Um Alquimista Preguiçoso Brasileira

Autor(a): Guilherme F. C.


Volume 1

Capítulo 8: Preparando o jantar

Dentro do território da Família Xiao, como de costume, o número de jovens que se viam era muito maior que o de adultos, principalmente ao redor das quatro Arenas de Combate e Treinamento. Em geral, neste lugar, os únicos adultos presentes eram os professores, que ensinavam combate corporal e a maneira certa de usar as Técnicas de Combate.

Porém, quase toda tarde, uma pessoa ilustre, de grande importância dentro da Família, aparecia pelos arredores. E esse era Xiao Chang, o 9° Ancião.

Hoje não foi diferente. Durante a tarde, Xiao Chang chegou à área de treinamento dos jovens cultivadores. Parou em frente à arena da esquerda e olhou para uma jovem garota, de cabelo azul, balançando uma espada.

― Lâmina Aquática: 5ª Fase!  ― rugiu a garota, fazendo um movimento com sua espada.

De repente, três lâminas feitas de água, com cerca de um metro de comprimento, em forma de meia lua, voaram da espada em suas mãos e partiram um boneco de madeira, usado para treinamento, em três pedaços, que caíram no chão, sem criar grande alarde.

Assim que terminou de fazer seu movimento, ela apoiou-se nos joelhos e começou a arquejar. Via-se pelo suor em sua testa e as roupas molhadas, que já estava fazendo aquilo por algum tempo. Enquanto se preparava para lançar mais um ataque, o barulho de palmas batendo a interrompeu.

― Pai! ― disse ela, olhando na direção das palmas. E em seguida, correu de encontro ao 9° Ancião.

― Você está se saindo muito bem, pequena Shui! Já está quase dominando a quinta fase da “Lâmina Aquática das Nove Fases”. ― elogiou Xiao Chang, com um sorriso afetuoso.

― Obrigada, pai! Tenho certeza de que logo completarei essa técnica. ― agradeceu Xiao Shui, sentindo-se alegre e aquecida pelo elogio.

Ahaha! Tenho certeza que sim! ― disse Xiao Chang. ― Hm... ― Ele parou e olhou para as botas de sua filha, que no momento em que percebeu seu olhar, tentou escondê-las, puxando os pés para trás. Com uma expressão mais severa, questionou. ― Você foi de novo à Montanha de Jade?

Seu pai já havia lhe proibido muitas vezes de ir à Montanha Ancestral de Jade. Por isso, quando percebeu que ele estava olhando para suas botas sujas de terra, Xiao Shui tentou escondê-las. Mas não adiantou de nada, afinal, como seria possível para ela enganar alguém na 1° Camada do Reino Espirituoso? E ainda mais esse alguém sendo seu pai, cujo faro para as desobediências da filha era aguçado.

― Mas pai, eu já estou quase na 7° Camada do Reino Mundano, então... ― Xiao Shui tentou se justificar, mas foi bruscamente interrompida.

― Tola! Nem mesmo eu ouso me aventurar por lá sem o devido suporte, quem dirá você. ― repreendeu. Poderia parecer que estava sendo duro com ela, porém ele sabia muito bem dos perigos existentes na Montanha Ancestral de Jade. ― Nunca mais vá até lá sem me avisar com antecedência, entendeu? ― reforçou uma advertência já pregada muitas vezes.

Xiao Shui abaixou a cabeça e balbuciou, com uma voz fraca:

― Sim.

― Venha, vamos para casa. ― chamou Xiao Chang, acariciando a cabeça de sua filha, em uma forma de consolo e desculpas. Mesmo que suas palavras fossem verdadeiras, sentia-se mal, vendo-a cabisbaixa.

Quando Xiao Shui estava para acompanhá-lo, ela se lembrou de algo. Não sabia se deveria falar ou não, mas falou mesmo assim:

― Pai, quando eu estava na montanha, vi aquele garoto. ― informou, com um desgosto marcado no tom de voz. Se o pai não tivesse descoberto sua pequena infração, decerto não se denunciaria dessa maneira. Mas como já havia sido exposta, não existia motivos para guardar segredos, ainda mais sabendo que a outra parte, fraca e preguiçosa, poderia se encrencar muito estando desacompanhado em um lugar perigoso.

