Super Gene Chinesa

Volume 7

Capítulo 696: Borboleta Fantasmagórica

— Amigo, eu só estava tentando te ajudar — Han Sen disse, sorrindo para Felipe.

Mas Felipe parecia preocupado e respondeu: — Eu queria apenas tirá-la da Montanha do Diabo. Não tenho nenhum interesse nela, mas depois do que você fez, estarei encrencado quando ela acordar se você não estiver aqui.

— Quer me entregar pra ela? — Han Sen o encarou.

— Claro que não. No fim das contas, você só estava me ajudando — Felipe rangeu os dentes e continuou: — É melhor você ir embora. Não mencione nosso encontro a ninguém e, se puder, evite aparecer na frente dessa mulher de novo.

Han Sen apenas deu de ombros e voltou a seguir caminho em direção ao desfiladeiro. Só tinha ajudado Felipe por ele ser parceiro do Abrigo da Deusa. Nunca imaginou que a situação terminaria assim. Só queria fazer o bem, mesmo com o resultado negativo.

Felipe segurava a mulher nos braços, pronto para levá-la longe da montanha. Mas parou depois de alguns passos e se virou para observar Han Sen, que já seguia rumo ao interior do desfiladeiro. Um pensamento o atingiu com força: alguém que entrava sozinho naquele lugar só podia ser muito forte. A curiosidade o dominou. Quem era esse homem, afinal?

Assim que Han Sen entrou no desfiladeiro, inúmeras borboletas começaram a voar em sua direção, vindas de todos os lados. Felipe conhecia essas borboletas e sabia que algumas eram Criaturas Mutantes.

Mas o homem de armadura dourada não hesitou. Continuou caminhando como se nada estivesse acontecendo, ignorando completamente as borboletas que pousavam em seu corpo. Era como se elas estivessem brincando ao seu redor. A cena até que era bonita.

Felipe ficou boquiaberto. Literalmente. Sua mandíbula caiu e não se fechou por um bom tempo.

Aquelas borboletas eram venenosas, além de serem criaturas mutantes. Qualquer um adoeceria gravemente ao ser mordido ou ao entrar em contato com o pó tóxico das asas delas. Nem mesmo Felipe ousaria entrar naquele desfiladeiro com tantas borboletas por perto.

Mas lá estava aquele homem, indiferente às borboletas tóxicas ao seu redor. Elas pousavam nele, voavam ao redor, e, mesmo assim, não perfuravam sua armadura nem o envenenavam. Era inacreditável.

De repente, uma luz branca surgiu de um arbusto próximo e, dela, emergiu uma borboleta branca. Ela se aproximou da silhueta dourada, o que fez Felipe gritar, alarmado: — Cuidado, amigo! Essa é uma Borboleta Fantasmagórica de Linhagem Sagrada! Se você for envenenado, seu corpo vai apodrecer até sobrar só os ossos!

O homem pareceu ouvir o alerta. Ele olhou por cima do ombro e assentiu com a cabeça para Felipe. A Borboleta Fantasmagórica de linhagem sagrada já estava flutuando ao redor dele. Parecia realmente um fantasma.

O corpo da Borboleta Fantasmagórica Branca era estranho, e foi por isso que recebeu esse nome. Até mesmo elites especializadas em velocidade tinham dificuldade em atingi-la.

Ela estava prestes a pousar no homem dourado, mas ele ergueu a mão direita rapidamente e a prendeu entre os dedos.

A borboleta agitou as asas com força, tentando escapar. Seus dedos, porém, eram como grades de prisão. Por mais que lutasse, ela não conseguia se libertar.

Pang!

Ele fechou o punho, esmagando a temida borboleta branca. O sangue dela escorreu pela sua palma.

A aterrorizante Borboleta Fantasmagórica Branca foi destruída em um instante — e ele sequer foi envenenado. Sem perder tempo, continuou caminhando pelo desfiladeiro. As borboletas ainda pousavam em seu corpo, e ele deixava.

