ergui seu olhar em direção ao meu.
— Ei, você não disse que ia me salvar? Nada mais justo do que eu, também, querer salvar você.
— Me prometa que não vai me deixar.
— Eu estou bem aqui.
Do beijo que lhe dei, irrompeu a luz de um Sol, e o meu medalhão tomou a forma de um caduceu.
Em sintonia com minha pulsação, um líquido cintilava no interior de um ovo. Ele se partiu, e ouro fervente despejou sobre o meu anjo, dando forma às peças da armadura consagrada.
Um par de ombreiras, um par de grevas, e uma máscara firmemente atada ao seu rosto. A medalha que carregava no peito, cinzelada com o brasão de Vertumnus, reluziu como uma estrela no céu noturno.
No bater de suas asas, ele brandiu a espada com a elegância de um guerreiro divino.
... Hector, me perdoe.
Mais uma vez, impusemos um combate a você. Mas eu quero acreditar. Não importa que minhas esperanças tenham sido arrancadas de mim — eu quero crer que ainda posso fazer algo.
De relance, avistei Kosmo nas arquibancadas do pulvinar. Até o presente momento, nem ele nem a autoridade da Correnteza Eterna haviam interferido, e eu não sabia dizer se isso era um bom ou mau sinal.
A desafiante adversária fez sua entrada. Uma mulher alta e forte, cujos cabelos eram empurrados pelo vento. A herdeira do trono de Apollodorus, Circe, sacou o punhal e largou a bainha no chão.
— Imperador das Rosas, por favor, as honras! — clamou.
— Abram-se as cortinas para o sétimo combate de abertura da Corte dos Heróis. A condição para a vitória é derrubar a máscara do adversário. Vença aquele que prevalece em glória e dignidade!
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Ao centro da cenografia, erguia-se um mausoléu, semelhante ao de Halicarnasso, mas com dimensões tão grandiosas que parecia engolir a própria arena. Ele era esplêndido, e também opressivo.
Adornando-o, uma coleção de estátuas imponentes de deuses e governantes, esculpidas com tamanha graça que pareciam até pessoas reais. Cada um deles carregava um símbolo diferente, como os das cidades de Arcadia.
Das entradas da construção, saíram pássaros negros. Eram corvos robóticos, com asas metálicas tilintando e gritos estridentes que doíam nos ouvidos. Eles surgiam em turbilhão, suas sombras por todo o lugar.
Hector e Circe se lançaram um contra o outro em uma investida. Num piscar de olhos, suas lâminas se chocaram, e as luzes projetadas criavam a ilusão visual de serem silhuetas rasgando um mundo pintado de branco.
A poeira se levantava. Faíscas negras, advindas do choque entre os metais. Bramidos violentos. Cada golpe parecia mais forte e veloz que o anterior, e eu mal podia acreditar que alguém seria capaz de apará-los.
Certa vez, ouvi a senhorita Circe comentar que era a mais fraca, mas sua habilidade se equiparava à de Hector. Assisti-los fazia meu coração tremer — de medo, mas também de admiração —, pois eles dançavam, valsavam lutando.
— Seu estilo de luta melhorou consideravelmente — afirmou ela, com uma leveza que contrastava com sua expressão. Hector, então, deu um sorriso tenso.
— Você e Theseus de Salacia me treinaram bem.
— Fico feliz que tenha aproveitado isso!
— Eu dou valor a tudo o que me ensinam.
— Ahhh, nem sempre isso é bom. Se alguém te ensinar coisas erradas, você fará coisas erradas?
Ela avançou mais uma vez, e Hector respondeu com um bloqueio impressionante.
— Eu decido por mim mesmo o que é errado ou não — respondeu ele, com a voz rouca, suas palavras tornando-se labaredas que ardiam nas cordas vocais.
— Se você fosse capaz de decidir por si mesmo, não seria um herói.
— Como é?!
Antes que ele pudesse reagir, Circe ativou o dispositivo escondido em seu punhal. A ponta se alongou, formando uma lâmina longa — uma espada —, e ela se preparou para cravá-la no comprometido.
Por um triz, Hector conseguiu recuar, sentindo o ar ser cortado a centímetros de sua pele. Ele bateu as asas e saltou para trás, aterrissando sobre uma pilastra que se erguia no caminho até a atração principal.