Hm, você viu Xiao Ning? ― repetiu Xiao Chang, não parecendo muito surpreso. ― O que ele estava fazendo por lá? Dormindo como sempre? ― Sabia muito bem que o afilhado vivia fugindo para aquelas bandas, em busca de um lugar tranquilo para cochilar. Por esse motivo, não lhe era inesperado sua filha tê-lo visto.

― Não, ele estava procurando por Capim Malaqui.

― O que? ― exclamou Xiao Chang, demonstrando surpresa. ― Ele só chegou recentemente na 3° Camada. Se encontrar uma Besta Demoníaca, estará morto. ― disse em um tom urgente, com uma certeza resoluta.

Xiao Shui ficou um tanto espantada quando ouviu seu pai falar que Xiao Ning enfim havia alcançado a 3° Camada do Reino Mundano, pois era de conhecimento comum que ele estava preso na 2° Camada desde os treze anos. Mas isso não era assim tão surpreendente, uma vez que até mesmo as criancinhas de dez anos possuíam tal nível.

― É melhor eu ir procurá-lo. ― Com isso em mente, Xiao Chang se preparou para partir. Foi quando uma onda de comentários se espalhou pelos jovens presentes.

Ei! Quem é aquele?

― O que é aquilo que ele está carregando?

― Aquilo nas costas dele é uma Besta Demoníaca?

Ahaha! Ele está carregando um Javali de Pelos Vermelhos nas costas? Que tipo de idiota faz isso?

― Está tendando se matar enfrentando essas coisas?

Comentários eram ouvidos aqui e ali. A cena de um garoto carregando um javali inteiro nas costas era inusitada, sem falar, hilária.

Ouvindo os cochichos se espalhando, Xiao Shui e Xiao Chang olharam na direção em que todos estavam apontando e viram que um garoto magricelo vinha carregando um enorme Javali de Pelos Vermelhos nas costas, assim como tentando equilibrar um saco de pano sujo, amarrado na ponta de uma lança.

Os dois, pai e filha, olharam em choque para o garoto e exclamaram fazendo coro:

― Xiao Ning!

Xiao Ning andava a passos lentos, carregando o Javali de Pelos Vermelhos que matara, bem como a fronha de seu travesseiro contendo os capins, enquanto soltava alguns resmungos. Sentia-se frustrado por não ter conseguido passar pelo caminho que geralmente passava e que era mais perto do casebre. E o motivo para isso era o fato do atalho ser uma ladeira e se ele tentasse descer com todo esse peso nas costas, com certeza acabaria levando um belo tombo. Dessa forma, fora obrigado a pegar a trilha mais longa.

Enquanto andava, ouviu as pessoas comentando, mas, pouco se importou com o que elas tinham a falar. Ele só parou mesmo quando ouviu Xiao Chang o chamar:

― Pequeno Ning!

Ouvindo a voz do tio Chang, ele levantou a cabeça e viu o 9° Ancião parado mais à frente, olhando para ele com uma expressão incerta, de surpresa e choque.

― Tio Chang. ― Ao se aproximar, foi logo deixando o Javali e a bolsa cair de qualquer jeito no chão e depois inclinou as costas para trás, fazendo as juntas, pouco acostumadas a carregar pesos, soltar um barulho alto, de clemência. ― Ah, você também está aí, Xiao Shui. ― cumprimentou ao vê-la.

Mas ela simplesmente o ignorou.

― Pequeno Ning, onde foi que conseguiu esta besta? ― indagou Xiao Chang, incapaz de esconder o assombro em sua voz.

― Eu matei! ― respondeu Xiao Ning, de forma simples, como se não fosse nada demais.

― Você matou? ― repetiu, parecendo não acreditar. ― Mas esta Besta Demoníaca está na 5° Camada do Reino Mundano.

Ahaha! O tio tem um Sentido Espiritual aguçado. ― comentou Ning, de maneira descontraída.