Sob a luz da manhã, entre os vetiveres, as borboletas seguiam a silhueta dourada em sua jornada. Felipe continuava paralisado, observando tudo aquilo.

— Nem ferrando que ele é o Dólar, né? — A silhueta dourada desapareceu de vista, e Felipe finalmente despertou do transe. Não conseguiu conter a voz quando esse pensamento surgiu.

Mas já era tarde demais. O homem já tinha partido, e Felipe não podia mais perguntar. No fim, só murmurou para si mesmo: — Droga! Eu devia ter perguntado o nome dele... Vai que era mesmo o Dólar!

Felipe não perguntou antes justamente para protegê-lo. Se Xu Yuan perguntasse quando acordasse, ele poderia dizer com sinceridade que não sabia de nada. Nem sequer tinha visto o rosto do homem, então não teria nenhuma informação relevante. Seria melhor assim.

Mas agora ele se arrependia. Gostava de ver o Dólar lutar e sempre sonhou em conhecê-lo. E se ele tivesse deixado essa oportunidade escapar?

Apesar de querer seguir pelo desfiladeiro para tentar confirmar se o homem era realmente o Dólar, ele olhou para Xu Yuan, inconsciente em seus braços, e desistiu da ideia. Não podia se arriscar ali carregando uma mulher desacordada.

Han Sen, por outro lado, estava bem satisfeito. Tinha esmagado a Borboleta Fantasmagórica Branca com a mão e logo ouviu aquela voz familiar e agradável:

『Criatura de Linhagem Sagrada Caçada: Borboleta Fantasmagórica Branca. A Alma de Besta não foi obtida. Coma a carne para ganhar aleatoriamente de zero a dez Pontos de Gene Sagrado.』

Mesmo sem ganhar a alma de besta, Han Sen ficou contente. A borboleta era tão pequena que ele poderia comê-la em duas mordidas. E ainda tinha a chance de aumentar seus pontos de gene sagrado rapidamente, ao contrário das criaturas enormes, que às vezes levavam um mês inteiro para serem devoradas.

Ele também não se preocupava com o veneno no corpo da Borboleta Fantasmagórica. Com a Pele de Jade e o Sutra Dongxuan, esse tipo de toxina não fazia nem cócegas.

Por outro lado, comer uma borboleta crua não parecia muito agradável. Então, encontrou uma cavidade no desfiladeiro para descansar, acendeu uma fogueira e começou a cozinhar a borboleta com óleo. Jogou alguns temperos por cima, e o resultado foi um aroma surpreendentemente apetitoso. Era quase como um prato exótico de outro planeta — e ele o chamou de "Bicho-da-Seda Frito".

— Até que é bem nutritivo — disse Han Sen. Já vivia ali há tanto tempo que não sentia mais nojo de comer essas coisas, de modo que mastigou a borboleta branca com gosto.

O sabor era até agradável, especialmente depois de ouvir a voz confirmando o aumento de seus pontos de gene sagrado. A sensação de estar comendo um inseto nojento desapareceu rapidamente.

Depois da refeição, seus pontos de gene sagrado aumentaram em seis, elevando seu total para 72. Faltava pouco para maximizar

— Se eu encontrasse mais criaturas sagradas pequenas assim, já teria maximizado há muito tempo — Han Sen comentou, com certa frustração. Normalmente, levava semanas para comer uma criatura gigante, e muitas vezes só conseguia um ponto de gene sagrado.

O que o consolava era poder absorver as Essências de Vida das Super Criaturas. Caso contrário, levaria uma eternidade para comer por causa do tamanho. Até ponderou se dava para comer uma inteira em meio ano.

Depois de arrumar suas coisas, Han Sen retomou a jornada. Foi então que ouviu um som estranho vindo do outro lado de uma parede do desfiladeiro. Soava como se algo estivesse cavando através da pedra.