— O lugar atrás de você é o Mausoléu de Apollodorus. A casa dos mortos — prosseguiu Circe. — Minha mãe e o meu querido avô estão lá, e nenhum deles teve a chance de se voltar contra o que há de errado no nosso mundo. Nenhum deles teve escolha. Assim como eu, assim como você! Tudo sempre nos foi tirado! E é exatamente por isso que não tivemos alternativa senão acatar o que nos ensinaram... e acreditar em milagres...!!
Pressionando outro botão, semelhante a um gatilho, a lâmina dianteira foi disparada com um estalo seco. Ela acertou a base do pilar, partindo a estrutura ao meio, e Hector alçou voo mais uma vez.
No entanto, os corvos mecânicos começaram a atacá-lo, ferindo-o com seus bicos cortantes. Não importava o quanto tentasse desviar, os ataques o forçaram a retornar à terra firme e procurar abrigo dentro do mausoléu.
Circe lançou um sorriso malicioso. O sorriso de uma verdadeira bruxa.
Era ali, dentro daquele lugar sombrio, que ela o queria. Então, sem hesitar, retirou a coroa de louros da cabeça e a atirou ao vento.
Afinal, na casa dos mortos, títulos e heranças não significavam nada. Não deveria haver distinção entre reis ou herdeiros. Porém, havia outro significado por trás do gesto: era o nosso sinal. “Siga-me.”
Imediatamente, saltei do púlpito e desci pelas arquibancadas, invadindo a arena. Os alertas de restrição começaram a disparar, tentando me deter, mas eu os ignorei e segui correndo até alcançar os portões.
Ao olhar para trás, avistei nosso espectador, Kosmo, levantando-se de seu assento com uma expressão de espanto.
Era agora. Ele viria atrás de nós e faria de tudo para nos impedir.
Mas eu não pretendia deixar barato. Com toda a minha força, agarrei os portões e os fechei por dentro, atravessando uma lança de ouro nas maçanetas para dificultar sua entrada. Assim, ganharia mais tempo.
— Certo. Tudo certo, Terumichi — sussurrei para mim mesmo, tentando acalmar a respiração ofegante. — Vamos nessa...!
No caminho, deparei-me com centenas, talvez milhares de estátuas de ouro, provavelmente as que pertenciam à plateia do coliseu. Havia marcas de corte por toda parte. Sepulcros arrasados, corredores de monumentos desmoronados.
Eram os resquícios deixados pelo confronto.
Subi as escadarias até o terraço — o estágio final da cenografia — e me deparei com um muro ornamentado. Nele fora esculpido o símbolo de um homem alado, cujo corpo era envolto por uma serpente.
Na mão direita, ele sustinha uma rosa dourada, e aos seus pés, a chama sagrada queimava eternamente.
Frente a essa imagem suntuosa, os dois guerreiros arfavam de exaustão, suas espadas já desgastadas. Mas estava claro para mim que aquilo tinha ido longe demais, e que não podíamos continuar assim.
Movido por um instinto inexplicável, gritei:
— Hector!!
Ao ouvir minha voz, ele se desestabilizou momentaneamente.
— ... T-Terumichi? Por que está aqui? — ele indagou, confuso.
— Você precisa nos escutar!
Os segundos em que ele baixou a guarda foram suficientes para que Circe aproveitasse a brecha. Mesmo tentando se defender, a estocada o acertou no peito, e ele gritou, com o ar sendo arrancado de seus pulmões.
— A-Aghh—!!
Em seguida, ela desferiu um forte pontapé em seu abdômen, lançando-o para dentro de um buraco — ou melhor, uma tumba.
Do teto do coliseu, a tampa dessa tumba despencou, causando um impacto tão forte que fez tudo ao nosso redor chacoalhar, e o lacrando lá dentro.
— H-Hector?! Hector!!!
A cortina de fumaça começava a se dissipar, e os cabelos da princesa, balançando ao vento, tornaram-se visíveis.
Minhas mãos não paravam de tremer. Meu coração parecia prestes a explodir no peito. Era um contraste total com ela, que caminhava até mim com uma frieza implacável.