Xiao Chang lançou um segundo olhar para Ning. Ele estava achando difícil acreditar nessa história. Talvez, o javali tenha era morrido de velhice e ele trouxe o corpo para se exibir. Quer dizer, não havia nenhum ferimento aparente, tirando um buraco sangrento no lugar em que deveria estar o olho esquerdo. Mas isso pode muito bem ter sido um pássaro ou outro animal qualquer se aproveitando da carcaça. A única certeza era que Xiao Ning não poderia ter vencido aquela Besta Demoníaca e saído em perfeito estado. Ou assim, pensava...

Foi então que reparou:

― Pequeno Ning, você alcançou a 4° camada? ― esganiçou em descrença. ― Não faz duas semanas que nos vimos e você tinha acabado de entrar na 3° Camada.

Não era estranho alcançar a 4° Camada do Reino Mundano aos dezesseis anos, mesmo os desprovidos de talentos conseguiam isso. O surpreendente era que até alguns dias atrás Xiao Ning ainda se encontrava na 2° Camada e em poucas semanas foi capaz de aumentar dois níveis, e isso, nem mesmo os mais talentosos conseguiam.

Mesmo no Reino Mundano a passagem de um nível para o outro era algo lenta. Da primeira camada para a segunda, o normal seria levar algumas semanas. Da terceira para a quarta, cinco ou seis meses, e da sexta para a sétima, não seria estranho levar dois anos, ou mais.

Era por isso que a maioria dos jovens de quinze a dezessete anos da Família Xiao estavam entre a 5° e a 6° Camada do Reino Mundano. Só os mais talentosos, os assim chamados gênios, alcançavam a 7° ou o Reino do Despertar.

Mas para Xiao Ning, um preguiçoso orgulhoso, essa evolução rápida era inesperada. Tanto é que, até mesmo Xiao Shui, a qual o detestava, desprezava, estava chocada e, ainda que negasse, impressionada. Tinha uma expressão de espanto no rosto, conforme seu queixo lutava para não cair. Ela mesma levou três meses para chegar a 4° Camada, e esse preguiçoso conseguiu isso em algumas semanas? Era inacreditável.

Ahaha! Não é nada demais, se comparado a pequena Shui. Eu ainda tenho um longo caminho para chegar ao Despertar.

― Quem você está chamando de, "pequena Shui"? ― protestou Xiao Shui, que teve o espanto substituído por raiva. Como aquele vagabundo ousava chamá-la de “pequena” tão casualmente? Desde quando eram amigos íntimos?

― Não ligue para pequenas coisas. ― pediu Xiao Ning, balançando as mãos, dizendo para ela relaxar. Mas só conseguiu foi deixá-la mais irritada. ― A propósito, tio, o que você vai fazer hoje à noite?

― Nada, por quê? ― questionou Xiao Chang, demonstrando alguma curiosidade.

― Sendo assim, porque você e a pequena Shui não venham me visitar. Eu irei assar o javali. ― acrescentou, inclinando-se e dando um tapinha demonstrativo no corpo da besta. ― Ficará delicioso! ― garantiu.

― Neste caso, eu irei! ― Xiao Chang não tardou em confirmar sua presença. Mas a filha teimosa, falou que não iria, mesmo se fosse arrastada.

Seja como for, Xiao Ning tornou a colocar o Javali de Pelos Vermelhos sobre as costas, assim como o saco de panos e seguiu caminho em direção a cabana.

Vendo-o se afastar, Xiao Chang ainda cogitava a morte natural daquela Besta Demoníaca. Talvez, um enfarte? Velhice? Pensou, enquanto tentava imaginar possíveis doenças, não infecciosas, capazes de ceifar a vida de um monstro.

De volta ao casebre, Xiao Ning não perdeu tempo e foi logo começando os preparativos. Se ele ia fazer o javali para comer ainda àquela noite, precisaria começar o quanto antes.

Assim sendo, a primeira coisa que precisava fazer era arrumar um lugar para assá-lo. Então, entrou na cabana, pegou uma faca não muito grande, um pouco oxidada nas bordas, do tamanho de um palmo e começou a cortar o mato alto, do lado de fora. Depois, fazendo uso de um pedaço de madeira ― uma das lenhas reservada para a fogueira ―, cavou um buraco, oblongo, moderadamente mais comprido do que o javali, mas não muito profundo. Por fim, fincou dois galhos no formato de forquilha, um em cada ponta do buraco, de frente para o outro.