— S-Senhorita Circe, você-...
— Ele vai sobreviver. Só o feri superficialmente.
— Por que fez isso?! Você prometeu que não iria machucá-lo!!
— Assim que Kosmo nos alcançasse, ele o colocaria contra nós. Melhor ele incapacitado do que se tornando mais uma pedra no nosso sapato.
No que eu ia abrir a boca, os corvos se agitaram no céu acima de nós, transmitindo algum tipo de informação à sua mestra.
— Kosmo está vindo. Depressa, Terumichi. — Ela puxava pelo meu braço.
— Não podemos deixá-lo ali! Se sangrar demais, pode acabar...!
— Tsc!
Sem tempo a perder, ela me empurrou e correu até a beira do precipício.
Chegando lá, o chão do campo de batalha se rompeu, formando fissuras das quais colunas de pedra emergiam. Uma após a outra, erguiam-se e formavam uma ponte que se estendia até o trono do Imperador das Rosas.
De trás de mim, surgiu uma figura alta, trajando uma capa branca que ia até abaixo da cintura. Puxando correntes infinitas que se arrastavam pelo concreto, ele atirou a cabeça do mangual na direção da ponte, quebrando-a ao meio — por sorte, sem acertar Circe.
Em meio aos destroços, ela rolou até as proximidades do trono imperial e se posicionou de joelhos.
— Ufa. Passou raspando. — ela zombou, com um suspiro. — Se triscar em mim, toda essa história de voltar no tempo vira ouro. E você também.
Sem perder a compostura, Kosmo deu um passo à frente, as sobrancelhas bem cerradas, e alertou:
— Afaste-se do Imperador das Rosas.
— Lamento. Você não pode apagar o que nós três vivemos juntos. Seja uma tragédia ou não.
— Pare já com essa idiotice. Se quebrar as regras, o Anfiteatro tomará sua vida. Deixe isso acabar e vá governar sua cidade! Viva o que resta da sua vida! É uma chance de pelo menos você sair dessa!!
— Sem você? ... Sem Theseus?
Ele engoliu em seco.
— Você realmente não vê nada além de si mesmo, Kosmo. Agora que este mundo se tornou um tormento para você, é muito fácil nos jogar fora! Hahaha! — ela ria, com o tom de quem queria chorar. — Não... nem pensar. Isso não vai acontecer. Se errar é o preço por proteger o laço que nos conecta... então eu vou errar mais uma vez!!
— Circe!!
Com um movimento brusco, ela se virou, pronta para enfrentar o fantoche.
Respondendo ao estímulo ameaçador, o Imperador das Rosas esticou seus membros, tornando-se duas ou três vezes mais largo do que era. As frutas, verduras e legumes se esparramaram pelo chão, revelando o construto metálico sob elas.
Placas de ferro, engrenagens, fios, tubos e dispositivos reprodutores de som. Uma coisa tenebrosa e desagradável, com uma forma contorcida, desprovida de qualquer traço que lembrasse um rei.
Em um tom cada vez mais grave, a máquina emitiu seus avisos:
— Circe de Apollodorus, mantenha distância de no mínimo trinta metros, ou medidas serão tomadas. Repito: mantenha distância de no mínimo trinta metros, ou medidas serão tomadas.
— Sua... marionete inútil!!!
Após um grito desesperado, Circe brandiu a lâmina e a cravou na cabeça da máquina, causando um curto-circuito imediato.
Os cristais de topázio imperial emitiram clarões amarelos pulsantes, como relâmpagos em meio à escuridão. Mas, naquele instante, erguendo-me contra o pavor e o fulgor cegante, meu corpo se moveu.
Quando percebi, eu havia me teletransportado para onde estava a criatura e abracei com força a carcaça de sua cabeça. De súbito, senti as descargas elétricas percorrerem minha espinha e meus músculos, me queimando por inteiro.
A cada choque, minha mente se despedaçava, mas eu ainda tentava usar o poder que me restava para fazer meu desejo se realizar: absorver a maldição para dentro do Amaranto, antes que ela atingisse mais alguém.
Isso não fazia parte do plano. Uma das condições impostas pela senhorita Circe foi que eu não comprometesse minha segurança. Porém, como Tsubasa havia dito, se eu não oferecesse algo de valor equivalente, a troca não surtiria efeito.