Agora que a assadeira estava pronta, Xiao Ning colocou um pouco de lenha, troncos grossos de madeira divididos em dois, no buraco recém cavado e as acendeu, usando sua Palma Flamejante. Por fim, deixou-a queimar, acumulando brasa e esquentando o fundo da terra.

Assim que acabou de preparar a fogueira, passou a se concentrar no javali. Não seria estranho alguém levar horas para esfolar, tirar os órgãos, entre outras coisas, de uma criatura tão grande, mas para ele era tão fácil quanto dormir.

A primeira coisa que fez, foi encontrar uma árvore forte, que aguentaria o peso do monstro, e isso não foi problema, já que o bosque ao lado estava rodeado por elas. Em seguida, amarrou as patas traseiras da besta, em um laço bem apertado, com uma corda dobrada e redobrada, feita de fibra de Rami, uma planta nativa, muito comum. E por último, pendurou o javali de cabeça para baixo, de forma que seu corpo ficou completamente acima do chão.

Terminado os preparativos iniciais, usando a lança, perfurou a jugular da criatura, em um ponto no qual o couro era um tanto mais fino. Mesmo assim, teve de golpear três vezes no mesmo local antes de conseguir atravessar a epiderme. No instante em que um pequeno buraco, causado pela ponta de Aço Rochoso, surgiu no pescoço do Javali de Pelos Vermelhos, um líquido vermelho-escuro, viscoso, começou a escorrer, guiado pela gravidade, e manchar o solo. Sem o coração para bombear, o sangue fluía vagarosamente.

Bestas Demoníacas possuem um corpo estranho, um sistema peculiar se comparado aos outros seres vivos. Enquanto os humanos apresentam os primeiros sinais de rigor mortis em torno de doze horas após o falecimento, esses monstros permanecem por dias com o sangue ainda quente, como se tivesse morrido há pouco tempo. Seu sangue não coagula no momento em que para de ser bombeado através das veias. Permanece líquido e viscoso, na sua mais completa vitalidade, por tanto tempo quanto a temperatura interna consegue se manter. E a decomposição só passa a ocorrer meses após a morte.

Enquanto o sangue terminava de escorrer, Xiao Ning pegou a faca enferrujada, que havia usado para cortar o mato alto em torno da cabana e tentou amolar o gume em uma pedra que encontrou jazida no chão, a qual possuía uma superfície áspera e porosa. Em um movimente de apenas ida, revezando os lados, lixou cuidadosamente o metal, ao ponto da lâmina ser capaz de talhar os pelos finos, quase inexistentes, de seu braço. Terminada a amolação, entrou no casebre e separou alguns potes velhos e baldes furados, que haviam por lá.

Alguns minutos depois, o sangue enfim havia parado de escorrer, indicando ser um momento propício de terminar a limpeza. Primeiro, Xiao Ning teria de abrir uma incisão firme e reta ao longo da barriga da besta, uma das partes mais macias e vulneráveis de sua defesa quase impenetrável. Porém, essa não foi uma tarefa fácil, já que embora tivesse acabo de amolá-la, a faca que tinha em mãos não era a ferramenta mais adequada para o trabalho. Pois mesmo morto, o couro do javali ainda se provava um adversário duro e resistente de se vencer. Foi preciso repetir o corte, sem errar nenhum milímetro sequer, seis vezes, antes de enfim conseguir expor as entranhas do monstro.

Tendo conseguido abrir uma incisão profunda e reveladora, ele começou a retirar os órgãos: pulmão; fígado; coração; foi tudo retirado com extremo cuidado, para não danificá-los. Mas o que mais teve cuidado no momento de deslocar foi o intestino, pois um furo no lugar errado faria os dejetos ali acumulados vazar e isso contaminaria a carne, estragando seu jantar.

Xiao Ning guardou os órgãos que iria vender nos potes velhos que tinha pegado dentro do casebre. O intestino e o resto sem utilidade, jogou no balde para descartá-los mais tarde. E quanto ao baço, que seria necessário para realizar a Composição Alquímica, deixou separado em um pote muito bem vedado.

Por último, era a vez de esfolar a besta. Tiraria sua pele com muito cuidado, para não correr o risco de estragar o couro. Esse tipo de material possuía diversas utilidades. Poderia ser usado para confeccionar armaduras, roupas, escudos, entre outros. Portanto, preservar sua integridade primeva era essencial. Xiao Ning cuidadosamente seccionou a pele da carne, passando sem muita pressa o gume da faca, desprendendo a epiderme do restante do corpo.

Todo o procedimento levou algum tempo, mas no fim, Xiao Ning estava muito satisfeito. Havia adquirido o ingrediente que precisava e ainda conseguiria um bom dinheiro com o resto. Os órgãos, sem dúvida, valeriam algumas moedas de bronze. Se encontrasse um Alquimista, ganharia até mais, pois estavam muito bem preservados. A pele, por estar em perfeito estado, talvez lhe rendesse uma moeda de prata. Ou assim esperava, já que desconhecia o valor de mercado do Javali de Pelos Vermelhos.

Agora, só faltava uma coisa para ser retirada, que eram as presas. Mas essas teriam de esperar. Afinal, sem a ferramenta certa seria impossível quebrá-las. Mesmo alguém no Reino do Despertar teria dificuldade, usando a simples força bruta.

De qualquer forma, agora que o Javali de Pelos Vermelhos havia sido limpo, estava na hora de prepará-lo para assá-lo. Xiao Ning foi até a fogueira e a lenha que tinha colocado para queimar. A madeira havia se transformado em brasa, liberando um calor sufocante e, ao mesmo tempo, reconfortante. Jogou mais alguns pedaços de lenha no buraco, para não deixar o fogo esvaecer por completo, e como um último toque, o preparativo final, colocou um tronco, da grossura de um braço, transversalmente sobre o buraco cavado no chão, apoiado pelas duas forquilhas, fincadas uma em cada ponta.

Em seguida, soltou o Javali de Pelos vermelhos da corda de Rami ― agora ele estava mais leve, se comparado a antes, mas ainda era bastante pesado ― e o carregou até a fogueira. Xiao Ning, com muita dificuldade, colocou a carcaça inteira da besta sobre o tronco de madeira, que se encontrava apoiado na transversal sobre as duas forquilhas. Depois, usando a mesma corda utilizada para sustentá-lo na árvore, amarrou o javali em torno do tronco, prendendo-o bem, de forma a impedi-lo de cair no chão.

Só essa pequena parte deu um grande trabalho para ele, mas ainda estava longe de acabar. Com muito cuidado, costurou a barriga da criatura, usando fibras desfiadas da corda. Entretanto, antes de fechá-la por completo, manuseando dois pedaços de galhos secos como se fossem pinças, atirou algumas brasas para dentro da Besta Demoníaca, junto de um pedaço do Cogumelo Ladrão e algumas folhas dos condimentos que havia colhido na Montanha Ancestral de Jade.

Depois que terminou de costurar o Javali de Pelos Vermelhos, colocou mais lenha na fogueira e deixou o fogo queimar, sempre vigiando para as chamas não se transformarem em labaredas descontroladas. E, como o retoque final, esfregou as folhas de tempero sobre a carne da besta. Daí em diante, tudo que precisava fazer era esperar.

Com a comida assando, Xiao Ning decidiu que era hora de preparar os ingredientes dos quais usaria na Composição Alquímica de amanhã. Mas, não havia muito a ser feito, a não ser guardá-los para não acabarem expostos a algo indesejado.

O tempo foi passando. A noite caiu. Neste meio tempo, Ning encontrou dois troncos velhos, caídos no meio do bosque e os colocou próximos da fogueira, para serem usados como assentos.

Então, algumas horas após o anoitecer, Xiao Chang enfim chegou, junto a uma Xiao Shui emburrada.

― Eu não sabia o que esperar, mas o cheiro está delicioso. ― comentou o tio Chang, que foi logo entrando e dando uma cheirada na fumaça que subia.

― Sente-se, tio! Vamos comer! ― convidou Xiao Ning, com seu sorriso descontraído de sempre.

 


Niveis do Cultivo: Mundano; Despertar; Virtuoso; Espirituoso; Soberano do Despertar; Monarca Místico; Santo Místico; Sábio Místico; Erudito Místico.

 


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