Para forçar esse milagre a acontecer, eu precisava suportar. Deixar a eletricidade me consumir e entregar minha vida como oferenda. Era a única maneira. Qualquer coisa além disso seria um desperdício fútil de energia.
Eu flutuava entre a dor excruciante e a dormência. Foi uma sensação surreal — difícil de descrever.
Por entre os espasmos, inclinei meu rosto para o lado. Lá estava a senhorita Circe, ilesa, sendo contida por Kosmo para que não se aproximasse de mim.
... E-Eu consegui...? Consegui salvar alguém?
Que alívio. No fim, fui capaz de mudar alguma coisa.
Ela chamava meu nome repetidas vezes, mas minha audição estava se esvaindo. À medida que minha resistência se exauria, meu corpo cedia ao cansaço e se deixava levar pelo silêncio.
Até que ouvi uma voz sussurrar pertinho do meu ouvido e, num estalar de dedos, minha forma física e o caduceu se desfizeram. Minhas vestes chamuscadas e a metade do meu coração de romã caíram sobre os vegetais frescos.
— Me arrumando contratempos, presumo.
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Ante a quietude, uma melodia irrompeu. Era um fortissimo sombrio, tocado por dedos hábeis que se moviam sobre as teclas como garras. Cada nota arrancada do piano tinha o tom de um presságio, ou de uma ameaça.
Sentado diante do instrumento, estava o titereiro que manobrava os fios do destino. A pele, alva; os cabelos, pretos. Sua capa e sua boina, de um tom profundo de vermelho. Sem hesitação, ele dava continuidade à canção.
A estrutura do coliseu começou a ruir. O teto desmoronou com um estrondo, as paredes trincaram, e as colunas, outrora firmes contra os piores tremores, caíram em pedaços sobre o fosso que sustentava a arena.
Em meio ao desastre, o casal de heróis que ainda se mantinha de pé gritou um pelo outro, mas suas vozes foram engolidas pelo barulho ensurdecedor dos escombros, e as mãos estendidas se perderam uma da outra.
Das alturas, desceu a outra metade da Torre dos Filósofos: o mecanismo santíssimo que, em breve, obteria completude.
De lá, ecoavam mil gorjeios distintos. Era um coro de pássaros impacientes. A fome e a sede os guiavam, e, neste dia de colheita, eles viriam para devorar o fruto e beber do néctar, estivesse maduro ou putrefato.
A melodia cessou, e o pianista se levantou de seu banco para contemplar o cenário que criara: uma ruína iluminada pelo céu crepuscular. Ouvia-se apenas a cacofonia das aves. Um prelúdio para a segunda vinda do criador.
Tão belo.
Muito em breve, tu estarás aqui para assistir a isso comigo, Maier.
Vindas por baixo das cortinas, surgiram correntes de ouro, movendo-se como serpentes que se atiravam ao ar. Juntas, suspenderam um triângulo de pedra que obstruía a luz solar, servindo-lhe de altar de imolação.
Eis que chega a hora, e já se aproxima.
Filhos dos Homens, ofertai-me vossos sacrifícios. Venerai-me. Glorificai meu nome. Eu sou a tempestade, o percuciente, e a destruição dos homens. O princípio e o ocaso. A vontade de retribuição.
Eu sou a autoridade da Correnteza Eterna, e minha ira há de se derramar sobre as terras. Precipitar-me-ei sobre os corações dos justos e dos ímpios; dos débeis e dos soberanos. E eles hão de parar — e perecer.
Salve, Três Vezes Grande!
E as aves bradaram:
“Salve! Salve! Salve!”
EMBLEMA XLV
O Sol e sua Sombra completam o trabalho.
"O Sol, clara tocha da abóbada celeste,
não penetra nos corpos densos;
É por isso que nas partes que lhe dão as costas,
a Sombra permanece.
E embora esta seja a mais vil de todas as coisas,
seu uso é de pouca utilidade para os astrônomos.
Mas o Sol deu muitos presentes aos filósofos,
e sua Sombra também, porque permite que a obra
de arte de fazer ouro seja concluída."
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